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Salgueiro realiza audição para novas passistas nesta terça-feira

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O Salgueiro realiza nesta terça-feira, dia 25 de novembro, às 20h, a audição oficial para novos passistas da escola. A seleção acontece na quadra do Salgueiro, localizada na Rua Silva Teles, 104, e é aberta a mulheres a partir de 18 anos. Mais do que técnica e presença, a escola busca sambistas comprometidos com a rotina intensa da ala, que representa o Salgueiro não apenas na Avenida, mas também em shows, eventos e compromissos institucionais durante todo o ano. Para participar, é recomendado usar roupas confortáveis, preferencialmente pretas, e levar tênis e salto alto. Roupa de pinta é opcional, de acordo com a preferência de cada candidata.

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Foto: Raphael Vidal/Divulgação Salgueiro

À frente da seletiva, o diretor de passistas e diretor artístico da agremiação, Carlinhos Salgueiro, destaca a grandeza e a responsabilidade de integrar a ala.
“Ser passista do Salgueiro é carregar no corpo a história de uma escola gigante. É brilho, entrega e respeito pela comunidade que representamos. Quem pisa ali precisa entender que o compromisso vai muito além do desfile: é durante o ano inteiro, nos shows, nos eventos, em cada apresentação em que o Salgueiro é chamado”.

Carlinhos reforça ainda que a audição não avalia apenas performance, mas também a seriedade em relação à rotina da escola. “A disponibilidade e o comprometimento com os ensaios são fundamentais. Nossa ala é vitrine, é cartão de visitas. Precisamos de passistas que honrem essa responsabilidade, que estejam presentes e dispostos a viver o Salgueiro todos os dias”.

A audição promete receber sambistas de diferentes trajetórias, mas com um mesmo objetivo: fazer parte de uma das alas mais tradicionais e respeitadas do carnaval carioca. Para participar, basta comparecer no horário, preparada para mostrar samba no pé, atitude e, principalmente, dedicação.

Maratona 2026: Diretores de carnaval ajustam calendário para quatro fins de semana seguidos na Sapucaí

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Em 2026, as escolas de samba do Grupo Especial viverão uma verdadeira maratona de quatro fins de semana seguidos na Marquês de Sapucaí. Serão dois finais de semana de ensaios técnicos com luz e som oficiais (30, 31 de janeiro e 01 de fevereiro e 06 a 08 de fevereiro), os desfiles oficiais (de 15 a 17 de fevereiro) e o sábado das campeãs (21 de fevereiro). O novo calendário da Liesa é visto como positivo pelos diretores de carnaval ouvidos pelo CARNAVALESCO, mas todos reconhecem os desafios de um calendário condensado e de uma preparação que exige mais da comunidade e das equipes.

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Para Júnior Schall, diretor de carnaval da Portela, o calendário ampliado aumenta o potencial de rendimento das escolas. “É muito bom porque a estrutura que o presidente Gabriel David está proporcionando provoca, no melhor sentido, que as escolas trabalhem mais dessa maneira. A gente chega mais coeso e mais potente em etapas que são bem agudas”, afirmou.

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únior Schall, diretor de carnaval da Portela

Wallace Capoeira, da Mocidade, também aprovou a medida e diz já está acostumado com o ritmo intenso. “Eu sou corredor de maratona, então a gente está preparado. A gente recebe isso com o maior prazer, mas com uma responsabilidade danada”, declarou o diretor de carnaval.

Ganho dos dois ensaios técnicos

Entre os pontos mais destacados pelos diretores está a oportunidade de realizar dois ensaios técnicos com luz e som oficiais da avenida.

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Thiago Monteiro, da Grande Rio

Thiago Monteiro, da Grande Rio, lembrou que a escola enfrentou problemas no primeiro treino de 2025. “Ano passado fomos prejudicados no primeiro ensaio por conta da carência do carro de som. Agora não vai ter esse problema. A escola consegue se preparar mais, porque vamos ter dois ensaios, efetivamente, com o som da avenida”, enfatizou.

Já Wilsinho Alves, do Salgueiro, ressalta a dimensão prática. “Se a gente vai fazer um paradão, uma bossa diferente, botar algum efeito, ali a gente tem noção exata de como está o canto da escola. Por isso, considero fundamental esses dois ensaios com som e luz”, comemorou a medida.

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Wilsinho Alves, do Salgueiro

Pressão e mental

Se há consenso sobre os ganhos do novo modelo, também há reconhecimento do peso emocional. Capoeira encara a intensidade como parte da identidade do independente. “Pressão nenhuma, é privilégio. São quatro finais de semana intensos e a gente é intenso o tempo todo”, disse.

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Wallace Capoeira, da Mocidade

Schall prefere enfatizar a união. “A gente se une mais, a gente se fortalece nesse caminho, é um caminho de aprendizado. De mãos dadas, aprendendo mais e melhor, a gente consegue”.

Thiago reforça a entrega total. “Para a gente, nesse momento, faltando duas semanas, não tem vida. A gente tá olhando para a Sapucaí. Quanto mais ensaio lá, melhor”, declarou.

Wilsinho, por sua vez, chama atenção para a pressão sobre os profissionais: “O mental talvez seja algo que as pessoas que não trabalham no carnaval acabam subestimando. No meu caso, tenho uma nação atrás de mim. Todo dia a gente sai 2h, 3h, 4 horas da manhã e 9 horas já tem reunião no barracão. É um calendário exaustivo”, ponderou.

Paulo Barros fala sobre emoção por homenagem da Cidade Líder em SP e do futuro no carnaval

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No carnaval de 2026, a Primeira da Cidade Líder pisará no Anhembi para encerrar as apresentações do Grupo de Acesso 2 de São Paulo ao lado de Paulo Barros. Desta vez, porém, o carnavalesco desfilará como protagonista da festa, sendo o homenageado do enredo “Paulo Barros, o gênio do carnaval”. Paulo esteve na quadra da Cidade Líder, na Zona Leste paulistana, para a festa de lançamento do samba oficial, recebendo uma homenagem mais que especial da comunidade. A equipe do CARNAVALESCO esteve presente e conversou com o artista.

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Foto: Lucas Sampaio/CARNAVALESCO

Homenagem ao gênio em vida

O carnaval já retratou na Avenida a história de diferentes artistas fundamentais para o desenvolvimento dos desfiles das escolas de samba. Fernando Pamplona, Fernando Pinto e Arlindo Rodrigues viraram enredo em desfiles na Sapucaí, assim como Rosa Magalhães também será homenageada em 2026. Mas Paulo Barros será o primeiro arquiteto do maior espetáculo da Terra a receber essa honraria em vida. O carnavalesco, responsável por assinar memoráveis desfiles, falou sobre o sentimento de ver seu legado virar um desfile.

“Cara, é uma coisa assim que… Geralmente somos homenageados quando a gente se foi, quando estamos no outro plano é que homenageiam. Graças a Deus eu estou aqui para viver esse momento. É um momento único, a gente nunca acha que isso vai acontecer. Fazemos um trabalho baseado no carinho, na emoção, no amor, e acho que a resposta está exatamente aí: aquela consagração espontânea, não foi uma coisa que foi premeditada. O convite apareceu e eu estou super empolgado. Estou feliz e tenho certeza de que esse momento, quando essa escola estiver desfilando, ele vai ficar guardado o resto da minha vida”, declarou.

Paulo Barros foi recebido na quadra da Cidade Líder de forma bem inusitada: a escola decidiu lançar o samba oficial para 2026 assim que o carnavalesco chegou ao local, antecedida de uma recepção apoteótica com direito iluminação especial, flores, abraços e a obra recitada para o próprioele pelo intérprete Thiago Melodiah. O artista demonstrou surpresa e comentou sobre a emoção do momento.

“Esses gêmeos são doidos. Eles são pessoas maravilhosas, a escola me recebeu aqui hoje com um carinho enorme, me emocionei. Eu visto essa casca de durão, mas eu tenho um coração mole. É o carinho que você recebe, e isso é que vale a pena. Com essa coisa da internet, que é muito maldosa hoje em dia, a gente sofre muito, mas isso tudo eu deixo para trás. É viver esse momento de alegria e de agradecimento. Vai ficar guardado, com certeza”, disse.

‘Artistas não param’

O carnavalesco não assinará nenhum desfile em 2026, mas isso não significa que sua criatividade tenha parado. Paulo afirmou que já está visando o carnaval de 2027, e reafirmou sua paixão pelo carnaval.

“Eu já comecei a trabalhar para 2027! Já estou trabalhando. Somos artistas, e artistas não param. Independente de qualquer coisa, temos que botar a criatividade e o nosso trabalho para fluir. Eu vou ficar fora do carnaval de 2026, mas estou dentro do carnaval porque é uma paixão. Independente de qualquer coisa, eu sou um amante do carnaval”, concluiu.

Divulgadas primeiras imagens de Maria Gal como Carolina Maria de Jesus no longa ‘Carolina – Quarto de Despejo’

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A obra “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, um dos livros mais importantes da literatura brasileira, vai ganhar uma adaptação para o cinema. E a produção acaba de divulgar as primeiras fotos da atriz Maria Gal caracterizada como a escritora que se tornou símbolo de resistência ao transformar sua vivência na favela do Canindé, em São Paulo, em literatura (confira aqui). Intitulado temporariamente como “Carolina – Quarto de Despejo”, o longa será dirigido por Jeferson De, com roteiro de Maíra Oliveira e produção de Clélia Bessa. O filme é uma produção da Move Maria, Raccord Produções e Buda Filmes, com coprodução da Globo Filmes e distribuição da Elo Studios.

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Foto: Mariana Vianna/Divulgação

Para interpretar a escritora, Gal passou por uma importante transformação. Os cabelos ganharam novo comprimento que, segundo a atriz, contam aquilo que poucas palavras conseguem alcançar. “Quando eu aceito transformar meu cabelo pela história de Carolina, não estou apenas mudando o visual, estou abrindo espaço para acessar uma verdade que vai além da minha. Estou entrando no território dessa mulher gigante, que ainda hoje é uma das autoras mais importantes da literatura mundial. Carolina não é só um papel, ela é uma força literária que atravessou séculos, fronteiras e desigualdades, escrevendo de um lugar de silêncio imposto e, mesmo assim, fazendo ecoar a própria voz para o mundo inteiro”, explica Gal. Ainda como parte da composição da personagem, a atriz passou por um grande processo de emagrecimento, chegando a perder mais de 18kg e iniciou sua preparação como atriz há um ano, passando por profissionais do Brasil e dos EUA.

O filme é uma adaptação do livro “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, publicado em 1960, em que Carolina Maria de Jesus narra com autenticidade e força poética a vida na favela do Canindé, em São Paulo. Nascida em 1914, em Sacramento (MG), ela impactou o país com seu diário ao expor, com profundidade e sensibilidade, a realidade da fome, do racismo estrutural e da desigualdade social. Com apenas dois anos de educação formal, a autora vendeu mais de um milhão de exemplares, teve sua obra traduzida para 14 idiomas e se tornou a primeira escritora negra brasileira a alcançar reconhecimento internacional. A produção pretende revelar não apenas as dificuldades enfrentadas por Carolina e seus filhos, mas também sua genialidade, coragem e paixão pela escrita, que transformaram sua experiência em um poderoso testemunho de resistência. Ao lado de Maria Gal, a produção conta ainda com Raphael Logam, Clayton Nascimento, Liza Del Dala, Carla Cristina Cardoso, Ju Colombo,Caio Manhante, Jack Berraquero, Fabio Assunção, Alan Rocha, Thawan Lucas e grande elenco.

FICHA TÉCNICA
Título: Carolina – Quarto de Despejo
Direção: Jeferson De
Roteiro: Maíra Oliveira
Produção: Clélia Bessa
Baseado em: “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus
Elenco: Maria Gal, Raphael Logam, Laura Vick, Raphael Raposo, Thawan Lucas, Caio Manhente, Clayton Nascimento, Liza Del Dala, Carla Cristina Cardoso, Ju Colombo, Jack Berraquero, Fabio Assunção, Alan Rocha e grande elenco
Produção: Move Maria, Raccord Produções, Buda Filmes
CoProdução: Globo Filmes
Distribuição: Elo Studios

Câmara do Rio consagra o Trem do Samba como patrimônio cultural da cidade

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Prestes a completar três décadas de história, o Trem do Samba agora tem mais um motivo para celebrar. A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro aprovou, em definitivo, o projeto de lei que declara o evento como patrimônio histórico e cultural de natureza imaterial da cidade. A iniciativa é de autoria do vereador Leonel de Esquerda (PT) e segue para sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD).

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Foto: Henrique Esteves/Divulgação Trem do Samba

Criado em 1995 por Marquinhos de Oswaldo Cruz, o projeto é inspirado nas viagens de trem de Paulo da Portela, fundador da escola azul e branca, que, no início do século 20, se reunia com outros sambistas nos vagões para escapar da repressão policial. Naquela época, o samba era mal visto pelas elites urbanas e frequentemente associado à vida fácil.

Os músicos se encontravam na estação Central do Brasil após o expediente e embarcavam às 18h04 com destino a Oswaldo Cruz, começando a tocar assim que as portas se fechavam. Atualmente, o acesso ao trem no dia da atividade ocorre mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível, e todas as apresentações nos palcos podem ser aproveitadas gratuitamente.

A edição comemorativa deste ano acontece no dia 6 de dezembro, sábado, próximo ao Dia Nacional do Samba, dia 2 do mesmo mês. A programação contará com quatro palcos, mais de 20 rodas de samba, e grandes nomes do gênero, como Roberta Sá, Leci Brandão, Dudu Nobre, além dos grupos Samba da Volta, Terreiro de Crioulo e Marcelinho Moreira.

“É fundamental reconhecer a importância da preservação da cultura popular e da resistência do samba. Esse gesto exalta a identidade do povo carioca, mantendo acesa a chama de uma tradição que foi passada de geração para geração. É a valorização da luta popular, reprimida ao longo da história, mas que jamais deixou de se manifestar contra a censura”, destaca o parlamentar.

Porta-bandeiras Verônica Lima e Selminha Sorriso recebem certificado de Guardiãs da Cultura Negra da Baixada

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A última sexta-feira foi marcante para duas importantes porta-bandeiras do carnaval carioca. Durante a Feira Preta, realizada na Praça do Pacificador, em Duque de Caxias, Verônica Lima e Selminha Sorriso receberam o certificado de Guardiãs da Cultura Negra da Baixada Fluminense. A homenagem foi entregue no Teatro Raul Cortez e integrou a programação do mês da Consciência Negra.  Indicada pelo seu trabalho à frente da Cia. de Dança Latopá, organização social que realiza o ensino da dança de casal de mestre-sala e porta-bandeira e de outras expressões populares na região, Verônica comemorou a honraria:

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Foto: Divulgação

“Receber este reconhecimento me enche de orgulho. É a confirmação de que a nossa arte transforma vidas e mantém viva a tradição do nosso povo. Estive cercada de grandes referências da cultura preta da Baixada, líderes espirituais e pessoas que dedicam suas trajetórias à valorização da nossa ancestralidade. Dividir essa homenagem com a Selminha, uma amiga que realiza um trabalho social tão bonito pela Beija-Flor, tornou este momento ainda mais especial”, disse Verônica.

A cerimônia destacou nomes fundamentais para a cultura, a memória e a espiritualidade da região. Entre os homenageados estiveram figuras como Mãe Andréia, Pai João, Mário Alves, Natalina, Yedo, Mariza, Pai Carlos, Iyá Janaina, Babá Rinaldo, Karol Ferreira, Wallace, Jéssica Volp e Débora, além de outros agentes culturais que fortalecem a identidade negra na Baixada.

O evento teve realização da Feira Preta, com apoio da Prefeitura de Duque de Caxias e instituições voltadas à promoção da cidadania, diversidade e direitos humanos.

‘Padrão Viradouro’ de qualidade continua! Sob chuva, escola lava a alma e mostra força dos quesitos em ensaio com canto potente

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Ciça, gratidão pelas lições que eu pude aprender’. Conduzida pelo sentimento de gratidão a um dos grandes de sua história, a Unidos do Viradouro fez mais uma exibição de alto nível no terceiro ensaio de rua da escola, na Avenida Ernani do Amaral Peixoto, rumo ao Carnaval de 2026. Nem mesmo a forte chuva que caiu no início do treino conteve o ímpeto da comunidade viradourense. Do início ao fim do ensaio, a Vermelha e Branca mostrou a força dos seus quesitos, com forte canto da comunidade, exibição de alto nível do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute, desempenho sublime de Wander Pires e da “Furacão Vermelho e Branco”.

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Em 2026, a Viradouro levará para a avenida o enredo “Pra Cima, Ciça!”, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. A narrativa presta uma homenagem aos 50 anos de trajetória do mestre de bateria Mestre Ciça no mundo do samba. A Vermelha e Branca de Niterói será a terceira escola a pisar na avenida no segundo dia de desfiles do Grupo Especial.

“Graças a Deus, a gente vem fazendo grandes ensaios. Acho que o trabalho realizado nos últimos anos também nos ajuda e nos coloca hoje nesse lugar. Claro, com muita cobrança, com a expectativa de ganhar o Carnaval todos os anos. E este ano, mais do que nunca, principalmente depois do último Carnaval. Mas isso também nos dá solidez: tanto na estrutura quanto no ensaio e na técnica. Um grande enredo e um grande samba nos proporcionam um início de trabalho arrebatador, forte, potente. A gente canta para um dos nossos. Quando a escola olha para o lado direito e vê o homenageado regendo a bateria, isso com certeza é um grande combustível para fazer um grande ensaio e, se Deus quiser,
consequentemente, um grande desfile”, analisou o diretor-executivo da Viradouro, Marcelinho Calil.

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Foto: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

“A chuva no início foi aquela porrada, mas desde 2018 — na verdade, desde 2016, 2017 — a gente vem ensaiando forte aqui na Amaral. E já tivemos provas de que a chuva, na verdade, nos leva a ensaios mais potentes ainda. A escola não tem problema nenhum com água. A gente tomou um banho de alegria e, acho, deu um banho de Carnaval, um banho de ensaio”, completou.

COMISSÃO DE FRENTE

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Foto: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

Comandada pelos experientes e premiados coreógrafos Priscila Motta e Rodrigo Negri, a comissão de frente da Unidos do Viradouro marcou presença e brindou o público presente na Amaral Peixoto com uma grande apresentação. Os bailarinos, com o samba na ponta da língua, realizavam movimentos fortes e bem sincronizados diante das áreas designadas como cabines de julgamento. Durante as apresentações, era possível perceber a representação de elementos da vida de Mestre Ciça, com passos de samba e a “regência” com as mãos.

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

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Foto: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

O experiente casal de mestre-sala e porta-bandeira Julinho Nascimento e Rute Alves apresenta, a cada ano e a cada ensaio, um enorme padrão de excelência na dança. A dupla, sem dúvidas, é um dos grandes destaques dos ensaios de rua da Viradouro. Na apresentação, como tem feito nos últimos anos, o casal mescla elementos da dança tradicional com referências à letra do samba-enredo da escola. O entrosamento, a leveza e a precisão nos passos deram o tom da dança de Julinho e Rute.

HARMONIA E SAMBA

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Foto: Vinícius Ximenes/Divulgação Viradouro

Emocionados e empolgados com a homenagem da escola a Mestre Ciça, os componentes da Viradouro deram uma verdadeira aula de canto na Amaral Peixoto. Durante todo o ensaio, o canto se manteve firme e constante. O samba, de Cláudio Mattos, Renan Gêmeo, Rodrigo Gêmeo, Lucas Neves, Rodrigo Rolla, Ronaldo Maiatto, Bertolo, Silvio Mesquita, Marcelo Adnet e Thiago Meiners, encaixou-se perfeitamente na voz do brilhante intérprete Wander Pires, tendo uma grande exibição.

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Foto: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

A bateria “Furacão Vermelho e Branco” também deu grande contribuição para o desempenho do samba, sobretudo com um grande paradão que antecede o refrão principal. Nesses momentos, era possível perceber a explosão do canto da comunidade da Viradouro.

EVOLUÇÃO

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Foto: Vinícius Ximenes/Divulgação Viradouro

A evolução seguiu o padrão de organização e perfeição demonstrado pela Viradouro nos últimos anos. A escola desfilou com segurança e fluidez ao longo da Amaral Peixoto, que emula as dimensões da Marquês de Sapucaí. Cada componente sabe exatamente o seu papel e evolui com precisão, sem acelerar ou reduzir o ritmo. A Vermelha e Branca não apresentou qualquer tipo de erro ao longo do treino.

OUTROS DESTAQUES

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Foto: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

Comandada pelo homenageado Mestre Ciça, a bateria “Furacão Vermelho e Branco” deu um verdadeiro show no ensaio de rua. Destaca-se o grande paradão que antecede o refrão principal, executado com perfeição e contribuindo para o desempenho do samba-enredo da Viradouro.

Obstinada e incansável, Portela dribla chuvisco, supera escuridão e conduz ensaio explosivo com a comunidade

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A Portela realizou, neste domingo, mais um ensaio de rua da temporada rumo ao Carnaval 2026, comprovando aquilo que quem acompanha carnaval já sabe: a Azul e Branca de Oswaldo Cruz e  Madureira está de bem, e muito bem mesmo, com sua comunidade, com seu canto e seus quesitos. Mesmo quando surgiam pequenas demandas ao longo da Estrada do Portela, nada foi capaz de abalar o canto alto e vibrante dos componentes.

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Com o enredo “O Mistério do Príncipe do Bará – A oração do negrinho e a ressurreição de sua coroa sob o céu aberto do Rio Grande”, desenvolvido pelo carnavalesco André Rodrigues, a Portela usa e abusa de artimanhas para um melhor aproveitamento desse samba animado e cheio de nuances que possui para o próximo carnaval. Sendo assim, tudo fluiu para um ensaio de rua bem acertado e objetivo. Desde o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, não tivemos Comissão de Frente neste ensaio, até a última ala, os componentes demonstraram clareza em seus atos durante o treino.

A noite de domingo em Oswaldo Cruz e Madureira contou com a presença do capitão do pentacampeonato do Brasil, o ex-jogador Cafu, conhecido portelense e figura cativa nos desfiles da agremiação. Ele acompanhou o ensaio do início ao fim, com direito a coreografia com a bateria no encerramento.

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Foto: Guibsom Romão/CARNAVALESCO

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

O “casal 40” da Portela apresentou uma sincronia e harmonia jamais vistas nesses três anos juntos na escola, tudo isso envolvido por uma animosidade em compasso com o samba da parte dos dois. O sorriso da Squel não deixa dúvidas de que o andamento do samba tem contribuído muito para o desempenho eufórico do casal, assim como o riscado e empenho de Marlon em executar, com maestria e agilidade, todos os passos da coreografia, já marcada para a cabine espelhada, bem acertada, inclusive.

Se a tendência dessa sincronia e harmonia é melhorar conforme os ensaios acontecerem, teremos, em 2026, as mesmas notas deste ano, além de prêmios.

EVOLUÇÃO

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O ensaio seguiu sem intercorrências. Mesmo com alguns pingos de chuva e com a falta de iluminação pública nos postes próximos ao fim do treino, nada parou ou fez o cortejo ter problemas. A escola se manteve vibrante e dançante do início ao fim. Não houve aceleração nem estagnação durante o percurso. Os componentes dançaram o tempo todo, com o canto afiado, em alto e bom tom. Mesmo quando a escola parou em alguns momentos, os componentes continuaram evoluindo, pois seguiam se divertindo do início ao fim.

O presidente Júnior Escafura falou ao CARNAVALESCO sobre sua percepção do ensaio:

“O balanço do ensaio é o melhor possível. A cada semana o ensaio fica melhor. A escola cantando com alegria. A Portela é uma escola que canta com o coração, canta com a alma. Isso deixa a gente muito feliz quando vê o componente cantando feliz e com um sorriso no rosto”, disse o presidente.

Se a evolução foi consistente, a harmonia não ficou atrás.

HARMONIA E SAMBA

Com um canto uníssono, alto, animado e aguerrido, a comunidade deixou nítido que o samba está rendendo dentro dela e deixou a própria comunidade rendida. Nos trechos “Pra Portela incorporar” e “Não há demanda que o povo preto não possa enfrentar”, os componentes berram o samba como se estivessem incorporados de fato e como se a demanda estivesse no desfile do próximo ano. A escola está mais do que pronta para enfrentar o que vier. Na cabeça “Portela, tu és o próprio trono de Zumbi”, o carro de som evoca a comunidade, que responde ao chamado com vontade e ânimo, sinalizando que o refrão será uma onda avassaladora de canto e evolução.

As bossas da “Tabajara do Samba”, sob direção de mestre Vitinho, viabilizam com maestria a entrega de evolução e harmonia por parte dos componentes.

O intérprete Zé Paulo Sierra contou como tem sido a experiência dos ensaios de rua em sua nova escola e o quanto o samba tem rendido.

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“Eu acho que, a cada ensaio que a gente faz aqui, conseguimos entender mais como é o percurso, como funciona o canto com a bateria, tudo muito novo para mim. Mas estou muito feliz com o resultado, com a entrega que a escola está tendo, que a comunidade está tendo comigo também. Me acolheram bastante em um momento tão difícil. Eles entenderam que estou aqui para ajudar, não para substituir ninguém, até porque o Gil era um cara fenomenal, dispensa comentários. A gente não tem nem dois meses de trabalho completo, mas a comunidade já comprou esse barulho. Estou muito à vontade cantando aqui. No finalzinho agora eu subi no terraço com a galera, cantei com a galera, estou no meio do povo. Acho que isso é importante pra caramba. A gente está numa crescente. Eu acredito que, até o carnaval, vamos trabalhar muito, muito, muito para chegar lá muito afiados e fazer bonito”, contou o intérprete.

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Foto: Guibsom Romão/CARNAVALESCO

OUTROS DESTAQUES

O presidente Júnior Escafura e a vice, Nilce Fran, acompanharam o ensaio com atenção minuciosa, quase como pais observando cada movimento de um filho.

Próximo à dispersão do ensaio, a escuridão da Estrada do Portela é um ponto desagradável. Ainda assim, há muito público assistindo à escola. E por mais que a centenária escola de samba tenha muito brilho, a falta de iluminação pública prejudica a experiência do público.

Com excelente canto e participação da comunidade, Mangueira finca a raiz e toma a rua em primeiro ensaio

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A Estação Primeira de Mangueira realizou no último domingo, o primeiro ensaio de rua na Visconde de Niterói, a partir da estação Maracanã, para o Carnaval 2026. Com Dowglas Diniz estreando em voo solo, com muita garra e empolgação, a Verde e Rosa tomou o asfalto da rua que margeia o Morro de Mangueira, mostrando muita força e potência de seus componentes durante o treino. Eles cantaram forte o samba da agremiação rumo ao próximo carnaval, que também contou com uma grande apresentação do casal “furacão”, Matheus Olivério e Cintya Santos, assim como da comissão de frente de Karina Dias e Lucas Maciel. A Mangueira leva ao seu desfile no ano que vem o enredo “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju — O Guardião da Amazônia Negra”, desenvolvido pelo carnavalesco Sidnei França, que vai passar pela cultura amapaense e pela Amazônia negra com o olhar de Mestre Sacaca — doutor da floresta, curandeiro e sábio — sendo a escola a terceira a desfilar na primeira noite do Grupo Especial, no domingo de carnaval.

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COMISSÃO DE FRENTE

Comandada por Karina Dias e Lucas Maciel, a comissão de frente da Mangueira apresentou uma coreografia dinâmica e descritiva, carregada de força nos gestos. Os dançarinos usaram muitos movimentos de braço durante a apresentação, com diversas partes da coreografia descrevendo a letra do samba, como no verso “Çai Erê, Babalaô, Mestre Sacaca”, em que os integrantes dançavam como pretos-velhos, e se benzendo em “Às bênçãos do Espírito Santo e São José de Macapá”. Simples e direta no que se propunha a apresentar, a comissão atingiu um bom resultado para a abertura da Estação Primeira.

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Foto: Martheus Morais/CARNAVALESCO

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

Matheus e Cintya demonstraram, mais uma vez, a afinidade de costume ao longo dos últimos anos da dupla, marcando um grande primeiro ensaio de rua. A dança trouxe um bailado muito forte, com movimentos elegantes. Cintya deu giros potentes, reafirmando mais uma vez sua característica “furacão”, sempre acompanhada pela vitalidade da dança de Matheus, que marcou bem o cortejo dentro do bailado do casal nesta noite.

SAMBA E HARMONIA

O samba da Estação Primeira ecoou forte pela rua neste domingo. Dowglas Diniz demonstrou muita destreza com a obra, conduzindo o canto da escola com garra e mantendo o samba em boa constante ao longo do ensaio, com o auxílio precioso do carro de som mangueirense, sob comando de Vitor Art e Digão. Os trechos mais cantados pelos componentes, como a subida para o refrão final, a partir de “Iyá, Benedita de Oliveira”, momento em que a bateria parou para a comunidade cantar e os refrões demonstram como a obra se manteve sempre forte também pelos foliões da Verde e Rosa.

Dowglas conversou com o CARNAVALESCO comentando sobre o rendimento da obra nos ensaios de quadra e o que esperava do ensaio de rua da escola.

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Foto: Martheus Morais/CARNAVALESCO

“Espero um momento incrível, de celebrar tudo o que a gente fez na quadra durante esses ensaios. Hoje estamos muito ansiosos para ver o que vamos conseguir concretizar aqui na rua. Confio muito na minha comunidade, e podem esperar um grande show da nossa comunidade hoje”, declarou.

EVOLUÇÃO

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Fotos Martheus Morais/CARNAVALESCO

Os foliões da Mangueira demonstraram muita fluidez na Visconde de Niterói, com as alas passando bem, empolgadas, com muito movimento dos integrantes. A agremiação trouxe algumas alas coreografadas, que também evoluíram muito bem. Algumas alas tiveram pequenas questões a serem ajustadas, principalmente no início, mas logo foram corrigidas, garantindo fluidez e a força do mangueirense que treinou na rua.

Dudu Azevedo, diretor de carnaval da Verde e Rosa, em entrevista ao CARNAVALESCO, fez a análise deste primeiro ensaio de rua, destacando o canto da comunidade, a resposta do samba e apontando um saldo positivo.

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Foto Martheus Morais/CARNAVALESCO

“Primeiro grande ensaio nosso. Agradecer primeiro à presidente Guanayra, que consegue dar pra gente uma estrutura com a qual conseguimos desfilar no tamanho da avenida, com as cabines nas distâncias da avenida, e isso dá uma condição muito real de desfile pra gente. Foi um bom ensaio de evolução e de harmonia, e agora é nos encontrarmos na nossa reunião de terça-feira e bater um papo, porque sempre tem muito a melhorar. É o primeiro ensaio apenas, mas esse ensaio me deixou muito satisfeito, foi um grande ensaio, pela resposta do samba, da bateria e do componente de todos os segmentos da escola”, disse.

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Foto Martheus Morais/CARNAVALESCO

OUTROS DESTAQUES

A bateria “Tem que Respeitar Meu Tamborim”, dos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto, esteve muito bem, executando diversas bossas e uma paradinha para que a comunidade cantasse durante o treino, em um grande diálogo com a ala musical do carro de som. A rainha Evelyn Bastos reinou à frente de seus ritmistas, sendo ovacionada por diversas pessoas presentes ao longo da Visconde de Niterói.

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Foto: Martheus Morais/CARNAVALESCO

‘Jeito felino e provocador’: Imperatriz reafirma projeto artístico com excelente evolução e canto forte

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A Imperatriz Leopoldinense realizou, na noite do último domingo, seu terceiro ensaio na rua Euclides Faria, em Ramos. O treino reafirmou a consistência do projeto artístico da escola: uma comissão de frente que traduz a potência libertária do enredo, um casal que brilhou com precisão e estilo próprio e uma comunidade que respondeu com um canto forte, dissipando de vez as dúvidas sobre o samba-enredo. A “Rainha de Ramos” mostrou ainda que organização e leveza podem evoluir juntas. A Imperatriz será a segunda escola a desfilar no domingo de Carnaval, com o enredo “Camaleônico”, homenagem ao cantor Ney Matogrosso assinada pelo carnavalesco Leandro Vieira.

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COMISSÃO DE FRENTE

A comissão de frente, assinada por Patrick Carvalho, apresentou uma coreografia marcada pela força do corpo. Os integrantes performaram movimentos amplos, expressões faciais bem trabalhadas e uma dança que dialoga diretamente com o repertório cênico de Ney Matogrosso. Gestos característicos do cantor, como a sensualidade, a provocação e a teatralidade, aparecem em cena de maneira evidente.

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Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

Um dos pontos mais marcantes da apresentação está no trabalho das mãos. Elas quebram, apontam, ondulam, desmunhecam. Mãos que falam e que ampliam o repertório visual da coreografia. Esse uso expressivo reforça a ousadia e a liberdade corporal que Ney sempre levou ao palco, operando como um elemento-chave para atualizar sua estética e transformá-la em linguagem coreográfica para a avenida.

Os figurinos acompanharam essa proposta ao retomarem peças icônicas da carreira do cantor, compondo um conjunto visual que evoca sensualidade e ruptura de padrões. No centro da cena esteve o Pivô, personagem que representa Ney Matogrosso. Caracterizado e pintado, ele conduziu a apresentação, enquanto os demais integrantes, também vestidos com referências de diferentes fases do artista, construíram uma proposta cênica que dá corpo à narrativa.

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Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

O resultado é uma comissão que se destaca pela coerência entre movimento, estética e dramaturgia. O trabalho de Patrick Carvalho reafirma a aposta da Imperatriz em uma linguagem corporal que honra o homenageado e reinterpreta sua potência libertária para os ensaios de rua.

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro vivem um momento espetacular à frente do pavilhão da Imperatriz Leopoldinense. A fina sintonia entre os dois se traduz em uma dança em que técnica e entrosamento se articulam com precisão. O toque próprio que imprimem à coreografia confere unidade estética ao bailado, reforçando a assinatura de excelência da dupla dentro do padrão esperado para o quesito.

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Fotos: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

Phelipe risca o chão de modo insinuante, especialmente nos trechos em que a escola canta seu perfil “felino e provocador”, evidenciando uma leitura dramatúrgica do samba alinhada ao enredo. Rafaela, por sua vez, conduz o pavilhão com giros leves e contínuos; o modo como rodopia deixa ver o caráter gracioso, festivo e libertário que a “Rainha de Ramos” vem dando em seus ensaios.

Apesar de a escola ter simulado a cabine espelhada no ensaio, o casal optou por não executar o movimento espelhado. Ainda não dá para dizer como a dupla pretende resolver a exigência técnica introduzida pelo novo modelo de julgamento. Não há previsão de quando, ou se, Phelipe e Rafaela apresentarão a coreografia espelhada nos treinos de rua.

HARMONIA E SAMBA

Pitty de Menezes e a equipe musical da Imperatriz vivem um momento de plena afirmação nos ensaios de rua, dissipando qualquer dúvida que tenha cercado a escolha do samba-enredo. Isso se reflete diretamente no canto da comunidade, que aparece forte, constante e ganha ainda mais volume nos trechos de maior apelo melódico.

No pré-refrão e no refrão principal, que começam no trecho “Se joga na festa, esquece o amanhã, minha escola na rua pra ser campeã”, o canto da escola explode, repetindo o impacto dos sambas recentes da Imperatriz.

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Fotos: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

O canto consistente dos componentes, aliado à adesão do público que acompanhava o treino, reforça o elevado nível do trabalho musical e do entrosamento da equipe do carro de som. A performance na rua mostrou que o samba encontrou seu lugar na voz da comunidade.

Pitty de Menezes, em entrevista ao CARNAVALESCO, destacou que o desempenho do samba é fruto do trabalho intenso da equipe musical. “A Imperatriz é uma escola que trabalha muito, ensaia muito. A gente tem uma ala musical muito competente, um diretor musical muito competente”, afirmou.

Sobre o rendimento no ensaio, Pitty foi categórico: “Tá aí a prova: esse ensaio maravilhoso. Todo mundo cantando o samba, todo mundo gritando samba. O samba pegou, tá na boca do povo.” Confiante, completou: “A escola confia na nossa equipe e a gente tá demonstrando que é capaz de fazer o samba acontecer.”

EVOLUÇÃO

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Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

No quesito Evolução, a Imperatriz mostrou, neste ensaio de rua, que não é preciso recorrer a um “militarismo coreográfico” para avançar bem na pista. Em um cenário em que muitas escolas adotam uma evolução mais rígida, motivadas pelo receio de perder ponto e pela leitura técnica que o quesito ganhou nos últimos anos, a Imperatriz apresenta um caminho distinto. Em vez do passo marcado e da disputa engessada por precisão, a escola aposta em leveza, espontaneidade e brincadeira.

Os componentes evoluíram pela rua Euclides Faria de maneira alegre, solta e festiva, cantando o samba com naturalidade e ocupando o espaço sem a sensação de coreografia controlada. Essa postura evidenciou que é possível equilibrar organização e espontaneidade, sem que uma anule a outra. E, mais do que isso, recoloca em discussão o próprio entendimento do quesito: afinal, estamos falando de carnaval, de um desfile de escola de samba, e a fluidez das pessoas na pista faz parte da experiência que o espetáculo propõe.

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Fotos: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

Outro ponto importante é o canto das alas, que reforça a sensação de evolução viva. Entre elas, merece destaque a ala “Bonecas Deslumbradas”, que virá antes do carro de Ney Matogrosso. Com leques, energia e uma postura camaleônica, é uma das alas mais animadas do ensaio, contribuindo diretamente para o ambiente festivo que a Imperatriz leva para a rua.

OUTROS DESTAQUES

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Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

A “Swing da Leopoldina”, bateria comandada pelo mestre Lolo, apresentou suas bossas no treino do último domingo. As marcações foram executadas com precisão e colocadas estrategicamente nas passadas do samba, resultando em um trabalho de excelência rítmica. O impacto no canto é imediato: a bateria sustenta, impulsiona e dialoga com o carro de som, evidenciando o entrosamento musical que a Imperatriz vem construindo nas últimas temporadas.

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Fotos: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

A rainha de bateria, a cantora Iza, que vem comparecendo aos ensaios, não esteve presente neste treino. A presidente da Unidos de Padre Miguel, Lara Mara, participou do ensaio com a amiga Cátia Drumond.

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Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

Destaque também para a ala de passistas da Imperatriz, comandada por Márcio Dellawegah. O grupo exibiu muito samba no pé, sensualidade e uma energia que dialoga diretamente com o enredo. No ensaio, os passistas da Imperatriz reafirmaram esse papel ao escreverem a liberdade dos corpos que sambam.

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Fotos: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz