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Estreantes, Cris Santos e Dodô contam como surgiu convite da Barroca e exaltam samba de 2025

Em meio a medalhões do samba, uma dupla de intérpretes oficiais da Barroca Zona Sul fará estreia como a voz principal de um carro de som no carnaval de São Paulo. No dia da gravação oficial da agremiação verde e rosa da Zona Sul de São Paulo, o CARNAVALESCO conversou como surgiu o convite e como está a parceria entre Cris Santos e Dodô Ananias.

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Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO

O intérprete Cris Santos fazia parte da ala musical da Barroca, mas não como o intérprete principal da agremiação, enquanto Dodô trabalhou no carnaval carioca e do Sul, estreará em São Paulo nesta temporada.

Como você chegou na Barroca Zona Sul?

Cris Santos: “Cheguei em 2018. Maio de 2018 e vim aí galgando aí com a ala musical. Trabalhando fazendo a base do Pixulé junto com essa rapaziada, reformulando. E chegamos aí hoje oficial junto com o meu parceiro do Dodô”.

Como foi o convite para ser intérprete oficial da Barroca?

Cris Santos: “O convite foi surpresa. Foi praticamente a surpresa porque já tinha outras situações da escola, de outros intérpretes e eu estava esperando que fosse a realidade de hoje. Mas quando eu sentei a primeira vez para conversar renovamos como ala musical, no meio do caminho teve uma reviravolta e recebi a ligação no meio da semana e foi aquela assim ‘Ó, vem você e você vai dividir com o menino Dodô’, aí depois de um tempo a gente se conheceu e nosso trabalho tá aí graças a Deus, Tá fluindo muito bem e que continue fluindo aqui por muitos e muitos carnavais a gente possa trabalhar junto que a parceria é forte”.

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Dodô Ananias: “Primeiramente quem fez contato comigo foi o Thiago Meiners que é um dos compositores do samba, já vem fazendo sambas da escola há muito tempo e depois o presidente Cebola fez contato comigo. Me perguntou, ele acompanhou alguns trabalhos meus lá no Rio de Janeiro, eu era cantora da Acadêmicos da Rocinha, fui durante quatro carnavais, também tem alguns trabalhos no Sul, em Porto Alegre, e aí presidente Cebola fez contato comigo e já passou a proposta e a ideia que já seria para dividir com o Christian. Que já fazia parte da ala musical da escola e cara tá dando muito certo”.

Como está a parceria entre vocês neste começo de trabalho?

Cris Santos: “A sinergia aí casou logo de primeira, logo quando nos conhecemos, as ideias já foram as mesmas e aquilo que a gente vai fazer na avenida que preparamos hoje, vamos aprimorar mais”.

Dodô Ananias: “Desde o início as nossas ideias se bateram muito. Porque se nosso trabalho em dupla não der certo ano que vem o presidente manda a gente embora e contrata outro para fazer o que estamos fazendo, então temos que fazer dar certo. Graças a Deus tá dando certo e vamos seguir trabalhando assim pra entregar o que a escola precisa merece”.

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Qual a avaliação sobre o samba de 2025 da Barroca?

Dodô Ananias: “Modéstia a parte acho que temos sem hipocrisia que temos um dos melhores sambas do ano. O Barroca pega top três fácil, mas isso só aumenta nossa responsabilidade e o nosso trabalho”.

Cris Santos: “Como ele disse o top três aí pra gente, desculpe as outras coirmãs, mas é com todo respeito, um dos melhores sambas na nossa opinião que é o do Barroca e vamos trabalhar fortemente para chegarmos entre as cinco, ou o terceiro e quem dirá o título. O sonho é o maior título, né? Então vamos buscar, vamos atrás do título”.

Unidos de Vila Isabel recebe Martinho da Vila em feijoada no domingo

A Unidos de Vila Isabel realizará no domingo, a partir das 13h, a primeira edição de 2025 da Feijoada da Vila. Martinho da Vila, cantor e presidente de honra da azul e branca de Noel, é a atração principal do evento, que também contará com shows da agremiação e da Velha Guarda Musical da Vila.

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Foto: Divulgação/Vila Isabel

Martinho, que carrega em seu nome a escola do coração, revela a ansiedade para encontrar o povo do samba: “Feliz de começar o ano aqui. Vai ser uma maravilha cantar com a Vila Isabel!”

Os ingressos custam a partir de R$ 20 e podem ser adquiridos através da plataforma Sympla ou na bilheteria da quadra, localizada no Boulevard 28 de Setembro, 382.

Última escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval, a Vila Isabel levará para a Sapucaí o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”, desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros. Conduzida por um trem-fantasma que desembarca em um grande baile, a escola vai transformar medo em alegria ao carnavalizar as assombrações que atazanam o imaginário popular.

Serviço:
Feijoada da Vila
Data: 19/12
Hora: a partir das 13h
Preços: a partir de R$ 20
Ingressos: Sympla ou bilheteria da quadra

Xande de Pilares é consagrado sócio benemérito do Salgueiro

O cantor e compositor Xande de Pilares é o mais novo sócio benemérito da Acadêmicos do Salgueiro. O sambista foi surpreendido ao receber a carteirinha das mãos de André Vaz, presidente da escola, no último domingo, durante a tradicional Feijoada do Salgueiro, que teve ingressos esgotados.

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Foto: Alan Ribeiro/Divulgação

“Eu comecei a trabalhar no barracão do Salgueiro com 14 anos de idade. Aos 17, fiz meu primeiro desfile na ala da força, com aquela galera que empurra o carro na avenida. Anos depois, entrei pra ala de compositores do Salgueiro e, hoje, ganho a carteirinha de sócio benemérito. Eu agradeço muito e quero dedicar a dois caras que estão presentes: Mauro Júnior e Cláudio de Souza. Também aos saudosos Jô Calça Larga e Mestre Louro, que me ajudaram no início do meu trabalho aqui.”, comentou o artista emocionado.

Sob os aplausos de mais de cinco mil pessoas, Xande de Pilares celebrou a homenagem interpretando o samba-enredo da escola para o Carnaval 2025, cujo enredo é “Salgueiro de Corpo Fechado”. Xande é autor do samba junto com Pedrinho da Flor, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Leonardo Gallo, Jorginho Via 13, Jefferson Oliveira, Jassa e W.Correa. O momento contou com a participação especial de Ferrugem.

Esta apresentação foi uma breve pausa nas férias. Depois de tirar uns dias para descansar, o artista retorna efetivamente aos trabalhos, nesta quinta-feira, participando do evento ‘Te Vejo no Bonfim’, em Salvador. Em seguida, o sambista dá continuidade às turnês ‘Esse Menino Sou Eu’ e ‘Xande Canta Caetano’.

Mocidade realiza no sábado sua tradicional feijoada no Campo Olímpico do Golfe

A Mocidade Independente de Padre Miguel realizará no sábado mais uma edição da sua tradicional feijoada. A partir das 13h, o público poderá curtir um verdadeiro carnaval com a presença de diversas co-irmãs. Além do show dos segmentos da verde e branco da Zona Oeste, o evento contará com Beija-Flor, Grande Rio, Imperatriz Leopoldinense, Salgueiro e Unidos do Viradouro.

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Também haverá shows do grupo Samba d’Passista e Grupo Show de Bola. Os ingressos custam a partir de R$ 150, dando direito à entrada, feijoada e uma camiseta, que podem ser adquiridos pelo site Ingresse.

Primeira Escola a desfilar na terça-feira de Carnaval, a Mocidade Independente de Padre Miguel levará para a Sapucaí o enredo “Voltando para o futuro, não há limites para sonhar”, desenvolvido pelos carnavalescos Casal Lage. A Escola fará uma viagem intergaláctica, onde se reconecta com seu brilho mais intenso, o de uma estrela jovem, para questionar os próximos passos em um manifesto pelo futuro da humanidade.

Serviço:
Local: Campo Olímpico de Golfe – Barra da Tijuca
Data: 18/01/2025
Hora: A partir das 13h
Preço: R$ 150,00 (entrada + camiseta + feijoada)
Classificação: Livre
Link de venda: https://www.ingresse.com/feijoada-da-mocidade-campodegolfebarra/

Unidos de Bangu realiza ensaio de rua nesta quarta-feira

A mais antiga escola de samba da Zona Oeste, iniciará seus ensaios para o Carnaval de 2025 nesta quarta-feira, às 21h, no tradicional Largo de Bangu. Segmentos e comunidade estão convidados a vivenciar o primeiro ensaio do ano da escola.

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Foto: Magaiver Fernandes/CARNAVALESCO

Para o Carnaval de 2025, a Unidos de Bangu levará para a Avenida o enredo “Maraka’anande: Resistência Ancestral”, que retrata a história da resistência da aldeia indígena Maracanã, situada no coração do Rio de Janeiro.

A escola busca homenagear e dar visibilidade à luta e à resistência dos povos indígenas. Com esse enredo, a Unidos de Bangu reafirma seu compromisso com a valorização das raízes culturais e históricas, trazendo à tona uma narrativa de resistência e ancestralidade que promete emocionar o público no desfile de 2025.

Atriz Jéssica Ellen visita barracão da Unidos de Padre Miguel e confirma participação no desfile

A Unidos de Padre Miguel recebeu uma visita especial em seu barracão, localizado na Cidade do Samba, no bairro da Gamboa, Zona Portuária do Rio de Janeiro. A atriz Jéssica Ellen, atualmente em destaque na novela das sete da TV Globo, foi recebida pelo carnavalesco Lucas Milato, que apresentou o projeto do enredo “EGBÉ IYÁ NASSÔ!”, tema que será defendido pela escola no desfile do Grupo Especial este ano.

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Foto: S1 Fotografia/Divulgação Unidos de Padre Miguel

Reconhecida por suas atuações marcantes em produções como Amor de Mãe e Justiça, a protagonista da novela Volta por Cima também é adepta do candomblé e possui uma profunda conexão com o Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, foco central do enredo da agremiação.

O Terreiro da Casa Branca, situado em Salvador, é o mais antigo templo afro-brasileiro em atividade, sendo um símbolo de resistência e preservação cultural. Durante a visita, a direção da escola aproveitou para convidar a atriz a participar do desfile, reforçando a importância de sua presença na celebração do enredo.

“Estou muito feliz com o convite da direção da escola para participar deste desfile. É uma honra poder levar para a Avenida um tema tão importante, que representa a força da nossa ancestralidade”, declarou a atriz, emocionada.

A Unidos de Padre Miguel será a primeira escola a desfilar no Grupo Especial no dia 02 de março , apresentando na Sapucaí um enredo que celebra a história afro-brasileira, o candomblé e o legado de Iyá Nassô, precursora da religião no Brasil.

Eugênio Leal sobre o samba de 2025 da Mangueira: ‘Matriarca das paixões’

O samba da Mangueira para 2025 não foi bem recebido pela chamada “bolha do carnaval” desde a época da disputa. Talvez uma parte disso se deva ao fato da repetição da parceira vitoriosa – reação normal a uma sequência de sambas dos mesmos autores. O enredo também não trouxe uma história completamente nova, apenas o enfoque nos povos Bantu. Isso pode ter contribuído. Mas se nos despirmos de preconceitos e analisarmos fria e tecnicamente o samba ele tem os requisitos necessários para alcançar boas notas. Além de ter algumas passagens musicais bem interessantes.

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Foto: Divulgação/Rio Carnaval

O enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”, do carnavalesco estreante no Rio de Janeiro Sidnei França, propõe “um olhar sobre a presença dos povos bantus no Rio de Janeiro”. Estes povos do mesmo agrupamento linguístico da África Central foram maioria dentre os escravizados na cidade. A região de origem dos bantus hoje corresponde a Angola, Congo, Gabão e Cabinda. A Mangueira promete retratar “a vivência dessa população em toda a cidade, a partir da sua chegada nessa região, revelando sua história à flor da terra”. Ou seja, exaltando as “as vidas negras que florescem no solo carioca”.

Os compositores Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Júlio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim já começam apontando para duas cidades angolanas, Luanda e Benguela, citando a travessia criminosa dos africanos para o Brasil, e assumindo o papel de quilombola. Outro ponto desta abertura do samba é a referência a rebeldia / resistência marcas dos pretos desde aquela época até os dias atuais.

Mangueira 2025: ouça a versão oficial do samba-enredo

“Sou Luanda e Benguela
A dor que se rebela, morte e vida no oceano
Resistência quilombola dos pretos novos de Angola
De Cabinda, suburbano…”

O samba continua contextualizando o personagem que conta o enredo, o povo preto da escola, sua “flor de terra”. Que se rebela desde que chegou ao cais do Valongo e transformou o centro do Rio na “Pequena Àfrica”. Este trecho fala das “Kalungas ancestrais”. Na sinopse há um glossário que descreve “Kalungas” como “ideia de grandeza e imensidão. Pode designar a morte, o mar (kalunga grande) e cemitérios (kalunga pequena)”.

“Tronco forte em ribanceira, flor da terra de Mangueira
Revel do Santo Cristo que condena
Mistério das Kalungas ancestrais
Que o tempo revelou no cais
E fez do Rio minha África pequena”.

Os versos seguintes passam a falar da musicalidade e da ginga que os povos bantus trouxeram ao Brasil. “Malungo” era como eles chamavam uns aos outros. Aqui surge mais um país africano, o Congo, de onde vieram mais bantus para o Rio. Este trecho tem uma pegada de refrão, mas não é. Na verdade é uma preparação para ele.

“Ê malungo, que bate tambor de Congo
Faz macumba, dança jongo, ginga na capoeira
Ê malungo, o samba estancou teu sangue
De verde e rosa renasce a nação de Zambi”

O primeiro refrão do samba faz referência à religiosidade com foco em palavras do candomblé de Angola, uma nação que se baseia em rituais das culturas africanas. A expressão “Pembelê” é uma saudação; Kaiango é uma divindade que representa a “Senhora do Fogo”. O “Camutuê” é a “cabeça” do filho de santo. Já “Inquice” são entidades correspondentes aos “Orixás”.

“Bate folha pra benzer Pembelê, Kaiango
Guia meu Camutuê, mãe preta me ensinou
Bate folha pra benzer, Pembelê, Kaiango
Sob a cruz do seu altar Inquice incorporou”

O samba sai do tom maior para o menor na segunda parte quando passa a retratar a história de dificuldades, preconceitos e sofrimentos dos pretos cariocas no dia-a-dia da cidade. Este trecho tem linda melodia, perfeitamente condizente com a representatividade dos versos.

“Forjado no arrepio
Da lei que me fez vadio
Liberto na senzala social
Malandro, arengueiro, marginal

Mas a virada começa com a cultura, que caminha ao lado da resistência. Os Zungus, citados no samba, são descritos na sinopse como “Complexos comerciais, festivos e de habitação em que interagiam, predominantemente, negros escravizados e libertos”. A violência diária, especialmente nas favelas, encerra este trecho do samba com foco nos sobreviventes.

“Na gira, no jogo de ronda e lundu
Onde a escola de vida é Zungu, fui risco iminente
O alvo que a bala insiste em achar
Lamento informar… um sobrevivente

O samba da Mangueira chega à parte em que celebra a musicalidade preta carioca e toda a cultura que floresce a partir dela conquistando o “asfalto”. Outro trecho musicalmente rico.

“Meu som por você maculado
Sempre censurado pela burguesia
Tomou a cidade de assalto
E hoje no asfalto a moda é ser cria
Quer imitar meu riscado, descolorir o cabelo
Bater cabeça no meu terreiro”.

Aqui os compositores repetiram o recurso do “pré-refrão” que eles mesmos usaram nos últimos anos. Funciona no desfile, mas já deixou de ser novidade. Ainda assim é forte, pois exalta Matamba, a equivalente a Iansã – padroeira de Mangueira.

“É de Arerê, força de Matamba
É dela o trono onde reina o samba”

E vem o refrão final, hora da explosão. A gente pode achar que mais uma vez é a Mangueira fazendo uma auto-exaltação. E é. Mas é também para onde o enredo conduz o samba. Então estamos mais uma vez a verde-e-rosa assumindo o papel de ser a voz do gueto. Eu tenho desde a primeira vez que ouvi, a impressão que o verso “dona das multidões” tem um encaixe melódico um pouco forçado, mas o que vem depois é brilhante: “Matriarca das paixões”, aqui sim uma tradução inovadora da simbologia mangueirense. E o samba fecha com dois versos que traduzem e simplificam o enredo. Na mosca!

“Sou a voz do gueto, dona das multidões
Matriarca das paixões, Mangueira
O povo banto que floresce nas vielas
Orgulho de ser favela”.

A história do carnaval já registrou muitos sambas que chegaram à avenida com enorme expectativa e não funcionaram no desfile. O contrário também já aconteceu várias vezes: sambas pouco comentados explodiram na hora “H” beneficiados por uma menor saturação do público. A Mangueira tem chance de fazer isso, surpreender a plateia da Sapucaí. Um samba que pode crescer conforme o visual for conquistando as pessoas e completando a música. E, convenhamos, para uma escola popular como a Estação Primeira isso não seria nada fora do comum.

Só elogios! Show de interpretação de Wander Pires e atuação de gala do casal no ensaio de rua da Viradouro

A cada domingo, na Amaral Peixoto, no Centro de Niterói, o ensaio de rua da Viradouro é marcado pela excelência impressionante dos quesitos. É até difícil acreditar que não tem um erro ou problema para ser citado. Porém, a verdade é que não existe. A atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro elcançou um nivel de apresentação característico de potências histórias do carnaval, como a Beija-Flor dos anos 2000, a Mocidade e Imperatriz dos anos 1990. No último domingo, todos mereceram destaque, mas vale ressaltar ainda mais o trabalho do cantor Wander Pires, da ala musical, e a performance impecável do casal Julinho e Rute.

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“Não tem nada pronto. Temos sempre que trabalhar, e o nosso desafio anual é não deixar esmorecer, não deixar cair a peteca, manter o pé no chão, trabalhar 50 vezes mais. Quando a gente começa o projeto, iniciamos pensando em melhorar o que já foi feito no ano anterior, a escola entra com mais tesão que o ano passado onde a gente foi campeão daquele jeito, o que tá acontecendo aqui é isso. Samba e bateria em sincronia, o samba bom pra caramba, enredo bom pra caramba, escola com um tesão absurdo, é uma máquina. E falo isso com muita tranquilidade e muita humildade, não é garantia de absolutamente nada. Mas os ensaios daqui realmente tem sido num nível alto e de forma constante, a gente entende que esse é o caminho e a gente tem muito menos chance de errar no dia. Não é garantia, mas é treinando que a gente consegue jogar. Claro, a comunidade daqui, ela é diferente, ela tira onda mesmo. Eu acho que a gente está numa sintonia muito grande, um trabalho amadurecido, uma comunidade absurdamente vibrante, apaixonada, e hoje a escola vive essa sintonia e consegue fazer grandes ensaios e, consequentemente, tem feito grande sucesso”, afirmou Marcelinho Calil, diretor executivo da Viradouro.

Comissão de Frente

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Os coreógrafos Rodrigo Negri e Priscilla Mota deram um gostinho do que virá na Avenida em 2025. Primeiro, o grupo dançou com muita intensidade, fizeram um ritual na Amaral Peixoto. Segundo, além da dança, eles cantaram o samba-enredo o tempo inteiro. Berraram, para ser mais exato. O pivô, representando Malunguinho, encarnou a alma do homenageado no enredo. Em um dos momentos de ápice da exibição todos “batiam folhas”, simbolizando a mata e a força da jurema sagrada, e arrancavam gritos e aplausos do público. Clima de expectativa, mais uma vez, para ver a coreografia oficial no dia do desfile.

Mestre-Sala e Porta-bandeira

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Como vinho, Julinho e Rute melhoraram a cada ano que passa. Todos de branco, no ensaio do último domingo, eles foram irretocáveis na dança. Primor! Os movimentos do mestre-sala são fortes e muito técnicos. A porta-bandeira alia vigor e simbolismo. Os giros dela são impressionantes. A coregrafia é feita no momento adequado e totalmente dentro do samba-enredo. Ah… bandeira sempre esticada.

Harmonia e Samba

Dois quesitos que são muito trabalhados pela Viradouro. O canto dos componentes, a atuação da ala musical e a perfeita conjunção entre letra, melodia e o que está sendo apresentado. O intérprete Wander Pires está muito bem encaixado no samba-enredo. Sua ala musical, coordenada pelo craque Hugo Bruno, domina toda obra. A sintonia com a bateria faz fluir o canto do componente na pista. A intensidade do canto é forte durante todo o treino, principalmente, pela dedicação de cada diretor de harmonia, que comanda e incentiva os componentes. O verso “O rei da mata que mata quem mata o Brasil” é cantado com uma vontade tão grande que quem está na Austrália, do outro lado do mundo, pode ouvir.

Evolução

Trabalho magistral da direção de carnaval. Foi percebido com nitidez a escola cantando e dançando o tempo todo. Quem não sambava, pulava, se mexia. Durante todo o treino, na Amaral Peixoto, vinha um diretor e pedia ainda mais “gingado” de todos. No verso “Ê juremeiro, curandeiro oh” os integrantes da escola parecem em alfa, tanto que se entregam naquele momento.

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Outros Destaques

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, recém-eleito, apareceu, foi homenageado e exaltou o orgulho que a escola representa para o município. Mais uma vez, ele que sempre apoiará a escola, seja para o desfile, seja para a realização dos ensaios na Amaral Peixoto.

A rainha Erika Januza, muito identificada com a escola, tem grande participação na performance da bateria, quando é simulada a apresentação na frente da cabine de jurados. Ela dança com um integrante, fazendo uma coreografia especial.

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Mestre Ciça, que vive seu melhor momento profissional, junto com a “Furacão Vermelho e Branco”, teve atuação de gala. A bateria da Viradouro mudou e toca para o estilo que o samba-enredo pede. União perfeita com o carro de som.

“Tem uma nova bossa para entrar no samba, não apresentamos hoje porque ainda precisamos acertar. O samba encaixa com a bateria, a bateria encaixa com o samba, todo o samba é bom. Quando o samba é bom ele conserta tudo, bateria, andamento. A Viradouro tem um grande samba e facilita o trabalho da gente, andamento, me preocupo mais com o andamento mesmo. Mas hoje foi um ensaio perfeito, se vai ganhar eu não sei, mas ela está preparada pra disputar o titulo. A gente trabalha muito, vamos ensaiar amanhã, até o Carnaval é nesse ritmo””, revelou mestre Ciça.

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Sempre importante citar a dedicação das musas da Viradouro, que interagem com o público, sambam demais e cantam o samba-enredo o tempo todo. Muito capricho e responsabilidade com a agremiação.

Colaborou Luiz Gustavo

Multidão portelense solta a voz no ensaio de rua e mostra o potencial da Águia

A Portela fez seu tradicional ensaio de rua na Estrada do Portela, na noite do último domingo, em que os protagonistas foram os componentes. A alegria dos portelenses foi demonstrada através do canto e da leveza ao evoluir. O vice-presidente Junior Escafura comentou a sobre a paixão do portelense neste Carnaval 2025.

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“A escola está muito feliz cantando, evoluindo, brincando. Cada dia e cada ensaio que passa, a gente fica mais satisfeito e agradecido a essa comunidade que é encantadora, que canta com coração, que canta com amor. O portelense é um apaixonado. A Portela está pronta para fazer um grande ensaio técnico. E nós vamos estar preparados para fazer um lindo desfile, encerrando o carnaval na terça-feira”, declarou Escafura.

O entrosamento do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon Lamar e Squel Jorgea, a condução de Gilsinho e a precisão de mestre Nilo Sérgio evidenciaram a qualidade técnica que a Portela tem e a vontade em homenagear Milton Nascimento. O diretor de carnava,l Junior Schall, acredita que a Portela está fazendo uma curva ascendente e fez sua avaliação do ensaio.

“Mantendo o nosso olhar e a nossa ação enquanto Estrada do Portela, a Portela está com uma pulsação ainda mais poderosa. Um ensaio curto em sua distância, mas um ensaio enorme na sua possibilidade da alma portelense se manifestar. Cada vez mais, eu, a direção, Harmonia, Carnaval, todos os nossos segmentos entendemos o quão valioso é poder ter, não só os componentes, mas todos aqueles que lotavam a Estrada do Portela numa pulsação tão grande. Mais uma vez eu entendi, hoje, a Portela veio não ensaiar, veio celebrar Milton Nascimento. A gente sempre vai provocar a melhora, é sempre uma curva ascendente. E essa curva parte dos nossos componentes e dos estímulos que passamos para eles. Hoje em pouco mais de 60 minutos de ensaio, a gente pode perceber que aquela questão que eu venho batendo da manutenção do campo ela cresceu muito, porque ao final a escola fez uma verdadeira apoteose. A escola está sendo provocada a fazer uma apoteose. Hoje, ao final, a apoteose celebrou Milton Nascimento. A Portela está acreditando no amor!”, afirmou o diretor.

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Foto: Matheus Vinícius/CARNAVALESCO

A azul e branca fechará os desfiles do Grupo Especial, na terça-feira, dia 4 de março, sendo a quarta a entrar na Marquês de Sapucaí. A escola desfilará com o enredo “Cantar Será Buscar o Caminho Que Vai Dar no Sol – Uma Homenagem a Milton Nascimento”, desenvolvido pela dupla de carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga, que acompanhou o ensaio de hoje.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O mestre-sala Marlon Lamar e a porta-bandeira Squel Jorgea performaram uma coreografia com bailado mais tradicional, com giros limpos e bem executados e troca de olhares constante. O casal aparenta afinidade, confiança e elegância nos movimentos precisos e nas interações.

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Harmonia

A Portela deixou evidente que decorou o samba de ponta a ponta. Os componentes cantaram em sua integralidade, e nenhuma ala demonstrou queda significativa de rendimento, pelo contrário, as alas encerraram o desfile mais aguerridas do que iniciaram. O carro de som liderado por Gilsinho mostrou entrosamento com a bateria de mestre Nilo Sérgio, e deram o tom festivo para o ensaio deste domingo.

Evolução

A azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira passou de forma leve pela Estrada do Portela, apesar do contingente grande de componentes que estiveram presentes nesta noite. Ao longo de uma hora, os portelenses desfilaram com liberdade para brincar carnaval. As alas estavam bem delimitadas e fluíram com alegria e canto. Um ponto de atenção é a primeira ala coreografada, que apresentou uma dificuldade de sincronia na frente de onde representou a primeira cabine de jurados.

Samba-enredo

A composição de Samir Trindade, Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira conquistou os componentes da Portela e permitiu uma boa evolução do carro de som. A parte entoada com mais força pelos portelenses é o trecho “Noite apaga o arrebol/ Num milagre ser farol/ E continuar/ Quem acredita na vida/ Não deixa de amar”.

Outros destaques

A “Tabajara do Samba” brilhou esta noite com as bossas regidas por Mestre Nilo Sérgio. À frente da bateria, a rainha Bianca Monteiro demonstrou, além de samba no pé, um carisma enorme ao puxar espectadoras, seja criança, adulta ou idosa, para sambar com ela.

Feitiçaria parawara completa! Grande Rio faz ensaio de rua com canto intenso e excelência de Daniel Werneck e Taciana Couto

Bom de bola, bom de samba e…bom de canto. O componente caxiense, mais uma vez, deu o nome e foi o destaque de mais um ensaio de rua da Acadêmicos do Grande Rio, na noite do último domingo, na Avenida Brigadeiro Lima Silva, coração de Duque de Caxias. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel Werneck e Taciana Couto, também abrilhantou a apresentação.

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O treino começou às 21h24 e teve um pouco mais de uma hora de duração. Os componentes percorreram pouco mais de 600 metros. A apresentação também marcou a estreia da comissão de frente da agremiação. No fim da apresentação, o diretor de carnaval, Thiago Monteiro, avaliou a sincronia da escola e a organização como os pontos altos da noite.

“Apesar da comissão de frente ter vindo pela primeira vez, a gente marca o tempo deles toda semana. Sobre o ensaio, estou muito satisfeito e feliz. A cada semana que passa, a nossa comunidade vem amadurecendo mais e entendendo cada vez mais o que é preciso ser feito. No dia do desfile, a Grande Rio sairá do barracão sabendo o que vai fazer na Avenida. Gostei da organização e da maturidade da escola. O que mais gostei foi essa sincronia e organização”, analisou o diretor de carnaval.

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Foto: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

Comissão de frente

Sob o comando dos coreógrafos Hélio e Beth Bejani, a comissão de frente da Tricolor Caxiense fez seu primeiro ensaio de rua na temporada. A apresentação contou com 15 bailarinos, entre eles 12 homens e três mulheres. Foi marcada pelo grande entrosamento, além de uma coreografia que a todo momento complementava o samba-enredo. As três bailarinas, inclusive, representavam as três irmãs encantadas Jarina, Herondina e Mariana.

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Foto: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

Hélio e Beth destacaram que o ensaio de rua tem um papel fundamental para aprimorar a preparação dos bailarinos, apesar da apresentação não ser a mesma que será levada para o desfile oficial na Marquês de Sapucaí.

“Foi incrível, a comunidade estava cantando absurdamente. Já deu um gás mais do que extra para nós. Apesar de não ser exatamente a coreografia da Avenida – que inclui vários outros elementos – ela prepara o físico. É importantíssimo para que eles tenham esse condicionamento durante o ensaio de rua”, explicou a coreógrafa.

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Foto: Ewerton Pereira/Divulgação Grande Rio

“Esse primeiro impacto é muito bom para ensaiar e para o preparo físico da galera. Até por conta do espaço dos jurados, a gente vai tendo uma ideia de como inserir as outras situações que virão para complementar a comissão”, comentou Hélio.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Reverenciado pelo povo caxiense, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel Werneck e Taciana Couto, deu um show de conexão e sincronismo, além de apresentar um bailado encantador. A coreografia por vezes trazia traços do carimbó, mas sem perder a essência da dança do quesito. Um espetáculo à parte no carnaval caxiense.

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Foto: Ewerton Pereira/Divulgação Grande Rio

Harmonia

O ponto alto da escola desde os primeiros ensaios da temporada. Mais uma vez, a Grande Rio mostrou a força de seu chão e o poder do hino assinado por Mestre Damasceno. No ensaio deste domingo, os componentes conseguiram manter o nível de excelência do canto ao longo das quatro cabines de jurados. A reta final do ensaio é marcada por um trecho mais íngreme da Avenida Brigadeiro Lima e Silva, o que dificulta que o desfilante mantenha o nível do canto. Mesmo assim, a comunidade não deixou de ecoar a plenos pulmões cada verso do samba. Destaque para a ala 14.

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Foto: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

Evolução

Um samba-enredo escolhido e abraçado pela comunidade traz efeitos diretos na evolução do desfile, e o carnaval da Grande Rio é uma amostra disso. Livres, leves e soltos, os componentes brincaram Carnaval e aproveitaram os quase 700 metros de pista. Muitas alas portavam adereços de mão, como bambolês e bastões iluminados. A quantidade de alas coreografadas também chamava a atenção, como a ala seis. Entre os destaques do quesito está a ala 23. Nela, os desfilantes trazem a vestimenta e a dança do tradicional carimbó do Pará. Tem tudo para ser uma das alas mais encantadoras do desfile.

Por outro lado, vale se atentar ao distanciamento de um desfilante para o outro em algumas alas. Um pouco antes da segunda cabine de jurados, algumas delas pareciam mais encolhidas, enquanto outras ocupavam um espaço maior.

Samba-enredo

A obra cresce a cada ensaio, seja na quadra ou na rua. A força da comunidade e o entrosamento entre o carro de som e a bateria resultaram em um samba forte e ecoado de forma cada vez mais intensa ao longo dos treinos. Entre os destaques, vale pontuar o pré-refrão “Protege Caxias nas águas de Nazaré/”. O verso marca o início de uma explosão que contagia o chão caxiense, em especial, nas bossas.

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Foto: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

Ao fim do ensaio de rua, o intérprete Evandro Malandro fez uma breve avaliação da apresentação. Como sempre, o comandante do carro de som caxiense não poupou elogios para o chão da Grande Rio.

“Pode parecer clichê, mas é ‘chover no molhado’. Cada vez mais, a nossa comunidade vem cantando nos ensaios de rua e quadra. Isso é só uma amostra do quão forte esse samba é. Estou muito feliz com cada apresentação que a gente faz. Este samba é ecoado cada vez mais. O encaixe do carro de som com a bateria também está muito bom”, analisou Evandro Malandro.

Questionado sobre o que esperar do samba no ensaio técnico, Malandro disse torcer e acreditar que ele seja fortemente ecoado por toda a Passarela do Samba.

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Foto: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

“O meu desejo é que toda aquela pessoa que mandou energias positivas para a Grande Rio – os simpatizantes de outras escolas – cante. Eu quero muito que esse samba seja ecoado não somente pelo componente da Grande Rio, mas também pela Sapucaí em nosso ensaio técnico. É meu desejo que ele seja ecoado a plenos pulmões na Avenida, nos camarotes e na arquibancada. É muito aguardado, a gente espera que surja esse efeito tão pretendido por nós”, afirmou o intérprete.

Outros destaques

Destaque para a bateria da Grande Rio, que tem tido um papel fundamental em um samba cada vez mais forte e explosivo. Sob o comando do “major” mestre Fafá, os ritmistas testaram mais uma bossa, desta vez na cabeça do samba.