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X-9 Paulistana valoriza técnica, emoção e identidade indígena em gravação do samba-enredo para o Carnaval 2026

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A Fábrica do Samba recebeu, em outubro, a gravação oficial do samba-enredo da X-9 Paulistana para o Carnaval 2026. Com forte presença de comunidade, coral robusto e um clima de grande responsabilidade, os segmentos da escola destacaram a busca por equilíbrio entre técnica, emoção e respeito ao enredo de temática indígena. O trabalho envolveu harmonia, bateria, intérpretes e direção musical, que fizeram ajustes específicos para o tempo de faixa da Liga-SP e para a ambientação do estúdio. O arranjador Bruno Carvalho explicou que a proposta musical partiu das convenções criadas pela bateria, valorizando os instrumentos tradicionais do carnaval paulistano.

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Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

“Nessa gravação, a X-9 Paulistana vai aproveitar os arranjos em cima do que a bateria cria. Para essa gravação, não há nenhum elemento indígena específico ou aquela flauta de bambu. A gente pode até pensar numa adaptação dessa para o desfile, mas tudo foi pensado com os instrumentos que a gente tem no carnaval mesmo, aproveitando as convenções que a bateria fez em cima do tema para a gravação. Já temos a gravação da escola, que teve o Cicinho, um arranjador muito experiente e que participou da gravação de outras coirmãs, como responsável. A gente só readaptou o arranjo para o tempo de faixa que a Liga-SP disponibiliza e acertamos em relação à dinâmica da gravação no estúdio. Ficou um trabalho bem legal, bem encaixado e bem satisfatório pra quem vai curtir a faixa”.

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Arranjador Bruno Carvalho

Bruno destacou também que, apesar da ausência de instrumentos específicos, nuances sonoras que remetem ao enredo foram preservadas. “A introdução é bem legal, e durante o samba nós trazemos também alguns elementos indígenas – mesmo sem a presença de instrumentos especiais. A gente faz esse acompanhamento junto com a bateria, sem tirar o chão, porque a gente está dando sustentação para a escola cantar. Isso vai ficar perceptível no trabalho”.

Na harmonia, o diretor Fabiano Maciel (Didi) reforçou o compromisso da X-9 com o retorno ao Grupo de Acesso I.

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Na harmonia, o diretor Fabiano Maciel (Didi)

“A X-9 está se preparando para fazer um grande desfile porque precisamos voltar para o Grupo de Acesso I. Sabemos das dificuldades do nosso grupo, são muitas escolas que estão lutando pelo mesmo acesso, mas eu acredito que a X-9 está preparada e vai fazer um grande desfile”.

Didi descreveu a gravação como um momento leve, mas importante. “Na gravação é uma coisa mais leve. Não de brincadeira, mas uma coisa de juntar os amigos para a gente gravar. O samba é muito bom, o samba ficou maravilhoso, e a gente fez uma grande gravação”.

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Ele também revelou seu trecho favorito da obra: “Eu gosto muito do refrão do meio: ‘Anauê! A terra sem mal: Yvy Marã Ei’, mas o samba inteiro foi bem confeccionado”.

Sobre a mobilização da escola, destacou o grande contingente levado à Fábrica do Samba. “Viemos em um total de 114 pessoas entre o coro e a bateria”.

E lembrou as dificuldades logísticas enfrentadas pela equipe. “Eu vou falar por mim: eu sou de Jundiaí, então eu tive que acordar 06h para estar aqui agora. Mas a maioria da escola é daqui de perto. Marcamos aqui na Fábrica do Samba às 09h30 e está todo mundo já aqui. O nosso horário é ingrato, mas é o que sobra para a gente. O pessoal lá de cima vai escolhendo primeiro e o que vai sobrando a gente vai pegando”.

O comando da bateria ficou por conta do mestre Keel Silva, que explicou o andamento adotado na gravação.

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“O bpm da gravação a gente geralmente joga um pouco mais para trás: 142 BPM (batidas por minuto), mais ou menos. Para a pista, a gente joga um pouco mais para a frente, para impulsionar um pouco mais a escola. Mas, para a gravação, 142 a gente acha que está bom, porque é um andamento confortável para o coral cantar, para todo mundo entender o samba e para não ficar muito corrido a dicção das palavras. A gente geralmente desce um pouco o andamento no estúdio e, por isso, vai ser 142”.

O mestre detalhou ainda as bossas que serão usadas na avenida. “Na avenida vão ser quatro bossas e, para a gravação vão ser duas. Tem, também, um mini apagão no refrão – que é um pedaço da terceira bossa, que a gente não vai fazer hoje”.

Keel elogiou a qualidade do samba e destacou o impacto dos intérpretes na obra. “É muito diferente quando a gente tem um samba reconhecidamente bom, ainda mais porque a gente ouviu o samba quando ele estava na fase da concorrência. Quando eu ouvi a primeira versão, eu falei que esse samba na voz do Daniel Collete e do Royce do Cavaco vai derrubar o Anhembi pela qualidade técnica de ambos, não tenho o que falar dos dois. É um samba que a comunidade já está aprendendo, é fácil de aprender, é chiclete, e tem uma melodia bonita. Tem tudo para dar certo na avenida e, se Deus quiser, vai dar tudo certo. Na verdade, já deu tudo certo”.

Os intérpretes Daniel Collete e Royce do Cavaco destacaram o equilíbrio necessário entre técnica e emoção na gravação.

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Intérpretes Daniel Collete e Royce do Cavaco

Royce explicou a abordagem vocal da dupla. “Para mim, é uma junção: a gente procura ser técnico para mostrar o samba. Como é uma fase pré-carnavalesca, a gravação é importante para passar a mensagem para o público que vai ouvir o samba. Ao mesmo tempo, é preciso puxar a empolgação da galera, a galera precisa sentir, o pessoal da escola precisa sentir o samba, colocar isso no coração, dar voz e ficar confortável para todos. É preciso explorar os tons do samba, as partes fortes do samba, e a gente precisa seguir, também, para dar uma base para todo mundo”.

Daniel reforçou a busca por harmonia entre as vozes. “É preciso ficar tudo equilibrado. O Royce dispensa comentários, e eu sempre aprendi vendo-o cantar na X-9, lá atrás. Aprendemos um com o outro. A gente tem que ter equilíbrio. Não adianta: a escola é dotada de homens e mulheres. Vozes graves e vozes agudas, médias. A gente tem que fazer uma coisa ponderada para não ficar bom para o Royce, bom para o Daniel e não ficar bom para o povo. A gente tenta fazer – e, graças a Deus, a gente conseguiu. Com muita conversa, em comum acordo e numa tonalidade que todo mundo consegue cantar”.

Sobre os cuidados vocais, Daniel destacou sua rotina. “Maçã é muito legal, tem aqueles gargarejos com gengibre, que é cicatrizador. Tem aquele melzinho que a gente toma muito (sempre com cuidado e ficando de olho na taxa de glicose no sangue), e a gente tenta ter uma noite de sono bem dormida, descansar a voz, falar numa tonalidade natural. Uso todas as técnicas vocais que a gente aprende na música e coloco cada uma delas da melhor forma possível, além de hidratar bastante a garganta. Eu também conto com a graça divina para sempre fazer um bom trabalho”.

Royce reforçou a importância dos cuidados após enfrentar cirurgia. “O Daniel sabe disso e absorveu toda essa minha trajetória. No Carnaval que vem, eu vou completar 44 anos de desfile. De três anos para cá, enfrentei lesão nas cordas vocais, fiz a cirurgia dos pólipos e, sob orientação de uma fonoaudióloga e do próprio cirurgião, além de tudo que o Daniel falou (exercícios vocais; dormir bem; maçã, porque ela é feita de fibras e ajuda bastante; e dormir bem), além dos exercícios vocais que eu tenho que fazer para evitar novas lesões, reaprender a respiração e tudo mais. Mesmo com as cordas vocais zeradas novamente, eu tenho que tomar certos cuidados e fazer esse tratamento todo”.

Ao escolherem seus trechos preferidos do samba, os intérpretes mostraram sintonia com a poesia do enredo. Daniel destacou a abertura: “A cabeça do samba é muito bonita: ‘Preciso te ouvir/Nação guarani/Veja o olhar de Guirapoty’. Essa primeira parte é bonita demais. É muita poesia. O samba não tem muitas linhas, mas as que ele possui são bem significantes”.

Royce escolheu outro trecho marcante: “Eu curto o samba inteiro, mas ‘Fogo devorando a clareira/Divina centelha/Precede as águas’. Eu acho muito bonita essa parte”.

Primeira da Cidade Líder vive clima de emoção e afirmação na gravação oficial do samba-enredo para o Carnaval 2026

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A Fábrica do Samba recebeu, em outubro, a gravação da faixa oficial da Primeira da Cidade Líder para o Carnaval 2026. Em um ambiente marcado pela vibração dos componentes, pela entrega musical e pela responsabilidade de representar o enredo em homenagem ao carnavalesco Paulo Barros, intérprete, bateria, direção e presidência celebraram o momento como histórico para a escola do Acesso 2 paulistano. O intérprete Thiago Melodiah, responsável por conduzir o canto da agremiação na pista, destacou sua preparação intensa para chegar ao estúdio com a voz no auge.

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Fotos: Naomi Prado/CARNAVALESCO

“Tomo muito líquido, muita água, faço inalação, que acho que é o primordial, além de exercícios vocais e, enfim, outros cuidados”.

Segundo ele, gravar um CD exige técnica e precisão, mas a paixão pelo carnaval sempre fala mais alto. “Para gravar faixa de CD, precisa muito de técnica, pois é um CD que vai para o Brasil inteiro. Mas eu confesso que nunca consigo ser técnico, porque sou um cara doente por carnaval, acordo, durmo, vivo o carnaval. Então, eu sempre deixo a emoção levar também”.

Melodiah ainda ressaltou seu trecho favorito da obra: “Eu gosto do último refrão, que é: ‘O grande carnavalesco deixa um legado de inspiração. Enfim, chegou o dia da consagração.’ E chegará o dia da consagração pra Primeira da Cidade Líder”.

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Na parte rítmica, o mestre Alexandre falou sobre o andamento escolhido para a gravação e a identidade que a bateria pretende levar ao Anhembi.

“Honestamente, hoje o andamento veio da emoção. Não quisemos medir. Quando o samba é bom, quando o samba é legal e a melodia é bastante cadenciada, não colocamos a bateria e o canto muito pra frente, então deixamos um pouco mais cadenciado. Mas hoje foi pela emoção. Ainda estamos acertando, estamos há um mês com esse samba. A bateria tá legal, o canto tá evoluindo, e a escola tem que passar bem este ano pra gente conseguir subir”.

O mestre garantiu que os arranjos apresentados refletem fielmente o que o público verá na avenida. “Referente às bossas e aos arranjos que a gente apresentou hoje aqui, é o que vai pra avenida. O que a gente pode fazer é acrescentar uma bossa aqui ou outra ali, que eu também acho que ainda cabe. Eu sou exagerado, mas vou exagerar mesmo, porque quando chegar lá no desfile teremos muito a oferecer para o jurado. Hoje é o que o julgamento pede: que você tenha bastante bossas e bastante compassos”.

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Mestre Alexandre

Para ele, a oportunidade de gravar a faixa oficial simboliza um avanço importante para a comunidade. “O sentimento é de eterna felicidade, porque o Acesso 2, até o ano passado, não gravava. Este ano, a gente teve essa oportunidade que a Liga proporcionou e estamos abraçando. É diferente, é uma gravação legal, tem o calor humano, tem o sentimento… Acho que a gente precisava disso”.

A direção da escola também celebrou o momento. O diretor Rodolfo Minuetto comentou sobre a formação utilizada na gravação: “Uma média de umas 60 pessoas no coral, é o que a Liga pediu. A bateria com 40 componentes, e é isso aí. Tentamos fazer o clima de avenida, e foi o que fez a diferença. Não é pela quantidade de pessoas”.

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Ontérprete Thiago Melodiah

O presidente Mário Alves descreveu o dia como emocionante para toda a comunidade da Cidade Líder. “Foi fenomenal, foi lindo, maravilhoso, foi ótimo, só alegria! O povo todo feliz, clima de Carnaval… foi fantástico. Muito, muito, muito bom mesmo”.

Fechando as opiniões, o carnavalesco da escola, Anderson Rodrigues, reforçou a admiração pelo enredo e pelo homenageado. “Eu gosto do samba todo. A parte especial é o homenageado, o Paulo Barros. É isso aí, tem que respeitar o Paulo Barros”.

Unidos da Ponte inicia ensaios rumo ao Carnaval 2026

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Na próxima quinta-feira, 20 de novembro, às 20h, a Unidos da Ponte inicia os ensaios de canto em sua quadra, localizada na Rua Floriano, 32 – Coelho da Rocha, São João de Meriti – RJ. Com o intuito de resgatar a comunidade da Baixada Fluminense e fortalecer a identidade da escola, a direção antecipa o calendário e inicia seus ensaios para novembro, buscando massificar o canto e o chão da escola para chegar ainda mais forte ao desfile.

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Foto: Magaiver Fernandes/Divulgação Ponte

“Estamos iniciando os ensaios mais cedo pois queremos trazer nossa comunidade de volta para dentro da Ponte. A Baixada sempre foi a nossa força, e é com ela que vamos construir um desfile inesquecível em 2026. Queremos a quadra cheia, o canto forte e o nosso chão vibrando como nunca!”, afirma o administrador Gustavo Barros.

Vale lembrar que a Unidos da Ponte será a última agremiação a desfilar pela Série Ouro no sábado de Carnaval, 14 de fevereiro de 2026, apresentando o enredo “TAMBORZÃO – O RIO É BAILE! O PODER É BLACK!”, com a proposta de exaltar as raízes negras e periféricas do Rio de Janeiro, prometendo transformar a avenida em um grande baile de resistência, identidade e celebração, desenvolvido pelo carnavalesco Nícolas Gonçalves e pelo enredista Cleiton Almeida.

Em nova jornada na Grande Rio, casal Bejani mira revolução visual com Gonzaga no Carnaval 2026

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Os coreógrafos da comissão de frente da Grande Rio, Hélio e Beth Bejani, na escola desde 2019, conversaram com o CARNAVALESCO, diretamente da quadra da agremiação, em Duque de Caxias, durante a final do samba-enredo, sobre a expectativa para o Carnaval 2026, que marca o primeiro ano do carnavalesco Antônio Gonzaga (ex-Portela) na tricolor de Caxias. Junto com a dupla Gabriel Haddad e Leonardo Bora, atualmente na Vila Isabel, o casal Bejani foi responsável por imagens icônicas entre 2020 e 2025, como a dança que brilhou no escuro no enredo de 2024, aproveitando o elemento da iluminação cênica.

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O bate-papo se iniciou com uma recapitulação do trabalho da dupla de coreógrafos no Carnaval 2025, quando, sob o enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, os Bejani trouxeram uma encenação da história das princesas turcas Mariana, Jarina e Herondina. No conto, elas viajam de barco para o Pará em fuga de guerras religiosas em sua terra natal e naufragam no rio, transformando-se em entidades hoje cultuadas no tambor de mina local. A apresentação se destacou por desacoplar parte do tripé em forma de barco, revelando uma mandala inspirada em um desenho de igarapés presente no piso do Theatro da Paz, em Belém.

“A gente realizou mais um projeto desafiador, como todo ano. Fomos com uma inovação na questão de ter uma alegoria que se dividia e encerrava a apresentação no chão. Fomos sem saber se isso ia funcionar ou não, mas acreditamos muito no projeto. Foram 40 pontos, então ficamos muito felizes e o saldo foi mais que positivo”, disse Beth.

“O principal pensamento que nós tínhamos, depois de toda aquela comoção da Onça, era fazer algo não diferente, mas diferenciado. Desacoplar um carro foi bastante arriscado, muito trabalhoso, mas o resultado foi bacana, acima de tudo, por conta da reação do público”, contou Hélio.

Após os desfiles deste ano, a temporada carnavalesca prosseguiu, como sempre, com o anúncio das equipes de cada escola para a próxima temporada. Foi revelado, nesse período, que os carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, que fizeram história nos últimos seis anos em Caxias com cortejos sobre Joãozinho da Goméia (Tatá Londirá), Onça e Exu, não estariam mais na agremiação. Hélio e Beth, no entanto, permaneceram na casa.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

“Por conta dessa grande amizade que a gente criou com o Gabriel e com o Léo, rolou um luto pela separação, mas a gente está muito bem na Grande Rio. A gente é acolhido pela comunidade, pela escola como um todo, pelos segmentos e profissionais que aqui estão”, dividiu Hélio.

O criador pontuou ainda que, na Grande Rio, sempre teve liberdade para realizar projetos do jeito que imagina. Depois de tantos anos de carnaval, explicou, já não sente a necessidade de ficar mudando de escola o tempo todo.

“A decisão de permanecer na Grande Rio foi bem fácil. Saímos do Salgueiro depois de 11 anos e estamos aqui há sete anos. Fomos convidados pelo Renato (Lage), em 2019. Somos muito gratos às escolas que nos acolhem”, afirmou Beth.

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Foto: Dhavid Normando/Divulgação Rio Carnaval

“Foi maravilhoso trabalhar com o Léo e o Gabi. Eles são nossos grandes amigos, são irmãos que o Carnaval nos deu, mas também estamos partindo para uma nova empreitada junto ao Gonzaga, com quem já trabalhamos no Tatá Londirá e no Exu, e que é muito querido”, complementou ela.

De fato, com a partida de Bora e Haddad para a Vila Isabel, quem ficou com a direção criativa em Caxias foi Antônio Gonzaga, após anos de parceria com André Rodrigues na Portela. Gonzaga já havia integrado a equipe criativa da Grande Rio em 2020 e 2022 como assistente de Bora e Haddad, ajudando na conquista do vice-campeonato e do título, respectivamente.

Para marcar seu primeiro trabalho solo no Grupo Especial, Gonzaga escolheu o enredo “A Nação do Mangue”, sobre o movimento artístico pernambucano manguebeat, que redefiniu o cenário musical brasileiro dos anos 1990, com nomes como Chico Science, Fred Zero Quatro e Mundo Livre S/A. O manguebeat se caracterizou pela mistura de ritmos regionais com estilos musicais contemporâneos, como rock, hip-hop e eletrônica, além da crítica à desigualdade e à exclusão social.

“É um enredo super bacana, com um cunho social muito importante. A gente já começou a trabalhar, já estamos com o projeto pré-definido. Estamos no processo de começar a juntar os profissionais”, adiantou Hélio.

“A gente vai explorar ao máximo todas as possibilidades que o enredo nos dá. Toda essa energia cultural e social do manguebeat estará conosco”, assegurou Beth.

Além do carnavalesco, outra novidade para 2026, referente à organização dos desfiles, é a alteração no posicionamento dos jurados ao longo da avenida, com duas cabines viradas uma para a outra. Com esse modelo, só serão realizadas três paradas para apresentação aos avaliadores, agilizando o desfile, mas sua concepção deverá ser pensada para visualização simultânea nos dois lados da avenida, gerando novos desafios.

“É uma decisão dos gestores do desfile como um todo, sempre uma tentativa de melhorar o carnaval. A gente agora tem que experimentar, contribuir com isso e ver como é que vai ser. Essas mudanças, para mim, não afetam muito. Já houve muitas desde que a gente está no carnaval”, analisou Hélio.

“Eu particularmente adorei, porque faz os profissionais pensarem fora da caixa. A gente já trabalha há bastante tempo, em relação à comissão de frente, para que o trabalho seja visível 360 graus e toda a avenida possa assistir. Vamos seguir da forma como já fazíamos antes”, ponderou Beth.

Quilombo do Samba pulsa forte: Comissão potente, casal entrosado e canto firme marcam ensaio do Tuiuti

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Na noite da última segunda-feira, o Paraíso do Tuiuti realizou mais um ensaio de rua e fez pulsar o bairro de São Cristóvão com energia e coletividade. O “Quilombo do Samba” cantou com firmeza a obra de 2026, amparada pela condução segura e vibrante de Pixulé, que manteve o nível do canto, inclusive nos trechos em iorubá, do início ao fim. O casal Vinícius Antunes e Rebeca Tito, em seu primeiro ano juntos, atravessou o trajeto com elegância e vigor, exibindo entrosamento e um bailado que dialoga com as exigências do novo modelo de julgamento. Já a comissão de frente, coreografada por David Lima, apresentou imagens potentes inspiradas no universo de Ifá, em sintonia com o enredo “Lonã Ifá Lukumí”, desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos. A escola abrirá os desfiles da terça-feira de carnaval.

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COMISSÃO DE FRENTE

A coreografia de David Lima chega com força. A comissão de frente do Tuiuti se apresentou com um vigor que atravessou todo o trajeto: energia de vida no corpo, samba na ponta da língua, uma presença que irradia coletividade.

Há um momento especialmente bonito na coreografia. Os integrantes formaram um círculo no chão, dobrados sobre os próprios joelhos, como se fossem peças de um grande tabuleiro humano. No centro, quatro bailarinas dançam em volta do pivô, desenhando movimentos afros.

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Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

A imagem lembra imediatamente o Opanifá, o tabuleiro sagrado utilizado no sistema divinatório de Ifá. É uma referência que não precisa ser sublinhada para aparecer: está ali, materializada na roda, no chão que vira altar, no corpo que dança.

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

Vinicius Antunes e Rebeca Tito, em seu ano de estreia como casal, evoluíram na rua esbanjando entrosamento. O bailado solto, elegante e preciso na execução dos movimentos marcou a noite de ensaio.

Rebeca gira com a elegância clássica de uma porta-bandeira, enquanto Vinicius, um furacão em cena, brinca com o próprio corpo. Ele dobra o eixo, gira apoiado em uma só pena, contorce linhas, exibe vitalidade sem perder precisão. A suavidade de Rebeca e a vibração de Vinícius se encontram numa dança que respira e se renova.

Quando o samba exalta Orunmilá no trecho “Babá Moforibalé, Babá Moforibalé / Orunmilá taladê, Babá Moforibalé”, a dupla performa uma dança de acento latino, lembrando o resgate da tradição Ifá Lucumí no Brasil veio de Cuba.

Na simulação das cabines espelhadas, o casal ainda busca maior demarcação da coreografia para cada lado da avenida. Mesmo assim, é nítida a atenção ao novo modelo de julgamento.

Rebeca destacou a dedicação e o estudo contínuo da dupla: “Estamos estudando passo a passo, movimento por movimento, para chegar ao desfile com tudo muito bem construído. Tem sido muito bom poder estudar nossa dança. A gente observa os erros para melhorar e alcançar o nível que o Tuiuti merece. Todo esse processo dos ensaios na rua, somado ao trabalho diário com a nossa coreógrafa Celeste, tem feito a gente evoluir muito”.

Vinícius explicou que essa temporada de rua tem sido um período de estudo para o casal. Ele contou que os ensaios estão servindo para testar movimentos, observar a reação do público e ajustar a coreografia dentro da energia do Tuiuti. “Estamos experimentando dentro do que a dança do mestre-sala e da porta-bandeira permite e dentro do que a nossa coreógrafa pede. A partir do mês que vem, com a abertura dos ensaios noturnos no Sambódromo, chegaremos com a proposta já consolidada. O próximo Carnaval traz desafios atípicos, como a cabine espelhada. Por isso a palavra ‘estudo’ virou nossa bússola.”, declarou o mestre-sala.

HARMONIA E SAMBA

Para quem vinha torcendo o nariz para o samba do Paraíso do Tuiuti por causa dos refrões em iorubá, o ensaio deu uma resposta direta: não há motivo para preocupação. Com o time musical bem ajustado, a comunidade cantou de forma vibrante, segura, mantendo o pulso do samba sem queda perceptível em nenhuma ala. Os trechos em iorubá foram entoados com naturalidade e firmeza, e o canto ocupou a rua do início ao fim.

No quesito harmonia, Pixulé tem papel fundamental. O intérprete organiza e impulsiona o canto com autoridade técnica: suas chamadas estruturam a resposta da comunidade, e sua emissão sustenta o equilíbrio entre carro de som e alas. Ele conduz o fluxo do samba, reforça entradas decisivas e mantém o nível de energia constante ao longo do ensaio.

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Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

Ainda assim, há pontos de atenção. Em alguns setores, nota-se que parte dos componentes ainda oscila na letra, especialmente nos trechos mais extensos. Não compromete o desempenho geral, mas indica onde o trabalho de harmonia pode avançar. O Tuiuti já apresenta um canto coeso e bem alinhado. Com mais alguns ensaios, a tendência é que essa potência ganhe ainda mais corpo e densidade.

EVOLUÇÃO

A evolução do Paraíso do Tuiuti flui com uma leveza que dá gosto de ver. Os componentes avançam brincando com o samba, cantando, sorrindo, deixando o corpo se deslocar com naturalidade. Há uma espontaneidade decisiva nisso, quando pensamos o que significa, de fato, evoluir no desfile. A escola se deslocou com alegria, e a alegria, aqui, é projeto no Quilombo do Samba.

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Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

No entanto, essa naturalidade precisa vir acompanhada de precisão. Em alguns momentos do ensaio, sobretudo entre a bateria e o segundo casal, abriram-se buracos perceptíveis no avanço das alas. Nada que comprometa o conjunto, mas é um alerta importante para a evolução dos próximos ensaios. O desafio é manter a fluidez natural dos componentes com a precisão do avanço das alas. Ajustado esse ponto, o Tuiuti tem tudo para unir o melhor dos dois mundos: a espontaneidade que é marca da escola e a precisão que garante a força do desfile.

OUTROS DESTAQUES

A”Supersom”, de mestre Marcão, deu um espetáculo à parte no ensaio de rua desta segunda-feira. A bateria atravessou São Cristóvão com uma vitalidade contagiante, lançando bossas que brincam com ritmos latinos, um tempero quente que empurra o samba pra cima e levanta quem está na calçada.

Houve ainda uma imagem que fechou a noite com delicadeza. No fim do ensaio, pouco antes da bateria sair do recuo, Marcão tirou o boné e cumprimentou Pixulé num abraço de agradecimento. Um gesto simples, mas poderoso, que diz muito sobre a parceria que os dois vêm construindo.

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Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

A ala de passistas também brilhou. Conduzidos por Alex Coutinho e Jorge Amarelloh, acompanhados pelo filho Heitor, que segue os passos dos pais desde pequeno, os passistas cruzaram o ensaio com firmeza, brilho e naturalidade. O trio puxou a ala com graça e energia, reafirmando o que já se sabe: a ala de passistas do Tuiuti segue entre as melhores do carnaval carioca.

Vinícius e Thainá destacam acolhimento e responsabilidade ao assumirem o pavilhão da Inocentes de Belford Roxo

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O CARNAVALESCO conversou com o novo casal de mestre-sala e porta-bandeira da Inocentes de Belford Roxo para o Carnaval 2026. Vinícius Jesus e Thainá Teixeira assumiram a responsabilidade de defender o pavilhão tricolor da agremiação. A dupla chega cheia de energia para ajudar a escola na busca pelo acesso ao Grupo Especial. Eles contaram como surgiu o convite para integrarem a Caçulinha da Baixada e como tem sido a recepção da comunidade.

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Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

“O convite surgiu através do nosso presidente, Reginaldo Gomes. Depois do último carnaval, ele entrou em contato comigo para conversar sobre a possibilidade de vir. Comentei também sobre a parceria que já estávamos iniciando, eu e o Vinícius. Conversamos com ele, que super aprovou, e está dando super certo. A comunidade, desde o nosso anúncio, nos abraçou e recebeu muito bem, com carinho e respeito. Recebemos muitas mensagens positivas, desejos de boa sorte, boas-vindas”, comentou Thainá.

“Eu e a Thainá já estávamos conversando há bastante tempo para dançarmos juntos. Graças a Deus, este ano deu certo e estamos muito felizes. A Inocentes está dando todo o suporte pra gente, o clima está ótimo e a escola está com muita vontade. É um enredo que vai trazer muita alegria também, e isso já está refletindo em todo mundo”, completou Vinícius.

O casal também falou sobre o estilo de dança, que segue uma linha mais tradicional do bailado de mestre-sala e porta-bandeira, como destacaram ambos.

“É uma dança antiga, é o que posso dizer. Apesar da idade, somos velhos de dança. Fazemos uma dança muito tradicional, bem de casal mesmo. Começamos no mesmo projeto, juntos. Então viemos na mesma linha, no mesmo ensinamento, e ensaiamos bastante — um ensaio para um conhecer o que o outro gosta, o que eu não gosto, o que ela gosta. E ela é uma porta-bandeira sensacional, sempre gostei do estilo dela”, afirmou Vinícius.

“O Vinícius tem uma dança bem tradicional: riscado, maneios, cortejos. Isso é muito bom porque se encaixa no meu estilo. A nossa técnica tem se encaixado bastante. Nos ensaios, estamos focando agora em uma dança livre. Batemos bastante a dança pura do casal e estamos experimentando movimentos que surgem na hora e que poderemos explorar futuramente. Mas ainda sem cobrança de coreografia, de passo marcado, porque é uma parceria nova. Precisamos nos conhecer nos mínimos detalhes, tecnicamente e também na comunicação pelo olhar. E está fluindo super bem”, complementou Thainá.

Por fim, o casal falou sobre a responsabilidade de substituir Matheus e Jaçanã, citando a importância do histórico da dupla anterior e o carinho que a comunidade mantém por eles, enquanto abraça a nova formação.

“Eu chego na escola junto com o Vinícius com muito respeito. Entro com muito respeito no lugar da Jaçanã, que é uma amiga querida e ficou 10 anos na escola. Isso precisa ser muito respeitado: a história dela e do Matheus. Chegamos com esse sentimento de respeito a quem veio antes de nós, e queremos dar continuidade a um trabalho incrível e sério que eles iniciaram. Recebi o pavilhão das mãos da Jaçanã, que me viu começar a dançar. Ela já era uma referência para mim e continua sendo, como porta-bandeira e como pessoa incrível. Não só ela e o Matheus, mas o trabalho dela com o Peixinho, dela com o Douglas. Foram muitos anos, e esse quesito muitas vezes é muito injusto, muito desunido — e são só duas pessoas. Precisamos nos abraçar, nos valorizar, nos respeitar. A Inocentes ama o casal. Todo mundo vem falar com a gente com muito carinho, e eles também fizeram essa ponte pra que fôssemos bem acolhidos”, disse Thainá.

“A Jaçanã tem uma história linda aqui na escola, foram 10 anos. O Matheus também. É um casal que sempre teve muito contato com a escola e com a comunidade. A gente chega com respeito ao casal que estava, mas também vem pra trabalhar e construir a nossa história dentro da Inocentes”, finalizou Vinícius.

‘Advogata do Samba’: Jessica Almeida celebra chegada à Em Cima da Hora e promete entrega total para 2026

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Estreante na Em Cima da Hora no Carnaval 2026, a musa Jessica Almeida detalhou a boa recepção da escola e prometeu entrega total nesta próxima temporada carnavalesca.

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Foto: Gabriel Radicetti/CARNAVALESCO

“O convite se deu de forma bem inesperada, logo após o concurso da Corte Real do Carnaval. Eu recebi esse convite de uma forma bem bonitinha: ‘A gente é da assessoria da escola, podemos conversar?’. Toda passista tem o sonho de chegar ao cargo de musa, ainda mais em uma escola tão tradicional como a Em Cima da Hora. É um marco muito significativo para a minha vida”, contou ela.

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Formada em Direito e conhecida como “Advogata do Samba”, Jessica teve sua trajetória atravessada pela paixão pelo espetáculo. Ela garante que fará por onde honrar a posição de destaque em uma das mais tradicionais escolas do carnaval carioca.

“Podem esperar todo o meu amor, toda a minha entrega, toda a minha disponibilidade para fazer o Carnaval de 2026 muito mais que especial”, colocou.

Questionada sobre os preparativos para o grande dia de desfile, Jessica Almeida se descreveu ansiosa para conhecer sua fantasia.

“Ainda não sei qual é a minha fantasia. Acredito que, na próxima semana, a gente vai conseguir conhecer tudo direitinho”, finalizou.

Imperador do Ipiranga exibe sintonia, renovação e força musical na gravação oficial do samba 2026 na Fábrica do Samba

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O Imperador do Ipiranga viveu um momento histórico em sua preparação rumo ao Carnaval 2026. Pela primeira vez, as escolas que estão no Acesso 2 participaram das gravações ao vivo promovidas pela Liga-SP e a agremiação da Zona Sul não apenas celebrou o feito, como aproveitou a oportunidade para mostrar evolução técnica, unidade interna e um projeto musical construído com cuidado e sentimento. Em seu segundo ano como comandante da bateria, mestre Fuskão não escondeu a emoção com o formato e a chance de levar o trabalho da escola para um produto oficial.

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Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

“É um sentimento, antes de tudo, de gratidão, principalmente pela Liga das Escolas de Samba, que este ano incluiu o Acesso 2 nas gravações ao vivo”, disse.

O Imperador chegou à Fábrica do Samba com um trabalho preparado ao longo de meses, algo bem diferente da temporada passada, quando o mestre assumiu já próximo de fevereiro.

“Faz alguns meses que começamos a preparação. Como começamos antes, deu para criar bossas bem encaixadas na melodia do samba”.

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Entre as novidades está a bossa “na palma da mão”, que promete se tornar uma das assinaturas da bateria: “Vamos parar a bateria e deixar só o som das palmas. Acho que vai ficar bem legal”.

Ao avaliar a experiência da gravação, Fuskão reforçou o quanto o modelo “ao vivo” aproxima o público da verdadeira identidade da escola: “A gravação ao vivo permite mostrar o que realmente fazemos nos ensaios. Fica algo mais verdadeiro, mais vivo, com todo mundo tocando junto”.

Hélber Medeiros: entrosamento antigo e confiança renovada para 2026

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A voz oficial da escola, Hélber Medeiros, vive um momento especial no Imperador. Ele elogiou o trabalho desenvolvido pela Liga-SP e destacou a mudança de ambiente dentro da agremiação: “O presidente Tomate está fazendo um trabalho maravilhoso. A escola está diferente, o clima, o momento, tudo mudou”.

Essa mudança, segundo ele, será refletida diretamente no próximo desfile: “Depois de dois, três anos batendo na trave e fazendo grandes carnavais, este ano será diferente. Vamos vir com um carnaval grandioso, digno de escola do Grupo Especial”.

Hélber também celebrou a parceria intensa com mestre Fuskão, uma relação construída há décadas: “Nós começamos juntos no Rosas de Ouro. Eu tocava tamborim e o Fuskão estava na bateria. Temos uma amizade de décadas”.

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Essa sintonia, afirma o intérprete, tem sido um dos pilares da preparação musical: “Essa conexão entre mestre de bateria e intérprete é rara. Nos reencontramos agora na Imperador do Ipiranga e isso tem feito toda a diferença”.

Diego Zulão ressalta integração da equipe e reforça profissionalização

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Responsável pela harmonia da escola, Diego Zulão destacou o impacto que a gravação terá para o Acesso 2: “Para o Imperador e para as escolas do Acesso 2, essa gravação audiovisual é uma novidade e um grande atrativo. É uma forma de mostrar que a escola está ensaiada, conectada e com todos os departamentos trabalhando juntos”.

A preparação envolveu bateria, canto, coral, musas e o casal de mestre-sala e porta-bandeira: “Tivemos um período intenso de ensaios para tornar esse material o melhor possível”.

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Sobre a bossa “na palma da mão”, ele confirmou que a ideia surgiu naturalmente: “O som da palma traz um clima leve, um samba gostoso. Talvez valha a pena pensar nisso com carinho para o desfile”.

Zulão também enfatizou o momento de reorganização interna da escola: “A escola está passando por uma mudança importante na diretoria. Estamos todos mais próximos, porque já tínhamos uma boa relação fora do carnaval. Isso facilita o diálogo, o entendimento mútuo, e é isso que pudemos ver na gravação”.

Imperatriz da Paulicéia estreia na gravação oficial do Acesso 2 com emoção, responsabilidade e um enredo de profunda força religiosa

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A Imperatriz da Paulicéia viveu um capítulo inédito de sua história. Pela primeira vez, a escola participou da gravação oficial dos sambas-enredo organizada pela Liga-SP, na Fábrica do Samba. A estreia, carregada de expectativa, orgulho e uma dose natural de apreensão, marcou mais do que um novo passo da agremiação no Grupo de Acesso 2: consolidou uma fase de amadurecimento artístico e simbólico, impulsionada pelo enredo que exaltará Ogum no Carnaval 2026. Presidente da escola, Maralice Lazarini destacou o peso de participar do projeto pela primeira vez.

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Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

“Para a gente é uma novidade. É o primeiro ano, então estamos um pouco apreensivos. Ensaiamos bastante e eu assisti a outras gravações para não cometer erros. Mas é algo muito importante. Divulgar uma escola como a nossa é essencial, em qualquer mídia e em qualquer lugar”.

Em um cenário competitivo como o Acesso 2, a busca por exposição é quase tão fundamental quanto a preparação técnica. Para a Imperatriz, cuja base comunitária é menor que a das tradicionais forças da zona leste ou da zona norte, a gravação representa um salto de presença na vitrine do carnaval paulistano. Mesmo a estreia, porém, não deixou de ter o clima que marca a identidade da agremiação.

“Na Imperatriz tudo é uma festa. Tudo o que fazemos acaba se tornando um grande encontro. Foi muito bacana, porque esses momentos aproximam ainda mais as pessoas”.

Enredo aguardado e mergulho na religiosidade afro-brasileira

A Imperatriz escolheu para 2026 um tema que já vinha sendo planejado há alguns carnavais: Ogum, o orixá guerreiro, e o sincretismo religioso que atravessa a formação cultural brasileira. Maralice deixou clara a responsabilidade de tratar o tema com profundidade e respeito.

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“Nós, que somos brancos, temos muito o que aprender e respeitar para representar isso com verdade. Todos estão estudando, conhecendo e se aprofundando para fazermos um carnaval bonito e respeitoso, que encha de orgulho quem se identifica com o tema”.

Primeiro ano do intérprete Dom Júnior

Estreando como voz oficial da escola, Dom Júnior viveu a gravação como um marco pessoal: “Para mim é uma honra e uma grande satisfação. É o meu primeiro ano como intérprete oficial e estou muito feliz. A Imperatriz é uma família. O samba é forte, funciona muito bem e acreditamos muito nele”.

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O cantor destacou o processo de preparação cuidadosamente conduzido pela direção musical: “Já estamos ensaiando há alguns dias. Temos um produtor musical, o Tom Queiroz, e junto com a mestra Rafa montamos os arranjos. Foi um processo bem colaborativo, com muito cuidado nos detalhes”.

A composição escolhida surgiu de uma disputa acirrada, com dez sambas inscritos e quatro finalistas: “Depois fizemos algumas alterações para adequar melhor ao enredo, com a ajuda dos compositores. O resultado é um samba muito forte, com três refrões marcantes. O refrão de Ogum é arrebatador”.

Mestra Rafa celebra momento inédito: ‘É uma grande responsabilidade’

À frente da bateria, mestra Rafa viveu a gravação como a realização de um sonho antigo: “É a primeira vez que a Imperatriz tem essa oportunidade. Eu já participei do projeto com outras escolas, mas estava esperando o momento de levar a nossa bateria para uma gravação como essa”.

A preparação foi intensa e específica: “A bateria fez três ensaios só para esta gravação. Mantivemos a nossa identidade, mas o foco foi organizar tudo para que o registro saísse perfeito”.

Filha de Ogum, a regente não escondeu a emoção com o enredo e com a força religiosa presente na obra: “A parte do samba que eu mais gosto é a que cita Ogum, meu orixá e meu pai de cabeça. É muito especial falar sobre ele. Fugimos do óbvio, e isso é importante, porque antes de tudo o Carnaval é cultura”.

Unidos da Tijuca: seleção para ala coreografada masculina acontece nesta terça

Os trabalhos na Unidos da Tijuca visando o carnaval de 2026 seguem à todo vapor. Chegou a vez da equipe coreográfica buscar novos integrantes para completar as alas coreografadas masculinas. A seleção acontece na terça-feira, às 20h, na quadra da agremiação, localizada no Santo Cristo.

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Foto: Divulgação

As alas coreografadas estão na responsabilidade da diretora artística Flávia Leal. Para participar da audição é necessário ser do sexo masculino, ter acima de 18 anos e comparecer à quadra da escola usando roupas confortáveis. É necessário ter aptidão para teatro ou dança e disponibilidade para ensaios.

Os interessados que se encaixarem nesses perfis, podem também entrar em contato com a diretora através do WhatsApp (21 96497-4189).

A Unidos da Tijuca será a quarta última escola a desfilar na segunda-feira de carnaval, dia 16 de fevereiro, pelo Grupo Especial com o enredo “Carolina Maria de Jesus”, de autoria e desenvolvimento do carnavalesco Edson Pereira. A quadra de ensaios fica localizada na Avenida Francisco Bicalho nº 47 – Santo Cristo. Há estacionamento no local.