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‘Maricadência 1000%!’ União de Maricá aposta em sintonia total entre bateria e carro de som

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O som dos tamborins e das caixas já ecoa forte na União de Maricá e quem comanda essa batida é o mestre Paulinho Steves. À frente da bateria “Maricadência”, ele é o responsável por ditar o compasso do desfile da escola, que se prepara para encantar a Marquês de Sapucaí com o enredo “Berenguendéns e Balangandãs”, criação de Leandro Vieira, que contará a história da joalheria negra e das mulheres que transformaram seus adornos em símbolos de resistência e identidade. O CARNAVALESCO conversou com o mestre, que falou sobre as mudanças no trabalho em relação ao ano passado e o novo momento da bateria. Sorridente e empolgado, ele deixou claro que o ritmo da Maricá vem com ainda mais energia e entrega.

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Foto: CARNAVALESCO

“A energia da bateria é a mesma, é a mesma. Nós saímos de um samba muito bom, uma obra de arte que é o samba de 2026. E a bateria maracadense acompanha essa energia. Não tem como a gente ir para a Bahia e não botar uma Bahia no samba. Não tem como a gente fazer aquelas coisas pra frente da nossa religião e não botar um adahum. Tem uma surpresinha mais pra frente. Mas, resumindo, se tinha uma ‘Maricadênci’a 100% em 2025, você pode esperar que tenha uma maracadência 1000% para 2026”.

O mestre também falou sobre o trabalho em conjunto com Zé Paulo, intérprete oficial da escola. Segundo Paulinho, a sintonia entre o carro de som e a bateria foi imediata e vem sendo um dos grandes trunfos da preparação da Maricá.

“Amor à primeira vista. Zé Paulo é um cara que dispensa comentários e que, com a voz maravilhosa dele, eu consegui encaixar todas as minhas ideias, sem tirar nada, desde a criação até agora”.

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Foto: Ney Junior/Divulgação Maricá

Com a chegada de Vitinho como presidente da bateria, Paulinho destacou o entrosamento de longa data e o quanto essa parceria contribui para manter o alto astral e a organização dentro da “Maricadência”. O mestre fez questão de lembrar a trajetória dos dois e ressaltar a confiança no trabalho conjunto.

“O cara que é meu irmão. A gente trabalha junto desde a escolinha mirim e ele vinha apresentando a minha bateria na Intendente Magalhães, quando a Maricá estava lá. Ele esteve comigo desde o início, tem que estar também agora. Ele vai ser aquele cara que eu vou perturbar: ‘estou precisando do jantar, precisando do amor, precisando de um talabá, quero churrasco para bateria’, e ele vai ser o cara que vai me perturbar também. Ele já mostrou na praça que é um dos melhores pra fazer isso pela bateria”.

Paulinho Steves fez questão de deixar um recado confiante sobre o papel da Maricá no próximo carnaval. Para ele, a missão da bateria e de toda a escola é clara: entregar um desfile inesquecível e abrir caminho para o tão sonhado acesso ao Grupo Especial.

“A missão vai ser cumprida, e muito bem cumprida, porque, se depender da União de Maricá e da bateria, o Grupo Especial 2027 vai ter ‘Maricadência’ na Marquês de Sapucaí”.

Unidos da Tijuca exibe altos padrões em samba e bateria no ensaio de rua

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A Unidos da Tijuca realizou, na noite da última quinta-feira, seu terceiro ensaio de rua rumo ao Carnaval 2026, no Santo Cristo, na Zona Portuária do Rio. Coincidindo com o feriado do Dia Nacional da Consciência Negra, o treino ganhou clima de celebração à memória de Carolina Maria de Jesus, tema do enredo assinado pelo carnavalesco Edson Pereira. A performance segura de Marquinho Art’Samba e a excelência da bateria “Pura Cadência”, comandada por mestre Casagrande, marcaram o ensaio do Pavão. A escola será a última a desfilar na segunda-feira de carnaval.

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MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

Sem a apresentação da comissão de frente, o casal foi o primeiro quesito a se apresentar na noite. Matheus André e Lucinha Nobre mostraram que estão cada vez mais entrosados na dança. Matheus riscou o chão com elegância em giros precisos. Lucinha empunhou o pavilhão da escola com garra nas suas já conhecidas “bandeiradas”.

No verso do samba que menciona “a sina da mulher preta no Brasil”, Matheus se curvou diante do pavilhão e de sua porta-bandeira. Nesse momento, Lucinha assumiu o protagonismo da cena em uma performance que reposiciona o sentido e o lugar das mulheres pretas. Um jogo de cena de grande beleza e potência. Já em “nos salões da burguesia”, o casal executa um movimento de leitura imediata, evocando a dança dos antigos bailes coloniais.

Sem a simulação da cabine espelhada, o casal ainda não apresentou os caminhos coreográficos que tomará para atender ao novo modelo de julgamento do Carnaval.

HARMONIA E SAMBA-ENREDO

O samba-enredo da Unidos da Tijuca, considerado um dos destaques da safra de 2026, incentiva os componentes a cantarem com grande intensidade, especialmente o pré-refrão e o refrão principal. Marquinho Art’Samba conduz o canto da escola, junto com uma entrosada e competente equipe no carro de som, já utilizando o mesmo trio elétrico que será empregado nos ensaios técnicos, como quem escreve uma nova página na história de 93 anos do Pavão.

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Fotos: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

Sobre a noite de ensaio, Marquinho destacou a evolução do samba e o impacto do equipamento utilizado: “O samba realmente está crescendo muito. Ainda falta muita coisa, muitos ajustes para a gente poder acertar, mas ele está tomando um crescimento muito grande — e estamos trabalhando pra isso, entendeu? Para o samba tomar mais corpo, crescer mais. A gente sabe que pode dar muito mais pra esse samba. A comunidade está cantando, está aguerrida. A Tijuca está muito feliz, e isso é o que importa. Eu estou muito feliz”.

O intérprete também enfatizou a importância de trabalhar desde já com o trio que será usado nos ensaios técnicos da Sapucaí: “Acho que a gente vai conseguir um lugar bacana ao sol. E hoje teve o diferencial do carro de som que vocês vão ver também no ensaio técnico. Faz muita diferença? Faz! Com um carro de som bom, a gente consegue entender as nuances do samba, consegue consertar algumas coisas que estavam fora. Acredito que daqui pra frente seja esse o equipamento até o dia do Carnaval, se Deus quiser”.

EVOLUÇÃO

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A evolução da Unidos da Tijuca flui com um caráter mais técnico. Isso gera uma diferença na fluidez entre as alas. Há alas extrovertidas, que brincam e desfilam com leveza, e outras mais tímidas. Equilibrar o rigor técnico com o tempo de desfile e a leveza dos componentes parece ser um caminho necessário.

Destaque para a ala coreografada “Canindé”, que performou o samba chamando a atenção do público presente, e para a última ala antes da bateria, que desfilou com todo o samba na ponta da língua.

OUTROS DESTAQUES

A “Pura Cadência”, comandada por mestre Casagrande, manteve o nível elevado nos ensaios da Unidos da Tijuca. A bateria atravessou a via D1 com firmeza e vitalidade, imprimindo uma cadência que impulsiona componentes e público a cantarem com força o samba em homenagem a Carolina Maria de Jesus. É uma consistência que confirma o alto padrão do quesito na escola.

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Quem acompanhou todo o ensaio em cima do trio elétrico foi o presidente Fernando Horta. Fumando seu charuto, Horta acenou para os componentes e testemunhou, com visão privilegiada, o treino do “Pavão”.

A rainha de bateria, Mileide Mihaile, ainda não marcou presença nos ensaios de rua. Quem desfilou à frente da bateria foi a musa Giesa Eloy.

Já a comissão de frente, ausente no ensaio desta quinta-feira, só deve voltar à via D1 após os minidesfiles que acontecerão nos dias 28, 29 e 30 de novembro, na Cidade do Samba.

Em entrevista ao CARNAVALESCO, a diretora de carnaval Elisa Fernandes comentou como o Dia da Consciência Negra influenciou o espírito do ensaio.

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“Está com pinta de véspera de carnaval. No início do ensaio, eu até comentei que hoje a gente ia cantar por Carolina mais do que nunca, principalmente pela representatividade dessa data. É uma data muito significativa, o Dia da Consciência Negra, e pedi para os componentes puxarem a sua ancestralidade e honrarem a história da Carolina mais do que nunca. Eu senti que a galera comprou a ideia, cantou junto. Hoje fizemos um evento lindo na quadra, o “Negritude Tijucana”, com feijoada para toda a comunidade. A comunidade está feliz, está se divertindo, está com um baita enredo e orgulhosa de cantar a história da Carolina. Está tudo lindo. É uma energia muito especial. A gente que é de Carnaval há muito tempo sabe que isso não acontece toda hora, e está acontecendo na Tijuca. Tá muito gostoso participar desse momento”.

Com Conceição Evaristo vestida de baiana, Império Serrano revela mais duas fantasias no Dia da Consciência Negra

No Dia da Consciência Negra, o Império Serrano revelou mais duas fantasias do enredo “Ponciá Evaristo Flor do Mulungu”, do carnavalesco Renato Esteves, que será apresentado no Carnaval de 2026. As publicações aconteceram em dois momentos do dia e ampliaram a narrativa visual construída pela escola em homenagem à escritora Conceição Evaristo. Pela manhã, a escola divulgou o figurino “Conceição Yalodê”, que traz a autora vestida de baiana, em referência direta à célebre imagem de Dona Ivone Lara no desfile de 1983, “Mãe, baiana mãe”. A fantasia apresenta uma leitura afro-católica de Nossa Senhora da Conceição sincretizada com Oxum, orixá ao qual a escritora é ligada, além de ser batizada no dia 8 de dezembro, data da santa. A escritora participou de um ensaio fotográfico vestindo a fantasia e destacou o impacto simbólico da experiência.

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Foto: Fabiano Vieira/Divulgação Império Serrano

“Foi uma alegria e uma honra muito grande. Nunca havia vestido uma roupa de baiana. Vestir essa fantasia no Império Serrano, uma escola de tradição, de raiz, é emocionante. O giro da baiana, segundo a professora Leila Martins, simboliza o tempo africano. Para mim, foi uma experiência que, sem sombra de dúvidas, me traz toda uma memória ancestral”, afirmou Conceição.

No início da tarde, o Império Serrano apresentou a fantasia “A gente combinamos de não morrer”, inspirada no conto homônimo da escritora. O figurino traduz para a Sapucaí a força do pretuguês e a insubmissão presentes na obra de Conceição. Segundo ela, romper com a norma culta, em sua escrita, torna-se um ato de subversão contra estruturas opressoras. O termo, cunhado por Lélia Gonzalez, representa um gesto político de valorização da oralidade, da ancestralidade e das narrativas do povo preto.

O carnavalesco Renato Esteves destaca que a fantasia sintetiza o poder simbólico do conto e sua relevância para o desfile do próximo ano.

“Essa fantasia nasce desse compromisso com a vida, com a linguagem e com a memória do povo preto. Levar isso para a Sapucaí é reafirmar que o Carnaval também é um espaço de luta, beleza e pertencimento. As obras da Conceição trazem isso e casam muito com a história do Império Serrano”, afirmou.

Ao longo da semana em que é celebrada a Consciência Negra, o Império Serrano já revelou cinco fantasias, sendo duas comerciais. A escola segue se preparando para desfilar no dia 14 de fevereiro de 2026, na Marquês de Sapucaí, pela Série Ouro.

Sob a direção artística de Milton Cunha, Maricá apresenta o ‘NatalBrasilidade 2025’

A Prefeitura de Maricá anuncia oficialmente a realização do ‘NatalBrasilidade 2025’, uma das maiores celebrações natalinas do estado do Rio de Janeiro. O evento, que acontece entre 22 de novembro e 6 de janeiro, vai iluminar diversos pontos da cidade com decoração temática, desfiles, experiências imersivas e atrações culturais, que unem o encanto do Natal à riqueza da identidade brasileira.O projeto reafirma o compromisso da Prefeitura de Maricá com a valorização da cultura, do turismo e da economia criativa. A direção geral é de Gustavo Mostof.

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Foto: Divulgação

Sob a coordenação geral de Antônio Grassi, presidente da MARÉ (Maricá, Arte, Roteiro e Experiências), e direção artística e criativa de Milton Cunha, o ‘NatalBrasilidade’ convida o público a viver uma experiência sensorial e estética que traduz o espírito do Natal em cores tropicais, ritmos populares e símbolos da diversidade cultural brasileira. Cada cenário e instalação cênica celebram a alegria, a fé e a união, sentimentos que formam a essência de um Natal com alma brasileira.

“Pensar o Natal como um grande evento é reconhecer nele uma oportunidade de transformação para a cidade. A festa natalina não apenas celebra o espírito de união e alegria, mas também movimenta a economia local, gera empregos e atrai visitantes. Ao promover um Natal vivo, com identidade própria, Maricá se projeta no cenário nacional e, em alguns momentos, até internacional, reafirmando o quanto as atividades culturais e turísticas podem trazer um retorno imensurável para a população e para a imagem da cidade. Mais do que uma data festiva, o Natal celebra o nascimento da fé, da luz e da esperança, valores que transcendem religiões e inspiram novos começos, união e solidariedade entre todos”, afirma Antônio Grassi.

Em Maricá, o‘Natal Brasilidade’vai transformar toda a cidade em um grande cenário natalino, com luzes, cores e símbolos do Natal. Seis grandes polos concentrarão as principais ativações e experiências do evento, cada um com uma proposta temática especial.

O Parque Nanci será o palco do universo Águas Milagrosas, com pista de patinação e áreas interativas de diversão. Na orla de Araçatiba, o destaque será o artesanato e os saberes tradicionais, uma homenagem à criatividade dos artesãos locais e ao legado cultural herdado dos povos indígenas, além de abrigar os desfiles natalinos. Já a Praça do Boqueirão ganha uma cenografia inspirada na flora e na fauna da região. Itaipuaçu receberá a Floresta Encantada, cenário mágico onde estará a Casa do Bom Velhinho. Em Camburi e Flamengo, espaços dedicados ao Natal receberão atrações e atividades para toda a família. Ponta Negra ganha decoração especial com luzes que refletem no mar e espaços instagramáveis. O bairro se transforma em um cenário encantado, perfeito para fotos e encontros em família.

Grande Parada de Natal

Entre os destaques desta edição estão a Grande Parada de Natal, com alegorias, figurinos e performances inspiradas na cultura nacional e o presépio artístico de Araçatiba, concebidos por Milton Cunha.

“O ‘Natal Brasilidade’ nasce para celebrar a beleza do nosso povo, da nossa cultura e das nossas raízes. Maricá é hoje o palco de uma verdadeira revolução estética e afetiva, onde o Natal ganha cores, ritmos e narrativas tipicamente brasileiras. A Parada Iluminada celebra a utopia de uma sociedade justa, igualitária e democrática. Este projeto mostra que é possível inovar sem perder a essência, transformando o Natal em uma experiência sensorial, educativa e emocionante, que valoriza a arte, os talentos locais e o orgulho de ser brasileiro. Mais do que uma decoração, é um convite para o Brasil olhar para Maricá como um novo polo criativo e turístico”, reforça Milton, que assina a direção artística e criativa do evento.

Os desfiles acontecem de 22 de novembro a 28 de dezembro, sempre de quinta-feira a domingo, das 20h às 21h, na Orla de Araçatiba, além de apresentações em diferentes bairros. As atrações e brinquedos funcionam até 6 de janeiro, também de quinta-feira a domingo, das 14h às 20h. Como ação especial de inclusão, todas as quintas-feiras, das 9h às 12h, os brinquedos serão de uso exclusivo das crianças das escolas municipais de Maricá.

Serviço:
Desfiles: de 22/11 a 28/12, das 20h às 21h
Brinquedos e Atrações:de 22/11 a 06/01 (quintas, sextas, sábados e domingos, das 14h às 22h)* – com agendamento via QRCode

*Ação especial brinquedos: todas as quintas-feiras,das 09h às 12h, os brinquedos serão de uso exclusivo para as crianças das escolas municipais de Maricá.

Vila Isabel recebe Dua Lipa em noite de ensaio na quadra

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A Unidos de Vila Isabel viveu uma noite especial nesta quarta-feira. A artista internacional, que está de passagem pelo Brasil com sua turnê, fez questão de sentir de perto a energia do samba carioca. Após se apresentar em São Paulo na última semana e desembarcar no Rio nesta terça-feira, ela marcou presença no tradicional ensaio de quadra da escola, onde foi recebida com entusiasmo pelo público e pelos segmentos da azul e branca.

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Veja fotos (Imagens: Divulgação/Vila ISabel)

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Barroca Zona Sul consolida assinatura musical na gravação do samba-enredo 2026

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A Barroca Zona Sul esteve na Fábrica do Samba, em outubro, para registrar oficialmente seu samba-enredo para o Carnaval 2026. Com presença massiva da comunidade, forte união entre os segmentos e confiança absoluta na qualidade da obra, a Verde e Rosa da Zona Sul reafirmou seu compromisso em apresentar um desfile marcante, especialmente por ocupar a posição de encerramento da noite de sexta-feira. O mestre de bateria e compositor Fernando Negão, responsável direto pela pulsação rítmica da escola, explicou a construção musical que a Barroca levará para o disco e para a avenida.

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Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

“O andamento da bateria do Barroca para a gravação vai ser de 144 BPM (batidas por minuto). Na avenida vão ser três bossas e, na gravação, a gente vai fazer duas e meia. Vamos pegar uma bossa pela metade e duas inteiras. É bastante desafiador comandar a bateria que vai sustentar um samba tão elogiado. Mais uma vez é um samba muito bonito, graças a Deus a gente fez com bastante carinho. Deu tudo certo! Para mim, é o que eu sempre digo, é um pouco mais fácil de trabalhar porque eu sou um dos compositores do samba, e eu já pego o samba desde a construção e já vou pensando em algumas bossas para encaixar na bateria”.

O mestre revelou também sua parte favorita. “A parte que eu mais curto no samba é o refrão da cabeça, acho bem interessante, bem legal e bastante forte”.

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Sobre o horário de desfile, o último da madrugada, Negão vê o momento como mais um desafio a ser superado. “Esse é um horário bastante diferente para o Barroca, é um horário que a escola faz tempo que não desfila – no caso, ser a última escola da noite. É um trabalho bem desafiador, é um trabalho bem árduo. Mas, se Deus quiser, vai dar tudo certo. A gente tem um samba belíssimo, um samba que caiu nas graças da galera e a bateria vai se encaixar bastante com o samba”.

Na parte operacional, o representante da Comissão de Carnaval, João Ricardo Alexandre (Jonny), destacou o esforço coletivo para garantir um grande contingente na gravação.
“Hoje nós viemos com 103 pessoas, para ser bem exato. São 43 da bateria e 60 pessoas do elenco”.

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Representante da Comissão de Carnaval, João Ricardo Alexandre (Jonny)

A logística foi planejada para facilitar a chegada da comunidade à Fábrica do Samba. “O pessoal da escola preferiu vir direto, a comunidade achou que era mais fácil. A gente trouxe dois ônibus lá da quadra, eles saíram de lá duas horas antes de chegar aqui. Nesses ônibus tinham baianas e o pessoal que tem mais dificuldade em relação à mobilidade. Saindo daqui, a gente vai numa apresentação da Independente, nossa coirmã”.

Sobre o desfile, Jonny antecipou a estética que a Barroca pretende levar ao Anhembi. “A gente é a última a desfilar na sexta-feira, já clareando o dia. Podem esperar muito ouro, muitas surpresas. Vai ser um carnaval bem rico e colorido. Muita cor de ouro, mas muito colorido, também, pelo horário. Podem esperar algumas surpresas, também”.

O diretor musical e arranjador Tonn Queiroz comentou a construção sonora do samba, especialmente por se tratar de um enredo com temática afro e forte referência a Oxum. “No tema afro, é importante privilegiar a percussão. A percussividade africana é o primeiro ponto. E o Ijexá, até por ser o ritmo oriundo e mais conhecido, foi o privilegiado. Quando se fala de Oxum, ela tem uma ligação forte com o Ijexá”.

Ele elogiou o desempenho da bateria e a sinergia da dupla de intérpretes. “Gostei muito da bateria e gosto muito da dupla de cantores. Não é porque se tornaram meus amigos pessoais, mas eu gosto muito da forma como um dá espaço para o outro. Acho que isso é bem importante num trabalho coletivo”.

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Diretor musical e arranjador Tonn Queiroz

Tonn também revelou a base instrumental utilizada. “A base é realmente percussiva, tem instrumentos de harmonia, tem o bandolim como instrumento de harmonia e esse é um instrumento que a gente vai trazer, com certeza, no ao vivo. Mas o forte mesmo do tema é a percussão”.

Os intérpretes Dodô Ananias e Rafael Tinguinha ressaltaram a preparação vocal necessária para a gravação e para o desfile em horário avançado. Tinguinha explicou sua rotina de cuidados.

“Para mim foi tudo de boa! É muito importante a gente descansar, dormir bastante e beber bastante água. Esse é o principal. O método para fazer isso vai de cada um: tomar remédio, comer maçã… vai de cada um. Mas o mais importante para um bom canto é descansar bastante e beber bastante água. Isso ajuda muito. E também é importante destacar que a nossa vida tem horários bem distintos da maioria”.

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Dodô destacou que a logística para a gravação exigiu ainda mais atenção. “Voz é descanso, sempre parto desse princípio. Ter no mínimo oito horas de sono, se alimentar bem, beber água. A maçã dá uma colaborada, mas o grosso de tudo é o descanso. A gente também tem que se cuidar: semana de gravação é uma semana diferente e a gente tem que fazer uma preparação adequada. Para mim e para o Tinguinha, a logística também é importante: a gente não mora em São Paulo e estamos na cidade há um dia para passar a noite aqui, para não chegar no dia, correndo. O nosso horário de gravação, no início da tarde, não é o melhor para a voz. Eu, por exemplo, estou acostumado a acordar nesse horário – umas 13h, 14h. Sou cantor e meus horários são diferentes. Por conta do nosso horário de desfile, por exemplo, às 05h ou 06h teremos que ter a voz estralando. É uma preparação totalmente diferente para estarmos no dia da gravação, que foi linda”.

Ao falarem do samba, os dois demonstraram enorme identificação com a obra. Tinguinha destacou o trecho de forte referência religiosa: “Por mais que eu também ache o samba todo lindo, é um dos melhores sambas do carnaval de São Paulo de novo, e estamos trabalhando para ele render bem novamente. Mas eu sou da parte dos macumbeiros: ‘Ê Yalodê Iyá wô rô/Ê Yalodê Iyá’. Também gostaria de parabenizar o Thiago Meiners e toda a parceria por esse lindo samba”.

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Dodô reforçou a confiança no impacto da obra. “Acho esse samba lindo, ano passado eu falei que teríamos um dos três melhores sambas do ano e ganhamos o Estrela do Carnaval. Em 2026, coloco novamente o samba do Barroca Zona Sul novamente entre os três melhores do ano, com todo respeito às coirmãs. Vamos trabalhar muito para que esse samba chegue no ápice no dia do desfile – não só na bolha do carnaval como também fora dela. A parte que mais me toca é o ‘Mamãe semeou a vida/As águas doces vão de encontro à mata’. Acho essa melodia muito doce, com caminhos muito interessantes melodicamente e harmoniosamente. Aqui na Zona Sul a gente não erra a mão nunca no samba!”.

Neguinho celebra sair do posto de intérprete da Beija-Flor com o título de campeão em 2025 e fala sobre chance de ser enredo

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A saída de Neguinho do posto de intérprete da Beija-Flor de Nilópolis abalou as estruturas do samba. Como voz principal da Azul e Branca por 50 anos, ele fez história e se tornou uma lenda do carnaval como um todo e não poderia ter se aposentado de forma melhor do que vendo sua escola do coração ser a grande campeã de 2025.

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Foto: Carolina Freitas/CARNAVALESCO

“Fechei com chave de ouro! Entrei na escola em 1975, ganhei o carnaval de 1976 e, 50 anos depois, saí vencedor também. Isso é um feito que, para acontecer de novo com alguém, vai levar um tempo”, disse o cantor, com muito orgulho e um enorme sorriso no rosto, em entrevista ao CARNAVALESCO.

Neste ano, a nilopolitana venceu homenageando um de seus maiores carnavalescos, o saudoso Laíla, abrindo margem para especulações sobre quando Neguinho será homenageado como enredo também. Quanto a isso, ele não tem pressa.

“Serei enredo da Beija-Flor só quando Deus quiser, isso aí deixo nas mãos Dele”.

Alex de Oliveira assume a coordenação oficial da Corte do Carnaval carioca para 2026

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Rei Momo com o maior número de títulos no concurso que elege as majestades da folia, Alex de Oliveira segue compartilhando toda a experiência que colecionou em cada um dos 11 títulos, agora em nova função. Será dele a missão de coordenar os compromissos da Corte do Carnaval 2026, formada por Danilo Vieira, eleito Rei Momo pela primeira vez no último fim de semana, Caroline Xavier, escolhida como Rainha do Carnaval, e as princesas Samara Trindade e Luana Fernandes. Completam o time da realeza momesca, Johnn Sorriso e Viviane Carvalho, respectivamente Muso e Musa LGBTQPIA+, além de Wend que representa as pessoas não-binárias.

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Foto: Divulgação

Atualmente, o arquiteto e professor universitário é o presidente da Associação dos Reis Momos do Brasil e uma das personalidades mais respeitadas no segmento. O espírito folião e a paixão pela maior festa popular a céu aberto do planeta, o levaram a escrever um livro sobre a tradicional figura do Rei que está pronto para ser lançado. Condecorado pelos serviços prestados ao Carnaval com a Medalha Pedro Ernesto, maior honraria da cidade do Rio de Janeiro, Alex garante que este novo capítulo será de muita parceria para o novo elenco, que nunca teve a experiência do reinado.

“Recebi o convite com muita emoção porque só quem vive os bastidores e o dia a dia da Corte do Carnaval sabe o quanto o grupo trabalha. Esta gestão da Riotur, que está sob o comando de Bernardo Fellows, Luiz Monsores e Flávio Teixeira como Diretor de Operações, entende o papel importante que o grupo têm e que vai muito além de ir às quadras das principais escolas de samba. A Corte do Carnaval representa uma das mais importantes manifestações culturais do país e, consequentemente, está ali para servir à cultura e ao turismo, com participações em eventos. Não podemos esquecer que o Carnaval não acontece somente na Sapucaí, ele está nas praças, nos blocos, nos coretos e na Intendente de Magalhães, reconhecido e nomeado como o Carnaval do Povo. E nós iremos aonde o povo estiver”, diz Alex.

Exaltando Conceição Evaristo, Império Serrano revela fantasia inspirada nos ‘Cadernos Negros’

O Império Serrano apresentou nesta quarta-feira a fantasia da Ala 12, intitulada “Cadernos Negros”, que integra o enredo “Ponciá Evaristo Flor do Mulungu”, desenvolvido pelo carnavalesco Renato Esteves para a Série Ouro 2026. A criação se inspira no momento em que a protagonista da história, após sobreviver ao dilúvio que atravessa a narrativa, transforma a escrita em um ato de insubordinação, memória e reinvenção.

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Foto: Fabiano Vieira/Divulgação Império Serrano

Segundo a sinopse, “após o dilúvio, escrever adquiriu um sentido de insubordinação. Ponciá-Evaristo-Flor-do-Mulungu tornou-se professora. Entre poemas e romances, registrou as memórias da tragédia do aguaceiro e as guardou em Cadernos Negros”. É esse gesto de resistência por meio da palavra que inspira a estética e a simbologia da fantasia apresentada.

A referência direta aos Cadernos Negros resgata também a trajetória do coletivo Quilombhoje, responsável por uma das mais importantes séries literárias dedicadas à escrita negra no Brasil. Entre os textos publicados, destaca-se o poema “Vozes-Mulheres”, de Conceição Evaristo, originalmente presente no volume 13 da coletânea, em 1990, e posteriormente republicado em “Poemas da recordação” e outros movimentos. No poema, a autora costura gerações de mulheres negras cujas vivências, dores e afetos ecoam através da literatura.

A fantasia da Ala 12 materializa essa herança de palavras insurgentes, transformando as páginas dos Cadernos Negros em movimento, cor e narrativa na Sapucaí. A escrita, que na obra de Evaristo é memória coletiva e denúncia, ganha forma no desfile como afirmação de vida e continuidade.

Em sua reflexão sobre o processo criativo, o carnavalesco Renato Esteves destaca a potência simbólica dessa referência.

“Os ‘Cadernos Negros’ são mais que um marco literário. São um arquivo de sobrevivências. Ao levar essa imagem para a Avenida, buscamos mostrar que a palavra escrita por mãos negras não só resiste, mas funda novas possibilidades de existir. Cada fantasia desta ala é uma página viva desse legado”, afirma.

A fantasia é comercial e compõe a Ala das Feras. Os interessados podem adquiri-la através do Whatsapp (21) 99471-5432, com a presente de ala Meri.

Imersão, batuque e protagonismo: Portela apresenta nova identidade artística

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Entusiasmado com os excelentes trabalhos que vem apresentando na Portela desde a noite dos enredos, o diretor afirma que toda a sua criação tem como foco fazer os olhos do torcedor da escola brilharem a cada apresentação. Jan Oliveira, que já está na azul e branco de Owaldo Cruz e Madureira há alguns anos atuando em outras funções, chega ao cargo de diretor artístico carregando vasta experiência e profundo conhecimento da escola.

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Foto: Guibsom Romão/CARNAVALESCO

“A criação do show da final foi construída em cima de muita expectativa de surpreender o portelense e de promover uma imersão, levando o portelense até a terra dos pampas de uma maneira na qual ele se sinta no Sul e o Sul se sinta Portela. Para que a gente faça essa conexão e o portelense consiga levar o recado para a Sapucaí dentro do nosso desfile”. contou o diretor, que também ressaltou a importância do show da final.

“A importância do show de hoje marca o primeiro show de uma final da nova gestão. Então, ele vai ficar muito marcante para toda essa nova era que a Portela está vivendo”. salientou Jan.

A apresentação da Portela na noite dos enredos trouxe elementos do enredo da escola para 2026, “O Mistério do Príncipe do Bará — A oração do negrinho e a ressurreição de sua coroa sob o céu aberto do Rio Grande”, que contou com características do Batuque, religião afro-brasileira originada no Sul, além de sambas e elementos da própria escola, criando uma interessante mistura performática. Esses aspectos também foram vistos no show da final.

“A apresentação da noite dos enredos compartilha com a apresentação de hoje o xirê do Batuque, os orixás, o Príncipe Custódio, o Bará, o Negrinho, porque são as nossas vertentes, os nossos protagonistas, então eles vão estar de volta hoje. Mas também teremos novidades, coisas mais jovens, mais contemporâneas, uma Portela mais, digamos, batuqueira”. disse Jan.