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Potente! Comissão de frente impulsiona ensaio de alto nível na parte musical e nos quesitos de chão da Imperatriz

Os atabaques da Imperatriz rufaram anunciando mais um ensaio com excelência nos quesitos. Mais do que isso, é incrível constatar como a escola consegue entrar tão bem no clima do enredo, mesmo ainda sem alegorias e fantasias, a gente fecha o olho já está dentro do enredo que conta o “Itan de Oxalá”, mito Yorubá muito importante nas religiões de matriz africana. Neste aspecto, mestre Lolo e Pitty são grandes responsáveis, pois a parte musical, mais uma vez, além de bem feita, está extremamente dentro do contexto da narrativa. A bossa com atabaques e agogôs de duas bocas entra para o álbum de grande invenções do artista que também apresentou nos últimos anos, só para citar as mais recentes, a bossa em forma de seresta para a Cigana Esmeralda, e o xaxado para o Lampião. Outro fator que traz o enredo completamente para a pista da Rua Euclídes Faria é a comissão de frente comandada pelo estreante na Verde e Branca de Ramos, Patrick Carvalho. A coreografia, a potência e a expressividade dos bailarinos tem sido vista a cada ensaio e ajuda a trazer essa atmosfera religiosa do enredo. No mais, tudo normal em um ensaio marcado por muita força no canto e na presença da comunidade, tendo ainda o casal e a evolução mantendo o alto nível dos quesitos da nação Leopoldinense.

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O diretor de carnaval, André Bonatte, se mostrou bastante satisfeito com a preparação que a Imperatriz vem fazendo para o próximo carnaval.

“Eu confesso que acho que está muito próximo do que a gente quer. Porque a cada semana é isso, a gente vai avançando, um crescimento que é natural. Eu acho que o carnaval vai se aproximando, as pessoas vão entrando um pouco mais nesse clima de carnaval.Eu acho que a escola já até atingiu a excelência em termos de canto e de evolução. Mas eu não falo isso pra eles (risos). A gente sempre pensa que falta um pouquinho para que a gente possa estar sempre com esse gás, mas pé no chão em saber que ainda é um desafio muito grande tem muito que se trabalhar, porque existe um comportamento sem fantasia, um comportamento com fantasia, enfim, mas dentro do que a gente tem de experiência com os dois últimos anos, eu acho que a Imperatriz está prontinha para o carnaval”, revela o diretor.

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Diretor de carnaval, André Bonatte

A Imperatriz será a segunda escola a desfilar no domingo de carnaval, 2 de março, com o enredo “Ómi tútú ao Olúfon – Água fresca para o Senhor de Ifón”, do carnavalesco Leandro Vieira.

Comissão de frente

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Patrick Carvalho tem levado para os ensaios da Rainha de Ramos apresentações marcadas por muita expressividade, potência e em geral com contingentes grandes, variando mais de um elenco. Neste domingo especificamente, o elenco foi mais reduzido e não teve ninguém com fantasia. Mas, isso não impediu que mais uma vez a comissão de frente “tacasse fogo” na escola desde o início. Foi emocionante ver a expressividade com que os bailarinos apresentaram a coreografia, entrando nos personagens mesmo de que falam o elenco como Oxalá, Xangô e Exú, no refrão do meio a gargalhada dos dançarinos era arrepiante, além da dança bem marcada, sincronizada e dentro do enredo. Mais uma vez o artista gerou em quem acompanhava o ensaio uma grande expectativa para acompanhar aquele espetáculo como um todo , quando tiver as fantasias e todos os recursos.

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Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

André Bonatte elogiou o Patrick e explicou suas características com o enredo. “O tempo que a gente teve aqui com o Marcelo (Misailidis) também foi muito em cima daquilo tudo dentro da nossa expectativa. O Marcelo é um gênio e foi um trabalho que teve bastante sintonia, eu acho que o Marcelo sempre teve essa coisa mesmo da comissão trabalhar para escola. E o Patrick mantém isso, mas ele tem algo diferente talvez no grupo. Porque no ano passado tinha as ciganas e era uma coisa um pouco mais delicada de movimento e esse ano não, é mais vigoroso, como pede o enredo. Eu estava vendo hoje parte da comissão e tem aqueles negros, altos e me lembra justamente aquela comissãodo Fábio de Melo É uma outra postura eu acho que essa postura agora e tem muito a ver com essa cara da Imperatriz para esse carnaval”, finalizou André.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, mais uma vez, primaram sua dança por darem ênfase às características que se sentem mais à vontade, apresentando o bailado clássico do casal de forma bem sincronizada, suave, com muito envolvimento entre os dois, mas também pontuando o enredo com movimentos em partes chaves do samba como o refrão principal e na segunda vez do “Justiça maior é de meu Pai Xangô “. A apresentação nos locais em que simulavam o módulo foi muito correta e vibrante, mostrando a experiência que o casal já adquiriu pelos anos de Sapucaí. E nos momentos de deslocamento hpuve muito respeito com o público que se aglomerava nas laterais para saudar o pavilhão. Apresentação com excelência.

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Harmonia

A comunidade de Ramos, mais uma vez, está feliz e satisfeita com o seu samba o que reflete diretamente no seu canto. Porém, mais do que isso, não se pode deixar de exaltar o trabalho que a direção de carnaval e harmonia tem feito com o componente. O samba cresce a cada ensaio e o desafio é não deixar a comunidade se posicionar em uma zona de conforto. Melhorar a cada ensaio em Ramos, para conseguir manter este nível alto de canto, que já está bem natural no componente, que evolui é canta a obra de forma normal. Sobre o carro de som é só mais uma vez elogiar o profissionalismo e o talento de Pitty de Menezes que como citado algumas vezes até pelo carnavalesco Leandro Vieira trouxe a sua voz para marcar esse novo momento da Imperatriz, um casamento que a cada dia mais se mostra muito bem feito. Pitty tem o carro de som na mão e os cantores de apoio aparecem na hora certa brilhando como Pitty, que também, apesar do talento e qualidade, sabe se colocar para o propósito de trazer o brilho maior para o canto do componente. O diretor geral de harmonia da Imperatriz, Thiago Santos, falou sobre como é trabalhar com craques como Pitty e mestre Lolo.

“Primeiro que além de tudo isso,a gente é amigo pra caramba, as famílias são amigas. Hoje eu almocei com o Lolo e já estávamos falando de trabalho, mas é uma forma muito natural de falar porque a gente respeita muito quem a gente admira.Eu admiro muito esses caras que eu trabalho, eu tenho a sorte de trabalhar com eles, eles são caras muito geniais, o que eles entregam musicalmente na avenida é o que é meu componente precisa. Eles se encaixaram perfeitamente e a comunidade se encaixou em volta perfeitamente. É um casamento de muita gente, não só deles, mas da direção de carnaval, que entende o trabalho dela, que respeita o trabalho da harmonia, — deixa a harmonia trabalhar, que corrige nas horas certas e quem brilha na pista aqui da Imperatriz é o componente”, finaliza o profissional.

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Diretor geral de harmonia da Imperatriz, Thiago Santos

Samba-enredo

A comunidade de Ramos tem sido agraciada nos últimos anos com grandes obras que por sua vez refletem não só em seu próprio quesito como permitindo a excelência no canto, na execução de Pitty de Menezes e do restante do carro de som, além de apresentar um grande campo de trabalho para a criatividade de mestre Lolo. A utilização de atabaques e do agogô de duas bocas deu à obra, como citado acima, mais uma bossa para o mestre guardar em seu currículo. E o “Ijexá ao pai de todos os Oris” é completamente ilustrado não só pela bossa de Lolo, como pelo excelente arranjo do carro de som. No mais, a obra, assinada por Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro, está na boca do povo de Ramos.

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Evolução

A Imperatriz talvez seja uma das escolas que melhor começa um desfile, com criatividade mas sem perder a naturalidade. O “caranguejo” deste ano, em que no “Vai começar…” de Pitty de Menezes, os componentes pulam de um lado para outro como no sucesso de música baiana, entra para coleção de grandes inícios como o “palma na mão de macumba ” da Cigana Esmeralda e o forró “dois pra lá e dois pra cá “de Lampião. E isso impulsiona o componente a desde o início do “Vai começar o Itan de Oxalá” a botar o canto e a evolução lá no alto, com muita energia e muita espontaneidade, ainda que se veja alguns momentos de coreografia e alas coreografadas e tudo muito natural com o samba e a intensidade de evolução sendo mantida até o final em um bom nível. Claro que ainda há margem para melhorar, mais algumas alternativas da direção fizeram bem para o ensaio.

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Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

No último domingo, algumas grades que foram colocadas nas laterais da calçada e permitiram que o desfile fosse mais organizado sem tanta gente na rua, garantindo o espaço para os componentes e profissionais que trabalhavam no evento, sem desfavorecer a comunidade que pode acompanhar nas grades de forma confortável o ensaio. Com a organização, a escola evoluiu bem, sem mostrar buracos ou alas emboladas, realizando bem, por exemplo, a entrada da bateria no recuo, apesar do espaço mais apertado pela presença do carro de som estacionado na pista neste momento. De uma forma geral, evoluiu com muita fluidez.

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Outros destaques

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O ensaio contou com a presença da musa Rafa Kalimman que esbanjou simpatia interagindo com o público e com os componentes. A rainha Maria Mariá foi outra que distribuiu simpatia e samba no pé a frente da bateria e no final do ensaio indo para o meio dos ritmistas com muita alegria. Outro grande momento das beldades, foi a musa Tati Rosa, mostrando que a gravidez não é impedimento para o samba, esbanjando saúde e fofura.

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Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

 

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Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

Com o samba no pé e na boca da multidão, Mangueira reina na rua sob a regência do casal e da bateria

A Mangueira fez o terceiro ensaio de rua na preparação para seu desfile no Carnaval 2025, quando apresentará o enredo “À flor da terra – No Rio da negritude entre dores e paixões”, desenvolvido pelo carnavalesco Sidney França. Na noite do último domingo, a Verde e Rosa continuou mostrando a explicação que Lequinho e parceiros escrevaram no samba “dona das multidões”. Um mar de gente ocupou a Rua Visconde de Niterói e acompanhou um ensaio de canto forte e bastante organizado. O casal de mestre-sala e porta-bandeira foi um dos grandes destaques da noite e dançaram como se convidassem o público a se entregar ao ritmo da escola.

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Era gente para todo lado. Concentração lotada. Ao longo da pista, a grade estava disputada e com fileiras de pessoas. Na dispersão, parecia que todo mundo resolveu assistir ao ensaio da Mangueira. Muita gente, que só ajudou no ensaio. E as pessoas foram recompensadas com bossas e apagões da bateria, com muito samba dos passistas e das musas e ainda uma aula de ritmo no corpo da rainha Evelyn Bastos.

Quanto mais pessoas gritavam por eles, mais sambavam e garantiam seus segundos de glória sambista nos vários registros que o público fazia. O carnavalesco Sidney França, que vive seu primeiro ano no carnaval carioca, estava presente e falou da emoção e de ver os mangueirenses enchendo a rua:

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Um carnaval é feito de fases, de camadas, de etapas. E essa é especial porque eu saio do enclausuramento de um barracão e venho para rua, onde a comunidade da Mangueira pulsa. Eu volto amanhã para o barracão com uma responsabilidade redobrada de dar conta do sonho de uma comunidade gigantesca. Então, para mim, é muito emocionante estar hoje aqui. Eu já tinha vindo em outros anos, em outros ensaios. Muitos anos atrás. Eu já tinha dimensão. Mas é muito diferente você ter a percepção de que um projeto seu é acolhido por uma comunidade”.

Para realizar o sonho da comunidade com o Sidney, os quesitos da Mangueira trabalham. O diretor de carnaval Dudu Azevedo falou ao CARNAVALESCO sobre suas impressões do ensaio deste domingo: “Dos três, como sempre, é um ensaio que tem que evoluir. E a gente viu hoje muita evolução do último ensaio. Isso é muito bom para a gente. Então a gente está evoluindo e acertando. Amanhã (hoje) tem reunião no barracão, a gente bate um papo, acerta os pontos e faz um ensaio melhor no domingo que vem”.

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Comissão de frente

Coreografados por Lucas Maciel e Karina Dias, a comissão de frente apresentou o número estreado no desfile da Cidade do Samba, em celebração ao Dia Nacional do Samba. O grupo formado por 15 homens, esteve trajado com calça em estamparia africana e não faziam uso de camisas, mas o corpo estava pintado com detalhes em tinta brilhante dourada. Na dança, muita coordenação e sincronia e cantam o samba de ponta a ponta, na mesma força que fazem seus movimentos. É um belo número.

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Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Mais um show do casal “Furacão”, Matheus Olivério e Cintya Santos. Nesta apresentação, o mestre-sala comandou o show com gestos, como se estivesse conduzindo a escola e o canto do público. Ele se encarregou de chamar a atenção para os movimentos da porta-bandeira. Cantou o samba interpretando a letra e dançou com a qualidade de sempre. Matheus estava em sinergia com o público. Cintya, com bandeiradas, giros e inclinou a cabeça para dançar. Fez seu show, integrada à exibição de seu parceiro. Ela tem classe. No final da apresentação, a parada que eles dão para o trecho “sou a voz do gueto”, traz o samba para o casal e os coloca em posição de donos do show. A roupa do casal é de muito bom gosto. Belíssima.

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Samba

O samba da Mangueira vai crescendo nas apresentações e o público canta mais a cada semana. Muito bem conduzido pelos cantores Marquinhos Art’Samba e Dowglas Diniz e com bossas contagiantes da bateria, a obra vai levantando o povo enquanto é cantada. O refrão do final e o principal, são os mais cantados e o trecho mais querido pelo público.

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“Cada ensaio que a gente faz, a gente conversa com as pessoas, e todo mundo entende que o samba está mais gostoso de cantar e encantar quem está do lado. As pessoas brincam com quem está na grade. Isso é importante, e isso que é carnaval. Está muito legal isso", falou o diretor de carnaval Dudu Azevedo.

Harmonia

Antes de começar o ensaio, foi repassado aos componentes os movimentos que deveriam fazer durante a passagem da Mangueira pela Visconde de Niterói. E os componentes se mostraram muito bem ensaiados em cada trecho do samba. Ligados nas coreografias, mas sem perder o canto, a apresentação da Verde e Rosa se mostrou linear, forte e empolgada em todas as alas. Quando os cantores jogaram o samba para os desfilantes cantarem, os mangueirenses seguraram na voz e ajudaram a manter o espetáculo na apresentação.

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Evolução

Passagem muito tranquila da Mangueira no ensaio do último domingo. As grades colocadas para separar público e componente ajudaram na organização da escola que evoluiu brincando e com os componentes soltos. Do início ao fim, a procissão da Matriarca das Paixões foi pulsante e com integração entre escola e público.

Outros destaques

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A bateria, dos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto, garante o show em cada apresentação da Mangueira. As bossas executadas chamam ainda mais o público e ajudam na explosão do canto. O público ficará na expectativa de, em 2025, o apagão feito nos ensaios para que a escola cante o samba, seja levado para o desfile. É sempre de arrepiar ouvir a comunidade da mangueira cantando o samba na paradona da bateria.

A rainha da bateria Evelyn Bastos conduz o público na energia de seu samba. Em cada apresentação, ela prova que não é só a Rainha do Samba no Pé, mas também tem realeza no ritmo. O público se entrega à dança de Evelyn e aplaude com muito vigor a apresentação da rainha.

Nilópolis sente a presença de Laíla! Beija-Flor faz ensaio de rua avassalador no canto e relembra momentos de glórias do homenageado de 2025

O sinal foi dado! A Beija-Flor quer a volta do potente rolo compressor e da máquina de conquistar títulos. O primeiro ensaio de rua de 2025, realizado no “Encontro de Quilombos”, no último sábado, em Nilópolis, mostrou um espetáculo de canto da comunidade. A escola será a segunda a se apresentar na segunda-feira de carnaval (3 de março), com o enredo “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os sambas”, desenvolvido pelo carnavalesco João Vitor Araújo.

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“Temos que colocar o coração na ponta da língua. Nosso enredo é o mestre Laíla. O maior diretor de carnaval e harmonia de todos os tempos. É uma vergonha se não fizemos jus a tudo que ele construiu nessa comunidade. O componente vai lá brigar e buscar o título. Não aceito o menos que o máximo. O mestre ensinou que não existe segundo lugar. A gente não entrega os pontos. Vamos brigar pelo título até a última gota de suor. É obrigação nossa fazer o melhor”, afirmou Marquinho Marino, diretor de carnaval, ao discursar na abertura do ensaio.

Comissão de Frente e Mestre-Sala e Porta-Bandeira

A comissão de frente, comandada por Jorge Teixeira e Saulo Finelon, trouxe o Exu e o grupo formado totalmente por homens. Fez a apresentação no mesmo modelo realizado no minidesfile na Cidade do Samba. Aparentemente, o grupo abrirá o desfile com foco na importância da religião para Laíla.

O quesito de Claudinho e Selminha era um dos preferidos de Laíla. Ele revoluciou ao tirar a dupla da frente e levar para o início, ficando atrás da comissão de frente. Adorava apresentar os dois para os julgadores. Portanto, é claro que o mestre-sala e a porta-bandeira sabem o tamanho da homenagem que será feita pela escola no desfile de 2025. A apresentação feita no ensaio traz o início com reverência para o homenageado e passa pela dança tradicional, com pitadas de coreografias e muito simbolismo. Ele dança olhando sempre para sua parceria. Ela exala devoção ao pavilhão.

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“Sempre é maravilhoso estar nos braços dos nilopolitanos. Todo mundo que é sambista sabe o quanto Laíla foi importante. Ele foi um líder e conhecedor. Referência como homem preto, que desceu o morro e ganhou o asfalto. O nosso chão da escola está incrível. As alas estão felizes. A bateria está impecável. Foi tudo muito certinho no ensaio. Ajustamos o tempo de entrada e saída das cabines. Testamos tudo e potencializamos o que já está bom. Primeiro ensaio do ano com pé direito e muita esperança de brigarmos pelo título”, afirmou Selminha Sorriso.

Harmonia e Samba

O canto nilopolitano foi avassalador. Relembrou os velhos tempos de glória da Deusa da Passarela. Sem a presença de Neguinho da Beija-Flor coube a Nino do Milênio conduzir o carro de som. Atuação muito boa, muito identificado com o “jeito Beija-Flor”. A comunidade foi explêndida. O samba, que foi eleito o melhor do Grupo Especial para 2025, inteiro foi cantado e com muita vibração. O nilopolitano não esqueceu a jornada que teve com Laíla e vai fazer tudo para o desfile de 2025 ser histórico. A ala dos anjos foi um dos principais destaques. O grupo cantou demais.

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Evolução

A Estrada da Mirandela, em Nilópolis, é extensa. Possibilita o treino forte e a Beija-Flor soube aproveitar. A comunidade, claro, compareceu em peso, dentro e fora da pista, e desenvolveu uma evolução impactante. A organização contou com placas para simular cada uma das quatro cabines de jurados.

Outros Destaques

Pinah participou do ensaio e ficou na parte inicial. A escola coloca baianas e velha-guarda no início. A ala marcante do desfile de 2001, com a preta velha, será representada no desfile de 2025 e promete emocionar demais.

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Alto nível apresentado pela bateria da Beija-Flor. Sustentando muito bem o ótimo samba-enredo. Laíla, sem dúvida, aprovaria o trabalho da dupla Plínio e Rodney na “Soberana”. Grávida, a rainha de bateria, Lorena Raissa, esteve presente e sambou demais, dando show e foi muito aplaudida pela comunidade.

Samba do Tuiuti conquista público no ensaio feito em Nilópolis e comissão de frente arranca aplausos efusivos

O Paraíso do Tuiuti pisou forte no solo nilopolitano, na noite do último sábado, quando participou de mais um “Encontro de Quilombos”, com a Beija-Flor. A escola de São Cristóvão foi em peso, com dez ônibus e fez uma apresentação irretocável, mostrando que está com muita vontade de fazer um desfile histórico no Carnaval 2025. A exibição da comissão de frente, dos coreógrafos Cláudia Mota e Edifranc Alves, como aconteceu no minidesfile na Cidade do Samba e vem acontecendo nos ensaios de rua, arrancou muitos aplausos e gritos do público. A bateria “SuperSom” deu o show tradicional e o intérprete Pixulé conduziu muito bem o samba-enredo, que cresce cada vez mais. A escola vai ser a segunda escola a desfilar na Marquês de Sapucaí no inédito terceiro dia de desfiles do Grupo Especial, com o enredo “Quem tem medo de Xica Manicongo?”, do carnavalesco Jack Vasconcelos.

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Comissão de Frente

O trabalho dos coreógrafos Cláudia Mota e Edifranc Alves é tão forte que a cada apresentação a emoção toma conta de todos que estão assistindo. Não foi diferente em Nilópolis. O Tuiuti não economizou e levou o mesmo que apresentou na Cidade do Samba. O resultado foi uma completa ovação do público, principalmente, na parte que a letra do samba diz: “Eu travesti”. Efeitos de fogos simulam que os integrantes estão sendo queimados.

“É um enredo maravilhoso, necessário e potente. A narrativa da Xica traz muita força. Mostra para sociedade o olhar de cuidado com o humano. É pelo direito básico. Estamos trabalhando duro para corresponder a expectativa de todos. A nossa comissão para o desfile é segredo, mas posso falar que será de muita emoção”, disse o coreógrafo Edifranc Alves.

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Muito entrosados, Raphael e Dandara caminham para gabaritar o quesito em 2025. Os dois estão cumprindo com perfeição o que está no texto do Manual do Julgador. O mestre-sala já dança sem nenhuma limitação, em uma recuperação espetacular da lesão que teve no pé. A porta-bandeira flutua e quando rodopia parece até que vai voar.

“É uma energia muito boa estar aqui. A nossa escola está muito bem recebida em outra comunidade. É muito bom ver esse reconhecimento. O ensaio de rua traz uma troca muito próxima. É bom ver o olhar das pessoas com a gente. A rua tem uma força diferente da Sapucaí. Na rua é olho no olho”, afirmou a porta-bandeira.

“Saímos da zona de conforto, de casa, visitamos o parente, sempre somos bem recebidos aqui. A cada ano é melhor. Somos muito acolhidos. Nem todo mundo da comunidade está na Sapucaí. Aqui é o nosso termômetro. Vão nos falar se está bom ou ruim. Na rua temos o calor humano. É muito bom”, citou o mestre-sala.

Harmonia e Samba

Trabalho da ala musical do Tuiuti é um dos melhores do Grupo Especial para o Carnaval 2025. O intérprete Pixulé está com domínio completo do samba-enredo e consegue impulsionar o canto componente. Aliás, o integrante do Paraíso que sempre foi muito questionado sobre sua performance de canto está dando show neste pré-carnaval. De forma uniforme, a obra é cantada totalmente. O quesito que era um calcanhar de Aquiles hoje possui ótimo rendimento. Trabalho de base muito bem feito pela equipe da Harmonia.

Evolução

Empolgado com o samba-enredo e a participação do público com o ensaio do Tuiuti os componentes pareciam que estavam em casa em Nilópolis. Não houve correria, atropelo e nenhuma inferferência séria. Apenas nas apresentações da bateria é preciso ter cuidado com o avanço da ala da frente. Dentro das alas os integrantes cantam e dançam com muita vontade. Muitas alas capricharam no figurino, levando perucas e roupas especiais.

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“Desde o início, quando lançamos o enredo, percebemos que seria especial. Falamos de uma luta gigantesca. A dor que passam dia a dia. O nosso trabalho é árduo. Preparamos uma obra-prima para o povo. Quando a gente vê, como aqui em Nilópolis, o povo cantando com a gente, notamos que estamos no caminho certo”, garantiu o vice-presidente do Tuiuti, Renatinho Marins.

Outros Destaques

A bateria “SuperSom” é uma dávida. Mestre Marcão, sem dúvida, vem a cada ensaio mostrando porque é um dos melhores da história do ritmo. O trabalho fornece total sustentação para o samba, sempre na dose certa, ou seja, sem correr ou ir devagar demais. Impecável!

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Outro trabalho que merece reconhecimento é o da ala de passistas. Homens e mulheres muito bem vestidos e sambando demais. As musas da escola também entregam muita dedicação, beleza e samba no pé. Estrela do Tuiuti, a rainha de bateria, Mayara Lima, é dona de qualquer pista de desfiles. Sua passagem em Nilópolis comprovou como é bem recebida por todos os sambistas.

Mocidade ‘amassa’, Zé Paulo dá show e Independentes vivem noite perfeita em ensaio de rua

Na busca por um carnaval na parte de cima da tabela, a Mocidade fez mais um ensaio de rua, na noite do último sábado, em Padre Miguel, que começou na tradicional Praça Guilherme da Silveira. A escola fez seu treino para uma multidão que se espremeu na calçada, no início do ensaio e viu o grande destaque ser a atuação do intérprete Zé Paulo, que conduziu o ensaio com maestria, ao lado de seu habilidoso carro de som. O casal também mostrou seu talento na apresentação e a comunidade cantou o samba com força do início ao fim. A Verde e Branca será a primeira escola da terça-feira de carnaval (4 de março), com o enredo “Voltando para o Futuro – Não há limites pra sonhar”, desenvolvido pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage.

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Tudo começou com o futebol. Na Praça Guilherme da Silveira, está o estádio Moça Bonita, onde o Bangu fazia sua estreia no Campeonato Carioca contra a Portuguesa. No gramado deu tudo errado e o Bangu perdeu. E foi dessa forma que o vermelho deu lugar ao verde da Mocidade para acalentar os torcedores frustrados. Daí, quando se deu o apito final no campo, Mestre Dudu apitou para começar um ensaio que daria tudo certo na pista. Se o céu estava nublado, abriu e a lua passou a brilhar ainda mais a noite independente.

“Sabemos que estamos em um processo de construção de uma proposta nova de trabalho. Os ensaios são para ajustes, e seguiremos assim até o carnaval. Nosso ensaio foi muito bom, uma emoção grande para nosso bairro, nossa escola oriunda de um time de futebol, unir a torcida do Bangu saindo do estádio a nossas alas de comunidade foi um momento mágico”, comentou o diretor de carnaval Mauro Amorim.

A começar pelo casal, que sem a presença da comissão de frente, coube ao pavilhão abrir o ensaio. Eles são de uma finesse e de um primor que agrada muito assistir. De ala a ala, uma cantando mais forte que a outra, interagindo com o samba. A classe dos passistas sempre chama a atenção. Na bateria, aquela aula do mestre Dudu e seus talentosos ritmistas, mas a rainha Fabíola Andrade não estava presente. No carro de som, o dono do show, Zé Paulo anda pelas alas, agita o público e comanda a festa. Nem fez dois desfiles e já ganhou o coração dos Independentes. Tudo isso, ao som de um coro leve, afinado e bastante entrosado.

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Seguramente, o casal que melhor usa o espaço disponível para a sua apresentação. Eles dançam por todas as direções, saboreiam a pista, mostram que estão se divertindo. Diogo Jesus e Bruna Santos fazem trabalho de excelência, com tudo milimetricamente calculado. Basta notar a distância que a bandeira passa da cabeça do Diogo, nos giros da Bruna. É tudo impecável. Eles, que disseram já ensaiar com a coreografia do desfile, mostraram que o 40 está bem encaminhado.

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

Harmonia e Samba

A Mocidade tem um samba leve e muito agradável de ser cantado. Isso favorece a harmonia da escola, que tem um canto deslizante, linear, forte e, apesar do andamento mais cadenciado, vibrante. O refrão é, de praxe, o trecho mais gritado. Porém “Naveguei / No afã de me encontrar eu me emocionei” é um trecho muito querido para os desfilantes, que ainda abrem os braços para cantar. Não foi percebido nem queda no andamento do samba e nem queda do canto, a menos nas partes que a própria melodia pede.

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“Nosso ensaio é planejado e debatido durante a semana entre toda nossa coordenação de desfile para reproduzirmos exatamente o que faremos na Sapucaí, procuramos aprimorar a cada dia nosso trabalho, as quartas temos ensaio de canto na quadra onde começamos a preparação e seguimos até sábado à noite no ensaio de rua”, explicou o diretor de carnaval Mauro Amorim.

Em atuação de gala na noite deste sábado, Zé Paulo conduziu o samba e regeu o público com aquela garra que o mundo do carnaval já conhece. Se algum componente pensasse em cansar, o canto do intérprete reconduzia a força na voz, com cacos e chamamentos, que ajudaram bastante na dinâmica do ensaio.

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“Zé Paulo em tão pouco tempo construiu uma identificação com a escola que é fruto de muito trabalho. Ele tem um papel fundamental no nosso processo. É um grande profissional que tem uma linda carreira e merece todo nosso reconhecimento”, disse Mauro Amorim sobre o cantor.

Evolução

Mais um quesito que funcionou divinamente na noite deste sábado. O andamento da escola se deu na cadência do samba. Com leveza, a escola foi passando, deixando o gosto de que poderia durar mais o ensaio de tão bom que estava, ainda que tenha limite de tempo para desfilar. Não foi percebido buracos, correrias, alas emboladas. Foi percebido o esforço dos diretores de ala e harmonia para garantir a evolução pulsante e sem perder o canto. Funcionou bem.

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Outros destaques

A Mocidade faz de seu ensaio um show e ela tem o molho para isso. Pioneira nos espetáculos pirotécnicos na rua, só ela solta fogos no meio do ensaio, precisamente, na altura da marcação do segundo módulo de julgadores, durante a apresentação da bateria. A ação dá um gás extra no público e nos componentes. É um clímax de arrepiar, com ajuda do toque envolvente da Não Existe Mais Quente, que enfileira atuações magistrais.

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Outra parte que merece destaque é o arrastão após a última ala. Quem teve essa ideia conseguiu dar ao público mais que apenas assistir uma grande apresentação. O público participa e ganha de presente andar atrás a bateria da Mocidade. Não tem coisa melhor para quem saiu de casa para curtir um espetáculo em verde e branco.

Admiração e confiança em mais de duas décadas de amizade entre Douglinhas Aguiar e Serginho do Porto

No carnaval de 2025, Douglinhas Aguiar e Serginho do Porto defenderão juntos o Águia de Ouro pela oitava vez no Anhembi como intérpretes oficiais. A função costumeiramente solitária de garantir o bom andamento do samba e estimular, através da voz, os desfilantes a participarem de um dos maiores corais que existem no mundo, talvez nunca tenha sido exercida tantas vezes por uma mesma dupla. No dia da gravação oficial do Águia de Ouro para o álbum oficial do carnaval de 2025, o CARNAVALESCO conversou com os artistas para conhecer as relações de trabalho com a escola e saber detalhes sobre essa amizade de mais de duas décadas firmada na admiração e confiança entre Douglinhas e Serginho.

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Foto: Felipe Araujo/Liga-SP

Como é trabalhar em uma escola em que o presidente é também presidente da Liga-SP? Tem alguma pressão em torno disso?

Douglinhas: “Tem um pouco de pressão sim. Como o Sidnei é presidente do Águia e da Liga, nós sempre temos que ser vistos como exemplo de organização, de pontualidade, de fazer todas as coisas na forma correta. A gente não pode errar porque também é o nome do presidente que está em jogo”.

Serginho: “Eu acho que isso já vem lá de trás, de toda essa construção do Águia de Ouro até chegar ao momento em que está. A escola que veio de baixo de um viaduto e que hoje tem uma quadra imensa. Você sabe que é organização, essa organização vem dele e vindo dele a gente tem que seguir o mesmo exemplo porque as pessoas têm que ver. Pelo trabalho que ele faz na Liga e que faz no Águia de Ouro, a gente dá continuidade com o mesmo carinho e com a mesma responsabilidade que ele tem”.

Como é a relação de vocês com a bateria do Águia de Ouro?

Douglinhas: “Eu comecei a tocar no Águia de Ouro em 1984, e eu tocava junto com o Juca. Ele tocava caixa e eu também. Nossa amizade é muito, muito longa. Além disso, o Juca é meu compadre eu sou padrinho da filha dele. É uma amizade já de muito tempo”.

Serginho: “Se eu estou com 25 anos aqui, imagine só. Quando eu cheguei, eles já tinham 10 anos de casa. Ele tem 35 e eu 25 anos de casa. É maravilhoso tocar com a ‘Batucada da Pompéia’, com o mestre Juca e com toda essa rapaziada que está aí. A gente tem uma coisa muito boa porque quando a gente precisa de alguma coisa, a gente desce, conversa, volta e tudo dá certo. Isso é uma coisa que deixa a gente feliz. Você sabe que o ritmo e o canto, eles têm que andar junto para que o desfile seja um desfile harmônico”.

Vocês são uma das duplas de intérpretes que há mais tempo atuam juntos na história do carnaval como intérpretes oficiais. Qual é a diferença do trabalho em dupla no comando do samba?

Serginho: “Nós cantamos no Águia de Ouro, no Império da Tijuca, na Estácio de Sá e na Caprichosos de Pilares, em todas essas aí juntos. Uma coisa muito boa que tem entre nós dois é que não temos vaidade. Cada vez mais as pessoas acham até que nós somos irmãos, chamam a gente de Cosme e Damião”.

Douglinhas: “Acho que de outras vidas podemos até ter sido mesmo”.

Serginho: “A gente se entende, sabe o que um quer, o que o outro não quer, isso é muito bom. Quando você faz alguma coisa com tranquilidade e está do lado de uma pessoa que você sabe que tem a tranquilidade para você fazer o trabalho, isso nos deixa felizes. E a gente não tem vaidade, a única coisa que a gente sempre quer e a gente sempre bota na cabeça é o Águia de Ouro estar em primeiro lugar para poder fazer a caminhada dela”.

Douglinhas: “É isso aí. Fazer um trabalho honesto, com tranquilidade, com alegria e com irmandade”.

Quais são as virtudes que vocês enxergam um no outro?

Douglinhas: “Eu sou suspeito de falar porque quando o Serginho veio para o Águia eu já era fã dele, já era fã de quando ele cantava lá no Rio. Acho que a virtude dele é uma voz extremamente potente, é um canhão cantando. Serginho é um canhão. Eu elenco uns quatro assim: Serginho, Tinga, Dominguinhos do Estácio e Neguinho da Beija-Flor. São os caras que eu tenho de referência de potência de voz e de durabilidade, porque ao cantar samba-enredo você não vai cantar duas vezes, você vai cantar na Avenida umas quarenta vezes, e eles têm essa resistência. É um negocinho invejável, é talento, é dom. Quando nasce, Deus fala: ‘ah, é você’. Eu admiro isso demais nele”.

Serginho: “No meu irmão, no irmão que Deus me deu, o Douglinhas tem uma coisa muito boa: é músico. Uma coisa completa a outra. É músico, tem o ouvido apurado. De parte de melodia, de botar: ‘não é aqui’, ‘não faz isso aí’, ‘esse caminho aqui’. A gente acaba sendo uma pedra que precisa ser lapidada. Ele é o diferente, ele já é o diamante que está lapidado e ele consegue fazer a coisa tomar um outro caminho. Ele tem a suavidade, e a suavidade é que coloca a harmonia. Muitas das vezes a potência não faz isso, mas a suavidade faz as coisas se encaixarem. Por isso que, graças a Deus, as coisas dão super certo entre nós dois”.

Qual é o samba da vida de vocês?

Douglinhas: “Um samba só eu acho que é difícil falar. São tantos carnavais. Quantos anos de carnaval você tem Serginho?”

Serginho: “Eu, trinta”.

Douglinhas: “Eu também, eu acho que trinta, trinta e poucos anos. Seria injusto falar um. Essa pergunta eu vou passar”.

Serginho: “Também, cara. Tem sambas que marcaram a vida da gente. Eu acredito que, para o Douglinhas, o mais especial é o título do Águia de Ouro de 2020, não é?”

Douglinhas: “Mas tem outros também que foram importantes”.

Serginho: “Que marcaram. A gente não tem como pegar um samba aqui e falar assim: ‘ah, é esse aqui’. Tem tanta coisa que a gente já passou na Avenida. Eu já fui para a Avenida com o cara falando assim: ‘pô, o pior samba’, e quando acabou o desfile, era o melhor desfile. É muito complicado você relacionar um só. Agora, se você perguntar para a gente assim: ‘qual é o samba que mais você passou bem na Avenida cantando?’, aí eu vou abrir meu coração e me vestir de preto e branco, botar uma cruz de malta no peito e falar que foi o do Vasco da Gama porque eu sou Vasco. Aí não tem como, eu vou falar isso, que ele é importante. Mas um dos desfiles que eu tenho uma grande lembrança aqui, dois desfiles para mim. Foi em 2001, que foi o ‘Salém’, no primeiro ano em que a gente cantou junto e o de 2002 porque também foi um senhor desfile em homenagem a Mário de Andrade. É muita coisa boa, para mim isso aí foi maravilhoso”.

Dos sambas que vocês já viram passar na Avenida e que vocês não cantaram, se tivessem a oportunidade de cantar, qual seria esse samba?

Douglinhas: “De que escola que é? ‘E eles verão a Deus…’

Serginho: “Unidos da Ponte (1983)”.

Douglinhas: “’… Num sonho que fizeram seu sonhar’. Esse samba é lindo, cara. ‘E eles verão a Deus, a Deus. Razão de todo o seu imaginar. Hoje a natureza canta…’. Esse samba é fantástico”.

Serginho: “E o meu, em 1970, eu era moleque. A Portela tinha sido campeã do Carnaval. A gente morava em Madureira, meu pai me levou para ver o desfile e dali em diante ficou. Para mim é um dos melhores sambas. ‘Nesta Avenida colorida. A Portela faz seu Carnaval. Lendas e mistérios da Amazônia. Cantamos neste samba original. Dizem que os astros se amaram.’ Maravilhoso”.

Vintém ‘bota a cara’ e mostra seu valor! Unidos de Padre Miguel canta forte em ensaio de rua

A Unidos de Padre Miguel realizou na última sexta-feira, seu primeiro ensaio para o Carnaval 2025, na rua Barão do Triunfo, na Vila Vintém. O grande destaque da escola durante a apresentação foi o forte canto dos componentes ao longo do trajeto do primeiro ensaio de rua. O Boi Vermelho vai levar à Avenida em 2025 a história de Iyá Nassô e da Casa Branca do Engenho Velho, com o enredo “Egbé Iyá Nassô”, dos carnavalescos Lucas Milato e Alexandre Louzada, abrindo os desfiles do Grupo Especial, no domingo de carnaval.

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A diretora de carnaval da Unidos de Padre Miguel, Lara Mara, conversou com o CARNAVALESCO ao fim do ensaio da Vermelha e Branca, elogiando a apresentação e destacando o canto do povo da Vila Vintém que ensaiou em casa.

“Estou muito feliz, eu gosto de ensaio na Vila Vintém. Eu prefiro, às vezes, claro, lá na Guilherme, para logística é melhor, mas aqui é dentro de casa, a energia é diferente. E assim, era a resposta que eu queria. Agora, é a gente unidos em um só propósito e a comunidade está feliz”.

Comissão de Frente

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Fotos: S1 Fotografia e Comunicação/Divulgação UPM

A comissão de frente, comandada por Sérgio Lobato, fez uma coreografia forte e bem descritiva da letra do samba da escola, com uma bailarina principal representando Iyá Nassô, como centro da dança apresentada. Contou com movimentos alusivos aos momentos do enredo e da letra, como a aparição de Xangô no refrão que cita o nome do orixá, sendo um entre os bailarinos, erguido pelos outros em destaque.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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Vinícius Antunes e Jéssica Ferreira dançaram de forma bem entrosada e com força, além de realizarem alguns gestos com referências à letra do samba da escola na coreografia apresentada, interpretando a obra na dança do casal.

Harmonia

As alas da Unidos cantaram com muita força durante a noite de ensaio, em especial o refrão “Vila Vintém é terra de macumbeiro”, que ganhou a força de ser cantado dentro da comunidade de origem da escola. Para além deste, versos da segunda parte do samba como “Dobra o adarrum / Que meu orixá responde” também foram bem cantados na Vintém.

Evolução

O Boi Vermelho apresentou uma evolução bem organizada, com forte presença dos componentes nas ruas da Vintém. As alas estavam bem divididas e mais espaçadas, com muitos componentes bem animados, sambando e brincando durante o ensaio, e as alas coreografadas da UPM também foram muito bem, com muitas delas inclusive com objetos na mão para além de balões, como espelhos e pequenos bastões para auxiliar na coreografia e que não atrapalharam ao evoluir.

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Samba-enredo

A obra da escola de Padre Miguel rendeu muito bem no primeiro ensaio de 2025 da agremiação, com um trabalho equilibrado entre o carro de som e a bateria. Bruno Ribas mais uma vez conduziu muito bem a obra da Unidos, e sendo fundamental para o auxílio do canto dos componentes.

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Outros Destaques

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A rainha Dedê Marinho desfilou à frente da bateria “Guerreiros” com uma roupa vermelha cheia de franjas, demonstrando mais uma vez muito samba no pé. Os comandados de mestre Dinho seguiram muito bem durante o ensaio desta sexta. Ao passar pela Vintém, a escola também contagiou o público presente no ensaio, seja na rua ou em casa, que ficou cantando com a agremiação conforme a passagem do Boi Vermelho.

Gracyanne Barbosa, no BBB25, publica carta para o Camisa Verde e Branco

Integrante do reality show Big Brother Brasil 25, da TV Globo, Gracyanne Barbosa publicou uma carta para os componentes do Camisa Verde e Branco. Ela é madrinha de bateria da agremiação. Veja abaixo o texto.

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CamisaVerde et Gracyane
Foto: Fábio Martins/CARNAVALESCO

“Como todos sabem, fui convidada, em segredo, para participar do ‘BBB25’. Desde o primeiro momento, pensei muito na escola. Afinal, venho contando os dias para estar com vocês no Anhembi. Não sei o que vai acontecer na casa nos próximos meses e, principalmente, quando vamos poder sambar juntos novamente, mas, quero que saibam que o Camisa Verde e Branco segue comigo em pensamento e no coração, como uma família que sempre me acolheu com tanto amor.

Perto ou longe, sempre vou torcer e vibrar pela nossa escola, que tem uma história rica e um futuro brilhante pela frente. Agradeço imensamente por todo o carinho e conto com a torcida de vocês. Espero poder também representá-los dentro do jogo. Perdoem a minha ausência nos próximos compromissos da escola, já que estarei nesse outro desafio. Não vejo a hora de estar com vocês pessoalmente novamente!”

Eugênio Leal sobre o samba do Salgueiro para o Carnaval 2025: ‘Quem tem medo de quiumba não nasceu pra demandar’

O Salgueiro vai mostrar em seu desfile as diferentes crenças usadas pelas pessoas para pedirem proteção. O título do enredo, “Salgueiro de corpo fechado” (do carnavalesco Jorge Silveira com sinopse de Igor Ricardo), já adianta um tema de fácil assimilação e que conversa com o dia-a-dia da população. Quem não tem um amuleto, um ritual, uma forma de se sentir protegido?

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

É um assunto também muito próximo das religiões afro-brasileiras com as quais o Salgueiro está acostumado a dialogar, mais do que isso, sempre as teve dentro de si. É natural, portanto, que o enredo e o samba mergulhem fundo nestas crenças. A obra de Xande de Pilares, Pedrinho da Flor, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Leonardo Gallo, Jorginho via 13, Jefferson Oliveira, Jassa e W.Correa já começa jogando pesado ao evocar tais rituais. Para isso cita vários artigos e personagens, especialmente Xangô (padroeiro da Escola) e Exu, para compor o cenário de uma abertura de desfile que vai trazer toda essa religiosidade. “Prepara o alguidar, acende a vela / Firma ponto ao sentinela, pede a benção pra vovô / Faz a cruz e risca a pemba / Que chegou Exu Pimenta e a Falange de Xangô / Tem erva pra defumar, carrego o meu patuá / Adorei as almas que conduzem meu caminho / Ê Mojubá, Marabô invoque a lua / Que o povo da encruza não vai me deixar sozinho”

Na sequência os autores começam a desfilar a história proposta na sinopse, que conta sobre a chegada da “Bolsa de Mandinga” ao Brasil através dos escravizados do Mali (aqui chamados de malês). Eles eram islâmicos e traziam citações ao Alcorão em pequenas bolsas penduradas no peito (um tipo de bolsa muito na moda hoje) que serviam como forma de proteção. Eles aproveitam para citar alguns itens que aos poucos passaram a ser incluídos nas tais bolsas em substituição aos dizeres islâmicos conforme os brasileiros passaram a adotar este patuá. “Sou herança dos malês / Bom mandingo e arisco / Uso a pedra de corisco / Pra blindar meu dia a dia / No tacho arruda e alecrim / Bala de chumbo contra toda covardia”.

Salgueiro 2025: ouça a versão oficial do samba-enredo

Chega o refrão do meio, para mim um dos trechos de melodia mais bonitos do carnaval 2025. É a parte do enredo em que o samba se refere a um integrante do bando de Lampião, Moreno, que lidava com todas as proteções espirituais do bando. Ele não foi morto com os demais e viveu até os cem anos. O verso “Feito moreno eu vou viver” é uma delícia de cantar. Refrão muito bem encaixado. “Tenho a fé que habita o sertão / De Lampião, o cangaceiro/Feito Moreno eu vou viver / Mais de cem anos / No meu Salgueiro”.

A segunda parte segue com a mesma pegada melódica da primeira. E essa é uma questão do samba. Ele não tem aquele “respiro” tradicional. É todo com a pegada lá em cima. E segue sendo muito fiel aos elementos presentes na sinopse, chegando a encaixar uma frase inteira* do texto original no trecho em que passa pelo universo indígena. “Sou espinho qual “fulô” de Macambira / Olho gordo não me alcança / Ante o mal a pajelança pra curar / Sempre há uma reza pra salvar*/ O nó desata, liberdade pela mata…”

Volta para os cultos afro-brasileiros, que dominam a maior parte do enredo, para pedir proteção ao Zé Pelintra – enredo da escola em 2016 em “A Ópera dos malandros”. “E os mistérios do axé, meu candomblé / Derruba o inimigo um por um / Eu levo fé no poder do meu contra egum / Salve Seu Zé, que alumia nosso morro / Estende o chapéu a quem pede socorro / Vermelho e branco no linho trajado / Sou eu malandragem de corpo fechado”.

O refrão forte reafirma os rituais de fé do povo salgueirense com algumas boas sacadas e letra como o verso “Quem tem medo de quiumba, não nasceu pra demandar”, uma releitura muito bem adaptada do clássico ditado popular “Quem não pode com mandiga não carrega patuá”. Para depois fechar com um aviso importante. “Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá / Quem tem medo de quiumba, não nasceu pra demandar Meu terreiro é a casa da mandinga / Quem se mete com o salgueiro acerta as contas na curimba”.

Um samba muito potente, energizado, carregado de axé. Feito com alma de Salgueiro. O desafio é encontrar o andamento e o tom ideais para que a escola consiga cantar a extensa letra de forma confortável sem perder a empolgação. E o Salgueiro tem gente gabaritada para resolver isso sem dificuldades e impulsionar um grande desfile.

‘Martinho, Coração de Rei – O Musical’ está em cartaz no Teatro Riachuelo Rio

“Martinho, Coração de Rei – O Musical” mergulha nas raízes africanas do mestre sambista Martinho da Vila, revelando a profunda influência da Folia de Reis e de outras manifestações culturais afro-brasileiras em sua obra. A dramaturgia da renomada especialista em África, Helena Theodoro, inspirada em sua pesquisa sobre o continente africano e na biografia “Martinho da Vila: Reflexos no Espelho” de sua autoria, celebra a força da ancestralidade e a riqueza da cultura negra.

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martinho musical
Foto Erik Almeida/Divlgação

Depois do sucesso em São Paulo, o espetáculo estreia no dia 10 de janeiro de 2025 no Teatro Riachuelo Rio. “Martinho, Coração de Rei – O Musical” passeia pela vida e obra de um dos maiores sambistas do Brasil. É uma celebração à rica história do samba e à trajetória de um ícone da música popular brasileira, e com uma trilha sonora inesquecível, o espetáculo nos transporta para o universo de Martinho da Vila, revelando um homem apaixonado pela música, pela família e pela cultura brasileira.

Trata-se de mais um projeto da Fato Produções, atuante há mais de trinta anos no mercado cultural, sob comando do premiado produtor Jô Santana, que tem uma carreira marcada por produções de grande sucesso e relevância cultural, como a Trilogia do Samba, que homenageou Cartola, Dona Ivone Lara e Alcione. Neste projeto, Jô está novamente fazendo uma dobradinha com Miguel Falabella, parceiro com quem realizou o sucesso “Marrom, o Musical” e mais recentemente o espetáculo “A Partilha”. O diretor Falabella e a dramaturga Helena Theodoro alicerçam um espetáculo recheado de africanidades e referências icônicas da história do povo preto – fazendo um resgate do panteão, outrora grego, mas aqui retratado na sua real origem, pois o espetáculo é uma contemplação a lendas e mitos afro-brasileiros e ao samba.

Dividido em dois atos com duração de 150 minutos com 15 minutos de intervalo, o espetáculo passa pelo homem de família, pelo compositor, que foi militar, apaixonado por futebol e chega ao carnaval, às grandes e ancestrais rodas de samba – inclusive neste momento da Roda de Samba, teremos a participação de grandes nomes do samba. No palco, um time de bambas, 20 talentosos atores-cantores-bailarinos e 8 músicos dão vida a essa história, entre os quais temos a felicidade de contar com netos de Martinho: a atriz, cantora e dançarina Dandara Ventapane e o músico Guido Ventapane.

Este grandioso espetáculo de teatro musical movimenta mais de 300 empregos diretos e indiretos gerados neste período desde a concepção até o fim da temporada, conta com mais de 250 figurinos criados pelo premiado Cláudio Tovar e confeccionados por colaboradoras do empreendimento social Tereza com apoio do Instituto Humanitas360. Por meio dessa parceria, nove mulheres egressas do sistema prisional estiveram costurando e bordando as peças em ateliê instalado na Oficina Cultural Oswaldo Andrade. Soma-se uma cenografia ágil, surpreendente, e uma seleção músicas de Martinho da Vila que certamente todo mundo já conhece. Esperamos por todos e todas, para celebrar a história do samba e se conectar com suas raízes africanas.

SERVIÇO “MARTINHO CORAÇÃO DE REI, O MUSICAL” – ESTREIA 10 DE JANEIRO

Teatro Riachuelo Rio – Rua do Passeio, 38/40 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
Bilheteria física do teatro sem taxa de conveniência
Horário de funcionamento: de terça a sábado, das 14h às 19h. Em dia de espetáculo, das 14h até o horário de início da sessão.
Bilheteria on-line www.ingresso.com
Duração: 150 minutos com 15 minutos de intervalo
Classificação: 16 anos

Sessões

Quinta a Sábado às 20h e Domingo às 19h

VALOR DE INGRESSO
Plateia Vip (Tom Maior): 200,00
Plateia (Casa de Bamba): 150,00
Balcão Nobre (Vila Isabel) : 100,00
Balcão Superior (Canta Canta Minha Gente): 39,00