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Vem aí a Academia do Samba! Salgueiro realiza primeiro ensaio de rua nesta quinta-feira

Com o desfile do Carnaval 2025 cada vez mais próximo, o GRES Acadêmicos do Salgueiro intensifica os preparativos e realiza, nesta quinta-feira, seu primeiro ensaio de rua. A partir das 20h, “os macumbeiros mandingueiros” salgueirenses tomam conta da Rua Maxwell, na altura do Tijolinho, para trabalhar canto e evolução.

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Foto: Anderson Borde/Divulgação Salgueiro

“Os ensaios de rua são fundamentais para que a gente garanta o melhor desempenho dentro de cada quesito. Temos uma comunidade bastante presente, e os primeiros ensaios dentro da quadra já mostraram a garra que o nosso componente sempre apresenta”, destacou o presidente André Vaz.

O ensaio reunirá todos os segmentos da escola, um dos momentos mais aguardados no aquecimento para o grande desfile. Para Igor Sorriso, intérprete que lidera o carro de som, a participação do público é um ponto alto.

“É muito bom sentir a energia e vibração do público. Eles são um termômetro para nós e um incentivo ainda maior para que a gente possa buscar a perfeição a cada semana”, afirmou Sorriso.

Em 2025, a Vermelho e Branco levará à Marquês de Sapucaí o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, criado por Igor Ricardo e desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Silveira. A narrativa mergulha nas tradições místicas e espiritualistas que prometem proteger o corpo contra males físicos e espirituais, conectando influências africanas, europeias e indígenas da cultura brasileira.

O Acadêmicos do Salgueiro será a terceira escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval, 3 de março de 2025.

Serviço
Primeiro Ensaio de Rua do Salgueiro
Rua Maxwell, altura do Tijolinho
Quinta-feira, 28 de novembro
Local: 20h

Piano na introdução chama atenção na gravação do Águia de Ouro para o álbum oficial do Carnaval 2025

Com uma introdução ao som de piano e a força do canto da Vila Pompéia, o Águia de Ouro realizou no dia 8 de outubro, na Fábrica do Samba, sua gravação para o projeto audiovisual da Liga-SP para o álbum oficial dos sambas-enredo para o carnaval de São Paulo de 2025, lançado nesta semana nas principais plataformas digitais. A obra assinada pelos compositores Rapha SP, Marcus Boldrini e Marcelo Nunes fará parte do desfile da Azul e Branco, que será a primeira escola a desfilar no sábado pelo Grupo Especial com o enredo “Em Retalhos de cetim, a Águia de Ouro do jeito que a vida quer”, assinado pelo carnavalesco André Machado. Apostando em um samba carregado de referências a sucessos do sambista Benito Di Paula, que será homenageado pela escola no próximo carnaval, o Águia de Ouro contará com a emoção para conquistar o Sambódromo do Anhembi. A equipe do CARNAVALESCO conversou com diferentes lideranças da escola para conhecer detalhes da preparação para essa gravação.

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Foto: Igor Souza/Divulgação Liga-SP

Samba de um fã para o ídolo

Celebrando a primeira vitória em um concurso promovido pelo Águia de Ouro e fã de Benito di Paula, o compositor Raphael Sinopoli, o Rapha SP, falou sobre a importância da obra escolhida pela escola da Vila Pompéia para sua carreira.

“Esse samba para mim tem uma importância muito grande não só por ser o primeiro samba que eu componho para o Águia de Ouro, que é uma escola que eu sempre admirei bastante e sempre tive um carinho, mas nunca tive essa oportunidade de compor. Também é por falar de Benito di Paula, que é um artista que eu sou muito fã e eu vivo da música, sou músico, eu trabalho com isso, eu vivo disso. É um artista que desde criança sempre acompanhei o trabalho dele, sempre fui muito fã da música dele, das composições dele, da forma dele conduzir aquilo com o piano, o samba no piano. Poder fazer parte dessa homenagem para mim é uma coisa que vou levar para sempre na minha vida”, declarou.

Rapha SP acredita que as referências a obras que marcam a carreira de Benito di Paula podem ser o diferencial para o bom rendimento do samba do Águia de Ouro, gerando um sentimento de identificação da parte do público.

“Creio eu que ele vai causar um grande impacto não só pelo tamanho do artista que está sendo homenageado, mas também pelas obras que são de conhecimento nacional. As músicas dele são de conhecimento nacional e elas são citadas ali no samba, tem trecho das músicas. Creio que a maioria das pessoas que vão estar ali acompanhando ou que vão estar acompanhando pela televisão conhecem e vão se identificar com aquilo. Tem frase que emociona, tem frase que é para chorar, tem frase que é uma alegria maravilhosa. Ele mescla muito bem tudo isso, todas essas emoções. Ficou um samba muito bom, muito fácil de ser cantado e creio que vai ser muito bem executado pelo Água de Ouro na Avenida”, afirmou.

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O samba do Águia de Ouro para 2025 tem no refrão principal seu momento mais chamativo, mas para Rapha SP o começo da primeira parte do samba é o trecho que mais mexe com seu coração.

“O samba tem várias partes que eu gosto. Ele foi muito bem construído, tanto a letra quanto a melodia, foi tudo muito casado e muito bem pensado, mas uma parte que realmente me orgulha de ter feito é a cabeça do samba. O refrão do samba é maravilhoso, é uma explosão maravilhosa, mas a cabeça do samba eu acho que é um negócio que realmente mexe comigo e é uma das partes do samba que eu mais gosto, que é: ‘Retalhos de cetim dão vida e cor à inspiração. Já comprei surdo e tamborim pra me vestir de emoção. Moço, aumenta esse samba que o verso não para. Batuque mais forte, a tristeza se cala’. Essa parte, essa embalada do começo aí para mim é a minha parte preferida”, disse.

Assinatura do homenageado

O arranjador do samba para a faixa oficial do Águia de Ouro, Chanel Rigolon, explicou a estratégia adotada para a gravação. O artista teve uma preocupação especial em destacar a essência dos instrumentos que são assinatura de Benito di Paula em conversas com o músico Cristiano Gibi, que também participou das gravações de maneira especial.

“Como fala do Benito, uma lenda viva do nosso samba, a primeira coisa que a gente pensou foi no piano, em uma introdução que lembrasse alguma música dele. Nessa, conversei com o Gibi e mostrei para ele algumas ideias e teve um pedido: ‘faz junto com o cavaquinho’. Falei: ‘acho que é um especial só, uma homenagem para o Benito’, então no começo da introdução, na largada do samba, só tem o piano. A gente fez a introdução baseada em um trecho do samba que fala da parte do Benito, justamente uma parte menor, bonita, aí sim a gente foi distribuindo. Interessante que no refrão do meio também tem um acordeão, então o próprio Gibi, que gravou o piano, foi no refrão do meio e vai ficar intercalando entre o piano e o acordeão. Normalmente eu já tenho esse hábito de fazer os arranjos e as dobras junto com corda pensando também em batucada, então é como uma conversa. Muitas coisas eu vou fazer junto com o violão, outras coisas eu faço junto com bandolim, então vai virando uma conversa. De repente eu faço uma pergunta e outro instrumento responde, ou a percussão tocou de alguma maneira e eu respondi. Desde 2000, quando comecei a fazer arranjo e entrar no carnaval que eu venho fazendo esse tipo de pensamento diferente. Eu não sou do choro, mas gosto muito do choro e nele acontece muito isso. Você pega os arranjos do Pixinguinha, tem muita coisa que já é obrigação naquela frase. É que nem aqui, nessa parte menor em especial. Tem um trecho que a gente padronizou todo, a gente fez com todas as cordas. Fiz cavaco, bandolim e sete cordas, e o piano fazendo também, pensando em resposta da voz e pensando junto com a harmonia”, disse.

Chanel elogiou a confiança do Águia de Ouro em seu trabalho e citou algumas características que costuma aplicar em seus trabalhos como arranjador.

“Posso falar que, graças a Deus, o Águia tem um respeito enorme e confiança no trabalho. Eles deixam à vontade mesmo, então dificilmente alguma coisa que vou sugerir é cortada. Essa confiança, essa troca, já não é o primeiro ano. Eu já faço há muito tempo no Águia também, então se tem uma coisa pra falar é isso. Esse respeito mesmo, esse carinho, esse cuidado, respeitando cada um. A mesma coisa do Douglinhas, a gente já pensa no grito, ou seja, você vai na introdução pensando no grito de guerra. ‘Essa é aquela parte onde o Douglinhas tem que dar o grito, é a parte em que ele vai brilhar’. ‘Nessa parte aqui a batucada vai’. Tudo é meio pensado. ‘A faixa tem 5 minutos e 35 segundos, então vamos fazer isso de introdução, vamos fazer isso aqui’. Tem essa questão dessa organização, mas sempre perguntando para eles, eu nunca defino nada. Normalmente não mexem, mas eu sempre mostro. Faço questão de mostrar”, declarou.

Comunidade presente de corpo e alma

A diretora de carnaval Jacqueline Meira, que acompanhou a equipe do Águia de Ouro nos trabalhos orgulhosa da apaixonada comunidade da Vila Pompéia, falou sobre o que o mundo do samba pode esperar da faixa da escola para o álbum oficial do carnaval de 2025.

“O pessoal está empenhado em fazer uma belíssima apresentação. O pessoal está muito feliz com o nosso enredo, e o Águia de Ouro é uma escola que canta muito, graças a Deus. A galera vai fazer um lindo show para vocês”, declarou.

São as pessoas que fazem a diferença no sucesso de uma escola de samba, e a comunidade do Águia de Ouro se fez presente na gravação. Jacque celebrou a presença do povo da Vila Pompéia ao falar das pessoas que fizeram parte dos trabalhos da escola.

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Diretora de carnaval Jacqueline Meira

“Hoje nós estamos com a nossa comunidade na gravação. Temos a nossa rainha, Renata Spallicci, mas hoje é a comunidade. É uma festa, uma celebração da comunidade de ter voltado o audiovisual, todo mundo está feliz. É só a comunidade mesmo”, afirmou.

Mesmo fazendo parte da comunidade da escola desde a infância, para a diretora cada etapa do ciclo carnavalesco sempre é especial. Questionada sobre o sentimento de estar presente no processo de gravação da faixa oficial, Jacque fez uma verdadeira declaração de amor ao Águia de Ouro.

“Falar de Águia de Ouro, mostrar o Águia de Ouro, para mim é uma das coisas mais importantes. Estou muito feliz, amo muito minha escola e sou muito grata aos meus componentes, que são os nossos maiores tesouros. Fico muito honrada sempre que posso mostrar o Águia, vestir o Águia, falar de Águia e cantar Águia”, disse.

Sambas de homenagem tendem a ser emocionantes, e para celebrar Benito di Paula o Águia de Ouro traz uma obra carregada desse sentimento. Para Jacque Meira, definir uma parte que mexe mais com o coração é desafiador.

“Os refrões são muito marcantes, são muito fortes. Mas se tratando de Benito di Paula, trazemos os versos com as obras dele, então fica difícil escolher uma parte do samba. E eu amo o samba demais. O samba é extremamente melódico, é bem bacana. Eu não consigo dizer mesmo qual a melhor parte do samba”, opinou.

Foco no resultado

O presidente do Águia de Ouro, Sidnei Carriuolo, também é o presidente da Liga-SP, e foi o idealizador do retorno das gravações do álbum oficial no formato ao vivo. O dirigente celebrou a realização dos trabalhos, que foram interrompidos em função da pandemia da Covid-19.

“Acho que são resgates que a gente tem que fazer. Tem que lembrar que a pandemia nos tirou muita coisa, a pandemia fez muito mal ao carnaval e ele está retomando. Isso é uma retomada legal, a gente está com bons olhos justamente por causa disso”, comemorou.

O presidente destacou a presença dos instrumentos que são assinatura dos trabalhos de Benito di Paula na composição da faixa oficial nos trabalhos do Águia de Ouro. “O que a gente vai fazendo é introduzir o piano. Vai ser o diferencial. Tem também uma sanfona, que a gente vai estar colocando na gravação. O importante é a gente gravar o samba bem para as pessoas assimilarem e aprenderem o samba, isso que é o mais importante”, disse.

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Sidnei tem como característica conhecida o pleno foco em todas as atividades relacionadas ao carnaval. Destacou seu trecho favorito do samba do Águia de Ouro, mas reforçou que a prioridade é obter o melhor resultado para que a comunidade se beneficie dele.

“O refrão porque também tem referência à música do Charlie Brown, que já está acostumada no ouvido das pessoas. O importante é você gravar o samba bem, que as pessoas consigam ouvir legal e possam cantar dentro daquilo que é realmente a obra”, declarou.

Homenagem ao ídolo nas vozes de lendas

Vida e obra do sambista do Rio de Janeiro radicado em São Paulo Benito di Paula terão o clamor na Avenida comandado pelas vozes do paulista Douglinhas Aguiar e do fluminense Serginho do Porto, nomes também históricos do samba brasileiro. Os cantores falaram da preparação que fizeram para realizar a gravação da faixa oficial do Águia de Ouro.

“A gente fez uma preparação espiritual. Normalmente faço uma mentalização grande do que vai acontecer. Eu imagino, mais ou menos, a cena de como a gente vai estar gravando, o que a gente vai falar, o que a gente vai fazer, e a gente tem vibrações positivas para chegar e fazer o melhor trabalho possível”, declarou Douglinhas.

“Acho que a nossa energia positiva transforma tudo isso, e a maior preparação para que a gente faça esse desenvolvimento maravilhoso é descansar. É a gente estar com a mente bem positiva, sabendo que o nosso samba é maravilhoso, que a escola tem um carnaval para 2025 maravilhoso para pôr na Avenida, então, isso tudo mexe com a gente”, afirmou Serginho.

Para Douglinhas, técnica e emoção se fazem necessário pelo fato de o samba-enredo ser um gênero musical diferenciado.

“Não, é tudo junto. Samba-enredo é uma modalidade muito difícil, acho que é a modalidade mais difícil de ser cantada, de verdade. Sempre falo o seguinte: samba enredo é uma maratona corrida na velocidade de 100 metros rasos, ou seja, é extenso e toda a passagem é ali, é no gás. O sambista é um maratonista rápido.”

Douglinhas e Serginho exaltam o fato de Benito di Paula poder receber tamanha celebração em vida. Os veteranos intérpretes demonstraram grande admiração pelo homenageado ao falarem do sentimento de darem voz ao samba do Águia de Ouro na gravação oficial.

“A emoção grande porque o Benito está vivo. Todas as homenagens que as pessoas fazem, normalmente a pessoa já não está mais aqui e o Benito não. Ele vai estar aqui, vai estar desfilando com a gente, e o samba foi feito na primeira pessoa, é como se o Benito estivesse cantando. É uma emoção muito grande”, afirmou Douglinhas.

“São flores em vida, e essa é uma homenagem inédita. É a primeira vez que o Benito di Paula é enredo, tanto no Rio quanto São Paulo ou em qualquer outra parte do Brasil. Essa homenagem em vida para ele está sendo maravilhosa para todos nós do Águia de Ouro. Meu ídolo, como é ídolo também do Douglinhas. A gente cresceu ouvindo o Benito di Paula juntamente com todos os nossos familiares. Vai ser emocionante não só para o Benito como para toda a escola”, disse Serginho.

Entre o refrão e a cabeça do samba, os intérpretes apontaram diferentes partes da obra do Águia de Ouro para 2025 como as que mais mexem com seus corações.

“Para mim esse samba é maravilhoso, mas eu acho que todas as partes são muito boas. Mas o refrão, acho que já está na boca de todo mundo. É muito fácil, é bonito”, afirmou Douglinhas.

“Eu gosto muito da abertura do samba porque descreve um pouco do Benito. Aquele Benito que desceu a serra e foi para a Tijuca, para o Morro da Formiga e depois veio para a terra da garoa e tomou esse caminho todo grande. ‘Retalhos de cetim, dão vida e cor à inspiração. Já comprei surdo e tamborim para me vestir de emoção’. É muito forte”, opinou Serginho.

Estratégias da bateria de mestre Juca

Comandante de longa data da “Batucada da Pompeia”, mestre Juca falou sobre o plano elaborado para andamento e bossas no samba do Águia de Ouro para a gravação oficial.

“O andamento foi um 146 BPM. Acho que para a gravação, com essa levada de caixa, é o ideal. Todos os diretores, ritmistas, todos nós elaboramos as bossas. A gente fez lá um apagão no começo, na cabeça do samba, e a gente tem também, que a gente vai levar para a avenida, um forró na parte do samba que fala do Luiz Gonzaga”, disse.

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Mestre Juca é quase que sinônimo de Águia de Ouro. É um dos integrantes mais longevos da história da escola, sendo mestre de bateria há mais de 30 anos. Para o artista, a confiança em seus ritmistas o permite realizar seu trabalho com tranquilidade.

“São muitos anos já à frente da bateria do Águia de Ouro, então eu me sinto tranquilo. A rapaziada sabe o que tem que fazer, então venho para cá tranquilo que eu sei que vai dar bom”, afirmou.

Independente Tricolor se destaca pela participação da comunidade na gravação do álbum oficial para o Carnaval 2025

A Independente Tricolor reuniu sua equipe no dia 7 de outubro para a gravação do projeto audiovisual da Liga-SP para o álbum oficial dos sambas-enredo do carnaval de São Paulo de 2025, lançado nesta semana nas principais plataformas digitais. O trabalho da escola se destacou pela qualidade técnica e comprometimento da comunidade presente no coral para clamar a obra assinada pelos compositores André Diniz, Evandro Bocão, Mirandinha Sambista, Rodrigo Peçanha, Fábio LS e o intérprete Chitão Martins. A Maior Família Tricolor do Brasil será a terceira agremiação a desfilar pelo Grupo de Acesso com o enredo “Gritos de Resistência”, assinado pelo carnavalesco André Marins.

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Buscando o retorno ao Grupo Especial após a queda em 2024, a Independente Tricolor renovou parte de sua diretoria e começa a colher os frutos. A técnica da ala musical aliada ao bom trato dos representantes da comunidade presentes no coral, que se sentiram parte do processo e cantaram de forma espontânea e animada o samba, mostram que a escola está levando a sério o principal objetivo para o ciclo do próximo ano. A equipe do site CARNAVALESCO conversou com diferentes lideranças dos segmentos da Independente para saber mais sobre a preparação realizada para a gravação.

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Foto: Igor Souza/Divulgação Liga-SP

Identidade Independente com essência carioca

Estreando na função de diretor musical, Digo Sá foi o encarregado pelos arranjos da faixa da Independente Tricolor. O diretor exaltou o comprometimento da comunidade ao longo dos ensaios e detalhou qual foi o plano elaborado para a execução musical da gravação do samba, que é assinado majoritariamente por compositores do Rio de Janeiro.

“Viemos com o arranjo pensando nas características da escola. A Independente todo ano tem uma característica de um samba que é polivalente, com as introduções que marcam, e procurei trazer isso sem mexer na essência da escola. A gente procurou manter essa essência de uma introdução bem melodiosa, pesada e do samba que veio do Rio de Janeiro, um samba bom que agradou muito a comunidade. Procurei deixar o samba mais com a essência do pessoal mesmo do Rio, sem mudar muito o arranjo. O samba já veio praticamente pronto, a gente trocou uma palavra ou outra. Em termos de cordas coloquei uns arranjos um pouco mais ousados, os ataques de cordas e os contratempos de cordas. E em relação aos instrumentos, a gente vai com o time da escola, que é o meu time de cordas. É meu primeiro ano, confio muito no meu time. Senti isso nos ensaios, o pessoal está bem determinado e a gente está muito focado em voltar para o grupo Especial do carnaval. Mantive muita essência, procurei não sair tanto, pensando na escola. Não polemizando, mas a gente vê muitos arranjadores que procuram deixar a marca deles, mas esquecem que a gente tem que trabalhar para a escola. Eu pensei nisso e falei: ‘eu vou trabalhar de uma forma que eu tenho que agradar a minha bateria, que eu tenho que agradar meus diretores, meu pessoal’. A essência foi essa”, explicou.

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Diretor musical, Digo Sá

Para o samba de 2025, a Independente optou por seguir uma abordagem mais conservadora, focando na identidade do gênero musical e sem adicionar instrumentos que não sejam os tradicionais.

“Priorizei muito as características de samba-enredo mesmo, com cavacos e violões, apenas isso. Como o samba pede um ato de resistência, preferi deixar a resistência do carnaval mesmo. Os cavacos na cara, violão na cara, os solos ali naqueles momentos e priorizando principalmente a escola. Evitei teclados, evitei sopros, o que eu quero é mostrar a resistência do carnaval”, afirmou Digo.

Um rebaixamento é sempre doloroso, mas a Independente está disposta a dar a volta por cima. O diretor demonstrou confiança com o trabalho realizado pela escola e afirma que o foco é na família tricolor.

“A Independente virá forte. Estamos com um samba bom, que agradou muito a comunidade e que é um ato de resistência. Tenho certeza que de a gente virá para um Carnaval muito bonito. A escola está trabalhando muito. Já nos primeiros dias a gente sentiu que a comunidade, pelo fato do que aconteceu em 2024, está um pouco ainda com o coração ferido, mas tem uma garra. Eu senti nesse meu primeiro ano que a escola tem muita garra e está com muita vontade de voltar para o Especial. A gente vai trabalhar só nisso, o samba vai ser para a escola. Não para mim, que sou o arranjador. Não para o mestre Cassiano, não para o Luiz, que é o diretor. O samba é para a escola e a gente vai trabalhar para isso”, concluiu.

Todos os setores representados na gravação

Outra novidade para a equipe da Independente, o diretor de carnaval Ronny Potolski comemorou o retorno das gravações ao vivo para o álbum oficial do carnaval de São Paulo ao falar das expectativas para o trabalho realizado.

“É um grande produto o samba ao vivo, ainda mais no formato que a Liga-SP está propondo. Voltando, principalmente no pós-pandemia, é mais um sinal de que o carnaval está firme e forte, e a Independente vem aí dando seu grito de independência”, declarou.

Ronny contou que a ideia ao montar a equipe que esteve presente na gravação da Independente Tricolor foi a de garantir que todos os componentes da escola se sentissem representados de alguma forma nos diferentes segmentos da gravação.

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Ronny Potolski, diretor de carnaval

“A gente apresentou uma ideia de todos os setores estarem representados pelo menos com algum componente. Lógico, não dá para vir a escola toda pela limitação física, mas todas as alas estão presentes. São chefes de alas de alguns componentes, trouxemos o casal oficial representando o quadro de casais, a comissão de frente está presente, musas e passistas também, baianas, harmonia, alegoria. São vários setores. Ala musical, é claro, bateria, vários setores que participaram dessa pré-produção nossa. A gente fez alguns ensaios anteriores à gravação, e hoje é transformar isso em um grande produto para o carnaval de São Paulo”, explicou.

O diretor citou os elementos do samba da Independente que mais lhe agradam. “É um samba que acho que tem nuances melódicas muito bonitas, mas a saída da segunda, depois do refrão de meio, que fala da causa praieira e dos pontos do candomblé, eu acho que é a parte que mais me toca por ser melodicamente bonito e de ter palavras de resistência cultural no meio da letra do samba. Tem uma parte histórica e também uma parte cultural muito legal”.

A relação do momento da escola com a situação do Brasil tem um significado especial para Ronny Potolski na missão de comandar a equipe da Independente Tricolor nos trabalhos da gravação do samba.

“Acho que para a escola é grito de resistência mesmo. A escola vem de um resultado de descenso, então é um enredo que tem a ver com ela, tem uma característica dela. O momento do país também pede isso, um grito de resistência em várias frentes da sociedade. Particularmente para mim, estar esse ano à frente da escola junto com a diretoria, liderando o projeto, é um desafio bem legal. Sempre difícil, mas acima de tudo prazeroso”, afirmou.

Foco na correção de erros e valorização da comunidade

Responsável direto pela preparação do coral da Independente, o diretor de harmonia Ulisses Ozzetti falou sobre as expectativas para a gravação da faixa da escola para o álbum oficial do carnaval de 2025.

“Eu espero que a nossa comunidade arrebente, que nós venhamos com esse propósito. Fizemos ensaios na quadra, durante três semanas, para o pessoal pegar bem o samba e para a gente fazer a gravação o mais rápido possível, porque a ideia não é ficar muito tempo gravando. A gente faz os ensaios já para isso, para quando chegar aqui já matar de uma vez. Espero que a escola faça uma gravação maravilhosa como faz os ensaios”, declarou.

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Ulisses Ozzetti, diretor de harmonia

Ulisses gosta do samba da Independente como um todo e valorizou as características da obra ao falar qual parte mais lhe agrada. “Acho que o samba inteiro conta uma história, o samba inteiro é legal e é um samba fácil. Ele não é um samba longo, não tem palavras difíceis. É um samba fácil que acaba virando um ‘chicletinho’, esse é o bom do nosso samba desse ano. Para o nosso trabalho de pista, de chão, facilitou muito e a gente já percebeu nesses ensaios de coral”, opinou.

A Independente Tricolor focou em consertar os erros cometidos no passado aliado às características da comunidade para reverter os resultados do carnaval de 2024, de acordo com o diretor.

“A escola já tem o pessoal da gente, já tem a nossa comunidade. Nós estamos só reforçando o trabalho em cima dos erros que a gente teve no último carnaval para melhorar, para consertar os erros e a comunidade vir com aquela alegria que vem sempre. Nossa comunidade tem uma pegada forte por ser oriunda de torcida. Já tem uma pegada, uma vontade diferente então a gente está usando isso”, afirmou.

Ulisses valorizou a oportunidade de mostrar ao mundo do samba os frutos do trabalho realizado ao falar do sentimento de participar das gravações do projeto audiovisual da Liga-SP para o carnaval de 2025.

“A importância para mim, por exemplo, é que é o primeiro passo. Você constrói um samba, você trabalha em cima do samba. Essa gravação, o audiovisual, é a primeira vez que a gente vai mostrar o nosso trabalho para fora. Essa é a importância para nós, é fazer um trabalho legal para mostrar para fora a força da nossa comunidade”, disse.

Amor ao samba na voz da emoção

Em seu segundo ano na Independente, o intérprete Chitão Martins falou sobre a preparação que fez para participar da gravação do samba que defenderá no Anhembi no próximo carnaval.

“Primeiro, o prazer é sempre nosso de estar falando com vocês. A preparação é a normal do dia a dia. A gente descansa bem, chega aqui e faz um bom aquecimento vocal, ainda mais hoje que está um ventinho gelado. A gente se prepara bem para estar com a voz bem aquecida para poder fazer um grande trabalho lá dentro”, disse.

Como a ideia do álbum oficial do carnaval de 2025 é passar a sensação de estar ouvindo o samba na Avenida, Chitão acredita que a abordagem tem que ser equivalente.

“Hoje como é uma gravação diferente, um lance ao vivo, eu procurei trazer a emoção como se fosse na Avenida mesmo. Procurei transmitir bastante emoção e alegria, que é a minha característica. Geralmente, quando é gravação no estúdio, a gente procura pôr um pouco mais de técnica e trazer a emoção na segunda parte do samba, para trazer aquela garra, mas aqui, um clima de ao vivo, a gente tentou trazer a emoção no samba inteiro”, explicou.

O intérprete exaltou a confiança da escola e o trabalho dos compositores ao falar sobre o sentimento de cantar o samba de 2025 na gravação do álbum oficial.

“Sentimento maravilhoso de paixão ao pavilhão e de amor ao samba, de amor à música. Graças a Deus, sempre consegui cantar na Avenida bons sambas e esse ano mais uma vez é um bom samba. Eu só tenho que ser grato à Independente por confiar no meu trabalho e grato aos compositores, apesar de eu estar assinando a obra também, mas grato aos compositores por me dar essa obra maravilhosa”, celebrou.

Para Chitão Martins, o trecho do samba que mais lhe chama atenção está na parte final da obra. “O samba todo é legal, mas aquela finalzinha ali do samba… ‘Jovem, olhar da esperança pintando a cara, na rua, favela a gente não para, pois o samba é revolução’, acho que isso é uma parte forte do samba”, opinou.

Valorizar a letra do samba é prioridade da bateria

Realizando a preparação da bateria “Ritmo Forte” para a gravação, o mestre Cassiano Andrade falou sobre a estratégia planejada de andamento do samba.

“A gente pretende colocar 146 bmp. Acho que é a nossa proposta para a escola, de um andamento um pouquinho mais para a frente do que a gente costuma fazer, mas está dentro ainda do que a gente já faz em ensaios. Vamos ver a energia, que às vezes pode ser um pouquinho mais para trás. Tudo depende de como começa, é só na hora de gravar que a gente vê o que tem de necessidade mesmo”, contou.

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Mestre Cassiano Andrade

Na visão do mestre, a prioridade da gravação está em destacar a letra do samba, o que o faz preferir uma abordagem mais simples quanto a aplicação de bossas no samba.

“Eu vou colocar uma bossa afro no refrão do meio que é ‘picotadinha’, bem legal, dentro da melodia do samba, na introdução e no final. A gravação valoriza mais a letra, não cabe encher de muitas bossas não. Uma bossa só está bom”, explicou.

Cassiano Andrade falou sobre o sentimento de comandar a “Ritmo Forte” em mais uma gravação para o álbum oficial do carnaval.

“O sentimento é mais que um dever cumprido. A gente imprimiu o que ensaiamos há tantos meses aí. É chegar e fazer o que tem que ser feito bem feito com o que está sendo ensaiado junto com a ala musical. A gente vai dar o nosso melhor para fazer uma boa gravação. Se Deus quiser, vai dar tudo certo”, concluiu.

Evandro Malandro desfruta do samba da Grande Rio para 2025: ‘reúne todas características que gosto de cantar’

A Grande Rio gravou a sua faixa para o álbum das escolas de samba, no último dia 9 de outubro, no Century Estúdio. A escola de Caxias levará para a Sapucaí o enredo “Pororocas parawaras”, dos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad. Alguns dos integrantes da escola conversaram com o CARNAVALESCO sobre a gravação da faixa da Tricolor de Caxias. O intérprete Evandro Malandro contou como foi a preparação para a gravação da escola, tanto dele, quanto do carro de som. Para o cantor, “A mina é cocoriô” é uma das partes que mais chama a atenção no samba-enredo da Tricolor da Baixada.

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Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO

“Eu tenho minha aula particular e o carro de som também tem a aula separada deles. A gente tem um aulão também com o nosso professor Pedro Lima, que é quem prepara vocalmente, que configura ou conserta final de frase, postura, a forma de cantar para emitir o som. ‘A mina é cocoriô’ já tomou conta, emocionou todo mundo. Esse samba tem muita melodia, tem uma força muito incrível, reúne todas características que eu gosto de cantar, que o Fafá gosta de trabalhar. É um casamento perfeito”, disse.

Veja o clipe oficial do samba-enredo da Grande Rio para o Carnaval 2025

Clayton Bola, integrante da comissão de harmonia da Grande Rio, acompanhou os trabalhos de gravação, e falou um pouco sobre o que esperar da faixa da escola. “Com todo respeito às coirmãs, nós temos um dos melhores cantores do Grupo Especial e a melhor bateria do Grupo Especial. É esperar 100% de aproveitamento. A gente sempre conversa que esse samba é uma oração. A emoção do Evandro Malandro passou cantando te arrepia, te deixa emocionado de verdade, com os olhos lacrimejando”.

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Clayton Bola, integrante da comissão de harmonia da Grande Rio

Marquinhos Silva, que foi o cavaquinista da gravação da escola, falou sobre o arranjo da obra da Grande Rio para o álbum oficial da Liesa: “A gente analisa muito como é que é o samba. Quando vem praticamente pronto, fica muito mais fácil da gente criar. O samba, quando surgiu na disputa na eliminatória do Pará, ele veio com uma identidade muito forte, quase que impossível da gente poder modificar, porque pegou na veia, e foi unânime o fato de abraçar o samba. Teve muita conversação de instrumentos, cavaco com o violão de sete cordas e a bateria. O resultado vocês vão vão adorar, tenho certeza, e pode esperar que o samba está maravilhoso”.

Mestre Fafá, comandante da bateria, falou sobre o andamento do samba na gravação. “O andamento é que fazemos nos últimos anos e que tem sido uma receita de sucesso da Grande Rio. A escola tem cantado muito mais, tem feito excelentes desfiles. Vamos manter essa mesma pegada. É um samba extremamente melodioso, que é para ser cantado e não gritado. Acho que isso facilita muito o nosso trabalho, a nossa forma de pensar. Tenho certeza que ficou uma gravação muito boa e tenho certeza que vai ser sucesso”.

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Mestre Fafá

Fafá continuou falando sobre não se preocupar com o uso de bossas na gravação, já que para a faixa a preocupação é em acertar a bateria e sustentação do andamento: “Eu ainda não estou preocupado com bossa, estou preocupado em acertar a bateria, equalizar, acertar a sustentação do andamento, depois a gente vai trabalhar nisso. Mais uma vez, poder gravar pela Grande Rio, para a Grande Rio, é uma honra gigante assim para mim”.

Rodrigo Pimentel explica álbum da Liga-SP para o Carnaval 2025 e diz que a ideia foi buscar a emoção do ao vivo

A Liga-SP já divulgou as faixas do álbum de samba-enredo e o projeto audiovisual da Liga-SP. Foi um trabalho coletivo, contou com várias empresas, mas a prática de áudio e vídeo diretamente com as escolas ficou a cargo de Guma Sena e Rodrigo Pimentel, se comunicando a todo instante enquanto as escolas estavam trabalhando. Todas as agremiações cumpriram à risca o manual padrão que exigia, gravando cantor com bateria, instrumento solo, cordas e o coral. Pimentel é experiente na gravação de sambas-enredo, o seu estúdio ‘RW Studio’ opera há muitos anos com carnaval e, por isso, novamente foi convidado para fazer parte do projeto. O profissional conversou com o CARNAVALESCO, falou sobre os serviços prestados para a Liga-SP neste ano e deu detalhes da estrutura e modelo das faixas.

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Rodrigo Pimentel, um dos responsáveis pelo álbum de 2025. Foto: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

O que representa ser o responsável pelos áudios do álbum do samba-enredo para o Carnaval 2025?

Rodrigo Pimentel: “É sempre uma realização. O carnaval para mim é mais do que uma profissão. Eu comecei no carnaval dentro de uma escola de samba, desfilei em vários setores de uma escola de samba e hoje virou o meu trabalho. Não trabalho só com o carnaval, mas ele me ajudou muito a impulsionar a minha carreira. Também foi uma escola de aprendizagem muito grande, não só na parte do áudio, mas na parte de lidar com pessoas, como gerenciar esse tipo de projeto que envolve tanta gente. Deve ter passado mais de mil pessoas por aqui nesses dias”.

Qual é a relação do RW Studio com o carnaval desde o surgimento?

Rodrigo Pimentel: “O RW começou com uma paixão minha pela música desde pequeno. Meu pai é um músico e o RW na verdade é o R de Rodrigo e W de Wagner (pai). Quando criança eu fui a um estúdio com ele e um dia a gente resolveu montar um nosso. Claro que não pensávamos que chegaria nisso, porém um dia eu resolvi tomar a decisão de seguir essa parte para a minha vida profissional. Junto a isso havia a paixão pelo samba. Eu fui de uma escola de samba, da Sociedade Rosas de Ouro, desde 1992 ou 1993. A primeira vez que eu estive lá, vi o Royce cantando pela primeira vez e me apaixonei pelo carnaval. Desde então eu estive no carnaval todos os anos, seja dentro da escola e depois profissionalmente trabalhando. Mas aí eu não pude mais estar associado a nenhuma escola, também não me sentia confortável ser parte de uma agremiação, porque eu presto um serviço para a Liga-SP e devo ser o mais isento possível, fazendo esse serviço da forma mais lisa possível para todo mundo nas mesmas condições”.

Como foi a estrutura de gravação?

Rodrigo Pimentel: “Essa estrutura ao vivo já acontece desde 2011. Claro que cada ano é um ano em termos de tecnologia. Em 2011 para 2024 a tecnologia mudou imensamente e a última vez que a gente havia feito aqui na Fábrica do Samba foi em 2020. Depois veio a pandemia e parou. Ele é bem próximo do que já foi feito em 2018, 2019 e 2020. A mudança foi que nesse ano o Guma assumiu a parte visual, assumiu também a produção do trabalho e ele trouxe um ‘approach’ dele como músico que ele é e como uma pessoa do audiovisual excelente. A gente foi evoluindo e a parte da sonoridade e tecnologia a gente tentou manter com o que a gente já vem fazendo de forma escalada com a evolução dos equipamentos mais novos. Porém, vamos ter uma mudança grande na parte do vídeo. Quem assistir vai ver que o visual está muito bacana”.

Como funciona a tentativa de reproduzir o ‘Som da Avenida’?

Rodrigo Pimentel: “A ideia desse álbum é tentar reproduzir o que acontece lá na avenida. Claro que não tem como porque lá é ambiente onde cada escola tem duas mil, três mil ou quatro mil pessoas, Uma energia pulsante daquele momento que a agremiação se prepara um ano inteiro. Mas aqui a gente tentou de alguma forma concentrar essas pessoas e vamos tentar interferir o mínimo possível em estúdio para que esse disco realmente seja ao vivo, que ele tenha a emoção do ao vivo, tenha talvez a pequena impureza do ao vivo, mas essa pequena impureza realmente é o que torna um produto quente, caloroso e que represente realmente a tradição e a identidade de cada escola”.

O que o álbum dos sambas-enredo tem que ter como principal na execução das obras?

Rodrigo Pimentel: “O que não pode faltar é a energia do povo, a essência da escola, porque a ideia do ao vivo realmente é essa. A gente vai do lado muito técnico e frio de um estúdio para um lado bem quente do ao vivo que às vezes tem pequenas imperfeições, são times grandes gravando, elencos de 70 e 80 pessoas, são humanos e às vezes tem pequenos deslizes normais. Eu acho que a beleza do produto é ver seres humanos aqui interagindo depois especialmente de uma pandemia onde ficou todo mundo trancado em casa. Isso é uma vitória para o carnaval ver a celebração do samba em um produto audiovisual desse”.

O que sente quando ouve que o seu trabalho é referência no Brasil?

Rodrigo Pimentel: “Eu não concordo com isso de vencer ou perder e ser referência. Eu acho que isso é uma coisa eterna em todos os sentidos. O fã do Beatles geralmente não gosta dos Rolling Stones, o fã do Celtics odeia os Lakers. Existem essas comparações, mas o carnaval é carnaval. São Paulo tem suas características e o Rio de Janeiro tem as características dele. Eu particularmente ouço os dois discos incansavelmente desde 1992, conheço todos os sambas-enredo e sou uma das poucas pessoas talvez que eu conheço que ouço sambas-enredo todo dia dos dois carnavais. Ambos são um excelente produto, festa da nossa cultura, da nossa tradição e uma coisa que só nosso país tem. Ninguém mais vai ter”.

Cacique de Ramos oficializa a Corte do Carnaval 2025 em grande celebração

O Cacique de Ramos realizou no último domingo a aguardada solenidade de coroação da Corte do Carnaval 2025. No Doce Refúgio, espaço que guarda as memórias mais simbólicas do bloco, o evento foi marcado pela união da família caciqueana em torno da tradição e das novidades do carnaval vindouro, inspiradas na figura do Cacique Maior, Bira Presidente.

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Foto: Marcio Lopes/Divulgação Cacique

As atividades começaram com a roda de samba, formada pelos artistas residentes e acompanhada pelo coro das Alas Reunidas, com repertório clássico do gênero. Como destaque especial, o cantor Marcelo Salut trouxe ao palco sucessos de João Nogueira, entre outras composições que ressoam o espírito do samba de raiz.

Com o público já embalado pelo clima, o palco foi preparado para o momento central da solenidade: a coroação da nova Corte do Carnaval 2025. Na abertura, o primeiro reconhecimento da noite foi dedicado ao Dia do Mestre-Sala, Porta-Bandeira e Porta-Estandarte, com uma honraria à porta-estandarte Joana Darc, que há mais de dez anos carrega o pavilhão caciqueano. Vestida em tons de branco e prata, Joana foi agraciada com a faixa de 2025 pelas mãos da diretora-geral Kelly Nascimento.

A seguir, a diretora de comunicação Nayra Cezari conduziu os anúncios, começando pelo cargo criado para a Musa de Ouro Amanda Prestes, que conquistou o posto após uma trajetória marcante no bloco, passando por todos os cargos até ser rainha da bateria Tamarindo de Ouro. Agora, como Musa de Ouro, Amanda exalta sua história na instituição e festeja a nova etapa.

Na sequência, foi introduzido o Índio Caciqueano, um posto inédito criado para integrar os representantes oficiais da dança do samba do bloco. Bruno Barão, paulistano com ampla experiência no samba e passista da Vai-Vai e da Unidos de Vila Isabel, foi o escolhido. Mônica Rocha, diretora do segmento, destacou o simbolismo do cargo, e Márcio Nascimento entregou a Bruno o cocar branco e o arco e flecha, representando a resistência e a história do Cacique de Ramos.

As insígnias das musas foram entregues em seguida. A musa plus size Milena Gonçalves, que ocupa o cargo desde 2022, foi a primeira a ser reconhecida, recebendo sua distinção das mãos da vice-presidente Karla Marcelly. Elisa Cruz e Larissa Maia, estreantes no bloco, foram agraciadas com as insígnias pelas mãos de Mônica Rocha e Teteu José, respectivamente, destacando-se pela dedicação e pelo talento que trouxeram ao grupo.

As princesas também subiram ao palco. Bela Carrulo foi anunciada como segunda princesa, com sua faixa entregue por Sidney Machado, o Chopp. Ingrid Castro, por sua vez, assumiu o posto de primeira princesa, tendo a honra de ser agraciada por Walter Pereira, o Senhor Waltinho.

Sob manifestações de carinho e reconhecimento a rainha Kayza Regina, até então musa do bloco, foi aclamada para ocupar o posto de maior destaque. Com samba no pé e carisma, Kayza recebeu a faixa das mãos de Kelly Nascimento.

O momento mais aguardado ficou por conta da rainha da bateria do Cacique de Ramos 2025. Cássia Anastácia foi anunciada e fez a alegria da Tamarindo de Ouro, sob aplausos calorosos da plateia. Assim como Amanda Prestes, Cássia construiu sua história dentro do grupo oficial, ocupando diferentes posições ao longo dos anos e se destacando como uma das figuras mais emblemáticas do segmento.

A Bateria Tamarindo de Ouro, sob o comando do mestre Xula, acompanhou cada coroação com batidas precisas, criando o clima de festa. Já na parte final, o grupo oficial completo se reuniu ao som dos intérpretes Junior Nova Geração, Mariano Maia e Margarete Mendes, encerrando a coroação com uma apoteose de samba e alegria no palco.

Os músicos residentes voltaram ao palco para comandar o samba e receber, mais uma vez, a Diva Margarete Mendes para sua apresentação. O público comemorou junto à vitória dos novos representantes.

Promovendo uma recepção especial no camarote presidencial, a equipe Sabores da Kel preparou um buffet dedicado à ocasião, destacando os detalhes desse encontro festivo. A Diretoria de Ouro, cuidou do planejamento necessário para transformar a ocasião em uma data especial do calendário pré-carnavalesco do Cacique.

Corte do Carnaval 2025 – Cacique de Ramos

Rainha da Bateria: Cássia Anastácia
Rainha: Kayza Regina
Primeira Princesa: Ingrid Castro
Segunda Princesa: Bela Carrulo
Musa de Ouro: Amanda Prestes
Musa Plus Size: Milena Gonçalves
Musas: Elisa Cruz e Larissa Maia
Índio Caciqueano: Bruno Barão
Porta-Estandarte: Joana Darc

‘Samba é muito rico e completo’, diz Igor Sorriso na gravação do Salgueiro para o álbum da Liesa para o Carnaval 2025

No último dia 21 de outubro, o Salgueiro esteve presente no Century Estúdio para realizar a gravação da sua faixa para o álbum dos sambas-enredo de 2025 do Grupo Especial. Com o enredo “Salgueiro de corpo fechado”, do carnavalesco Jorge Silveira, a escola tijucana levou diversos integrantes para a gravação. Eles concederam entrevistas para o CARNAVALESCO sobre essa etapa tão importante para o desfile do ano que vem. O intérprete Igor Sorriso comentou como se preparou para gravação e qual parte do samba salgueirense para o próximo ano mais mexe com ele.

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“A preparação sempre é descanso, hidratação, para poder chegar aqui no dia no máximo da nossa qualidade, para conseguir colocar essa voz do jeito que o Salgueiro merece. Sobre o samba, é um samba muito completo, muito rico, gosto da entrega para o refrão: ‘Vermelho e branco, no linho trajado, sou eu malandragem de corpo fechado’. Não tem jeito, samba-enredo é sentimento. Música é sentimento”.

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Igor Sorriso na gravação do samba. Foto: Divulgação/Rio Carnaval

O intérprete da Academia do Samba comentou sobre a repercussão do samba para o próximo carnaval e como a escola vai se preparar para 2025: “O povo abraçou muito esse samba. Ele tem muita qualidade. Vai crescer muito nesse período até o carnaval. A comunidade já está sedenta”.

Mestres Gustavo e Guilherme estão à frente da “Furiosa”, em mais uma gravação e de primeira, Gustavo ressalta o andamento da bateria na gravação e o que a bateira preparou de bossas para a gravação.

Veja o clipe feito pelo Salgueiro para o samba-enredo de 2025

“O andamento está de 140 BPM (batidas por minuto). A gente sempre procura fazer um andamento confortável apra galera entender o samba, porque o maior intuito do álbum da Liesa é para o público estudar o samba, entender a letra, ver esse contexto com o enredo. Por isso, o andamento um pouquinho mais para trás para ficar mais confortável para galera poder entender e cantar junto com a comunidade. A gente costuma sempre fazer um trabalho de pesquisa com o enredo para ver qual entrega musical ele tem. Esse enredo é muito rico”.

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Mestres Gustavo e Guilherme

Mestre Guilherme ressaltou o motivo da escolha pelo andamento e falou também sobre qual foi o caminho da bateria na gravação da faixa salgueirense: “O enredo abrange vários rituais de fechamento de corpo. Tem uma parte da África, Malê, do Nordeste, tem uma parte da Umbanda, do Candomblé. A gente, na gravação, tentou buscar um pouquinho de cada dessa referência para a gente mesclar ali musicalmente com o enredo. Por mais um ano, participamos da gravação. Marcando história. É um samba que com certeza vai ser muito cantado, já está sendo cantado na quadra, a comunidade já abraçou”.

Alemão do Cavaco, diretor musical, falou sobre o arranjo da faixa do “Torrão Amado” e destacou os elementos colocados em referência ao enredo salgueirense. “O Salgueiro tem sete momentos dentro do enredo, entre elesm candomblé, cangaço, umbanda, o ritmo Malê da África islâmica, Bahia, Capoeira. A gente procurou alguns elementos desses, porque não dá para colocar tudo, ficaria uma faixa inteira de bossa, e não é o objetivo. Mas, principalmente, o ritmo Malê, que é bastante diferente”.

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Alemão do Cavaco, diretor musical

O diretor musical comentou também sobre outros destaques da gravação da agremiação. “Pensamos também, por exemplo, em uma introdução que saísse um pouco do comum, que é o solinho. A a gente faz um efeito para percussão, depois a gente faz o grito de guerra com o solo e mostra o samba. O importante é que as pessoas vejam a força do samba, da melodia e da letra, isso que a gente focou”.

Wilsinho Alves, diretor de carnaval da agremiação, comentou o que esperar da gravação da escola para o álbum: “A expectativa é que a gravação sirva ao samba, a beleza que ele possui, e que as pessoas possam cada vez mais ter contato com a obra do Salgueiro do Carnaval de 2025. A gente tem o nosso próprio maestro, que é o Alemão do Cavaco, nosso diretor musical, além dos brilhantes mestres Guilherme e Gustavo, que também são músicos internacionais”.

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Wilsinho, diretor de carnaval

Para o diretor de carnaval, o refrão principal do samba tem muita força e descreve bem o projeto que a escola se prepara para levar à Sapucaí: “Gosto de várias passagens do samba. É claro que o refrão principal é de muita força. A gente que conhece o projeto a fundo, o que o Salgueiro vai levar de fantasias e alegorias, o samba é uma obra que em diversos momentos ele remete ao conjunto alegórico, ao conjunto de fantasia, uma coisa está bem casada com a outra. Esse samba com certeza vai impulsionar o Salgueiro”.

Alcione tem sua história e obra revisitadas no ‘Globo Repórter Personalidades’ desta sexta-feira

Foi em São Luiz do Maranhão, no Grêmio Lítero Recreativo Português, que começou a trajetória de Alcione, uma das maiores vozes do Brasil, quando ela tinha apenas 12 anos. Hoje, aos 77 e mais de 50 anos de carreira, ela soma prêmios e reconhecimento internacional. Conduzida por Sandra Annenberg, a segunda edição do ‘Globo Repórter Personalidades’, que vai ao ar nesta sexta-feira, revisita a vida e a obra de Alcione Dias Nazareth, uma das mais notórias sambistas do país, também conhecida como “Marrom”, “Dama do Samba” e “A Voz do Samba”. Essa é uma edição especial do ‘Globo Repórter’ que conta a história de artistas, atletas e personalidades brasileiras, por meio de relatos de quem faz parte dessa trajetória.

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Alcione com a apresentadora Sandra Annenberg. Foto: Jorge Filho/TV Globo

Ainda menina, seguindo os ensinamentos do seu pai, que era maestro, Alcione deu os primeiros passos na música. Em um baile de debutantes, em São Luiz, ela substituiu o vocalista da ‘Orquestra Jazz Guarani’ e, ao subir no palco, transformou o baile em um grande show. Seu pai, João Carlos Dias de Nazareth, sonhava que a filha fosse professora e, por isso, a matriculou em uma escola normal. Sandra Annenberg visita o Instituto onde Alcione estudou e conhece as colegas de turma que a acompanhavam no dia a dia até ela se formar e seguir para o Rio de Janeiro.

A apresentadora vai encontro do músico e diretor Roberto Menescal, um dos fundadores da Bossa Nova, o primeiro a apostar na versão sambista de Alcione. Na época, ele precisava de uma cantora para concorrer com Beth Carvalho e Clara Nunes. No ‘Globo Repórter Personalidades’, Alcione relembra a amizade com Clara. “Ela era parceira mesmo. Em dias de desfile, ela ia lá pra casa para pintarmos as unhas com as cores das nossas escolas e nos maquiávamos com mesmo maquiador. Ela realmente era uma grande voz, com um repertório maravilhoso e uma grande amiga”, conta.

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Sandra Annenberg conheceu os alunos do novo projeto de mestre-sala e porta-bandeira, inspirado na Mangueira do Amanhã. Foto: Divulgação TV Globo

Pouca gente lembra que, na década de 70, Alcione comandou na TV Globo o programa ‘Alerta Geral’, dirigido por Ricardo Cravo Albin, recebendo os principais artistas da Música Popular Brasileira. Um dos maiores conhecedores de MPB do Brasil, Ricardo revela bastidores e conta à Sandra o motivo que levou a escolha de Alcione. “Foi um programa histórico. Era a defesa, dentro da maior emissora do país, da Música Popular Brasileira. Alcione era uma cantora nova, vinda do Nordeste, de grade presença, voz e diversas possibilidades”, conta.

Nesta sexta, Marrom revela as histórias por trás de alguns de seus grandes sucessos e conta que desde o início tinha certeza de que o trecho “Você é um negão de tirar o chapéu. Não pode dar mole senão você créu” seria um sucesso. “Quando eu fui mostrar para o meu diretor, ele falou: como você vai cantar uma palavra dessa, créu?”. E Alcione não pestanejou ao responder: “Você não sabe das coisas que eu sou capaz!”.

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Sandra conversa com o mestre-sala Matheus Oliverio e com a segunda porta-bandeira Débora de Almeida. Foto: Divulgação/TV Globo

Neste ano, a cantora e compositora foi homenageada com o enredo ‘Negra Voz do Amanhã’, da Estação Primeira de Mangueira, sua escola de coração. Alcione é uma das fundadoras do projeto ‘Mangueira do Amanhã’, uma escola de samba mirim que faz parte do Programa Social da Mangueira e que há quase 40 anos transforma a vida de jovens e crianças através do samba. O ‘Globo Repórter Personalidades’ visita a escola, na Zona Norte do Rio, e mostra o legado que é deixado para os novos sambistas.

Passando pelo Tambor de Crioula e pelos sabores maranhenses preferidos de Alcione, Sandra Annenberg ainda faz um mergulho nas origens da cantora. O programa também ouve parceiros, amigos, anônimos e outros artistas que falam sobre a importância e influência da Marrom na música brasileira e na luta das mulheres por meio da sua voz.

O ‘Globo Repórter Personalidades’ sobre a cantora Alcione vai ao ar nesta sexta-feira, dia 29, logo após a novela ‘Mania de Você’.

Maestro na condução da Acadêmicos de Niterói, Nêgo exalta união da técnica e emoção na gravação para o álbum da Liga-RJ

Com o enredo “Vixe Maria”, desenvolvido pelo artista Tiago Martins, a Acadêmicos de Niterói gravou o samba-enredo oficialmente para o álbum da Liga-RJ. A equipe de reportagem do CARNAVALESCO esteve presente durante no estúdio em Marechal Hermes e conversou com o mestre de bateria Demétrius sobre o que podemos esperar da “Cadência de Niterói”.

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Intérprete Nêgo. Fotos: Gabriel de Souza/CARNAVALESCO

Demétrius segue na azul e branco para o próximo carnaval. No desfile do ano passado, a bateria obteve três notas 10 e um 9,9, descartado na apuração. Desse modo, ele contou o que podemos esperar da “Cadência de Niterói” nesta faixa. “O andamento da bateria foi cadenciado, nós utilizamos 140 BPM (batidas por minuto), com duas paradinhas, sendo que possui o ritmo de forró”.

O samba-enredo encomendado dos compositores Totonho, Julio Pagé, Osmar Fernandes, Gabriel Machado, Mano Gaspar, Marcelinho Santos, Romeu d’Malandro, Edu Casa Leme, Soares do Cavaco e Flavinho Avellar. Eles traduziram musicalmente a sinopse, escrita pelo carnavalesco da escola, sobre as quadrilhas no São João. Sendo assim, o mestre disse pontuou a questão de utilizar ritmos nordestinos no Sambódromo.

“O enredo é sobre as quadrilhas, ou seja, o São João, o que é muito importante, pois é uma diferença dos enredos afro-brasileiros. Nós colocamos o triângulo para somar junto à bateria. Gravamos separados e, depois, a bateria responde”.

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Meio-campo na escola de samba

O intérprete Nêgo encabeça o carro de som da Acadêmicos de Niterói no próximo carnaval. Ele, que já foi campeão na Série Ouro com Império Serrano e Unidos da Porto da Pedra, integra o time da escola visando o campeonato. O cantor falou sobre como é chegar nesta nova jornada.

“Eu me sinto muito orgulhoso em estar cantando para a Acadêmicos de Niterói, que é uma escola da minha cidade, local no qual resido hoje. Fico feliz de acompanhar um grande diretor de bateria e de harmonia, além de contribuir com o carnavalesco, pois quero colaborar para a escola fazer um grande desfile na Avenida”.

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Além disso, Nêgo também avaliou a sensação de estar em um estúdio de gravação aos 59 anos, “Eu já estou gravando sambas-enredo há muitos anos. Quando chega o dia de entrar no estúdio e mostrar o samba para todos, é uma responsabilidade de ir bem durante a gravação, porque para a direção de harmonia da escola possa trabalhar nos ensaios, o cantor precisa dar o pontapé inicial”.

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Mestre Demétrius

Quando questionado a respeito das técnicas utilizadas para colocar a voz na faixa oficial, o cantor fez uma analogia ao mundo do futebol para explicar a importância de estar à frente a um carro de som. “Tem que ser igual um meio-campo na escola de samba. Nós precisamos usar a emoção e a técnica, porque uma coisa não existe sem a outra. É igual quando conduzimos na Avenida, precisamos saber quando iremos sair na arrancada e como não na atravessar no canto da escola. Nós somos a voz que irá conduzir o desfile, precisamos fazer a gravação da voz com emoção e técnica. É necessário ter o equilíbrio”.

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Em 2025, a Acadêmicos de Niterói irá se apresentar no sábado de Carnaval, segundo dia de Desfiles da Série Ouro, sendo a sétima escola a cruzar a Marquês de Sapucaí.

Vila Isabel apresenta corpo de musas para o Carnaval 2025

A Unidos de Vila Isabel apresentou o corpo de musas da escola para o Carnaval 2025. Monique Rizzeto, rainha de bateria da Acadêmicos de Niterói, volta para a azul e branca após 10 anos e Vivi Winkler, fisiculturista e influenciadora digital, estreia na escola ao lado das musas da agremiação Dandara Oliveira, Gabi Martins e Kauane da Glória e da musa da ala de passistas Anna Karolina.

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Fotos: Divulgação/Vila Isabel

As beldades Monique, Dandara, Kauane e Anna Karolina estiveram no barracão para receber os croquis das suas fantasias. “A escola representa muito para mim. Eu trabalho, conheço e vivo a comunidade. Esse retorno está sendo muito importante”, declarou Monique.

Já Dandara Oliveira, que fará seu 29° Carnaval pela escola, adiantou detalhes do que o público vai ver na Avenida: “A fantasia está linda como sempre e é leve para a gente poder bombar na Avenida. E o desfile desse ano tem um gostinho especial, porque está todo mundo imaginando uma coisa, mas será totalmente diferente do que estão esperando”.

“Todo ano é uma surpresa! Não posso falar muito, mas posso adiantar que está muito bonita e completamente diferente do que vocês imaginam”, completou Anna Karolina.

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Para Kauane, o público vai se surpreender com a grandiosidade do trabalho: “Eu achei minha fantasia impecável. É leve e tem uma cor perfeita. Vou conseguir me divertir e evoluir”.

Vivi e Gabi não puderam comparecer devido a compromissos profissionais e receberão os croquis em breve.

Última agremiação a desfilar na segunda-feira de Carnaval, a Vila Isabel levará para Sapucaí o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”. A escola vai transformar medo em alegria ao carnavalizar as assombrações que atazanam o imaginário popular, demonstrando como elas fazem parte do nosso dia a dia de várias formas, em diversas etapas da vida – desde a infância até a fase adulta.