Início Site Página 1618

Porto da Pedra 2020: samba da parceria de Jedir Brisa

0

Compositores: Jedir Brisa, Miltinho, Sérginho Soares, Enio Silva, Gouveia, Paulo Beckham, Manolo, Anderson Lemos, Ari D’adelaide, Léo Barros, W Waldeir Melodia e Laudelino Siqueira

Intérprete: Niu Souza

VEM VIAJAR ‘NAS GARRAS’ DA EMOÇÃO
EM ONDAS DO TEMPO, LANÇADA AO DESTINO, APORTEI NA BAHIA
FUI ‘NEGRA DE GANHO’ EM SALVADOR…
FIZ MINHA VOZ ECOAR
PRA AGRADAR SINHÁ, PRA AGRADAR SINHÔ
VEM PROVAR O TEMPERO QUE VEIO DE LÁ!
AO LOUVAR EU PEÇO O AXÉ DOS MEUS ORIXÁS
O TURBANTE É A COROA…
NO TABULEIRO: ACARAJÉ, VATAPÁ E QUINDIM
ÁGUA DE CHEIRO NA LAVAGEM DO BONFIM

COM A BENÇÃO DE OXALÁ, CHEGO AO RIO DE JANEIRO
A LIBERDADE JÁ RAIOU PRA TODOS NÓS!
RECEBIDO POR CIATA, DONGA CANTOU NO TERREIRO
NASCEU O SAMBA E O HOJE O RÍTMO É ‘FEROZ’

RELIGIÃO, FESTA DE FÉ
NA GINGA DO CORPO VAI A PROCISSÃO
UM CANTO QUE EXALTA A NEGRA RAIZ
SEM DISTINÇÃO, O POVO É FELIZ.
ASSIM A IMAGINAÇÃO ‘CRIANDO ASAS’
EM FANTASIA EMOLDURADA
O SONHO SE TORNA REAL
MEU ‘TIGRE’ É PAIXÃO! PODE APLAUDIR!
LAVANDO A ALMA NA SAPUCAÍ

NUM ELO DE AMOR, ME DÊ A MÃO!
TODAS AS RAÇAS, UM SÓ CORAÇÃO
SOU PORTO DA PEDRA, GIRA BAIANA!
HOJE O MUNDO TE ACLAMA

Unidos de Padre Miguel apresenta seu novo enredo para o Carnaval 2020

0

2554712A A87D 4C23 9A26 CB7CF4417A62Após o reposicionamento de seu projeto de Carnaval, a Unidos de Padre Miguel apresenta seu novo enredo para o próximo ano.

‘Ginga!’ é o título do enredo que a vermelha e branca da Zona Oeste levará para a Marquês de Sapucaí em 2020. Em breve a escola fará a apresentação  e entrega de sua sinopse. 

 

Carnavalescos da Viradouro explicam inspiração do enredo e falam de parceria no Grupo Especial

0

carnavalescos viradouroDuas das principais revelações no cenário dos carnavalescos foram escolhidos pela Unidos do Viradouro para conduzir o projeto da escola no Carnaval 2020. Tarcísio Zanon, que vai para o segundo carnaval no Grupo Especial, e Marcus Ferreira, estreante na elite do carnaval, desenvolverão o enredo ‘Viradouro de alma lavada’.

Ao site CARNAVALESCO, Zanon explicou em linhas gerais a temática do enredo, inspirada nas ganhadeiras da lagoa do Abaeté, na Bahia.

“Viradouro de Alma lava é inspirado na obra musical as ganhadeiras de Itapuã que cantam a saga de mulheres que lutaram por sua alforria e a de seu povo. Cânticos de domínio público foram resgatados da memória afetiva das descendentes das primeiras lavadeiras de ganho da lagoa do Abaeté”, resumiu.

Marcus Ferreira deixa claro que não existe uma setorização do trabalho em parceria deles. Não há um artista responsável apenas por determinado aspecto do desfile, os dois tomam as decisões juntos em acordo com a diretoria da Viradouro.

“Não há divisão. Nós pensamos todo o carnaval em conjunto. Na verdade minhas fantasias foram sempre apreciadas pela tentativa em conceber algo novo e as alegorias do Tarcísio foram diferenciais na série a. Então vejamos a união dos nosso quesitos, escolhemos o que de melhor podemos contribuir ao carnaval da Viradouro”, apontou.

Viradouro Logo01Carnavalescos ofereceram três opções de enredo à diretoria da Viradouro

Marcus Ferreira relatou na entrevista que a escola teve três opções de enredo, apresentadas pela dupla, para escolher aquele que será apresentado na avenida em 2020. Segundo o carnavalesco o título do enredo tem tudo a ver com a fase vivida pela escola, que ao retornar o Grupo Especial conseguiu ser vice-campeã.

“Apresentamos três propostas de enredos inéditos à presidência da escola. Sempre buscamos temas não explorados para o carnaval. O carnaval carioca necessita de ineditismo a nosso ver. A diretoria escolheu esse enredo por se aproximar do momento que a escola vive. De renovação e retomada ao Grupo Especial, se sente de alma lavada por reconstruír uma trajetória de sucesso”, destaca Marcus Ferreira.

A novidade apresentada pela Viradouro este ano é que não será apenas uma logo a representar o enredo. Tarcísio Zanon explica que cada setor do desfile terá uma identidade visual específica.

“A concepção das logomarcas surgiu no conceito de não nos limitarmos exclusivamente a criar uma única marca que resumisse o enredo. Através dos seis setores de desfile, conceituamos imagens que remetessem resumidamente ao público a ideia dos setores”, explicou.

Porto da Pedra 2020: samba da parceria de Porkinho

0

Compositores: Porkinho, Felipe Filósofo, Kiko Ribeiro, Daniel Pereira, Willian Maricá, Dr. Jairo, Wilson Bizzar, Devid Gonçalves, Heber Matias Neto, Bertolo

Intérprete: Zé Paulo Sierra

TEM NO TABULEIRO
OFERENDAS PRA QUEM VEM DO LADO DE LÁ
QUEM É DE FÉ
TEM QUE SABER MISTURAR
FUNDAMENTOS EVOCAM O MEU ORIXÁ

ARROZ DE HAUÇÁ, SARAPATEL
TRAZ A MOQUECA DE XARÉU
ACARAJÉ DE XANGÔ (OÔ)
A OMULU ABERÉM
YÊ YÊ OXUM VAI QUINDIM
ÁGUA DE CHEIRO NA LAVAGEM DO BONFIM

QUEM É DA MAGIA FAZ A CANTORIA
QUEM É DA MAGIA CANTA AJAGUNÃ
ABÁ, EPA, EPA, BABÁ
ONIXÊ, ALÁAIÉ, PAI OXALÁ

NA BARRA DA TUA SAIA
RAINHA CAI NA GANDAIA
É CIATA, IAÔ (OOÔ)
CONGADA DE ARUÊ
CARURU, VATAPÁ, DENDÊ
ZUM, ZUM, ZUM, SOU CARCARÁ

OGUNHÊ ESPANTE O ÓDIO DO BRASIL
ESSA PÁTRIA JÁ DEIXOU DE SER GENTIL
DO POVO DE ILÊ-IFÉ
A LUTA VEM DA MULHER… DE GIRA
(QUEM ELA É?)

PRETA VELHA BAIANA
OIÁ… MÃE DE SANTO ÉS A GUARDIÃ DO CONGÁ
EPARREI, SINHÁ… RODOPIA…
MEU PORTO DA PEDRA É AMOR, VENTANIA!

Conheça o samba da Colorado do Brás para o Carnaval 2020

0

Colorado Desfile2019 2

Em 2020, a Colorado do Brás será a segunda escola a desfilar pelo Grupo Especial do Carnaval de São Paulo, na noite de sábado, 22 de fevereiro, com o enredo “Que rei sou eu?”, desenvolvido pelo carnavalesco Leonardo Catta Pretta.

Compositores: Márcio Pessi, Evandro Bocão, Moisés Santiago, Edson Dafféh, Marcelo Valença e André Diniz
Intérprete: Chitão Martins

O Luar do Maranhão clareia
Meu Samba na veia
O sonho só começou
Meu povo querendo mais
Eu sou Colorado do Brás

Se cada um escreve seu destino…
O meu foi conduzido pelo Criador
Um órfão, um guerreiro, um menino
“O escolhido”, que Rei eu sou???
“Por clamor desejado” capitão de DEUS
Herdeiro esperado por uma Nação
De nobres e plebeus
Ao Santo flechado mais que devoção…
Meu nome virou uma lenda
A Coroa me fez Dom Sebastião

Pode acreditar…
Louco eu não sou
Missionário sonhador
Marejado na retina
Consagrado … Luz Divina
Abençoado… Fiel desbravador

Lá no Marrocos segui a minha missão
Sumi do mapa e ficou a interrogação
Por onde está nossa alteza?
Na Índia ou habitando o mosteiro
Preso misterioso em Veneza
É o povo em busca do meu paradeiro…
Mas a realidade é que sempre estive aqui
No Belo Monte ou na Praia dos Lençóis
A alegria no Brasil eu descobri
É o presente que há em cada um de nós
E o touro encantado é minha magia
Sou Colorado encantaria
Numa só voz…

 

Hélio Oiticica, Paulo Barros, a arte em movimento e o problema da participação do espectador

    0

    paulo barros gratidao 2

    Você deve estar se perguntando o que Hélio Oiticica e Paulo Barros têm a ver. Eles, é verdade, postularam a bandeira da participação do público na arte brasileira. Nas exposições, Oiticica inventou o espectador-participador. Nos desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Barros inventou o espectador-desfilante-participador das alegorias. É, preciso, no entanto, debruçado a esses conceitos, refletir, ainda, como o espectador, aquele sentado nas frisas, nos camarotes e nas arquibancadas duras e cinzentas da Marquês de Sapucaí, pode participar, de fato, do desfile de uma Escola de Samba.

    No fim da década de 60, Hélio Oticica inventou o Parangolé. Tendas, estandartes, bandeiras e capas de se vestir coloridas. A música e a dança. O corpo. Este, para Oiticica, se desloca da posição de mero espectador para a posição de participador. Deixava de haver, nesse sentido, uma mera contemplação da obra. Em outras palavras, a obra só existe porque o corpo do espectador existe. O corpo é obra. A arte, viva. As imagens, móveis. Era, com o Parangolé, a ideia de instalação artística. Era, com o Parangolé, a volatilidade e a efemeridade da obra, uma vez que o corpo em movimento, instalação, isso propõe. Era, com o Parangolé, o momento. Era, com o Parangolé, a construção e a destruição constante da arte. Era, com o Parangolé, a crença em que se devia superar a mumificação do fazer artístico. Era, com o Parangolé, a crença em que se devia superar a arte exposta em cavaletes. Era, com o Parangolé, a crença na crença em que se devia contrariar o formalismo estético imposto pelos cânones da arte. Era, com o Parangolé, a antiarte. Oiticica postulou-os em Esquema geral Nova Objetividade.

    Antes, para entender o que os desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro tem a ver com o Parangolé, é necessário discutir o porquê da ideia de desfilante-espectador. O desfilante costuma ser aquele que empresta o corpo como suporte para a arte. Ele não é obra. Só isso já vai de encontro à nova objetividade oiticiciana. O desfilante, ainda, vale lembrar, é espectador. Ele também observa, mesmo que com um ângulo de visão reduzido, em contraposição ao de arquibancada, o que desfila na pista. Melhor, ele assiste às reações do espectador-espectador que, com suas caras e bocas, em sinal de reprovação – ou não – dizem algo a respeito do desfile. É porque o corpo fala. E, se o corpo fala, por que não também arte para o desfilante?

    É a partir dessa discussão que se pode entender o lugar das Escolas de Samba no Rio de Janeiro no que concernem as ideias de Hélio Oiticica. De um lado, os casais de mestre-sala e porta-bandeira, as baianas e as passistas já se enquadra(va)m na nova objetividade oiticiciana, uma vez que contempla(va)m todos os pontos propostos por Oiticica. De outro, a dureza, que persistiu por muito tempo, da comissão de frente, das alas, das baterias, servindo o corpo como apenas suporte para as fantasias, e, no que cabe aqui a discussão, dos carros alegóricos.

    Em 1973, o ainda jovem artista aderecista maranhense João Trinta, recebeu a missão de, ao lado da ainda jovem figurinista Maria Augusta, teve, no Acadêmicos do Salgueiro, a difícil missão de ocupar o vácuo do comando estético deixado pelo afastamento de Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues no desenvolvimento do enredo “Eneida, amor e fantasia”, em homenagem à cronista carnavalesca Eneida de Moraes. A expectativa para com o desfile era grande. E ele surpreendeu. Logo no Abre-Alas, primeiro carro alegórico de uma Escola de Samba, havia, por exemplo, pierrôs vivos. Para uns, como costumam designar todos aqueles à frente de seu tempo, a ideia de Joãozinho era de “maluco”, uma “aberração”. Para outros, era uma “ousadia”, naquele momento, necessária para o Carnaval. O caso J30, portanto, vai, de certa forma, ao encontro à postura de alguns artistas modernistas, os quais negavam a arte pela arte, ou seja, negação ao formalismo estético – aqui, nesse caso, refere-se a certas “camisas-de-força” às quais – nesta década em discussão – tentavam amarrar (e ainda tentam) o Carnaval.

    eneida

    Ainda que Joãosinho Trinta, neste desfile, tenha transgredido/revolucionado as concepções sobre o que é um carro alegórico de Escola de Samba no Rio de Janeiro, pondo neles, pela primeira vez, por exemplo, contingente humano, a solução dada ainda não parecia resolver completamente a equação proposta por Oiticica alguns anos antes. As composições, como foram chamados alguns elementos humanos que hoje complementam um carro
    alegórico, naquela época, ainda eram corpos que vestiam a arte; não eram a arte. Ou seja, a humanização de esculturas fazia do folião parte integrante do carro alegórico, mas ainda ele não era o motivo para o porquê de o ser. Eles eram, apenas, representação de esculturas, ora.

    Daí surgiu um homem quem mudaria os rumos dos carros alegóricos dos desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, no início dos anos 2000, fazendo com que o quesito fosse enquadrado completamente aos princípios da Nova Objetividade de Oiticica. Depois de uma passagem bem-sucedida, em 2003, pelo Paraíso do Tuiuti na Série A, com o enredo “Tuiuti desfila o Brasil em telas de Portinari”, levando a escola à quarta colocação, Paulo Barros, em 2004, assinava pela primeira vez um desfile no Grupo Especial. Era carnavalesco da Unidos da Tijuca. Recém-chegado à agremiação, Barros propôs o enredo “O sonho da criação e a criação do sonho: a arte da ciência no tempo do impossível”. O título do enredo, que parece mais um nome de uma dissertação de doutorado, dialoga, diretamente, com a necessidade contemporânea do homem de se reinventar; necessidade da antiarte, como postulou Hélio Oiticica. E Barros sonhou – principalmente no que diz respeito à relação entre desfilante-espectador e carros alegóricos de um desfile de uma Escola de Samba do Rio de Janeiro.

    Embora em 2003, no Paraíso do Tuiuti, Barros já tivesse trazido para a Avenida, no carro alegórico “O Espantalho”, figuras humanas que realizavam coreografias em determinados momentos do samba de enredo e, em 2004, no carro alegórico “Energia”, em que o contingente humano estava fantasiado de negros frankensteins desenvolvendo movimentos que representavam o acionamento de corpos pela descarga elétrica, não foram essas alegorias quem mudaram o panorama do Carnaval carioca. Foi o carro alegórico “Criação da vida” quem mudou os rumos da folia. Na concentração, a alegoria concebida por Barros era apenas uma estrutura de ferro, sem nenhuma estrutura – como diriam os apreciadores da arte carnavalesca, era “sem graça”. Na Avenida, o espanto. Mais de cem pessoas, pintadas de azul-metálico, davam vida ao carro alegórico, surpreendendo a todos. Eram corpos em movimentos. Era o carro alegórico em movimento. Era a imagem em movimento. O carro alegórico existe porque o corpo existe. O corpo é arte. A alegoria, viva. E dessa forma se inaugurou uma nova “era” – o que muitos dizem ser “Era Paulo Barros” no que diz respeito à concepção dos carros alegóricos. Paulo, nesse sentido, parecia resolver, de uma vez por todas, a equação oiticiciana para com o conceito alegórico: uma instalação artística, efêmera, volátil, em constante construção e destruição.

    DNA

    Embora o acontecimento Paulo Barros, ao trazer as alegorias vivas para o desfile das Escolas de Samba, ou seja, ao modificar a ideia de público-desfilante para público-desfilante-participador no que tange os carros alegóricos, percebe-se que o “povão” ainda está fora da jogada. Isso mesmo! Aquele que chega bem cedo ao Sambódromo com suas bolsas térmicas, debaixo do Sol quente, no intuito de pegar um lugar bom na arquibancada para assistir aos desfiles; aquele que faz uma vaquinha o ano inteiro com mais alguns amigos para comprar uma frisa no intuito de ter o mínimo de conforto para assistir ao desfile da sua escola amada; até mesmo aquele que parcela em várias vezes um ingresso para um dia em uma camarote na Marquês de Sapucaí, no intuito de viver o auge do conforto durante os desfiles das Escolas de Samba. Sim, todos eles não estão dentro do jogo no que diz respeito ao fato de ser participador da arte que aos seus olhos desfila. Todos eles não são arte. Apenas, ainda, assistem as agremiações passarem. Há a questão, nesse sentido, da mera contemplação dos desfiles das Escolas de Samba.

    Até tentam fazer com que o espectador “participe” dos desfiles. As comissões de frente, por exemplo, distribuem artefatos aos espectadores que estão nas frisas, como os pães da Tijuca 2019. Mas isso não passa de uma tentativa de interação. Está muito longe do que
    postulou Oiticica: o corpo do espectador é arte. O espectador precisa ser participador ativo da manifestação. Falta muito? Será possível? Como? A equação não é fácil. Mas, enquanto isso, sabe-se que, com certeza, Oiticica, de algum lugar, está doido para soprar a resposta.

    Mateus Almeida do Pranto
    Graduando em Letras-Literaturas (UFRJ)/
    Coordenador de Projetos Acadêmicos/OBCAR-UFRJ
    [email protected]

    Obras e sites consultados

    Aconteceu na Sapucaí: há 15 anos “nascia” Paulo Barros no desfile que mudou o patamar
    da Unidos da Tijuca. Disponível em: www.carnavalesco.com.br/aconteceu-na-sapucai-ha-
    15-anos-nascia-paulo-barros-no-desfile-que-mudou-o-patamar-da-unidos-da-tijuca/

    AGUIAR, João Valente; BASTOS, Nádia. Arte como conceito e como imagem: a redifinição
    da “arte pela arte”. Disponível em: www.scielo.br/pdf/ts/v25n2/a10v25n2.pdf

    Beija-Flor marca carnaval em 1989 com “Ratos e urubus, larguem minha fantasia!”.
    Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/beija-flor-marca-carnaval-em-1989-com-
    ratos-urubus-larguem-minha-fantasia-23430146

    Decodificando Paulo Barros. Acesso em: www.srzd.com/geral/decodificando-paulo-
    barros. Disponível em: 30 mai. 2019.

    FARIAS, Edson; RIBEIRO, Ana Paula Alves; PORFIRO, André Luiz. Você! Viu um carro
    alegórico, aí? Em busca das mediações socioculturais de um artefato artístico. Disponível
    em: periodicos.unb.br/index.php/CMD/article/download/22018/20184/

    FARIA, Edson. O saber carnavalesco: criação, ilusão e tradição no Carnaval Carioca.
    Disponível em: www.scielo.br/pdf/sant/v5n1/2238-3875-sant-05-01-0207.pdf

    Imagens de desfiles premiados com o Estandarte. Disponível em:
    http://memoria.oglobo.globo.com/institucional/promocoes/imagens-de-desfiles-premiados-
    com-estandarte-9267960

    Instalação artística. Disponível em: www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo5/instalacao.html

    Parangolé: anti-obra de Hélio Oiticica. Disponível em:
    www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?odigo=856&titulo=Parangole:_anti-
    obra_de_Helio_Oiticica

    OITICICA, Hélio. Esquema geral da Nova Objetividade. Disponível em: https://monoskop.org/images/f/f3/Oiticica_Helio_1967_2006_Esquema_geral_da_Nova_Objetividade.pdf

    Os 70 anos de Neguinho da Beija-Flor, a mais significativa voz de uma comunidade

    0

    Beija Flor desfile2019 064A Beija-Flor de Nilópolis foi fundada no natal de 1948. Seus fundadores jamais poderiam supor que no inverno do ano seguinte viria ao mundo aquele que se tornaria a mais significativa voz em todos os tempos na azul e branca. Luiz Antônio Feliciano Marcondes, ou simplesmente Neguinho da Beija-Flor, completa neste sábado 70 anos, quase 45 dedicados à uma única escola de samba, o que faz dele o intérprete mais emblemático da festa, depois da partida de Jamelão.

    Embora hoje Neguinho possua uma incontestável relação com a cidade de Nilópolis, município que se orgulha em ser a terra da Beija-Flor, o cantor é de Nova Iguaçu, cidade vizinha. Foi na escola da cidade que o jovem Luiz Feliciano deu seus primeiros passos. Chamado de Neguinho da Vala, recebeu a alcunha por viver caçando rãs, muçuns e cascudos em valas. Com 10 anos de idade o primeiro prêmio: uma lata de goiabada por ter interpretado um samba de Jamelão em um parque de diversões.

    A chegada de Neguinho na Beija-Flor tem um toque do destino. Um ano antes, em 1975, o intérprete oficial da agremiação Bira Quininho havia morrido assassinado. Neguinho foi chamado para um teste e não compareceu. Mesmo assim seu desempenho na Leão de Nova Iguaçu chamou a atenção de Anísio Abrahão David e ele foi convidado. Ao chegar na escola quis entrar na disputa de samba para o Carnaval 1976, ‘Sonhar com Rei dá Leão’. O carnavalesco Joãosinho Trinta abriu uma exceção para inscrever a obra de Neguinho, pois o prazo já havia se encerrado. A história se encarregou de fazer justiça aos dois personagens e a Beija-Flor ganhou seu primeiro campeonato.

    Beija Flor desfile2019 065Para contar a história da Beija-Flor é obrigatório passar pela voz de Neguinho. Todos os 14 campeonatos da escola aconteceram na inconfundível voz dele. Em três oportunidades o samba que levou a Beija a campeonatos foi de autoria do cantor: 1976, 1978 e 1983. Obras que são cantadas até hoje em qualquer quadra. É de autoria de Neguinho também o hino de exaltação oficial da escola, ‘Deusa da Passarela’. A canção foi encomendada a Neguinho pelo então carnavalesco Joãosinho Trinta.

    ‘Neguinho da Beija-Flor é um dos caras que me faz desejar que carnaval dure para sempre’

    Biógrafo da Beija-Flor, o jornalista Aydano André Motta se emociona ao homenagear os 70 anos de Neguinho. Aydano conta à reportagem do CARNAVALESCO uma passagem onde o intérprete revela que nunca recebeu salário da escola e que se alguém tivesse de pagar seria ele, por gratidão.

    “Cubro carnaval há mais de 30 anos e um dos momentos mais emocionantes foi quando Neguinho me contou a sua história de devoção à escola. Perguntei a ele sobre a profissionalização dos cantores e ele me contou que não ganhava nada em termos de salário. Ele me disse que se alguém tivesse de pagar seria ele. Relatou que a dívida dele com a Beija-Flor era eterna. Depois do tratamento contra o câncer, a volta dele na quadra foi uma das imagens mais míticas que eu já vi em toda a minha vida. O Neguinho da Beija-Flor é um dos caras que me faz desejar que carnaval dure para sempre”, emociona-se.

    neguinho beijaflor‘Neguinho é um órgão vital da Beija-Flor’

    Fábio Fabato joga luz à um famoso bordão que se tornou marcante na história recente dos desfiles. Para ganhar carnaval é preciso ganhar da Beija-Flor. O jornalista relata que a expectativa todo ano pela escola passa obrigatoriamente pela marcante voz do intérprete.

    “Neguinho é ‘apenas’ o maior de todos. A história dele se confunde com a do próprio desfile. Ele estreia naquele momento de reconfiguração da festa. Uma escola de samba tem como sua marca uma voz. Além do visual, a Beija-Flor tem o Neguinho como sua grande marca. Falar dele é simplesmente falar da história da própria festa. Ele é um órgão vital da escola. Todo ano, não existe carnaval antes da Beija-Flor e do Neguinho passarem”, relata.

    ‘Todo mundo quando vê o Neguinho o associa diretamente aos desfiles’

    beijaflor cd2019 9Para Eugênio Leal, Neguinho da Beija-Flor é a principal referência atual das escolas de samba. O jornalista avalia que a simples aparição do intérprete faz com que as pessoas façam uma imediata associação de sua figura ao desfile das escolas de samba.

    “Ele é um ícone do carnaval. Hoje ele talvez seja a figura mais reconhecida no papis que milita no carnaval. Muitos anos na mesma escola, uma agremiação vitoriosa. Seu carisma o faz ultrapassar os limites do carnaval. Todo mundo quando vê o Neguinho, ou ouve, associa diretamente aos desfiles. Isso se deve ao seu carisma, ao seu talento e ao fato de estar há muitos anos na Beija-Flor”, conta o jornalista ao site CARNAVALESCO.

    Riotur estima em R$ 80 milhões obras para melhoria do Sambódromo, afirma presidente

      0

      Fotos: Thomaz Silva

      marcelo alvesA Riotur já tem um plano de ação para a privatização do Sambódromo, ideia acertada entre o governador Wilson Witzel e o prefeito Marcelo Crivella. Em entrevista concedida à rádio CBN, o presidente da Riotur, Marcelo Alves, estipulou em cerca de R$ 80 milhões os investimentos necessários para melhorias na passarela do samba e afirma que a entidade possui um cronograma com as prioridades emergenciais.

      “O que facilita o processo é possuirmos um raio-x daquilo que é necessário na questão estrutural, elétrica, hidráulica. A iluminação do Sambódromo é arcaica. É um desejo antigo nosso. Temos um cronograma com especificidades prioritárias. As melhorias levariam até 5 anos para serem concluídas, mas a questão por exemplo dos Bombeiros colocamos como prioritária. Temos uma estimativa de R$ 80 milhões. Não deve passar disso”, explicou o presidente.

      crivella marcelo alvesDe acordo com o dirigente a privatização do Sambódromo é uma intenção da gestão de Marcelo Crivella desde o início de seu governo, em 2017. Alves afirma que o Sambódromo pode se tornar uma poderosa ferramenta de arrecadação para o município.

      “O mais importante é que essa ação já vem sendo pensada desde o início da gestão do Crivella. A cidade atravessa uma crise muito grande. O Sambódromo é um lugar muito importante para gerar receita. Com essa iniciativa do prefeito e do governador já passamos a trabalhar um formato rápido e ágil para privatizar o Sambódromo”, adiantou.

      marcelo alves rioturEmpresa interessada em gerir o carnaval ofereceu documento de interesse à Liesa

      Outro ponto abordado na entrevista com o presidente da Riotur foi a provável empresa que pode pagar até R$ 100 milhões para explorar o desfile das escolas de samba comercialmente. Marcelo Alves confirma essa possibilidade e afirma que a instituição interessada já demonstrou interesse de maneira oficial à Liesa.

      “Soube que há uma empresa com uma proposta significativa para assumir os direitos comerciais do desfile das escolas de samba, incrementando receitas. Não tenho detalhes mas sei que foi apresentado um documento de interesse na Liesa. Se mostraram interessados em incrementar o evento, antecipando recursos. A Liesa vive um momento de definições, mas torço muito para que essa captação aconteça. O poder público trouxe marcas para ajudar os desfiles. As empresas possuem interesse em participar e espero que a Liga veja com bons olhos essa possibilidade”, salientou.

      crivella carnaval

      Marcelo Alves avaliou como preocupante as constantes disputas políticas internas nas ligas que organizam os desfiles no Sambódromo, Liesa e Lierj. Sem entrar no mérito da virada de mesa, pediu rápida definição da questão para que não prejudique o cronograma do Carnaval 2020.

      “Vimos a Liesa como soberana nas suas decisões. Eu tenho conversado com o presidente Jorge Castanheira para que isso se defina o quanto antes, pois acaba interferindo no cronograma de promoção do carnaval. Sou focado no regulamento, que foi feito pela Liesa, a Riotur não participa. As escolas sempre foram muito unidas e essa desagregação me deixa preocupado. A própria Lierj vive um momento difícil. Esperamos que tudo se resolva o quanto antes”, finalizou.

      Leia a sinopse do Império Serrano para o Carnaval 2020

      1

      enredo imperioserrano2020Introdução

      No Brasil do século XXI muito se fala do “empoderamento” feminino. Mas qual significado real tem este poder? O que determina tamanha ousadia transformada em atitude e, em resposta a ele, qual o olhar da sociedade moderna para esta “nova” mulher?

      Para responder ao revolucionário conceito chamado “empoderamento” retrataremos trajetórias de mulheres fortes, combativas, que se destacaram em nossa história e deixaram marcas indestrutíveis com repercussões até hoje. Este poderoso querer surgiu da vontade de reivindicar papéis, espaços, direitos sociais, ocupar lugares por muito tempo a elas negados.

      Império Serrano exaltará vozes femininas que se fizeram ouvir e empoderaram outras tantas. Em especial faremos vozear nossa eterna tia Maria do Jongo, através dela, narrativas retratarão esta ou aquela empoderada mulher e o lugar onde ela atuou. Eis porque um brado retumbante ecoará Sapucaí adentro. A passarela momesca será transformada num verdadeiro palco das heroínas sem estátuas, do seu audacioso poder subversivo, do florescente carnaval carioca fecundado pelas matriarcas imperianas.

      GRÊMIO RECRIATIVO ESCOLA DE SAMBA IMPÉRIO SERRANO ENREDO: LUGAR DE MULHER É ONDE ELA QUISER

      SINOPSE

      Entrando na roda…

      Nasci Maria de Lourdes Mendes, logo me tornei popular entre os nobres imperianos ao ser chamada “Tia Maria do Jongo”. Jongo é uma dança originariamente africana cujo canto, envolto por batuques, me fazia estremecer ainda no ventre materno. Esta negra manifestação cultural enraizada no morro da Serrinha, lugar escolhido por meus pais para habitar quando recém chegados das Minas Gerais, me fez cultivar dois inseparáveis amores: o próprio Jongo e o Império Serrano, agremiação que vi florescer. Já crescida, quis plantar naquele fecundo lugar meu protagonismo social enquanto mulher: virei líder jongueira e por muito tempo fui matriarca da Casa do Jongo.

      Lá no morro Serrano, dadivoso torrão onde flores desabrocham em forma de mulher, vi ser cultivada na casa de tia Eulália uma expressiva nata de bambas cariocas cuja semente fez brotar, em 1947, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Império Serrano, escola aflorada no coração do seu nobre povo imperador, que germinou quão árvore frondosa lindos frutos como Dona Ivone Lara, Neide Coimbra, nossa atual presidente Vera, e as finas flores que compõem esse aprazível jardim, nossas mães baianas e todas mulheres imperianas.
      Entre batucadas e cantos, entro nesta prosa jongada para glorificar mulheres poderosas. Mulheres que deixaram marcas definitivas ao reescrever nossa história.

      Quem nunca delas ouviu falar é porque nada a respeito arriscaram registrar. Por isso, leia com atenção tudo quanto anseio prosear: naquele Brasil colonizado perdido no fundo do tempo, lutar por liberdade estimulou Clara Camarão, índia potiguara atuante no século XVII, a garantir seu lugar nas trincheiras históricas após liderar um pelotão armado contra os invasores holandeses fixados em Recife e Olinda.

      Pernambuco, aliás, tornou-se cenário duma curiosa batalha chefiada por quatro destemidas libertárias: Maria Quitéria, Maria Clara, Maria Camarão e Joaquina. Temendo roubos de soldados holandeses ao pequeno vilarejo chamado Tejucupapo, elas se uniram para defender sua vila, suas vidas, seus filhos, usando uma arma inusitada: puseram água pra ferver em tachos, adicionaram pimenta e, entrincheiradas, escondidas mata adentro, atacavam com essa mistura, danosa aos olhos dos inimigos. Após horas batalhando, saíram vitoriosas pondo fim ao domínio holandês no Brasil e no dia 24 de abril de 1646 tornam-se as Heroínas de Tejucupapo.

      Segue nossa prosa jongada, ecoada ao som dos bantos atabaques, clamando por novos sonhos de liberdade. Neste cenário atuou Madre Joana Angélica de Jesus, considerada a primeira heroína da Independência brasileira, pois pela fé resistiu bravamente aos soldados lusitanos na invasão do Convento da Lapa na Bahia em 1822. Maria Felipa de Oliveira, descendentes de escravos, também vencedora nesta mesma batalha baiana, abandonou seu habitual trabalho braçal como pescadora e marisqueira para liderar um grande grupo libertário composto por índios tupinambás, tapuias, e numerosas mulheres negras.

      Um Brasil independente despertou devaneios no imaginário das mártires aqui recordadas. Assim floresceu Anita Garibaldi, esposa mãe revolucionária, que abriu mão duma rotineira vida recatada tão comum entre as mulheres catarinenses donas de casa, para daí pegar em armas e travar batalhas Brasil adentro, mundo afora.

      Jongo era um canto festivo, mas também reivindicatório, clamor feito pelos negros escravizados contra a condição desumana imposta pela exploração senhorial. Rebeldia rimava com livre-arbítrio quando batucadas ressoavam nos quilombos, símbolo comunitário de resistência, lugar onde reinou mulheres como Dandara e Tereza de Benguela. Dandara lutou defendendo Palmares até perecer ao reprimir forças opressoras coloniais. Tereza foi aclamada rainha no Guariterê / Mato Grosso, onde revolucionou ao criar um parlamento legislado com justiça. Ambas libertaram mentes cativas introduzindo a sonhada realidade: naquele lugar todo negro poderia ser livre, feliz e aceito.

      Eu Maria, canto jongo a você mulher do mundo moderno. Canto aos rumos contempôraneos da sua história, sem negar adversidades, tampouco os meritosos dias de glória, pois ser mulher nunca foi tarefa fácil quando engrenagens industriais anunciaram novos tempos determinando ritmos frenéticos de vidas. Sobreviver ao caos urbano cotidiano permitiu aos ideários feministas ocuparem espaços onde se travou lutas revolucionárias por direitos civis, políticos e sociais. Daí em diante “ninguém nascia mulher, tornava-se mulher”.

      Tomar as rédeas de sua própria vida em conexão com aspirações coletivas fez replicar vozes femininas elevadas por megafones em mãos de ativistas, mulheres cujas reivindicações agora eram ouvidas nas ruas, nas fábricas, nos lares, em todo lugar. Algumas personagens despontam neste universo libertador, entre elas Nísia Floresta, pioneira na introdução do feminismo no Brasil. Escritora, defendeu diversas questões sobre direitos das mulheres, indígenas e negros. Leolinda Daltro, considerada “a mulher diabo” por quebrar tabus religiosos, lutou por maior participação da mulher na vida pública, pois queria integrá-la na sociedade com igualdade entre gêneros. Daltro inovou ao formular um projeto inclusivo concedendo ao índio direito de ser alfabetizado. Bertha Lutz, bióloga por vocação, foi ferrenha defensora do voto feminino, por isso fundou uma liga para a emancipação intelectual das mulheres. Pagu, musa do Movimento Modernista, contestava modelos políticos conservadores sendo preza 32 vezes por desempenhar ativa militância pela causa proletária.

      Nem submissa, nem devota. Mulher transgressora vive livre, linda, vive louca. Mulher emancipada não se contenta em violar uma regra velha, pretende que sua transgressão se converta numa regra nova. Mulher livre irrita, personifica Rita, Lee psicodélica, tropicalista, roqueira, pop star, new wave. Rita, artista ativista, Mutante como uma ovelha negra que pode ser errante, pode ser diferente, excluída, desprezada, atrevida quando é hora de assumir ou sumir para mudar o mundo.

      Tão-somente pilotar fogão virou ato renunciado aprisionado ao passado. Hoje, mulher reconstruída, batalha corajosamente em busca de novos campos de atuação, exerce importantes profissões, milita socialmente em diferentes trincheiras.

      Enfim, o empoderamento feminino se consolidou como consequente fruto de

      presente ainda atribulado pelo monstro preconceito. Loucura, porém, será nunca arriscar-se, diagnosticou doutora Nise da Silveira: “É necessário se espantar, se indignar e se contagiar, só assim será possível mudar a realidade…” Mulher consciente descobre em si mesma a energia para brilhar, abre alas para passar até chegar ao sonhado palco onde deseja atuar. E brilho não faltou ao poderoso talento revelado por Chiquinha Gonzaga, Carmem Miranda, Dercy Gonçalves, Maria Lenk, nossa rainha futebolista Marta Vieira… dentre inúmeras estrelas famosas, outras tantas ofuscadas pelo anonimato, tal qual Margarida Maria Alves e suas mobilizadas margaridas em marcha pelo desenvolvimento rural sustentável com democracia, autonomia, igualdade, liberdade e justiça. Justiça, aliás, aflorou a destemida cidadã Maria da Penha, cuja dor, agora transformada em lei, decreta punição ao agressor porque em mulher não se toca nem com uma flor.

      Jongo é batuque festeiro embalado por palavras cantadas. Eu, simplesmente Maria, tia eterna semeada nos nobres corações imperianos, finalizo minha prosa inspirada nos versos duma poetisa empoderada que escolheu seu lugar por entre palavras para comunicar sublimes verdades: “Liberdade tem toda mulher de voar num horizonte qualquer, liberdade de pousar onde o coração quiser”.

      Cecília Meireles

      Carnavalesco: Júnior Pernambucano Pesquisa e Sinopse: Helenise Guimarães e Júnior Pernambucano

      REFERÊNCIAS:
      SOUZA. D.p. CARARO.Aryane, Extraordinárias Mulheres que Revolucionaram o Brasil. S.Paulo:Seguinte:2018.
      GOES.Ludenbergue, Mulher Brasileira em primeiro lugar. O exemplo e as lições de 130 brasileiras consagrada no exterior. Rio de Janeiro:EDIOURO:2008.
      DeL Priore.Mary, História das Mulheres no Brasil. Sm Paulo:Contexto:2018 Burns.Mila, Nasci para sonhar e cantar. Dona Ivone Lara: A mulher no samba. Rio de Janeiro:Record:2009.
      Valença.R, Valença. Serra,Serrinha,Serrano o império do samba. Rio de Janeiro :Record:2017. Araújo.B, O prazer da Serrinha: Histórias do Império Serrano. Rio de Janeiro: Verso Brasil Editora:2015.