Segundo dia na Cidade do Samba revela surpresas, protagonismo para os ‘esquentas’ e grande participação das torcidas
O segundo dia de desfiles na Cidade do Samba para celebrar o Dia Nacional do Samba foi marcado por surpresas, como foram as exibições da Tijuca e Vila Isabel, pelo melhor uso do tempo de esquenta por parte das escolas, e pela grande presença das torcidas, que foram impactadas pelos sambas históricos e devolveram com muita festa no momento das obras de 2025. O CARNAVALESCO apresenta abaixo destaques.
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UNIDOS DA TIJUCA: Uma das surpresas do dia. A escola do Borel conseguiu fazer uma apresentação, neste modelo na Cidade do Samba, com muito canto da comunidade. Parecia reviver suas performances nos anos 2000 e 2010. Durante todo o tempo, os diretores de harmonia estimularam os integrantes a cantarem. O samba-enredo foi muito bem conduzido por Ito Melodia e sua equipe do carro de som. Destaque para a sustentação dada pela bateria “Pura Cadência”. A comissão de frente, das coreógrafas estreantes Ariadne Lax e Bruna Lopes, apresentou bastante dança. O destaque ficou com a capa do Logun Edé que remetia ao pavão, símbolo tijucano. A porta-bandeira Lucinha Nobre, acompanhada do jovem Matheus, dançou demais. É craque demais! Além da “bandeirada”, criada por ela, os rodopios foram magistrais. É muito bom poder ver ao vivo a exibição de uma das maiores da história. A “vontade tijucana” de apagar o que foi feito no ano anterior teve muito êxito, inclusive, o tripé que abriu o desfile, trazia o pavão, símbolo da agremiação, e que já demonstrava que uma “nova Tijuca” estaria por vir. * VEJA AQUI FOTOS // VÍDEOS AQUI: ESQUENTA, ARRANCADA E DESFILE COMPLETO
BEIJA-FLOR: Carregada de emoção para homenagear Laíla, a escola de Nilópolis pisou forte na “Avenida” da Cidade do Samba. Pujante, a Azul e Branco mostrou uma organização impecável, fruto da chegada do diretor de carnaval, Marquinho Marino. Sem dúvida, o nilopolitano está mais seguro para desfilar no ano que vem. Não existe correria, atropelos e tudo executado é muito bem planejado. A comissão de frente, comandada por Jorge Teixeira e Saulo Finelon, caprichou na apresentação para o público. A dupla, uma das principais do Rio, estava devendo uma exibição como a feita no último sábado. Destaque para um personagem representando Exu e para saia, feita com sacos pretos, dos integrantes que fez um bonito efeito. Claudinho e Selminha estava visivelmente emocionados e durante a passagem pela pista “ofereceram” o pavilhão para os sambistas reverenciarem. O samba-enredo, um dos melhores do ano, mostrou que pode impulsionar o componente para um desfile inesquecível. A equipe do carro de som cumpriu bem o papel, mas é óbvio que a ausência do “patrimônio” Neguinho da Beija-Flor impacta. O cantor, que vai se aposentar da Avenida, após o desfile de 2025, não comparou. Aliás, a escola já fez duas contratações: Leozinho Nunes e Nino do Milênio, que já estreou na Cidade do Samba, vão integrar o time de canto. A apresentação contou com dois tripés: o primeiro abrindo os caminho com o “Terreiro de Laíla”, e, no segundo elemento cênico, surgia o compositor Serginho Aguiar, repreesntando Laíla, como na disputa de samba. Emocionante! Na área do público, a torcida nilopolitana foi excepcional. Importante ressaltar o nível de excelente da bateria “Soberana”. Laíla, com certeza, ficou orgulhoso de ouvir o ritmo executado pelos ritmistas dos mestres Plínio e Rodney. A terceira maior campeã do Grupo Especial deixou o recado que vai lutar pelo caneco, que não vai para Nilópolis desde 2018. * VEJA AQUI FOTOS // VÍDEOS AQUI: ESQUENTA, ARRANCADA E DESFILE COMPLETO
SALGUEIRO: Um show de bom gosto e requinte salgueirense. O apresentado pela Academia do Samba, seja no tripé, ou nas roupas dos componentes, remetia aos velhos tempos da escola, sempre caprichada em suas exibições. O figurino da comissão de frente foi um dos exemplos de bom gosto. O tripé na abertura foi outro. Lindo no acabamento. A introdução do samba de 2025 é um dos acontecimentos para o desfile do ano que vem. O refrão principal conquistou o salgueirense e o público na Cidade do Samba. O intérprete Chales Silva, substituiu Igor Sorriso, que cantou pela Mocidade Alegre, em São Paulo, e o jovem cumpriu muito bem o papel. O samba-enredo deve crescer ainda mais até o desfile oficial. Referências no carnaval, Sidclei e Marcella, foram impecáveis. É impressionante o padrão de excelência do casal de mestre-sala e porta-bandeira salgueirense. É um domínio completo do quesito. Carlinhos Salgueiro comandou a “ala do maculelê”, com todos os integrantes de branco e cantando muito o samba. Vale ressaltar o canto forte da ala que estava atrás das baianas. A “Furiosa” deu espetáculo de ritmo. Os mestres Guilherme e Gustavo conhecem muito do quesito, e, conseguiram dar uma identidade segura e que facilita o andamento da escola, sempre com alinhamento com o diretor musical, Alemão do Cavaco, um dos maiores conhecedores da parte musical de uma escola de samba. Após o quarto lugar em 2024, o salgueirense segue com o sonho do décimo título. Deve e pode acreditar! * VEJA AQUI FOTOS // VÍDEOS AQUI: ESQUENTA, ARRANCADA E DESFILE COMPLETO
VILA ISABEL: Fantástica! A escola deu um baile de alegria, fluência de desfile e excelência musical com a bateria “Swingueira de Noel” e a performance magistral de Tinga. O cantor, sem dúvida, teve uma das apresentações mais históricas da sua carreira. O samba tão consteado, que não é uma obre-prima, mas que conseguiu dar evolução para a comunidade. Virado na bruxaria, o povo do samba cantou, como não fazia desde os históricos desfiles de 2012 e 2013. A passagem da Vila Isabel pela Cidade do Samba foi incrível. De ponta a ponta. A comissão de frente, dos coreógrafos Marcio Jahu e Alex Neoral, caprichou no figurino e na exibição. Ponto alto na hora que aparecia Gael, filho de mestre Macaco Branco e da musa Dandara. A atuação da escola do bairro de Noel teve também no casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcinho e Cris, um dos pontos de mais destaque. A dupla dançou demais. Muita sincronia e vigor. É esperado que o desfile de 2025 seja novamente um grande espetáculo do carnavalesco Paulo Barros. Se isso acontecer, com os “ingredientes” mostrados no último sábado, é possível que o Capitão conduza sua escola para o esperado título, que não é conquistado desde o longínquo ano de 2013. * VEJA AQUI FOTOS // VÍDEOS AQUI: ESQUENTA, ARRANCADA E DESFILE COMPLETO
Primeira noite de desfiles na Cidade do Samba é destaque pela organização e estrutura
Colaboraram: Guibsom Romão, Maria Clara Marcelo, Matheus Morais, Matheus Vinícius, Rhyan de Meira e Raphael Lacerda. Fotos de Allan Duffes
Primeira noite de desfiles na Cidade do Samba é destaque pela organização e estrutura
A primeira noite de desfiles do Grupo Especial na Cidade do Samba, na última sexta-feira, em comemoração ao Dia Nacional do Samba, contou com a Unidos de Padre Miguel, Imperatriz, Viradouro e Mangueira, seguindo a ordem dos desfiles que vão ocorrer na Sapucaí no próximo carnaval. O CARNAVALESCO conversou com foliões que compareceram a esta primeira noite para saber o balanço que fazem deste primeiro dia.
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Pedro Paiva, torcedor da UPM, elogiou a organização do evento e a animação do público. “Gostei muito, achei muito organizado. Eu acho que sempre pode melhorar, mas achei perfeito. O público foi muito bem recebido desde o início, muito animado. As escolas deram um show. Pode melhorar a questão da entrada, Porque como as escolas tinham que passar ali por onde é a entrada, o público ficava preso e não tinha como passar aqui para o lado da tenda, onde tem os shows e onde tem o resto do desfile, perto da concentração. Foi um pouquinho assim complicado passar para o lado de cá”.
Morador da Mangueira, Pedro destacou a Unidos de Padre Miguel, sua escola, nesta primeira noite de apresentações. “A Unidos de Padre Miguel, que foi a primeira escola a desfilar, foi a que eu mais gostei. Ela já chegou assim, botando banca mesmo. Como escola que ela subiu do acesso mas ela falou ‘não tô aqui pra brincadeira eu quero ganhar eu quero permanecer no grupo especial’, foi a escola que mais me chamou a atenção hoje”.
O folião, de 23 anos, elogiou também a entrada solidária com a doação de um quilo de alimento pelo ingresso. “A gente sabe que hoje as pessoas passam muita dificuldade, tem toda uma questão, até a discussão da escala 6×1 por exemplo, a gente sabe que não é fácil, está difícil o nosso Rio de Janeiro, mas eu acho que a entrada solidária ajuda. Muitas comunidades vão ser beneficiadas por essa entrada solidária nesse evento. E o show é uma atração a mais. As escolas de samba precisavam disso porque passou a quarta escola e fica aquele gostinho nosso que poderia ter mais. Mas sendo um show, fechando o evento, hoje o show do Belo, que é uma grande atração do pagode brasileiro, eu acho interessante sim”.
Rafaela Silva dos Santos, portelense, do Méier, gostou bastante da primeira noite dos desfiles, destacando a organização e a entrada com um quilo de alimento como forma de acessibilidade. “Eu vim nos desfiles dos anos anteriores, o desse ano está ainda mais organizado, está ainda mais bonito, as escolas estão mais bonitas, elas estão mais alegóricas do que os anos anteriores não estavam, e estou gostando bastante, está bem diferente, mais diversificado também. A entrada solidária melhorou bastante, aumentou a acessibilidade, porque muita gente não conseguiria vir pelo valor do ingresso, ficou mais acessível e eu acredito que para outras pessoas ficaram mais acessíveis, melhorou. E pode criar uma acessibilidade para as pessoas que não conhecem tanto o carnaval conhecerem melhor, gostei”.
A sambista, de 34 anos, destacou o desfile da Mangueira, que encerrou a noite entre as apresentações. “A Mangueira foi muito bem, apesar de eu ser portelense e eu gosto do samba da Portela, mas hoje eu gostei muito da Mangueira”.
O folião Jorge Júnior, defensor da bandeira do samba e grande fã de Wander Pires, elogiou muito a noite de desfiles na Cidade do Samba. “Muito boa a estrutura, a recepção é maravilhosa, as pessoas bastante carismáticas, o desfile é muito bom. Mas eu acho que poderia ser igual na Apoteose, quando a gente vai, sempre tem a possibilidade de levar os nossos alimentos, alguma coisa assim, e hoje não teve essa, foi proibida a entrada. Isso eu acho que poderia abrir assim, para as pessoas trazerem. Os alimentos são muito importantes, sempre é bom ajudar o próximo. Ainda mais nesse momento que a gente passa, é uma iniciativa muito boa”.
O morador de Realengo parabenizou as apresentações das escolas, em especial a UPM, que volta ao Especial após cinco décadas. Ele também elogiou o encerramento das noites serem com diferentes artistas como acessibilidade cultural para as pessoas.
“Parabenizar a Unidos, a chegada dela no Grupo Especial do Carnaval. Uma escola que seja bem-vinda, e uma estrutura muito boa. E a força das demais escolas, como passando agora a Mangueira, a Imperatriz e a Viradouro, que eu acho que estão na briga desse título. Sobre o show é algo também muito importante, o entretenimento, a cultura, e dá espaço para as pessoas verem também, às vezes as pessoas não têm condições de ir num show de um cantor, por isso ter um show desse é muito importante”.
Sambistas elogiam primeira noite de desfiles na Cidade do Samba
Sambistas e amantes do Carnaval elogiaram o primeiro dia de desfiles na Cidade do Samba,na Zona Portuária do Rio, na noite desta sexta-feira. Ao todo, quatro das 12 escolas do Grupo Especial se apresentaram na miniavenida: Unidos de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense, Viradouro e Mangueira. A noite foi encerrada com a apresentação do cantor Belo.
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A carioca Ana Paula Jones, de 49 anos, destacou a importância dos desfiles fora de época para o maior espetáculo da terra. Antropóloga teatral, atriz e juremeira, ela disse ter ficado encantada com a apresentação da Unidos do Viradouro.

“Eu achei muito importante. A gente começa a ter ideia do que é cada enredo, sente a energia do samba e de qual história será contada. Acredito que a proposta e a intenção é ser um termômetro do que vai acontecer. O encontro do artista e do passista com o espectador é arte cênicas. O que eu senti no encontro é essa emoção das pessoas pulando, gritando e cantando. Para mim, o samba está na boca de todo mundo. As pessoas comentavam: ‘caramba, muito forte a energia da Jurema’”, opinou Ana Paula.
Este é o terceiro ano seguido de desfiles, que começaram logo após a pandemia. Assim como em 2023, o espetáculo também celebra o Dia Nacional do Samba, comemorado no próximo dia 2 de dezembro. Para entrar em qualquer um dos três dias de festa, basta levar 1 kg de alimento não perecível. Além de uma oportunidade de festejar o carnaval fora de época, as apresentações desta sexta foram um prato cheio para quem ainda não conhecia a Cidade do Samba. É o caso da pedagoga Angela Nepomuceno, de 54 anos. Torcedora da Vila Isabel e simpatizante da Mangueira, ela disse ter gostado de tudo que viu.

“Achei muito interessante todo esse esquema e estrutura. Foi uma estrutura muito legal. Para a escola, é um momento de contato e de colocar “à vera” e ver como vai ser. Também é uma possibilidade de público, porque esse público talvez não esteja na Sapucaí. Aqui tem uma coisa do povão mesmo, de poder chegar mais pertinho”, destacou Ângela.
Mas também teve torcedora da Vermelha e Branco de Niterói encantada com a apresentação da coirmã: a Unidos de Padre Miguel. A jovem Giovanna Duarti, de 16 anos, ficou impressionada com a emoção da comunidade da Vila Vintém.
“Gostei bastante dos desfiles, porque estavam cheios e bem animados. A Unidos de Padre Miguel foi a que mais me surpreendeu, por causa da emoção de ser o primeiro ano no Grupo Especial”, disse a adolescente.
A Estação Primeira de Mangueira também não passou despercebida pelo público. Rafaela Melo, de 30 anos, elogiou a apresentação da escola e a organização da Liesa.

“Tudo muito lindo, maravilhoso e muito bem organizado. Nota mil. Eu não esperava tripés, achava que seria algo mais simples. Foi algo muito maior e mais organizado do que eu estava esperando. É importante, porque o integrante da escola consegue pegar um ritmo e a agremiação consegue acompanhar o seu próprio desenvolvimento. É como se fosse um ensaio para o ensaio técnico”, comentou a mangueirense.