Tatuapé realiza gravação do audiovisual com foco no canto
A Acadêmicos do Tatuapé foi a última escola a realizar a gravação do audiovisual da Liga-SP. Como de costume, o destaque ficou para o coral da agremiação, que já é bem conhecido por ter uma comunidade que tem um canto potente. Embalados pelo intérprete Celsinho e a bateria ‘Qualidade Especial’, comandada pelo mestre Léo Cupim, a entidade da Zona Leste está mostrando ao sambista uma nova identidade, seja pelo audiovisual, ensaios ou dia do desfile, visto que irá para o Anhembi com um enredo sobre ‘justiça’ – deixando de lado, por ora, enredos que homenageiam cidades, assim como foram os dois últimos carnavais. O CARNAVALESCO acompanhou de perto a gravação da escola e conversou com o mestre de bateria Léo Cupim, além do presidente e diretor de harmonia, Edu Sambista.
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Orgulho imenso e dedicação especial
O mestre Léo Cupim destacou como um grande orgulho participar com a sua escola da gravação do audiovisual. O líder da bateria ‘Qualidade Especial’ afirmou que a faixa está bem construída. “A gente tem orgulho tremendo de estar participando desse projeto. A faixa foi bem pensada, bem construída para ter um começo, meio e fim e entregar um produto legal, não só para a nossa comunidade, mas para todos os amantes do samba. A hora que for acompanhar a nossa faixa, eles vão ter o prazer de escutar do começo, meio e fim. Pode ter certeza que vai ser bem interessante, ela está bem construída e vai ser um prazer mostrar esse trabalho para vocês”, disse.
Cupim declarou que teve uma perda importante na família e o Carnaval 2025 será dedicado a ele. “Está sendo tudo muito diferente. Eu tive uma perda esse ano. Todo o carnaval foi dedicado à minha família, porque todos são Tatuapé desde sempre, mas vai ser dedicado ao meu irmão, ele sempre foi uma pessoa que teve muito orgulho da nossa escola, muito orgulho do meu trabalho, e vai ser para ele, pela minha família, pela família Tatuapé, com certeza”, completou.
Força do coro e tema importante dentro da escola
Um dos presidentes e diretor de harmonia da agremiação, Edu Sambista, comentou sobre a crescente do samba-enredo e o novo tema que a escola irá mostrar na avenida. “Chegamos muito bem para essa gravação. Nós já estamos praticamente há um mês fazendo um ensaio com a comunidade e o samba vem crescendo, acaba o ensaio. É o primeiro momento para a gente mostrar aqui como que o samba está crescendo, o quão forte é esse samba da justiça, esse tema tão desafiador para nós. Agora esse é o grande momento para a gente apresentar, ter uma noção de como está o nosso trabalho. A partir desse momento aqui, fazer as possíveis correções e chegar muito forte no dia 28 de fevereiro, no dia do desfile”, declarou.
A característica maior da escola da Zona Leste é a força do canto da comunidade. Edu revelou que preparou especialidades para o coro da escola na gravação. “A principal força do Tatuapé é o canto, e para essa gravação de hoje nós preparamos um canto muito forte. Nós focamos no nosso coro mesmo, a bateria preparou algo especial que já vai apresentar hoje aqui, nossa ala musical, nós ainda estamos fazendo algumas correções melódicas, mas é o momento para a gente sentir se estamos no caminho certo ou não”, afirmou.
Além da gravação, o presidente exaltou o enredo, que realmente é uma temática diferente para a escola. De acordo com Edu Sambista é algo desafiador, mas vai ser um grande espetáculo. “É uma obra desafiadora, porque no decorrer do ano de 2023, nós já tínhamos em mente que o enredo pra 2025 seria um enredo diferente do que nós apresentamos nos últimos anos, diferente de uma homenagem para um artista, diferente de homenagem para a cidade, para o país, e procuramos, em cima do tema da justiça, que é um tema atual que envolve as classes sociais, foi colocado esse tema na mesa, nós abraçamos a causa e decidimos entrar esse desafio e mostrar esse grande apelo na avenida, contando desde o início da sua história, desde o Código de Hamurabi, os dez mandamentos, até chegar nas lutas sociais de hoje, do poder do povo preto, dos povos originários e da lei Maria da Penha. Vai ser um grande enredo, vai ser um belo espetáculo”, concluiu.
Colorado do Brás investe no azul para gravar samba em homenagem aos Filhos de Gandhy
O nome da escola de samba do Centro de São Paulo já indica o vermelho e branco que a caracteriza – mas, em 2025, a Colorado do Brás também terá uma terceira cor em destaque: o azul tão característico do maior afoxé de Salvador. Com o enredo “Afoxé Filhos de Gandhy no ritmo da fé” e samba composto por Léo Do Cavaco, Thiago Meiners, Sukata, Claudio Mattos e Rafael Tubino, a agremiação inaugurará o Grupo Especial paulistano, sendo a primeira a desfilar na sexta-feira – 28 de fevereiro. O CARNAVALESCO esteve presente na gravação do samba-enredo para o CD (e, também, para as plataformas digitais), na Fábrica do Samba da agremiação e traz tudo o que importantes componentes da instituição falaram a respeito.
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No clima do azul
Não estranhe ao ver tanto celeste em uma escola vermelho e branca. A explicação está no enredo, já que os Filhos de Gandhy tradicionalmente saem com colares azuis e brancos – além, é claro, dos igualmente tradicionais turbantes e perfume de alfazema. O azul em questão é uma alusão às contas que homenageiam o orixá Ogum, que não se separa de Oxalufã – homenageado com o branco. Quando intercalados, tais contas representam Oxaguiã, o Oxalá menino.
O logotipo do enredo, por sinal, já traz uma imagem majoritariamente azul. E tal cor também foi destaque na gravação, com muito destaque para a cromia nos figurinos de baianas, dos demais componentes e de destaques.
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Além da cor
Falando sobre a Ritmo Responsa, bateria da escola, Carlos Souza, conhecido no carnaval paulistano como mestre Acerola de Angola, destacou o andamento executado pelos ritmistas comandados por ele: “Na gravação a gente vai ir com o andamento em 144, oscilando para 142. A gente quer 144 porque a escola fica mais valente, mais firme, porque a escola vai ser a primeira a desfilar na avenida do Carnaval em 2025, somos a escola que abre o Carnaval. A gente quer um pouquinho mais valente: por mais que seja 144, vai estar mais firme e mais potente para o dia”, comentou.
A bateria também foi indiretamente elogiada por Ricardo Rigolon, o Chanel, arranjador da faixa: “O grande destaque vai ser a parte da batucada, mesmo. De corda a gente está com um time de três cavaquinhos, um bandolim, um violão de sete e um seis. De corda está normal. A batucada vai ter uns atabaques, mas tem lá a parte da percussão toda incrementada”, comentou.
Acerola também destacou uma diferenciação importante que será notada durante a gravação: “Aqui a gente vai fazer duas bossas para a gravação e tem umas intenções no meio do samba alusivas aos Filhos de Gandhy, da Bahia. Chamamos esses movimentos do afoxé de intenção, elas vêm no meio do samba, mas não é bossa. Essa intenção que é passada dá toda a mensagem. Mas, bossa mesmo, serão duas e um movimento especial no final”, afirmou.
Canção inspiradora
A música em questão foi elogiada por um profissional bastante especial para o desfile de 2025 da Colorado do Brás. Para a apresentação, Léo do Cavaco será o intérprete e, também, um dos compositores da obra. Falando primeiramente sobre o resultado do processo criativo, ele destacou o quanto a canção é querida pelos desfilantes: “É uma honra, é uma alegria muito grande, é um momento especial para a escola, para todos da parceria, também. Ficamos muito felizes, foi um ano que a escola confiou na parceria, não teve eliminatória, a escolha foi encomendada e acreditamos que a gente acertou em cheio. A comunidade gostou bem do samba, abraçou bem, e vocês vão ver o resultado”, comentou.
Chanel foi na mesma linha ao elencar um ponto forte da obra: “O mais especial dessa faixa é a energia do samba e da Bahia. O samba da Mancha Verde tem isso também, já que fala da Bahia também. É algo diferente, por gostar muito desse estado. A maneira de tocar, a maneira de executar tudo muda um pouco. O sotaque idem. Eu gostei bastante da faixa, espero que vocês gostem também dos arranjos”, pontuou.
Para a gravação, por sinal, o arranjador da canção exaltou o local em que os Filhos de Gandhy desfilam: “Bahia tem uma magia diferente, né? Tem uma outra energia. A faixa vai ter uma levada de guitarrinha, vai ter ijexá, tem bastante coisa. Como a gente já vem fazendo nos outros arranjos essa é uma faixa especial, já que a harmonia trabalha bastante junto com a percussão ali. Respondendo, conversando, com bastante naipe dos tamborins – que vai estar dobrado com as cordas, com o violão de sete e com o bandolim. E é justamente na Bahia que a gente entra no mesmo clima com essas nuances melódicas. Aí a gente vai acentuar todas”, revelou.
Preparação especial
É claro que a faixa do CD e das mídias digitais será a porta de entrada para o grande público conhecer a canção que embalará o desfile da Colorado do Brás em 2025. E, para ela, Léo tenta sempre se manter tranquilo: “Eu procuro sempre descansar e dormir bastante, acho que o sono é o melhor remédio para a voz. Quanto a tomar gelado ou não confesso que eu sou um pouco relaxado, mas hoje eu procurei evitar por ser uma gravação importante. Hoje eu estou tranquilinho tomando água o dia inteiro e descansei, nada mais que isso”, afirmou.
Sobre a logística dos componentes e da comunidade para a gravação do CD, João Daniel, diretor de Harmonia da escola, comemorou o fato de todos na Colorado gostarem de confraternizar em ocasiões especiais: “A gente sempre combina com o nosso povo, todo mundo é próximo aqui da região. Devido ao horário, marcamos na frente do nosso barracão – e foi bem fácil essa logística. A gente sempre marca algumas coisas dessa forma, o povo gosta de se encontrar mais facilmente. E a gente deu prioridade nessa gravação para os chefes de ala e para os apoios deles, são eles que estão começando o nosso trabalho também quanto a essa logística e a coreografia que a gente fez hoje. Eles já estão iniciando os trabalhos com os componentes”, pontuou.
Já falando sobre o eterno dilema de um intérprete (soltar-se e transmitir emoção ou buscar a perfeição técnica), Léo preferiu o meio-termo: “Eu procuro mesclar a parte técmica com a emoção, assim. Tento não ser muito só focado na emoção porque às vezes atrapalha. Mas, por ser uma gravação ao vivo, a gente vai tentar dar essa cara de avenida, trazer um pouco mais de punch, de pegada”, verbalizou.
Para o desfile
Já pensando em 2025, Acerola manteve o mistério: “Sobre o desfile é surpresa! Tem muita coisa ainda, se eu contar para você perde a graça. Maspode esperar bastante Bahia. A gente vai tocar Bahia literalmente, a gente vai tocar bastante Filhos de Gandhy, bastante afoxé, bastante tudo da Bahia. A gente está se preocupando muito em estudar, em entregar o trabalho da Bahia porque é o enredo da escola, é um enredo muito bom, muito rico. A gente está preocupado em entregar o ritmo, porque quando você fala de Bahia você quer ouvir o som. A gente está preocupado em entregar o som o mais próximo da Bahia possível”, prometeu.
João Daniel foi enfático ao destacar o que o mundo do samba paulistano pode esperar da vermelho e branca: “Podem esperar muito canto, muita alegria, muita da energia do povo da Bahia. Vai ser sensacional o nosso desfile! Venham com a gente!”, finalizou.
Cadência da ‘Ritimão’ e ‘quipá’ marcam gravação do samba dos Gaviões da Fiel para o Carnaval 2025
O primeiro enredo afro da história dos Gaviões da Fiel, obviamente, teria uma gravação para o CD e para os streamings marcante. Para simbolizar o momento especial, os integrantes da agremiação do Bom Retiro fizeram questão de utilizar um adorno de cabeça que é conhecido na Terra-Mãe por diversos nomes: quipá, bobó, kufi, yarmulke ou ekete são algumas das nomenclaturas utilizadas. Quarta escola a desfilar no sábado de carnaval (01 de março), a escola apresentará o enredo “Irin Ajó Emi Ojisé – A Viagem do Espírito Mensageiro”, desenvolvido pelos carnavalescos Júlio Poloni e Rayner Pereira, com samba composto por Grandão, Sukata, José Rifai, Ovelha JB, Juliano, Guga Pacheco, Gabriel Lima, Japa Mooca, Wesley, Morganti, Andrezinho, B. Cardoso, Gladzik, Renne Rocha e Dentinho do Morro. O CARNAVALESCO esteve presente na gravação da faixa, no dia 13 de outubro, na Fábrica do Samba, e notou que, além do já citado adorno, uma outra característica foi muito exaltada por alguns dos principais integrantes dos Gaviões – e esta não pode ser vista, apenas ouvida.
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Cadência pura
Logo ao ser perguntado sobre o andamento da Ritimão, bateria da agremiação, mestre Ciro Castilho fez questão de frisar um detalhe importante: “O andamento de gravação vai ser 140 BPM (batidas por minuto). A gente espera manter o 140, o 142, para a avenida também. Vai ser algo diferente para nós, mas a proposta é essa para esse ano. Estamos vindo com esse andamento mais cadenciado nesse ano porque a gente acredita que ele valoriza muito esse samba. Se a gente colocar um andamento muito para a frente, a gente pega um samba que é diferenciado, que a gente acredita que é realmente um samba diferente, e iguala ele aos demais. Quanto mais andamento colocar nesse samba, mais você iguala e perde o brilho dele. A proposta vai ser essa, um pouco mais cadenciada”, pontuou.

Dentinho do Morro, um dos compositores da canção, fez a mesma observação: “Eu sou nascido também no samba, fui mestre de bateria há muitos anos e esse samba ajudou muito a bateria a fazer as bossas, no ritmo – que é um ritmo empolgante. Todo mundo sabe que o nosso samba é diferenciado e eu acho que a gente vai chegar na avenida muito forte, com a comunidade cantando o samba. O samba é muito bom e eu acho que, nos ensaios técnicos, não só como nos ensaios mas como nos desfiles, vai ser sucesso total. A expectativa é a melhor possível. Os Gaviões estão vindo para as cabeças, pode ter certeza”, prometeu.

Quem também falou algo semelhante foi Rafael Malva, popularmente conhecido como Rafa do Cavaco, diretor musical da instituição e arranjador. Ao ser perguntado sobre o principal : “A primeira coisa que eu pensei foi no fato inédito de ver os Gaviões com um enredo desses. Um enredo afro pela primeira vez na história da escola. A gente tem que tomar conta em todos os detalhes possíveis: desde a escolha do samba – e, agora, na ideia do andamento, algo que a gente vai priorizar muito e que vai ser algo um pouco mais cadenciado. Esse samba pede um andamento mais cadenciado, e isso ficou claro nas conversas que a gente já teve já com o mestre Ciro – a gente tem esses detalhes musicais, com esse andamento mais para trás. Isso, querendo ou não, dá muitas ideias para o samba. Não só na parte de canto, de contracanto, como as partes também de harmonia, de cordas, de abertura de voz e também nas bossas da bateria. A minha parte foi pensando nisso tudo. É um samba que tem muitas variações melódicas é muito rico na musicalidade. Não só na musicalidade de harmonia, de cordas, mas também da percussão, da bateria em si. Ele tem muitas nuances de vários ritmos diferentes. A nossa linha foi procurar manter essa linha afro, esse lance bem raiz, bem ancestral mesmo, no samba”, refletiu.

Força e procedimento
Os Gaviões da Fiel costumam exaltar três características que tornaram-se um lema da instituição: lealdade, humildade e procedimento. E, de acordo com alguns importantes integrantes da instituição, é o último adjetivo que permeia a vitalidade alvinegra. Leandro Machado, um dos diretores de carnaval da agremiação do Bom Retiro, explica quem teve preferência para ser ao convidado para a gravação: “A seleção é feita seguindo o critério de assiduidade. Aquele componente que está mais presente no ensaio, que está mais presente no barracão, que se faz mais presente, é aquele que tem preferência para fazer esse tipo de gravação”, destacou.

Já Ernesto Teixeira, intérprete da instituição, também aproveitou para comemorar a quarta colocação no desfile de 2024 – que fez com que a agremiação retornasse ao Desfile das Campeãs após treze anos: “Os Gaviões estão muito fortes. Os Gaviões estão se reconstruindo nos últimos tempos. Prova disso é o resultado que a gente já teve no carnaval do ano passado. Entendo que esse ano aqui os Gaviões vêm melhor ainda”, prometeu.
Inspiração africana
Pela primeira vez na história, os Gaviões trarão um tema afro. E é claro que, para muitos componentes, tal característica do samba-enredo é marcante por si só. Leandro Machado é um deles: “A gravação foi algo inédito por ser o primeiro enredo afro dos Gaviões. Inicialmente parece um enredo difícil, mas é um enredo e é um samba contagiante. Eu tenho certeza que, quando as pessoas ouvirem nos streamings, nas rádios, o samba vai contagiar e todo mundo vai pegar muito fácil a letra – assim como a nossa comunidade já pegou. O Gaviões vem forte mais uma vez para a avenida”, comentou.

Rafa do Cavaco concordou: “É uma pergunta difícil… primeiro, já vão querer ir atrás dos Gaviões pelo lance de ser um enredo inédito.E pelo samba também, eu acho que o samba se sobressaindo conforme a gente vai cantando, tocando e fazendo ensaio. É um samba que, para os Gaviões e acho que para o mundo do carnaval paulistano também está despontando muito bem como um dos sambas do carnaval. A gente está muito feliz! Quando o pessoal ouviu o samba, eles ouviram com muitos detalhes em harmonia, em bateria, com muita variação de melodia de canto. Resumindo, o samba tem essa ideia. Vamos buscar o melhor para nossa escola. Tem tudo para dar certo. É um enredo inédito e que vai dar muito bom para a gente”, afirmou.
Mestre Ciro, ao comentar os movimentos ritmícos que a Ritimão fez, aproveitou para exaltar a canção: “Para a gravação, a gente tem uma bossa no refrão do meio, uma no refrão principal, e a gente tem algumas diferenciações. A virada de dois, por exemplo, não é virada de dois: é uma parada seca, tem um timbau ali com a conga. Depois da cabeça do samba a gente tem uma outra acentuação na melodia – que não chega a ser uma bossa. São algumas versatilidades que a gente tentou colocar para engrandecer a melodia desse samba que a gente está gostando demais”, confessou.
Por fim, Gabriel Lima, um dos compositores da canção, comenta a satisfação de compor obra já tão querida: “É uma emoção muito grande. A gente sempre fica nessa expectativa, a gente não faz samba em outras escolas, a gente só faz aqui. A gente espera o ano todo para saber o enredo e para poder fazer o samba. A gente está muito feliz com a parceria como um todo. É uma conquista que a gente conseguiu com muito trabalho e dedicação, porque a gente ama o carnaval e a gente fica feliz em saber que a gente conseguiu construir um samba que está na elite do carnaval de São Paulo. É uma vitória muito grande pra nós, porque eu sou corinthiano e vou morrer corinthiano. A felicidade é muito grande dentro do nosso coração”, finalizou.
Com comunidade em peso, Salgueiro inicia sua temporada de ensaios de rua e apresenta canto forte
Por Gabriel de Souza e Matheus Morais
O Salgueiro realizou na noite da última quarta seu primeiro ensaio de rua em preparação ao Carnaval 2025. Com a comunidade reunida na rua Maxwell, o “Torrão Amado” fez um ensaio para cima, com destaque para o canto e a evolução. Charles Silva comandou o carro de som, pois o intérprete Igor Sorriso não pode estar presente. A escola da Silva Teles trará o enredo “Salgueiro de corpo fechado”, do carnavalesco Jorge Silveira, sendo a terceira escola a pisar na passarela na segunda de carnaval. O presidente André Vaz conversou com o CARNAVALESCO sobre a expectativa para os ensaios de rua, mudanças realizadas na agremiação e como está a preparação para o desfile no ano que vem.
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“A expectativa é a melhor possível. Estamos trabalhando dia a dia, a escola está linda, maravilhosa, fantasias lindas, sendo confeccionadas, os carros alegóricos também vão ter muitas surpresas boas. A expectativa é que a gente levante a Marquês de Sapucaí e busque esse campeonato tão sonhado. Quando acabou o carnaval deste ano, a gente fez algumas mudanças no carro de som, na comissão de frente. Veio o nosso patrono também, Adilsinho, que está ajudando muito o Salgueiro, tenho uma gratidão eterna. Nós já tínhamos segmentos fortíssimos e com a chegada desses profissionais, ficou melhor ainda o time para que a gente possa brigar pelo campeonato. Temos um sabaço, que cada dia que passa cresce mais, a tendência é explodir na Marquês de sapucaí, enquanto o barracão está trabalhando dia e noite, com fantasias já prontas. Dia 20 de dezembro todas esculturas vão estar pontas”.

Wilsinho Alves, diretor de carnaval, também falou sobre suas expectativas para os ensaios de rua da escola, a preparação para o próximo carnaval. “A expectativa é continuar evoluindo. Nós fizemos uma temporada de ensaio de quadra, que contou com três ensaios de canto, além de duas semanas de gravação do clipe, que também serviram para o canto. Nós fizemos uma grande roda de samba no Morro do Salgueiro, que foi excelente, então a expectativa é continuar evoluindo. Nós vamos manter tudo, na verdade. O Salgueiro fez um dos maiores ensaios técnicos da história. A nossa escola foi a primeira a realizar a iluminação cênica e deu resultado na questão de harmonia, porque gabaritamos o quesito”, comentou.

Charles Silva, que substituiu Igor Sorriso, falou sobre esse início dos ensaios de rua da agremiação, e a introdução do samba, que veio da própria parceria vencedora. “Ensaio de rua do Salgueiro é sempre essa maravilha, esse clima contagiante da comunidade. Comunidade toda cantando, todo mundo na rua. Essa introdução do samba de 2025 é um acontecimento. É um alusivo da parceria que venceu o samba. Até quem era de outra torcida, quando cantava isso, a quadra explodia. Nosso samba é fantástico, com uma pegada muito forte, bem Salgueiro mesmo. Tem tudo pra pegar na Avenida, tenho certeza que esse samba vai acontecer”.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Academia do Samba, Sidclei e Marcella Alves, também esteve presente nesta primeira noite de ensaio na rua. Eles falaram da preparação. “O primeiro ensaio de rua é o primeiro momento no qual sentimos o samba e a comunidade, além do povo do carnaval, porque vêm um pessoal de fora”, disse a porta-bandeira.
“Nós estamos satisfeitos e felizes, mas ainda estudando algumas propostas de desenhos, de entrada e de saída. Em relação ao nosso estudo e as coisas que estamos pretendo, está funcionando”, completou o mestre-sala.

Os mestres Guilherme e Gustavo comentaram sobre o primeiro ensaio de rua da “Furiosa” nessa temporada. O destaque de ambos foi para o andamento. “Hoje foi primeiro ensaio que a gente usa para começar a desenhar o esquema de desfile, a estratégia. A cada ano é uma formação diferente. Este ano a gente vem com o segundo casal à frente da bateria. Já começamos com um pé direito, com uma bossa aqui na rua pela primeira vez, um balanço muito bom do primeiro ensaio. Esse ano, nos ensaios da quadra a gente estava com o andamento mais para trás, 143 BPM (batidas por minuto), 144 BPM, e curtindo porque é um samba muito forte, e nesse andamento a bateria do Salgueiro já é muito forte e pesada. Não perdemos precisão e impacto e conseguimos fazer a galera cantar, mantendo o andamento dinâmico”, comentou mestre Gustavo.

“Começamos a passar uma bossa hoje no ensaio, a gente está com duas já prontas e testando. A galera está pegando ainda e a gente gostou do resultado. Vamos agora ouvir com calma, lapidar mais um pouco, ver se tem alguma mudança a mais, mas o resultado foi bom hoje. A gente quer colocar a bateria num ponto ideal que seja bom tanto para execução, quanto para o samba. O samba tem uma melodia muito boa, a bateria do Salgueiro é uma bateria que é muito pesada, com uma afinação bem grave”, destacou mestre Guilherme.