Equipe responsável pelo desenvolvimento do enredo no desfile da Grande Rio em 2026. Foto: Rafael Arantes/Divulgação
Vice-campeã do Carnaval 2025, a Grande Rio prepara para 2026 um mergulho na lama mais fértil da cultura brasileira: o Manguebeat. Com a chegada de Antônio Gonzaga como novo carnavalesco, em sua primeira empreitada solo no Grupo Especial, após dividir trabalhos com André Rodrigues na Portela, a escola de Duque de Caxias mergulha no universo do Manguebeat para construir um enredo que pretende ser, ao mesmo tempo, poético, urbano e provocador.
A sinopse do enredo, intitulada “Nação do Mangue”, parte das margens do Recife para mostrar que a cultura de resistência ainda pulsa nas periferias, nos guetos, nos becos onde a arte não é luxo, é sobrevivência. É um texto que convida o leitor a imaginar o carnaval como lugar de regeneração. Como os manguezais. Gonzaga propõe um carnaval que vai além da estética: pretende provocar reflexão sobre urbanização selvagem, apagamento cultural e devastação ambiental.
Inspirada no movimento Manguebeat, que explodiu no Recife nos anos 1990 com nomes como Chico Science, Fred Zero Quatro e Mundo Livre S/A, a Grande Rio abraça a proposta de carnaval-manifesto. o enredo tem batida. Tem suor. Tem caranguejo, lama, antena parabólica e tambor.
O texto da sinopse mistura lirismo e urgência. “A cidade está doente”, afirma um trecho. Mas doente de quê? De abandono, desigualdade, ausência de escuta. A resposta vem da batida do mangue: “somos os que brotam da lama e anunciam o amanhã”. A proposta convoca reflexão sobre o Brasil das margens, onde a vida pulsa com mais força e menos recursos. É um enredo que exige sensibilidade para transformar o caos em beleza, a crítica em espetáculo.
O maior desafio do enredo será traduzir a densidade simbólica em alegorias e fantasias que dialoguem com o grande público, sem perder a crítica e a raiz que fundamentam o tema. Mas a escola tem credenciais.
Se a escola acertar na concepção visual, no samba e na narrativa de chão, pode colocar mais uma vez seu nome entre as favoritas. Afinal, o Manguebeat é, por essência, uma explosão criativa.
O Aprendizes do Salgueiro anunciou o enredo que levará à avenida no Carnaval 2026: uma homenagem emocionante ao intérprete Quinho do Salgueiro, um dos nomes mais icônicos da história da Academia do Samba.
Com o título “ARREPIA, APRENDIZES!”, o enredo celebra a trajetória de Quinho, sua voz marcante, seus gritos de guerra inesquecíveis e o legado que deixou para novas gerações. Mais que um intérprete, Quinho foi símbolo de resistência, ancestralidade, emoção, e agora será exaltado por aqueles que cresceram ouvindo sua arte.
A proposta da escola é transformar a avenida em um grande altar em memória ao artista. “Se o céu hoje tem uma nova estrela, a nossa homenagem será um canto eterno”, afirma o texto de lançamento divulgado pela agremiação mirim.
Quinho marcou época na Sapucaí com refrões como “Arrepia, Salgueiro!” e “Pimba, pimba! Ai que lindo, que lindo!”, que continuam ecoando na memória afetiva dos sambistas. A homenagem reforça o compromisso do Aprendizes do Salgueiro em manter viva a história do samba e dos grandes nomes que fizeram do carnaval um espetáculo cultural único.
O desfile de 2026 promete emocionar o público e será um tributo à altura da grandiosidade de Quinho, agora eternizado também no coração dos pequenos salgueirenses.
Mais informações sobre o desenvolvimento do enredo, equipe criativa e cronograma de atividades serão divulgadas em breve.
A Acadêmicos de Niterói pensa em entrar de vez na história do Grupo Especial do Rio. Campeã da Série Ouro em 2025, a escola cogita uma estreia com um enredo de forte impacto político e social: a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser o tema da agremiação em 2026. A informação foi publicada pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo. Segundo ele, a proposta da escola é apresentar a trajetória do homem que saiu do sertão nordestino, tornou-se operário e líder sindical e chegou à Presidência da República, posto que ocupa pela terceira vez. A agremiação baterá o martelo sobre o enredo no dia 9 de julho.
A expectativa é grande, não apenas pelo conteúdo do tema, mas também pelo momento especial da escola, que viverá sua primeira experiência na elite do carnaval carioca. Caso o enredo sobre Lula seja realmente anunciado, a Acadêmicos de Niterói entra para a crescente lista de escolas que, em 2026, optaram por homenagear personalidades. Também estão previstas homenagens a Rita Lee, Rosa Magalhães, Mestre Ciça, Mestre Sacaca, Ney Matogrosso, Carolina Maria de Jesus e Heitor dos Prazeres.
A escolha da Niterói promete movimentar debates e chamar atenção para o desfile da nova integrante do Grupo Especial, que poderá começar sua jornada entre as gigantes com um enredo de enorme repercussão.
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) derrubou, em sessão extraordinária realizada nesta segunda-feira, o veto do governador Cláudio Castro (PL) ao projeto de lei que transfere a gestão do Sambódromo da Marquês de Sapucaí da Prefeitura do Rio para o Governo do Estado. Com 38 votos favoráveis e 19 contrários, a maioria dos deputados estaduais optou por retomar para o Executivo estadual o controle da Passarela do Samba, construída em 1984 por Leonel Brizola e cedida anos depois à administração municipal.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), reagiu imediatamente após a votação, classificando a medida como uma “perda de tempo” e anunciando que o município recorrerá à Justiça para barrar a nova legislação. Nas redes sociais, Paes ironizou o interesse do Governo do Estado pela folia, sugerindo que o Executivo estadual deveria priorizar temas como segurança pública, educação e infraestrutura.
“Tinham era que passar o Imperator e o Theatro Municipal para a prefeitura, que é quem tem que cuidar dessas coisas. Deixem as tarefas municipais para o poder municipal e dediquem mais tempo e foco à segurança, à melhora do IDEB, à saúde pública, à manutenção das estradas vicinais, à ampliação do transporte sobre trilhos”, disse Paes.
O projeto de lei é de autoria do deputado Rodrigo Amorim (PTB) e foi aprovado pela Alerj em dezembro. A proposta revoga o Decreto-Lei 224/75, que transferia a posse de imóveis da região da Cidade Nova, incluindo o Sambódromo, para o município após a fusão do antigo Estado da Guanabara com o Estado do Rio. Segundo Amorim, o objetivo é permitir o uso do espaço ao longo de todo o ano, aumentando o potencial de arrecadação do estado.
Em janeiro, o governador Cláudio Castro vetou o projeto, alegando inconstitucionalidade — segundo ele, a Alerj não teria competência para modificar o domínio de um bem municipal. Mesmo assim, sua base legislativa liderada pelo presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União Brasil), conseguiu reverter o veto.
A Beija-Flor de Nilópolis vai voltar à Sapucaí em 2026 com a responsabilidade de quem carrega a faixa de atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Para isso, ela vai transformar o desfile em um ato de fé, memória e resistência. O enredo “Bembé” mergulha fundo em uma das mais poderosas expressões da cultura afro-brasileira, o Bembé do Mercado, celebração do Candomblé realizada há mais de 130 anos em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano.
O título do enredo não poderia ser mais certeiro. “Bembé”. Uma palavra só, curta, mas com uma força ancestral imensa. Quem conhece, sente imediatamente a vibração. Quem não conhece, sente o chamado para saber mais. “Bembé” não precisa de explicação longa. Carrega o peso e a beleza de uma tradição que atravessou séculos enfrentando preconceito, intolerância e silenciamento.
Mas a Beija-Flor não ficou apenas na ideia. Foi além. O carnavalesco João Vitor Araújo e integrantes da escola foram até Santo Amaro. Estiveram lá, ouvindo histórias, sentindo o chão, compartilhando do axé. Em uma Era em que o carnaval se reconecta com as raízes do povo, essa escuta, esse gesto de respeito, faz toda a diferença. Traz para a narrativa não só consistência, mas verdade.
A sinopse apresentada é quase um convite à emoção. Nos leva entre balaios de flores, perfumes, oferendas às águas e tambores de xirê que chamam os Orixás. O mercado vira terreiro. A rua, templo. O povo preto, protagonista da própria história. A escola promete um desfile que deve emocionar não apenas pelo impacto visual, mas pela alma. Porque o Candomblé não apenas sobreviveu: ele ocupou espaços e construiu caminhos de pertencimento no meio da cidade, no meio da vida.
E é disso que o carnaval também precisa falar. Do Brasil real, profundo, que nem sempre cabe nos livros de história, mas pulsa forte nos terreiros, nos batuques, nas festas de rua. Transformar o “Bembé” em enredo é um gesto potente, simbólico. É dar luz a uma herança cultural que ainda hoje sofre com o preconceito. É dizer, em plena Marquês de Sapucaí: essa fé é nossa, esse canto é nosso, essa rua também é nossa.
A Beija-Flor mostra que carnaval não é só brilho e pluma. É espaço de afirmação, é ferramenta de resistência. Em tempos tão marcados por intolerância religiosa e racismo estrutural, ver a atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro exaltar um culto ancestral negro, coletivo, pulsante, é mais do que arte: é ato político. E necessário.
A leitura da sinopse do enredo da Unidos do Viradouro para o Carnaval 2026 foi marcada por um retorno simbólico e afetivo: o evento aconteceu na quadra da Estácio de Sá, local que formou o homenageado do próximo desfile da escola, mestre Ciça — e também o carnavalesco Tarcísio Zanon. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o artista expressou a emoção de estar de volta à casa onde iniciou sua trajetória no samba. “É uma alegria e uma emoção muito grandes. Cheguei pela manhã para ajudar na decoração da quadra e reencontrei a velha guarda, chorei. A Estácio foi a escola que me formou. Essa homenagem ao Ciça é também uma homenagem a todo estaciano, todo ritmista, todo sambista. O Ciça já é, por si só, uma escola de samba”, declarou Zanon.
Ciça começou sua trajetória como passista na própria Estácio, então Unidos de São Carlos, foi mestre de sala, ritmista e se consolidou como um dos mestres de bateria mais respeitados do carnaval carioca. A escolha de realizar a leitura da sinopse na quadra da Estácio reforça o enredo como um gesto de reconhecimento não só a um artista, mas também ao território que o formou.
Tarcísio, que divide a criação com o enredista João Gustavo Melo, explicou que a construção da sinopse foi feita em estreita colaboração com o próprio homenageado. “A gente teve muitos diálogos com o Ciça. Foi um olhar de sambista para o Ciça. O público vai encontrar os grandes momentos da trajetória dele. Claro que é uma releitura, mas é isso que estamos vivendo: o tempo dos remakes. E é muito legal a gente fazer esse carnaval da metalinguagem, trabalhar essa metanarrativa, até porque eu mesmo já trabalho com o Ciça há anos”, comentou.
Para Zanon, a leitura da sinopse dentro da Estácio também teve papel estratégico na preparação dos compositores. Segundo ele, estar naquele espaço ajudou a mergulhar na “alma do enredo” e no universo afetivo do Ciça. “O Ciça nunca se mudou do Estácio. É aqui que ele se forma como sambista. É uma região onde floresce o samba. Nada mais é pertinente do que fazer essa leitura de sinopse aqui”, afirmou.
Questionado sobre o que espera dos sambas concorrentes, o carnavalesco orientou os compositores a estudarem o material, tirarem dúvidas e, sobretudo, se deixarem levar pela inspiração. “A sinopse é solta, feita para o compositor se sentir livre. Mas é claro que precisa seguir uma narrativa. O texto está muito claro, e espero que todos gostem muito”, disse.
Mais uma escola apostará em uma temática ligada às religiões de matriz africana no carnaval 2026. Trata-se da Imperatriz da Pauliceia, do Grupo de Acesso II do carnaval de São Paulo. No último sábado, a Princesinha da Zona Leste anunciou o enredo “Congá, o altar sagrado da minha fé”, assinado por uma Comissão de Carnaval. Mais do que isso: mostrando eficiência e prazos adiantados, a azul e branca também apresentou os protótipos para a próxima temporada.
Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO
Como diversos eventos no carnaval paulistano, o evento na divisa entre os bairros da Vila Nova Savoia e da Vila Talarico começou com um show de pagode para começar a esquentar os presentes. Maralice Lazarini, presidente da agremiação, fez o primeiro discurso e a primeira apresentação: Dom Junior foi oficialmente apresentado como o novo intérprete oficial da escola e já começou a executar sambas para agitar os presentes – entre eles, Peterson Silva e Victoria Cavalcante, Rei e Primeira Princesa da Corte LGBTQIAPN+ do carnaval paulistano.
Com vários pontos em saudação a orixás, segmentos da escola (casal de mestre-sala e porta-bandeira, Ala das Baianas, crianças, passistas e Velha Guarda) também se apresentaram. O ponto de Iansã teve destaque graças à dança de Paula Penteado, nova coreógrafa da comissão de frente da azul e branca – que, logo após sair do terreiro, subiu ao palco e foi apresentada pela mandatária da instituição.
Veio, então, a hora de Dom Junior convocar outros intérpretes amigos para celebrar a conquista do novo cantor do carnaval paulistano. Subiram ao palco, então, pela ordem, Chitão Martins, Tiago Nascimento, Gui Cruz, Rodrigo Xará, Alessandro Tiganá e Thiago Melodiah – das coirmãs Independente, Império de Casa Verde, Mocidade Unida da Mooca, Dom Bosco, Nenê de Vila Matilde e Primeira da Cidade Líder. Vale destacar que, até o carnaval 2025, o microfone principal da Princesinha era do atual comandante do carro de som da Águia Guerreira.
Chegou a hora, então, da Comissão de Carnaval ser apresentada. Três nomes integram o grupo: Fran da Vila é o responsável pelas fantasias, Francis Santos comanda as alegorias e Leandro Santana é o responsável pelo enredo. E foi o último citado quem revelou o título do enredo, sendo aplaudido por todos:
Ao contrário da dinâmica que normalmente acontece em uma escola de samba, a ideia do enredo veio de uma pessoa bastante próxima da presidente, e não da Comissão de Carnaval da agremiação. A própria Maralice explica: “Na realidade, esse enredo foi a gente quem sugeriu dessa vez. Essa temática era um sonho mais do meu marido. Nós levamos para os carnavalescos e eles adoraram a ideia, compraram a ideia na hora. Com base nisso, desenvolveram tudo. Normalmente, o carnavalesco traz a temática; mas, dessa vez, nós quem levamos. Foi diferente esse ano. Era o que a gente esperava – e, aí, eles melhoraram, é claro. A gente tem uma ideia e o trabalho artístico é deles”, revelou.
Aceitação imediata
Um pedido presidencial dificilmente é recusado, e todos os responsáveis pela Imperatriz da Pauliceia gostaram da sugestão da mandatária da escola. Fran da Vila, inclusive, destacou que fazia coro para que a linha da agremiação tomasse tal rumo: “Na verdade, como já estou há mais tempo na escola, antes de assinar o enredo desse ano, eu já vinha cobrando da presidente Maralice um tema mais forte, um tema afro. Ela falava que ia pensar e, após a apuração de 2025, ela falou que faríamos um tema afro”, resumiu.
Leandro foi além, explicando a importância de tal temática: “Quando a presidente trouxe essa temática, foi uma reação muito positiva. Primeiro, eu acho que sempre que nós, enquanto escolas de samba, exaltamos histórias, sejam elas quais forem, relacionadas à temática afro-brasileira, para mim sempre é uma maneira da gente também estar nessa luta, estar manifestando, estar resistindo. Não tem como a gente falar de escola de samba sem falar das origens e das raízes que construíram essas escolas de samba. Foi, na realidade, uma sugestão muito bem-vinda porque parte também de alguém que entende desse universo e que olha com respeito sobre isso. É sempre muito bom quando vem uma proposta que a gente acha interessante e que a gente consegue enxergar que dá para gente trabalhar junto, em um caminho em comum. Foi maravilhoso”, descreveu.
Mais conciso, Francis focou no resultado e na importância do trio para o desenvolvimento da temporada na Imperatriz da Pauliceia: “A primeira impressão foi a deque nós vamos estar fortes esse ano. Que dê tudo certo! Uma boa sorte para a gente. A Mara já havia pensado bem antes nisso e, agora, nós três vamos fazer a diferença”, destacou.
Mostrando que o pensamento é unânime na agremiação, Percio Junior, o Batata, diretor de carnaval da escola, revelou que até mesmo os enredos além de 2026 já estão sendo geridos: “Na realidade, a gente já tinha um enredo pronto. A gente tem algumas ideias de enredos que vem lá de trás. Quando vai terminando o carnaval, a gente começa a abrir a gaveta e colocar as ideias na mesa. Em relação a esse enredo, o marido da presidente já tinha falado há uns dois anos. Sempre tem um enredo pronto no qual estamos trabalhando, mas já temos algumas ideias para os próximos anos. A gente começa a escolher dentro daquilo que a gente já tinha no decorrer dos anos. A gente estava esperando um momento um pouco melhor, tínhamos outras ideias que a gente achava que era mais adequado em relação aos momentos que a gente estava vivendo. Agora, chegou a hora de a gente começar a abordar esse assunto e ir para a linha mais afro. Essa é a hora certa, colocamos na mesa e começamos a desenvolver”, comentou.
Setores fluidos
Destacando que o fio condutor do desfile não terá grandes diferenciações entre o começo e o final da apresentação, Leandro comentou que o tempo mais exíguo exige soluções criativas: “A gente tem, primeiro, a realidade do Grupo de Acesso II. Narrativamente falando, o desfile desse pelotão é mais enxuto – e o enredo leva isso em consideração. Ele é desenvolvido de uma maneira sem necessariamente ter essa segmentação em partes. A gente pensa o enredo mesmo como um todo, que seja facilmente acessível para quem está na arquibancada assistindo o desfile. A gente não tem essa preocupação em setorizar o desfile. Ele é um grande todo que vai ser perceptível. A própria narrativa dele engloba um grande setor, mesmo. A gente compreende isso entre as alegorias, sobretudo”, comentou.
Vale destacar que, de acordo com o título que foi apresentado de cada uma das fantasias, cada ala terá como nome um orixá – como Iemanjá, Iansã e Logun Edé. Elas, inclusive, foram elogiadas por Fran: “Nossas fantasias são um impacto para o carnaval de São Paulo. Aproveitamos o lançamento do enredo para fazer, também, a apresentação dos nossos protótipos. O Grupo de Acesso é muito forte e muita gente vai ficar surpresa com o nosso trabalho”, afirmou.
Daqui em diante
A agremiação já está a pleno vapor pensando no carnaval de 2026. Prova disso são os números revelados pelo Comissão de Carnaval. Francis revelou que os carros alegóricos começarão a ser produzidos ainda no primeiro semestre do ano: “Em relação às alegorias, já está tudo planejado e, a partir do dia 30 de junho, já vamos começar a mexer nos carros alegóricos”, comemorou.
Fran trouxe números ainda mais positivos em relação às indumentárias: “Já estamos com 70% das fantasias prontas, já. Faltam alguns detalhes. Creio que até final de agosto, começo de setembro, já esteja tudo pronto”, tranquilizou o torcedor.
Por fim, Batata destacou as próximas datas ligadas à agremiação – começando com a canção que será cantada pela Princesinha no Anhembi: “O samba-enredo, a princípio, a gente está pensando em fazer um lançamento pela internet. Não está descartada a ideia de uma festa para poder fazer o lançamento do samba, porém. A gente ainda está ouvindo as obras, temos aí mais ou menos doze sambas concorrentes, a gente ficou muito feliz com esse número. E tem uns sambas que estão dando uma confundida na nossa cabeça, que realmente estão muito dentro da linha que a gente realmente acha ideal para a escola. Pode ser que, na segunda quinzena de agosto a gente já tenha escolhido o samba”, refletiu.
A mente do diretor de carnaval, entretanto, não está apenas no samba-enredo, como ele próprio revela: “A gente, nesse momento, está começando a olhar muito para os ensaios. A gente está mudando todo o nosso planejamento de ensaio: nós vamos mudar a metodologia de ensaio, fazer alguma coisa que se encaixa mais com a nossa comunidade. A gente está muito focado em, a partir de outubro, mandar ver nos ensaios. Eu e toda a diretoria estamos preocupados em fazer esse planejamento dos ensaios. Vai ter a festa das alas no dia 06 de outubro, a gente faz um porco no rolete, é o terceiro ano que a gente faz, com samba e um bailão de carnaval. A gente vai fazer uma coisa um pouquinho diferente, com um bloco, uma roda de samba no gogó com todo mundo em volta, sem nada ligado”, finalizou.
Numa iniciativa da Unidos do Viradouro, em parceria com o Corpo de Bombeiros do Estado do Estado do Rio de Janeiro e com apoio da Liga Independente das Escolas de Samba, as agremiações do Grupo Especial participaram, na última sexta-feira, 27, do Treinamento de Combate a Incêndio na Cidade do Samba.
O evento marcou o encerramento da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho promovida pela Viradouro. Participaram no treinamento um colaborador de cada agremiação. Presente ao evento, o coronel Edmundo Braga, do CBMERJ, destacou a importância da ação.
“É importante essa iniciativa da Viradouro porque, com ela, os funcionários dos barracões ganham conscientização preventiva nos barracões, diminuindo o risco de acidentes e colaborando com a preservação de vidas e bens”, destacou o coronel Edmundo Braga, do CBMERJ.
A 3ª edição da SIPAT da Viradouro começou na última terça-feira, 24, e teve uma série de palestras e atividades práticas das áreas de Saúde e Segurança, voltadas ao quadro de colaboradores da vermelha e branca.
A ideia de promover a SIPAT no barracão da escola de Niterói foi de Alex FAB, diretor de carnaval, e de Alessandro Garcia, Técnico em Segurança do Trabalho. A proposta foi prontamente aceita pelo presidente de honra Marcelo Calil, e a primeira edição aconteceu em 2023.
Rumo ao terceiro carnaval desde sua chegada ao Grupo de Acesso I, a Dom Bosco de Itaquera participou da festa de definição da ordem dos desfiles do carnaval de São Paulo, realizada em 17 de maio na Fábrica do Samba. Conduzida pelo diretor de carnaval Carlos Shakila, a comunidade da Zona Leste busca em 2026 se firmar como uma escola em ascensão, pronta para voos mais altos. A Dom Bosco será a sétima agremiação a desfilar no domingo, 15 de fevereiro, com o enredo “Mariama, Mãe de todas as raças, de todas as cores, Mãe de todos os cantos da terra”, assinado pelo carnavalesco Fábio Gouveia.
Após conquistar um resultado expressivo na estreia no Acesso 1, a Dom Bosco em 2025 obteve um quinto lugar que seria mais tranquilo, não fosse a penalização de três décimos sofrida antes da leitura das notas. Para Carlos Shakila, a escola mostrou resiliência e está com boas expectativas para o próximo ano.
Foto: Lucas Sampaio/CARNAVALESCO
“Foi um momento difícil o da punição. Um momento complexo, mas que foi superado pela nossa escola. Agora é trabalhar para fazer um carnaval maior do que fizemos em 2025. Que esse carnaval de 2026 seja um carnaval grandioso e maravilhoso”, declarou o diretor.
O sonho de chegar ao Grupo Especial faz parte da vida da jovem agremiação itaquerense. Shakila acredita que o processo de amadurecimento da Dom Bosco para alcançar seu principal objetivo está em curso, e que a chegada à elite virá no momento certo.
“Há 25 anos nós sonhamos com essa tão sonhada vaga, e a qualquer momento ela vai chegar. É o ciclo natural da nossa escola. Estamos encorpando, ganhando resistência, e queremos chegar no melhor momento. Na melhor hora, nós vamos chegar. A vontade de Deus será prevalecida”, disse.
O diretor exaltou o papel do presidente Padre Rosalvino no cotidiano da escola, destacando o grau de participação do dirigente no desenvolvimento do projeto da Dom Bosco.
“Cem por cento. Ele é o nosso maior, é a nossa referência. Padre Rosalvino é gigantesco. Aquilo que ele tanto sonhou, nós estamos lutando para fazer acontecer e vai dar certo. Ele é muito bom”, concluiu.
A Primeira da Cidade Líder viveu na noite da última sexta-feira um dos maiores momentos da sua história de 32 anos. Na sede da Liga-SP, localizada na Fábrica do Samba, a agremiação da zona leste apresentou o seu enredo. A narrativa irá abordar as obras do carnavalesco Paulo Barros, um dos artistas de carnaval mais revolucionários de todos os tempos, sobretudo pela sua ousadia. O lançamento do tema contou com a presença ilustre de Paulo e familiares. Em discurso, o profissional ficou bastante emocionado e disse ser uma sensação indescritível, tendo a felicidade de ser homenageado em vida. Na oportunidade, a escola aproveitou para exaltar pessoas importantes da comunidade e agradecer pelo apoio incessante dos componentes, que abraçaram a Líder no momento mais crítico do pavilhão, que foi o incêndio no barracão, fazendo com que o desfile fosse reconstruído do zero. Paulo Barros conversou com o CARNAVALESCO e falou sobre a sensação de ser tema de escola de samba, o carnaval de São Paulo e a nova fase de sua vida.
O artista fez uma brincadeira dizendo que está ficando velho, e revelou que o contato com a escola se deu com um dos diretores, Rodolfo Minuetto, com um convite irrecusável. “É uma sensação de que estou ficando velho! Mas brincadeiras à parte, fico muito feliz. Eles entraram em contato comigo pelo Instagram. O Rodolfo Minuetto mandou uma mensagem para mim. Eu não costumo abrir muito as redes sociais, mas entrei e tinha a mensagem dele dizendo que queria falar comigo. Prontamente liguei e ele fez o convite. Não tem como negar”, contou.
Inesquecível trabalho no carnaval paulistano
Paulo Barros realizou o desfile dos Gaviões da Fiel 2020, intitulado “Um não sei que, que nasce não sei de onde, vem não sei como e explode não sei porquê”, e ocupou a décima primeira colocação. Foi um ano em que o profissional se dividiu entre a agremiação alvinegra e a Unidos da Tijuca. O artista declarou ter sido feliz naquele carnaval e elogiou a estrutura do Sambódromo do Anhembi. “Me sinto muito bem em São Paulo. Lembro que na época eu fiz elogios ao Sambódromo daqui pela maneira da concentração dos carros alegóricos, que é muito mais fácil de colocar a escola dentro da avenida. Foi um momento que eu guardo até hoje. Aquele desfile dos Gaviões foi um grande presente. A escola não ficou bem colocada, mas eu pontuei dentro dos meus quesitos. Independente de qualquer coisa, foi um desfile que marcou a minha vida”, disse.
Pavilhão do enredo
Uma nova fase
Dentro de uma nova fase na carreira, Barros diz que esse tema será uma mudança de sentimento, pois não tem preço ser homenageado no Anhembi. “Eu não sei se vai ser uma mudança de chave, mas com certeza é uma mudança de sentimento. Sendo agraciado e marcando definitivamente o teu selo como um dos homenageados que passaram por aquele santuário. Isso é único”, declarou.
Polêmicas são águas passadas
Neste último carnaval, Paulo teve uma polêmica muito grande ao declarar não gostar de enredos afro. Porém, de acordo com o carnavalesco, as pessoas deturparam as falas e isso já é passado. “Hoje em dia as pessoas se aproveitam de algumas coisas e deturpam o que você fala, usam palavras-chave para mudar o que você disse, mas isso já é passado. Passou, foi embora e estou seguindo em frente”, concluiu.