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Mancha Verde segue com estilo de ensaio solto durante último técnico

mancha 3ET2019 ultimo 4A escola de samba Mancha Verde foi a última escola de samba a realizar o ensaio técnico para o carnaval de 2019. A torcida compareceu numa quantidade considerável. Nova postura do intérprete Freddy Vianna e casal de mestre-sala e porta-bandeira se destacaram na noite.

Samba-Enredo

De forma estratégica e por pedidos da diretoria, o intérprete oficial Freddy Vianna realizou apagões para destacar a força do canto da comunidade, atitude que não condiz com o estilo do cantor. Os apagões duravam principalmente no refrão principal e algumas vezes na segunda estrofe.

“Hoje a gente tava fazendo com que o componente cantasse, fazê-lo sentir esse clima maravilhoso do Anhembi para que no dia ele tomasse a frente e cantar mais do que o carro de som, é isso que a gente espera. Por isso que tomamos essa postura e deu muito certo”, disse o cantor Freddy Vianna.

Evolução

mancha 3ET2019 ultimo 3A direção da escola segue uma ideologia de deixar a escola mais solta, onde os componentes desfilam livres e sem demarcar espaços. O ato da uma sensação de desorganização dentro das alas, e o reconhecimento pra diferenciar cada folião dificulta também. O dia chuvoso afetou a ida de alguns componentes para o ensaio, fazendo com que a agremiação entrasse na avenida com um número inferior ao proposto.

“Todos que puderam acompanhar a concentração ouviram que o presidente pediu pra gente brincar, e todas entrevistas que dei eu falei ‘é possível sim fazer carnaval com cara de carnaval, um desfile brincando de fazer carnaval’, e foi isso que a Mancha Verde fez. Todos que viram a Mancha, perceberam uma escola descontraída, cantando com uma evolução muito solta, fugindo dos padrões do carnaval atual. A gente mostrou que é possível cumprir todos os regulamentos do carnaval, mas também fazer um carnaval solto, e isso não é proibido”, comentou o carnavalesco Jorge Freitas.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

mancha 3ET2019 ultimo 5O casal oficial, Marcelo e Adriana, mais uma vez, demonstrou bom entrosamento e chamou a atenção pela simpatia que transmitem. A porta-bandeira traz consigo um domínio preciso do pavilhão no momento do bailado e transmite diferentes sentimentos através das reações do rosto.

Harmonia

Os apagões da bateria, junto as deixas do carro de som, influenciaram positivamente no canto da escola. O componente se animava, pulava e sambava com muita empolgação. Alguns setores não acompanharam a animação imposta pela escola.

“Foi bom. Hoje a gente resolveu curtir o ensaio, estamos trabalhando o ano todo e nada mais justo que tirar a pressão do pessoal e deixar eles se divertirem. Acho que valeu a pena”, afirmou o presidente Serdan.

Bateria

mancha 3ET2019 ultimo 6A Puro Balanço, do mestre Maradona, manteve a mesma postura em comparação ao segundo ensaio, bossas em partes determinadas e valorização do canto da agremiação. Presente também no segundo técnico, a direção da bateria trouxe três grandes palanques enquanto estão no recuo. Os ritmistas terminaram o desfile com muita animação.

“Melhor impossível, a gente conseguiu fazer um ensaio melhor que o outro, era a nossa meta, apesar que horário não ajudou, a bateria não estava completa. Rolou tudo aquilo que a gente queria, testamos tudo que queríamos, afinação, equalização, retomada de bossa, e foi muito bom. O saldo é positivo e agora é esperar o grande dia”, explicou mestre Maradona.

Comissão de frente

mancha 3ET2019 ultimo 2Um dos grandes destaques para o desfile da Mancha Verde será a comissão de frente. A ala surpreende críticos e sambistas desde o início da maratona de ensaios técnico. Na última noite os bailarinos trouxeram os corpos e rostos pintados, junto com o figurino de temática africana. As danças, a expressão facial, domínio da avenida e os gritos dão a sensação de uma cena de teatro à céu aberto.

mancha 3ET2019 ultimo 1Outros destaques

Um destaque foi a presença dos antigos mestres da bateria, Caju e Thiago. Os dois acompanharam todo o trajeto da bateria, desde o esquenta até a batucada encerrar o som na dispersão. Ambos foram bem recebidos pela comunidade alviverde.

Tatuapé mantém alto nível de ensaio e confirma favoritismo ao título

tatu 3ET2019 ultimo 6Com presença maior do público nas arquibancadas e ausência total de qualquer chances de chuva, a Acadêmicos do Tatuapé entrou na avenida pra realizar o seu último ensaio técnico antes do desfile oficial. Assim como nas últimas passagens pelo Anhembi, a agremiação demonstrou domínio no quesito de harmonia, evolução, mestre-sala e porta-bandeira e comissão de frente.

“É um indício de um ensaio técnico melhor que os outros, mas eu continuo esperando que a gente faça ainda melhor no dia primeiro, a gente precisa se superar ainda mais. Foi muito bom hoje, mas a gente tem que superar, fazer melhor ainda sexta-feira que vem e fazer o melhor desfile de nossas vidas”, afirmou o presidente Eduardo Santos.

Evolução

tatu 3ET2019 ultimo 1O que causava dores de cabeça para os dirigentes da escola foi resolvido com maestria na noite. A entrada da bateria no recuo beirou a perfeição e não gerou problemas pra escola. A escola traz um andar padrão e uniforme do começo ao fim do desfile, e com preenchimento total das laterais. Assim como a agremiação anterior, a Tatuapé também separa suas alas com camisetas específicas e com o nome do que representa. Os integrantes da harmonia se destacam, todos demonstram estar ligados e atentos a cada eventual erro que possa ocorrer dentro das alas. Facilmente é encontrado eles no canto corrigindo e alertando os foliões. A postura de atenção é tão presente na comunidade, que até os próprios colegas de ala se corrigem.

Samba-Enredo

tatu 3ET2019 ultimo 5O desempenho do intérprete Celsinho Mody mais uma vez beirou a perfeição e empolgou o ensaio. O cantor mantém sua característica de valorizar o canto da escola. O time de cordas também continua com arranjos ousados, porém foi notado uma cautela maior e uso em trechos específicos. Os cavacos e violões seguiram dando sustentação.

Comissão de Frente

Os bailarinos trouxeram o mesmo costeiro do último técnico, assim como o traje todo branco. A ala traz passos minuciosos e sem exageros de informações. A comissão de frente preenche uma parte considerável da avenida e se destacam pelo sincronismo.

“Graças a Deus hoje correu tudo bem aos nossos olhos, os componentes estavam alegres, felizes e soltos. Alguns detalhes que tinhamos que corrigir dos últimos ensaios conseguimos hoje”, garantiu Edu Sambista, diretor de carnaval.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

tatu 3ET2019 ultimo 4O primeiro casal da Acadêmicos do Tatuapé, Diego e Jussara, mais uma vez, cativou pela simplicidade e pelo carisma. Ambos optaram por um traje amarelo e mais leve. A dança tem pontos que casam com a bateria. Diego e Jussaram demonstraram ótimo sincronismo, principalmente em frente à torre 04.

Bateria

tatu 3ET2019 ultimo 3A bateria Qualidade Especial, do mestre Higor, deu boa sustentação pra escola sem abdicar das bossas e apagões. Um destaque positivo ficou por conta dos (as) ritmistas do naipe de chocalhos. Todos trouxeram diferentes fantasias que representavam guerreiros, como médicos, doutores, policiais, professores, faxineiras, entre outros. Durante o maior apagão, todos os ritmistas levantam o braço direito com o punho fechado. Na passagem em frente à torre do último jurado do quesito, a bateria valorizou a sustentação.

“Na verdade, esse último ensaio técnico nós tivemos mais uma crescente. A gente tinha planejado de fazer os três ensaios um melhor que o outro, e agora é fazer um desfile melhor que os ensaios e orar pra que tudo dê certo”, explicou mestre Higor.

tatu 3ET2019 ultimo 2Harmonia

A escola cantou forte e mostrou uniformidade entre as alas em grande parte, mesmo durante os extensos apagões. O padrão é mantido praticamente em todos os setores. Cada componente passa a sensação que sabe onde a bateria vai realizar os apagões e cantam com mais euforia.

Águia de Ouro canta forte no último dia de ensaios técnicos

Ainda no esquenta, a Águia de Ouro sofreu bastante com a chuva que atingiu a cidade de São Paulo, e isso fez com que a agremiação apresentasse um número menor de componentes do que o proposto. Clima alegre da bateria e canto forte da comunidade se destacaram na noite.

Comissão de Frente

aguia ET2019 ultimo 3A primeira ala traz dois grupos diferentes, um com roupas brancas e passos indígenas, e outros com vestimentas pretas e rosto sujo. A coreografia da comissão remete à uma batalha e exige bom sincronismo, ato notado no decorrer da passagem pelo sambódromo.

Harmonia

A comunidade da Águia de Ouro correspondeu em ato nível os apagões feitos pela bateria. O 2° setor da escola se destacou com a força do canto e empolgação. Os trechos “Teu herdeiro então chorou” e “Meu Deus escute” foram as duas principais partes cantados com mais euforia. Porém dentro do bom nível, houve uma queda de animação no 4° setor.

“Depois da chuva que pegamos, acho que a comunidade está de parabéns, eu nem esperava isso. Foi muito produtivo, o mais importante é a energia em que a escola está”, afirmou o presidente Sidnei Carrioulo.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

aguia ET2019 ultimo 5O casal oficial, João Carlos e Ana Paula, traz em sua coreografia muita leveza e simpatia. Ambos mostraram ótimo domínio do pavilhão principal em frente à segunda cabine de jurados do quesito. O mestre-sala cativa pela destreza nos detalhes dos passos, com ligeira imitação de uma águia durante o cortejo.

Evolução

aguia ET2019 ultimo 2A escola traz uma boa divisão de alas, cada uma com sua camiseta específica. O andar foi padrão e seus componentes evoluem soltos, porém com coreografias em pontos específicos. Muitos movimentos de mãos são notados, ato que influencia positivamente a visão de cima. A entrada no recuo da agremiação não comprometeu. Os dirigentes da entidade optaram por não usar a linha que demarca as alegorias.

Bateria

aguia ET2019 ultimo 1A Batucada do Pompéia, do mestre Juca, utilizou cerca de 5 apagões durante o ensaio técnico. Um ponto de destaque ficou por conta do naipe de tamborim, desenhos simples e que valorizam o carreteiro. A empolgação dos ritmistas da ala de cuíca chamou a atenção, principalmente pela sintonia entre eles. Juca fez questão de cruzar a linha final abraçado com seus diretores.

“Foi bem apesar das afinações dos surdos ficarem prejudicadas por causa da chuva, a gente pegou uma chuva muito forte na concentração. A ideia hoje era montar um blocão pro pessoal tirar onda, tecnicamente a gente já tinha uma ideia de como iria vir. Domingo ainda temos um último ensaio pra arrumar algumas coisa, mas eu gostei muito da bateria apesar das afinações estarem mais baixas. O andamento é 144 BPM (batidas por minuto) e não cai”, explicou mestre Juca.

aguia ET2019 ultimo 4Samba-Enredo

Com ausência do Tinga, o Douglinhas foi o responsável direto pelo microfone principal na noite. O cantou valorizou a sustentação do canto e realizou cacos estratégicos para animar os desfilantes. O samba tem explosão sem perder os trechos melódicos que o enredo pede.

“No começo foi meio tenso por causa da chuva, desabou o tempo, mas Deus é tão que na hora em que a escola entrou na avenida a chuva parou. Eu acho que foi um ensaio muito, muito bom”, disse o cantor.

Aconteceu na Sapucaí: os 20 anos da comissão de frente dos notáveis sambistas da Mangueira

Mangueira 99 02Noel Rosa, Pixinguinha, Donga, Sinhô, Cartola, Nelson Cavaquinho, Candeia, Ismael Silva, Natal, Mestre Fuleiro, Tia Ciata, Clara Nunes, Clementina de Jesus e Carmen Miranda. Uma seleção de sambistas que reunidos fariam qualquer um fazer reverência a tantos mestres. Pois há 20 anos atrás no desfile da Mangueira o coreógrafo Carlinhos de Jesus ousou reunir todos eles, em uma caracterização impressionante. Para muitos a maior comissão de frente da história dos desfiles, que a série ‘Aconteceu na Sapucaí’ relembra nesta reportagem.

Carlinhos de Jesus é um dos mais renomados profissionais da dança no Brasil. Passista criado pela Em Cima da Hora assumiu a comissão de frente da Mangueira para o Carnaval de 1998. O quesito vivia um momento de importante mudança. Fábio de Mello mudara o conceito das apresentações, criando coreografias com desenhos rebuscados e figurinos de alto nível. Enfileirou prêmios a partir do início dos anos 90. Carlinhos em seu primeiro ano trouxe um grupo representando a Ópera dos Malandros, no enredo que homenageava Chico Buarque. A Mangueira foi campeã e Carlinhos foi o grande nome do desfile, em 1998.

Para o desfile de 1999 a Mangueira apresentaria o enredo ‘O Século do Samba’. Uma homenagem ao gênero genuinamente brasileiro. No período de pré-carnaval o samba fez um enorme sucesso pois ao lado do inigualável Jamelão, a escola convidou o pagodeiro Alexandre Pires para uma participação especial na faixa. O cantor mineiro vivia o auge da carreira, com uma vendagem do álbum do Só Pra Contrariar que à época bateu o recorde absoluto de vendas de CDs dois anos antes. Além do samba era enorme a expectativa pelo desfile, afinal a Mangueira vinha de um campeonato que não conquista havia 11 anos e lutaria pelo bicampeonato com um enredo com a cara da verde e rosa.

Carlinhos de Jesus talvez seja o profissional da coreografia de comissões de frente que tenha sido o primeiro a inserir o aspecto da surpresa e do segredo no quesito. Na época ele conseguiu manter a sete chaves sua ideia para a comissão no desfile da Mangueira. A ideia era simples, porém muito simbólica. Os 14 notáveis do samba se apresentariam caracterizados e em um dado momento deixariam seus objetos característicos no chão da avenida e fariam uma dança de ijexá em círculo. A execução deixou a plateia estupefata, a ponto de a filha de Donga descer à Apoteose para ‘pedir’ a bênção ao pai. Simbologia, singeleza, impacto. A Mangueira iniciava seu desfile causando choque.

Comissão custou R$ 56 mil e contou com objetos originais dos homenageados

“Tudo bem que a Viradouro fez um desfile de campeã. Também acho que o Salgueiro estava arrasador. E foi mesmo emocionante o canto à brasilidade da Mocidade. Mas o carnaval de 1999 vai entrar para a história como o ano da comissão de frente da Mangueira”. Essas foram as palavras do jornalista Artur Xexéo em sua coluna na edição do Jornal do Brasil na terça-feira de carnaval.

Estava claro para todos que o que fizera a Mangueira não seria jamais esquecido. O espetáculo proporcionado pelo trabalho de caracterização e maquiagem custou R$ 56 mil. Valor quase irrisório se comparado com as exorbitantes comissões de frente da atualidade. Para chegar no objetivo a Mangueira contou com a atuação do maquiador Vavá Torres, que passou um mês em Nova Iorque pesquisando texturas e materiais para reproduzir nos bailarinos os rostos dos bambas homenageados. O figurinista Luiz de Freitas cuidou da criação do figurino dos 14 sambistas escolhidos para a homenagem. Na época todos já haviam morrido.

Transmitindo o desfile da Mangueira à época pela TV Globo o apresentador Fernando Vanucci não conseguiu segurar a incredulidade com o que estava diante de seus olhos. “A Clementina de Jesus foi esquecida, de propósito, porque era o jeito dela. É impressionante”, suspirava o jornalista durante a transmissão.

Além do trabalho de maquiagem e figurino, Carlinhos de Jesus fez questão de usar objetos originais dos sambistas. O óculos de Cartola e a apiteira de Donga eram os originais usados por eles. Carlinhos disse em entrevista à época que fez um intenso trabalho de imersão dos bailarinos nos personagens.

Mangueira 99 03“Talvez para o visual qualquer apiteira ou óculos que eu usasse não faria a menor diferença. Mas para o simbólico e espiritual foi de suma importância. Os bailarinos fizeram um trabalho de caracterização teatral, assistiram vídeos. O rapaz que viveu o Candeia passou meses usando uma cadeira de rodas, pois ele (Candeia) havia ficado sem andar depois de levar um tiro”, revela.

Mas a avenida tem seus mistérios e caprichos. O destino ou os deuses da folia não quiseram que aquele espetáculo jamais fosse repetido. O desfile da Mangueira apresentou problemas em vários quesitos, conforme conta o jornalista Fred Sabino, no blog Ouro de Tolo.

“A escola, inchada como de costume, e talvez pela grandeza da apresentação da comissão de frente, evoluiu com lentidão no começo e precisou correr no fim do desfile. Houve grandes buracos, o que certamente causaria perda de pontos. As alegorias, embora contassem bem o enredo e preservassem as cores da escola, tiveram alguns problemas de acabamento. Já as fantasias, embora leves e mais bem acabadas, eram um tanto mais genéricas. A escola continuou cantando o samba até o fim, embalada pela excelente bateria, mas, pelos problemas apresentados, ficou um gosto de quero mais”, relatou.

A Mangueira terminou a apuração caprichosamente um ponto atrás do Salgueiro, a última a garantir uma vaga no Sábado das Campeãs. Alegorias, evolução e mestre-sala e porta-bandeira, quesitos onde a verde e rosa não obteve nenhuma nota 10, acabaram tirando não somente o sonho do bicampeonato, mas também a possibilidade de todos em rever uma das comissões de frente inesquecíveis na história dos desfiles. ‘Aconteceu na Sapucaí’ o dia em que os ancestrais do samba voltaram de outro plano para emocionar a todos.

Rainha de bateria da Porto da Pedra recebe ícone pop de Angola

Foto: Ana Cristina Victória

02 kamila reis e titica credito ana victoriaRainha de bateria da Porto da Pedra, Kamila Reis deu as boas-vindas à cantora trans angolana Titica, no ensaio de quadra da escola de São Gonçalo. Titica, que foi a primeira artista de Angola a assumir sua transexualidade, considerada ícone da música pop do pais e rainha do kuduro, será destaque de uma das alegorias da vermelho e branco, que disputa o título da Série A, e vai desfilar na Marquês de Sapucaí.

O enredo da Porto da Pedra, assinado pelo carnavalesco Jaime Cezario, será uma homenagem ao ator Antonio Pitanga, que estreou no cinema em 1960 e atuou em mais de 50 filmes, além de ter integrado elenco de várias novelas.

Carnaval Capixaba: Novo Império será a voz da mulher no Sambão do Povo

Por Vinícius Vasconcelos. Fotos: Toninho Ribeiro

novo império foto toninho ribeiro 6A segunda agremiação mais antiga do carnaval de Vitória resolveu tomar para si a responsabilidade de conscientização dos moradores locais. Segundo os dados do mapa de violência da ONU, o Espírito Santo é o segundo estado do Brasil com maior índice de feminicídio. Ciente da missão que um desfile de escola de samba tem a oferecer ao público, o carnavalesco estreante na escola Peterson Alves encarou o desafio proposto pela diretoria, e promete fazer um desfile impactante.

“A ideia do enredo partiu diretamente da diretoria da escola. Um dos diretores de carnaval, Carlos Fabian, é militante ativo e bastante engajado politicamente. Por ser o último ano dessa gestão eles desejavam um enredo diferente, algo que marcasse a história. Então o carnavalesco que fosse contratado para fazer 2019 teria o desafio de fazer esse tema. Com o tempo decidi embarcar na ideia deles. Óbvio que não é fácil, tem os ônus e bônus. Definimos o fio condutor porque falar de mulheres históricas é uma coisa, já falar dos acontecimentos do dia é outra completamente diferente. As questões são atuais. É necessário bater no governo e coisas do tipo. Falaremos das mulheres com uma pincelada mais sutil, mas existem momentos dentro do enredo que damos um choque de realidade em quem está assistindo. O carnaval nos permite isso. A festa é alegre mas precisamos e iremos cutucar”.

Peterson acrescentou que para muita gente um tema com tamanha carga dramática não poderia ter virado enredo. Porém, com colaboração maciça das mulheres da comunidade houve uma criação em conjunto. Elas definiram o que precisava ser mostrado.

novo império foto toninho ribeiro 4“Não foi fácil carnavalizar tudo isso. Imagina pegar uma mazela que acontece diariamente com as mulheres e transformar em carnaval, precisou de muito estudo. Busquei no lirismo a forma para fazer o desfile de forma leve e sutil. As mulheres vivenciam crimes todos os dias. Eu não podia colocá-las sendo esfaqueadas e espancadas. Participei de alguns grupos que foram organizados pela escola e ouvi todas. Todas tiveram a oportunidade de me falar como queriam ser vistas. As frases que mais ouvi era de que não queriam estar apanhando, morrendo e etc. Nosso enredo tem um toque de irreverência, ar de deboche ironizando a sociedade machista. A ala “macho alfa”, por exemplo, é representada por uma fantasia de palhaços. Perdi noites para remeter as informações do que está acontecendo e trazer a responsabilidade para o desfile. Levamos também a reflexão com a ala “rainha do lar ou graxeira do palácio”, porque rainha é uma mulher soberana, mas se é rainha porque precisa fazer tudo e ser submissa? É necessário que entendam isso. Fui a delegacia das mulheres fazer pesquisa de campo, agreguei fatos. É muito diferente de todos os enredos históricos que já fiz. É a luta diária das mulheres no Brasil. O número dos casos de feminicídio no estado envergonha os capixabas. A Novo Império propôs levantar essa bandeira e usaremos o carnaval como vitrine para essa conscientização”, explicou.

Devido a confecção dos carros da Novo Império acontecerem no terreno ao lado do Sambão do Povo, quem transita pela região consegue assistir o que está sendo feito. Nas últimas semanas diversas imagens rolaram pelos grupos de WhatsApp com o símbolo da escola, a coroa, descaracterizada de maneira proposital. O carnavalesco explicou a nossa equipe que foi um pedido da diretoria que a agremiação do Morro dos Alagoanos impactasse a todos desde o primeiro momento do desfile e isso foi feito.

novo império foto toninho ribeiro 3“Nossa coroa é o assunto dos grupos, o grande buxixo do carnaval de Vitória. É o nosso sinônimo de deboche contra a opressão. A mulher faz língua para debochar da cara dos machistas porque ela pode ser o que quiser. Tudo foi feito com autorização do presidente Alessandro. Ele me disse para chocar e inovar”.

Além dessa inovação na forma da coroa imperiana, Peterson já chegou na escola com a tentativa de mudar os carnavais já feitos pela escola. Não dividiu seu carnaval em setores e sim num grande ato.

“O desfile da Novo Império não terá setorização por não haver uma cronologia. Quis quebrar essa coisa tradicional e iremos por fatos. Vamos viajar no universo feminino, grandes nuances entre passado e presente, fechando o desfile de olho no futuro que é o empoderamento e respeito. Abriremos com a submissão, as mulheres que eram obrigadas a ser donas do lar, que precisavam saber passar, cozinhar e costurar. Uma legítima Amélia. Quando não tinham direito de estudar nem trabalhar, tais oficios que a sociedade patriarcal impôs a elas. Em seguida a mulher ganha força e começa a descobrir seus direitos, suas primeiras conquistas. Como trabalhar, votar, estudar. Depois disso elas se unem e ficam ainda mais fortes. É a sororidade. A partir daí começam a lutar contra desigualdade. Esse é meu enredo mais difícil por ser politizado, eu nunca tinha feito. Eu precisava me desafiar”, detalhou o artista.

novo império foto toninho ribeiro 2Com passagens e títulos reproduzindo carnavais da Independente de Boa Vista e Mocidade Unida da Glória, o carnavalesco sabe como é trabalhar numa escola com alto poder aquisitivo. Mas também precisa mostrar ao público que é possível criar carnavais belos de forma mais enxuta e econômica.

“Tem uma crise geral em todas as escolas, porém a Novo Império responde com uma comunidade aguerrida. Todos estão engajados sonhando com esse título. Eu mesmo estou ansioso e espero que a gente consiga finalizar o projeto. A diretoria não está medindo esforços dentro das condições financeiras. O projeto foi criado dentro do orçamento que expuseram para mim, dentro da captação da escola. Todos sabem da força do chão dessa comunidade, é diferenciada. Sairemos em defesa pelos direitos das mulheres e acho que nos trará muita sorte, assim como as ciganas me trouxeram em 2017 na Boa Vista. O desfile tem tudo para acontecer, tudo que eu puder fazer para sairmos campeões no dia da apuração eu farei. Meu desejo é ver essa escola campeã”, finalizou.

novo império foto toninho ribeiro 1Ficha técnica

Enredo: De Maria às Marias – Uma revolução…um grito de liberdade! #Presente
Presidente: Alessandro Souza Santos
Carnavalesco: Peterson Alves
Direção de carnaval: Alex de Paiva e Carlos Fabian de Carvalho
Direção de harmonia: Vitor Fracalossi e Elton Braz
Intérprete: Celso Júnior
Compositores do samba-enredo: Eliz Reis, Sônia Gomes, Brunella Souza, Zenaide Brito, Cleide Bonaza, Jamilly Rachid e Janeth Vasconcelos
Mestre de bateria: Mestre Glê e Mestre Seabra
Rainha de bateria: Rayane Rosa
Coreógrafo comissão de frente: Andrezinho Castro
Alas: 22
Alegorias: 4
Tripés: 1 (comissão de frente)
Componentes: 1600
Baianas: Botando a boca no trombone
Bateria: Sou o que eu quiser! Mil e uma atitudes
Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira: O esplendor da igualdade

Paraíso do Tuiuti começa a entregar fantasias do desfile

Tuiuti Fantasias001A atual vice-campeã do carnaval do Rio de Janeiro vai começar a distribuir as fantasias para os componentes das alas de comunidade nesta segunda-feira, 25. Sempre a partir das 14h, o folião que se inscreveu na azul e amarelo precisa levar o comprovante da matrícula e o RG. A entrega será feita na portaria do barracão do Tuiuti, na Cidade do Samba.

A direção da agremiação salienta que quem quiser buscar a fantasia de outro componente precisa levar o RG original do mesmo, assim como o comprovante da inscrição.

Tuiuti Fantasias002Veja abaixo os dias de entrega com as respectivas alas:

DIA 25, a partir das 14h
Alas 1, 3, 7, 13, 18, 24, 28

DIA 26, a partir das 14h
Alas 15, 19, 20, 25

DIA 27, a partir das 14h
Alas 5, 12, 21, 29

DIA 28, a partir das 14h
Alas 4 e 6

DIA 1, a partir das 14h
Alas 8, 9, 14, 17, 22, 23, 25, 26, 27

Mascote da bateria da Viradouro, Caio Gonze simboliza o futuro da batucada

Por Danilo Freitas. Fotos: Magaiver Fernandes

O carnaval é um encontro de gerações. As mais diversas fixas etárias de idade se juntam para festejar, brincar e aclamar o samba. Existem pessoas que fazem dessa grande festa um ofício de vida que é o caso do menino Caio Alexandre Gonze, morador do bairro Barreto, Niterói. Aos 10 anos de idade, ele já desenvolve um papel de extrema importância na bateria da agremiação. Para começar a falar do mascote, é necessário voltar no tempo para saber o ponto de partida de uma trajetória tão nova e evolutiva.

mascote viradouro1Alexandre Gonze e Cristiane Gonze são membros da comunidade da Viradouro desde muito novos e foi na agremiação que começou o relacionamento que daria fruto ao menino de ouro. Com o nascimento de Caio, a nova família do bairro do Barreto, não deixava de frequentar os ensaios e eventos na quadra da escola. Desde pequeno o menino já os acompanhavam em todos os compromissos de bamba em que seu pai era ritmista e sua mãe integrante da comunidade. Aos seus três anos de idade a brincadeira da criança era batucar nos instrumentos da bateria Furacão Vermelha e Branca, sobretudo, nascia ali um amor incondicional pela percussão.

“Estou na escola desde 1989 e sempre como ritmista. Fui levado pelo meu pai que já era da escola junto com minha madrinha, que era baiana. Acabei conhecendo a mãe dele nos ensaios e tivemos o Caio. Com o nascimento, ele teve que me seguir e a mãe em tudo que acontecia na quadra e acabou seguindo meu caminho em ser ritmista. Com três anos ele ganhou um bumbo de brinquedo e começou a batucar nesse tamborzinho e aí o mestre Pablo, na época comandava a bateria, deu a oportunidade para ele pegar num instrumento pela primeira vez e está até hoje nessa história de amor”, comenta Alexandre.

Com o passar dos anos e a idade avançando, Caio começou a entender perfeitamente que tudo não passava de uma brincadeira e o seu dom em aprender a tocar os instrumentos que compõe uma bateria de escola de samba foi se desenvolvendo sozinho. Segundo ele, nunca frequentou uma aula de música.

“Aprendi a tocar vendo vídeos na internet. Fui aprendendo a tocar e minha mãe foi comprando instrumentos para mim e hoje eu tô aqui na bateria do mestre Ciça tocando repique”, diz Caio.

Sua trajetória em poder desfilar teve início no ano de 2017, quando a Viradouro levou para Sapucaí o enredo “E… todo menino é um rei” tendo a chance de ousar na avenida em grande estilo no desfile da escola de Niterói.

“Há três anos eu desfilava pela primeira vez. Fui o menino Rei do desfile da Viradouro. Agora esse ano eu vou realizar meu sonho que é desfilar tocando na bateria”, afirma.

Para o mestre Ciça, Caio é um garoto bem novo que já possui uma responsabilidade enorme e se comporta como um bom ritmista. E ainda tem a importância em ser mascote da bateria como espelho para outras crianças que querem seguir o mesmo caminho.

mascote viradouro3“O talento dele é coisa absurda ele. Muito talentoso. Por isso, ele com 10 anos já está na bateria de adulto. É uma coisa que vai incentivar aqueles mais novos que estão dentro da comunidade. Se ele pode por que eu não posso? A bateria da Viradouro tem mais de 40 anos e para ele com essa pouca idade fazer parte de uma bateria histórica é muito bacana para seu desenvolvimento. Quando contratam a bateria para show ele vai com a gente em todas as nossas saídas, quando pode, e ainda criamos um quadro principal feito só com ele. Caio é um garoto que tem boca e não fala e não reclama de nada. Agora, ele vai entrar na escola de música da Villa Lobos. Tem futuro promissor como músico e se aperfeiçoar desde novo é até uma exigência minha para ele continuar na bateria”, diz Ciça.

De acordo com sua mãe, crianças só podem desfilar na Sapucaí dos 8 aos 15 anos de idade e em determinados setores. Porém, com muito empenho e dentro da lei, a administração da agremiação conseguiu a permissão do juizado para que Caio desfile na bateria sem causar nenhum problema.

mascote viradouro2“Lembro dele pequeno nos ensaios comigo e o pai. Ele ficava brincando dentro da bateria e logo passou a ensaiar com os grandes e como ele já tirava som desde novo às pessoas diziam: ‘deixa o mascotinho aqui. Deixa ele aqui, não tem problema algum ele ficar com a gente. A Raíssa Machado (rainha de bateria) absorvia muito essa ideia do Caio ser mascote da bateria e logo se prontificou em ajudá-lo dentro da escola, além dos mestres de bateria, que foram passando por lá, e hoje ele se tornou esse rapazinho lindo e admirado por todos”, explicou a mãe.

À frente da bateria da Viradouro há exatos 6 anos, a rainha dos ritmistas tem uma relação de amor materno pelo garoto promissor e comenta como tudo surgiu: “Desde a primeira vez que vi o Caio, eu percebi que ele era especial para todos nós. Peguei ele para mim (risos) e virou meu mascote. Conheci ele com 3 para 4 anos, fiquei encantada e paralisada quando ele começou a tocar e era nítido o amor e dedicação dele já desde novo. Caio é praticamente da minha família. Ele vai nos aniversários da minha filha, fica junto comigo onde estou e antes de eu ter a Nicole, tinha ele”, conta Raíssa Machado.

O carnaval é um movedor de sonhos e descobridor de talentos. As crianças que hoje estão nele são os futuros profissionais que farão o maior espetáculo popular do planeta. É preciso que exista vontade em valorizá-las para lá na frente bons frutos serem colhidos.

Sem apito e com confiança, bateria da São Clemente aposta em time de diretores para se destacar

Sao Clemente Ensaio Tecnico 2019 052O apito é um instrumento quase obrigatório a todos os mestres de bateria. É através do som dele que os comandantes dos ritmistas indicam que bossas e convenções irão ocorrer. Na São Clemente entretanto o tradicional objeto é coisa do passado. Apostando na relação de confiança que tem com seu time de diretores, o mestre Caliquinho aboliu o apito e explica o motivo.

“Não sentimos mais a necessidade do apito. A minha relação de confiança com meus diretores é total. A nossa bateria é uma família, nós estamos extremamente entrosados. E sem o apito nos condicionamos mais ao foco e a concentração. Para se ter uma ideia a gente se comunica só pelo olhar. É um diferencial que pode ser visto na avenida”, destaca o mestre Caliquinho.

Sao Clemente Ensaio Tecnico 2019 053A bateria da São Clemente vem se mostrando extremamente competitiva nos últimos carnavais e é o segmento mais forte da preta e amarela atualmente. O trabalho de Caliquinho à frente da Fiel Bateria possui a mesma idade da atual passagem da escola no Grupo Especial, desde 2011. Com um forte trabalho de base, que inclui ritmistas da comunidade do Santa Marta, ele vem colhendo os frutos através de boas notas no julgamento do quesito.

Até atingir este ponto contudo Caliquinho precisou encarar o duro julgamento do Grupo Especial, depois de a escola ter sido a campeã do acesso em 2010. No ano de estreia foram duas notas 9,6 e uma 9,4, além de um 9,7. Aos poucos Caliquinho foi dando um bom padrão à bateria até alcançar o primeiro 10 em 2013. Em 2016 e 2018 a bateria da São Clemente obteve a nota máxima no julgamento, 30 pontos. Ao site CARNAVALESCO, o mestre revela um pouco de sua história.

“Meu pai foi repique da bateria no desfile de 1990 que estamos reeditando neste ano. Eu sempre fui acompanhando ele, pegava um instrumento, ia aprendendo a fazer, até receber a oportunidade do Renatinho, que também foi mestre da escola. Eu acredito muito no trabalho de base, na repetição. Estamos ensaiando desde maio. É só assim que se conquistam resultados nesse segmento”, conta Caliquinho.

Sao Clemente Ensaio Tecnico 2019 061Para alcançar as boas notas o mestre Caliquinho obteve esses anos o importante respaldo do presidente Renatinho. Mestre de bateria da agremiação entre 1988 e 2003, o dirigente revela a total confiança no trabalho da Fiel Bateria.

“Esses garotos são todos músicos, atuam em diversos projetos. Estão ensaiando há meses. Às vezes fico impressionado com o conhecimento musical deles. O trabalho é intenso, ensaiam toda semana e nessa época de ensaios com a escola toda chegam a treinar três, quatro vezes na semana”, finaliza Renatinho.

Solange Cruz enaltece gestões de Dragões e Tatuapé e revela que Mocidade Alegre prioriza o público

mocidade alegre 3ET2019 49Solange Cruz, presidente da Mocidade Alegre, mudou o patamar da Morada do samba desde que assumiu a presidência da agremiação. Com ela no comando a vermelha e branca do bairro do Limão conquistou 6 de seus 10 campeonatos. A dirigente, entretanto, observa com atenção o crescimento de outras escolas que tem se destacado no Grupo Especial de São Paulo.

Em entrevista concedida à reportagem do CARNAVALESCO, a presidente da Mocidade Alegre faz questão de citar as gestões de Dragões da Real e Acadêmicos do Tatuapé como as mais bem sucedidas recentemente e declarou que o surgimento de mais escolas fortes engrandece o carnaval.

“As escolas de São Paulo se profissionalizaram e está tudo bastante equiparado. Eu acho a dragões por exemplo uma escola que já começou profissionalizada. A Tatuapé leva o carnaval com muita seriedade, eu tenho um profundo respeito pelo trabalho do Eduardo à frente da agremiação. Quem ganha com isso é o carnaval”, opina.

mocidade alegre 3ET2019 13Solange reconhece certa dificuldade para o carnaval deste ano, mas reitera que as soluções para um bonito espetáculo são desafios para os gestores das escolas de samba.

“Todo ano é difícil para o carnaval. Estamos vivendo um ano atípico com algumas coisas que embarreiraram. Fácil não está para ninguém. Mas damos um jeito, sempre visando o melhor para a escola”, considera.

Na gestão de Solange a Mocidade Alegre se acostumou a realizar grandes espetáculos para o público. Segundo a dirigente, sem abandonar a competição, a Morada do Samba sempre brindará o público.

“A Morada sempre vai fazer um espetáculo para brindar o público. Ele é o diretor do espetáculo. Seja em nossa quadra, eventos externos, ensaio técnico ou desfile, o público será sempre respeitado pela Mocidade Alegre. Ganhar ou perder faz parte”, conclui.