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Chuva atrapalha diversos quesitos no desfile da Santa Cruz em 2019 na homenagem para Ruth de Souza

Por Fiel Matola

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A Acadêmicos de Santa Cruz entrou na Sapucaí para emocionar, com um samba-enredo aclamado positivamente pela crítica no período pré-carnavalesco, além de uma homenagem para ninguém botar defeito, com o enredo “Ruth Souza – Senhora Liberdade, abre asas sobre nós”. A escola teve muitos problemas em seu caminho, a maioria por conta da chuva que não parou durante todo o seu desfile, queda na Comissão de Frente, escorregão da Porta-Bandeira, lentidão no início, correria no fim, além de fechar seu desfile com 57 minutos. Pelo regulamento, a escola pode perder 0,2. O tempo de desfile máximo é de 55 minutos.

Antes da sirene tocar, a bateria fez sua entrada com uma faixa homenageando grandes mestres de bateria, com os dizeres “Paulão e Jorjão – mestres das paradinhas.” De início já era nítido que a escola conduziria o desfile pela emoção. Continuando em seu esquenta, o presidente Zezo falou da morte de sua esposa e fez um paralelo com o enredo sobre a Ruth, pois ele considera as duas como mulheres fortes, ainda deu recado que todo homem deve respeitar a mulher e que a homenageada é símbolo dessa resistência e luta. Porém, na pista, além dos momentos de emoção, o que se viu foi uma escola conturbada com diversos erros.

Comissão de Frente

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Representando o início da história da vida da homenageada, sob título “Um Cortejo de Saudade” a Comissão de Frente trouxe uma criança apresentando Ruth na infância e uma mulher apresentando sua mãe, vale registrar a emoção passada em todo momento pelas duas integrantes, além das duas, existiam 11 componentes com um barco e que em certo momento saiam do barco e “abriam flores”, impressionante notar como toda a equipe de Marcelo Chocolate cantou do início ao fim o Samba da Escola. Mas, a emoção maior ainda estava por vir, em um elemento cenográfico de apoio representando um pé de frutas, a pequena Ruth come uma dessas frutas e se “transforma” (entrando no elemento cenográfico) na atriz já consagrada, quem representou Ruth quando adulta, foi a atriz Isabel Fillardis, que arrancou aplausos da plateia, porém na cabine 1, ao sair do elemento, Isabel tomou um tombo por conta do piso escorregadio, devido a isso a escola pode perder pontos, nas demais cabines a passagem foi conforme planejado.

Mestre-sala e porta-bandeira

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O casal Carlos Eduardo, mais conhecido como “Muskito” e Roberta Freitas, reverenciou a grande atriz com a fantasia sob título “A Ruth com carinho”. Os dois com uma indumentária verde e dourado: ele com uma coroa, brasão da escola no peito além de pedrarias reluzentes, ela tal qual, com bastante plumas, e na sua saia também o brasão da escola, fantasia de belíssimo bom gosto, mas que foi castigada pela chuva, chegando no último módulo não tão volumoso quanto no primeiro. O casal estava envolto de guardiões vestidos com as cores da escola, representando guerreiros com um escudo na mão. A chuva foi o principal problema para os dois, na primeira cabine, as águas caíram mais que o que já estava o que fez o casal dar passos bem lentos, além disso Roberta escorregou no segundo Módulo e Moskito neste mesmo módulo não conseguiu pegar a bandeira, os problemas não pararam na terceira cabine, a bandeira tocou o mestre-sala, chegando a quase enrolar, já na última cabine, o casal passou bem, mostrando realmente seu bailado, e como deveria ter acontecido nos outros módulos.

Harmonia

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A Harmonia foi um ponto bom da Santa-Cruz, porém, alguns clarões e a correria no final, podem tirar décimos da escola, isso porque como sabemos muitos jurados descontam pontos por não conseguir verificar o canto. A boa condução do carro de som da agremiação, pelo intérprete Roninho, foi o ponto ápice desse quesito. Alas como Refazenda, Copacabana, Ondas do Rádio, são dignas de aplausos pelo bom canto, porém a ala como a Bem na Fita não foi tão bem.

Enredo

O enredo sobre a atriz foi dividido em quatro setores, a abertura representou o teatro, com cores verde e dourado, apresentando o momento em que a homenageada começa a dar passos como atriz, no teatro experimental do negro, com Abdias do Nascimento, indo até a estreia dela no palco do Theatro Municipal. O segundo setor já destacou a estreia de Ruth no cinema, com cores mais vibrantes, representou sua paixão pela sétima arte na infância, fazendo um paralelo com ela já consagrada como uma atriz, assim como as emoções da rádio novela. O terceiro setor deu uma pincelada em personagens das novelas que a atriz participou, como por exemplo a novela “A Cabana de pai Tomás”, sob título de Estrela, esse setor também trouxa na fantasia da bateria o prêmio Kikito de melhor atriz, pela atuação no filme “ As filhas do Vento”. O último setor, mostrou outros artistas negros, assim como Ruth deixaram legados, fechando com o último carro que teve como título o próprio enredo: “Ruth de Souza – Senhoras Liberdade, abre as asas sobre nós.”

Evolução

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Por conta de problemas iniciais no abre alas, que estava andando bem devagar, a escola ficou sem muito movimento demorando um grande tempo na passagem da sua “cabeça” da cabine 1 para cabine 2 de julgamento. Mas, não foi só isso, o início lento proporcionou o chamado efeito sanfona, com algumas alas com clarões, principalmente no final, quando a escola teve correr para não estourar o tempo. Além disso, problemas com o terceiro carro que foi todo torto e expeliu fumaça próximo ao recuo da bateria, fez a escola abrir mais um clarão no último módulo, e os problemas não terminaram, a bateria não fez seu recuo por conta do tempo, a Santa Cruz correu muito no final e ainda estourou o tempo em dois minutos, pelo regulamento ela pode perder dois décimos, que podem ser preciosos na contagem final das notas.

Samba

Um dos sambas mais bem falados pelos especialistas, dos compositores Samir Trindade, Elson Ramirez e Júnior Fionda, o samba forte proporcionou à escola emoção, o samba passou bem, é de se notar que realmente o samba foi um dos melhores quesitos da Santa Cruz, seu tom hora melódico hora com força, deu fluidez para o desfile, exceto quando os problemas inerentes ao samba e já falados ocorreram.

Fantasias

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As fantasias da escola foram de fácil assimilação, você olhava para elas e via o que dizia, porém algumas como “Refazenda” e “Brincadeira de Criança” destoavam de outras como “Carolina de Jesus” na sua execução. Falta de sapato em alas como “Uma Aluna Nota 10” e “Assalto ao Trem Pagador”, e a fantasia da ala “Bem na Fita” se desfazendo, pode ser um fator complicador na apuração, assim como as últimas alas terem passado rápido. Ponto positivo para “Ala das Crianças” que estavam bem vestidos de Brincadeira de Crianças.

Alegorias

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Com um conjunto alegórico aquém do esperado, a Santa Cruz teve problemas de iluminação no carro 3, além deste estar com falta de composição, próximo ao recuo da bateria ele parou e saiu muita fumaça do carro, e passou maior parte da avenida torto. No Abre-alas , onde veio a homenageada tinha uma coroa imponente, mas, a sombrinha que cobria Ruth de Souza não estava carnavalizado ficando fora do contexto do carro. O último carro, faltou composição, além de uma peça torta à frente. As Alegorias também eram de fácil assimilação como a fantasia.

Bateria

A Bateria do mestre Riquinho, passou bem, arrancando aplausos do público presente. O problema foi no setor final, onde ela passou sem entrar no recuo, o que não é uma obrigação, mas passou pelo módulo 4 na mesma rapidez.

Outros Destaques

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Destaque para atriz mirim que fez a Ruth quando criança na Comissão de Frente, que cantou e fez belas expressões, atuando muito bem. A atriz Isabel Fillardis que mesmo na queda na primeira cabine levantou, mostrando força, ela que brilhou nas outras cabines;

Outro destaque foia a “A ala das Crianças” que esbanjou simpatia, elegância e muito canto. E lógico para a homenageada Ruth de Souza, que veio no abre alas e foi muito aplaudida pelo público presente.

Kikito de Ouro de Ruth de Souza marca a passagem da bateria da Santa Cruz pela avenida

Por Juliana Cardoso

santacruz desfile2019 7Com o enredo “Ruth de Souza – Senhora Liberdade, Abre as Asas Sobre Nós”, a Acadêmicos de Santa Cruz levou para a avenida uma grande homenagem à atriz Ruth de Souza, um dos ícones da dramaturgia brasileira. A bateria da verde e branca da zona oeste carioca cruzou a Marquês de Sapucaí representando o prêmio Kikito de Ouro, um dos mais importantes no mundo do cinema e conquistado pela atriz em 2004, no Festival de Cinema de Gramado.

O festival tem como objetivo levantar discussões no campo cinematográfico. Na época, Ruth conquistou o prêmio de ouro por sua atuação no filme “As Folhas do Vento”, dirigido por Joel Zito Araújo. Além das premiações recebidas, ela também foi a primeira mulher negra a protagonizar uma novela nas telinhas e a primeira atriz negra a estar em um espetáculo no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Neste sentido, o mestre Riquinho, que comandou a bateria da verde e branca de Santa Cruz nesta sexta-feira de carnaval, comemorou a homenagem da escola a uma artista de tamanho prestígio. Para ele, os carnavalescos da agremiação são muito merecedores deste reconhecimento.

O ritmista Júlio Porto, que toca tamborim, ainda lembrou a garra da escola em desfilar debaixo de temporal. “Mesmo com a chuva, as agremiações se entregaram e se esforçaram para fazer o melhor carnaval do Rio de Janeiro. Eu daria o ‘Óscar do carnaval’ para o Cahê Rodrigues, que está fazendo um trabalho bem bonito, mesmo com as dificuldades da Santa Cruz. Todos sabem que trabalhar no acesso é bem diferente de se trabalhar no grupo especial. Com os poucos recursos que temos, ele está fazendo um bom trabalho!”, elogiou.

Já outros integrantes da escola apontam a Ruth como merecedora do “Óscar do carnaval”. Segundo a ritmista Jack Cruz, não é à toa que a atriz virou enredo. “É uma honra realizar um desfile com a participação dela, que veio no abre-alas da escola, deixando o trono preparado para ela de lado e participando do desfile em sua cadeira de rodas”, disse ela sobre Ruth, que foi aplaudida pelo setor 1 da Sapucaí.

Rocinha surpreende com desfile criativo nas alegorias e com fantasias de fácil leitura do enredo

Por Diogo Sampaio

Rocinha desfile2019 42Uma apresentação onde a criatividade dos materiais e a fácil leitura plástica, principalmente das fantasias, triunfou. A Acadêmicos da Rocinha teve a difícil missão de encarar a pista molhada e iniciar seu desfile mesmo embaixo de uma chuva intensa. Com o enredo “Bananas para o Preconceito”, a tricolor de São Conrado foi a terceira escola da noite e realizou a sua apresentação em 55 minutos, o tempo máximo.

Comissão de Frente

Coreografada por Leonardo Calvo, a comissão de frente da Rocinha veio representando a “Essência primata” e criticou em sua apresentação o racismo por trás da comparação de humanos com macacos. Ao todo, eram 15 integrantes. Um deles representava o pai da teoria da evolução, Charles Darwin, enquanto os outros vinham com metade do corpo representando um macaco e outra um diferente estereótipo. Entre os perfis tinha uma madame, um militar, uma drag queen, uma mãe de santo, uma freira, entre outros.

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A coreografia trazia em alguns momentos da apresentação movimentos que remetia a movimentos de primatas, como os macacos. Um dos destaques era o momento que os integrantes formavam a escala da evolução de Darwin na coreografia. O ápice da apresentação ocorria quando, ao final, todos os componentes davam as mãos, e do livro de Darwin era estendida uma faixa com a mensagem: “Somos resistência”. Um final que arrancou aplausos do público em todas as cabines de jurado.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Vinícius de Jesus e Viviane Oliveira, desfilaram com a fantasia “Yes, nos damos banana”, vindo ele simbolizando um macaco e ela a banana descascada. Um figurino ousado, pois o mestre-sala desfilou com uma máscara no rosto. Uma curiosidade ficou a cargo de quem veio apresentando o casal, o mestre-sala do Império Serrano Diogo Jesus, irmão de Vinícius.

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O casal enfrentou dificuldade durante as suas apresentações para os jurados. Devido a pista molhada, Viviane economizou nos giros e Vinicius não arriscou muito no bailado. Porém, apesar da dança contida, o casal não cometeu erros graves, e mesmo com a chuva forte na primeira cabine, a porta-bandeira conseguiu manter o pavilhão estendido.

Harmonia

A harmonia da Rocinha foi um tanto irregular. Algumas alas cantavam o samba a plenos pulmões, enquanto outras passavam completamente caladas e apenas sorrindo, esse último caso ocorreu principalmente nas alas do último setor.

Evolução

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Apesar da pista molhada, a Acadêmicos da Rocinha apresentou uma evolução bastante satisfatória. As alas vieram com componentes soltos e brincando carnaval, além de não ter corrido e nem ter ficado parada muito tempo, somente durante as apresentações nas cabines.

Uma das poucas falhas, que podem ser citadas no quesito, foi o clarão aberto pela bateria na entrada do segundo recuo. No entanto, o espaço foi rapidamente preenchido antes de se configurar em um buraco propriamente dito.

Samba-Enredo

A obra não figurou entre os sambas mais badalados e aclamados no pré-carnaval, e no desfile teve um desempenho apenas mediano. Funcionou no início do desfile, mas do meio para final perdeu fôlego, o que refletiu na ausência de canto dos componentes das últimas alas.

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Em sua estreia na agremiação, Ciganerey apresentou uma performance satisfatória. Defendeu bem o samba, mesmo não sendo capaz de impedir a queda no desempenho da obra assinada por Cláudio Russo, Diego Nicolau e companhia, na metade final.

Enredo

Criado e desenvolvido pelo carnavalesco Júnior Pernambucano, o enredo “Bananas para o preconceito” buscou focar não em casos de racismo, mas sim enaltecer figuras e personalidades negras que superaram barreiras e venceram o preconceito.

Com fantasias e carros alegóricos de fácil leitura, a escola conseguiu se comunicar bem com o público da Sapucaí e passou a sua mensagem com clareza.

Alegorias e Adereços

Após enfrentar problemas no pré-carnaval para a construção das alegorias, a Rocinha surpreendeu com um conjunto alegórico bastante criativo e bem acabado. No entanto, a escola teve problemas com a iluminação. Pelo menos um refletor veio apagado em cada alegoria. O terceiro carro estava com a lateral direita apagada, e o último por completo.

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Apenas um carro apresentou falha grave de acabamento, e foi um ponto fora da curva dentro do conjunto. Foi o caso da segunda alegoria, aonde a águia da frente veio com as duas asas danificadas. A ponta da asa direita veio com ferro aparecendo. O encaixe da asa direita com o corpo também veio com o ferro exposto.

Fantasias

Com fantasias criativas e de fácil leitura, os figurinos da Rocinha foi um dos pontos fortes da apresentação. Usando materiais alternativos, a fantasia da ala das baianas foi um dos destaques. Representando “Mães Maria Lata D’Água”, a roupa trazia pregador de roupa e colheres de pau.

Uma possível perda de pontos pode acontecer na ala 11 “Pelé, Negro Rei dos Verdes”, onde a maioria dos componentes vieram sem as bolas de futebol na cabeça, que haviam caído com a chuva. Alguns chegaram a desfilar segurando elas nas mãos.

Bateria

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A bateria ritmo avassalador da Rocinha, sobre o comando do Mestre Júnior, teve um bom desempenho durante todo o desfile. Vestidos de malandros, nas cores da escola, os ritmistas fizeram várias bossas e convenções. Destaque para a realizada no refrão do meio.

Outros Destaques

A rainha de bateria Mônika Nascimento, que está em seu quinto carnaval a frente da ritmo avassalador, esbanjou carisma durante o desfile. Com um figurino em pedras e um costeiro com penas nas cores do arco-íris, ela chamou atenção e interagiu com o público e os ritmistas.

Santa Cruz 2019: Galeria de fotos do desfile

Alegorias suntuosas marcam o desfile da Império de Casa Verde

Por Matheus Mattos

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Segunda agremiação a desfilar, a escola de samba Império de Casa Verde entrou na Avenida com uma chuva mais fraca que atingiu a agremiação anterior. A escola mostrou um ótimo acabamento nas alegorias, a bateria valorizou o canto dos componentes e comissão de frente com coreografias diferentes, demonstrando um ótimo sincronismo. Porém, a evolução da escola foi comprometida nos últimos minutos, fazendo com que os desfilantes tivessem que correr na Avenida. O Império trouxe muitas alas coreografadas, dando a sensação de ausência de espontaneidade.

Alegorias

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Os carros alegóricos surpreenderam pelo acabamento, diversidade de cores e interação coreográfica em praticamente todas as cinco. O abre-alas representou o templo da sétima arte e trouxe um gigante tigre, com movimentos da cabeça e boca. Os detalhes como a cartola e as asas enriqueceram e deram um tom mais irreverente para o mascote da agremiação.

Na segunda base, muitos famosos personagens do cinema foram vistos, como Harry Porter, Jack Sparrow, Power Ranger, Willy Wonka e os Umpa-Lumpa, The Flash, Mulher Gato, Mulher Maravilha, entre outros. A segunda alegoria, O mundo de OZ , contou com uma diversidade de cores, além das crianças que interagiam com o público. A cor dourada na parte debaixo, junto com o cinza e roxo da parte de cima, ocasionou uma ótima conversa de cores na terceira alegoria. Na terceira, os detalhes da face das árvores nas laterais, cada uma com reações diferentes foram bem vistas. Bailarinos fantasiados pelo personagem do filme Harry Potter encenavam batalhas constantemente. Última alegoria soltava papel picado, ato que levantou os presentes no sambódromo. A quarta alegoria trouxe um tom mais musical, com cenas teatrais constantes e, finalizando o quesito em alto estilo, a representação do mundo de Star Wars pela alegoria “O Império Contra-Ataca”. O ato de jogar papel picado em direção do público levantou a animação dos que assistiam.

Bateria

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Os ritmistas da bateria Barcelona do Samba, comandada pelo Mestre Robson Zoinho, tocaram fantasiados de Darth Vader, vilão da saga Star Wars. A batucada valorizou a sustentação do canto, efetuando bossas em pontos específicos, como durante o trajeto na monumental (setor B). O mestre Marcão, ex Salgueiro, regeu a bateria ao lado do Zoinho, que já era esperado e defendido desde o primeiro ensaio técnico. A empolgação e entrosamento dos ritmistas do chocalho se destacaram durante todo o trajeto.

Evolução

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O quesito de evolução da escola foi um dos pontos negativos da agremiação. Um problema no alinhamento do abre-alas atrasou a entrada da escola na Avenida, fazendo com que a escola demorasse pra chegar na metade do sambódromo. A entrada no recuo da bateria também foi um drama, o andar dos desfilantes foi afetado por mais de 6 minutos. Os últimos setores da escola, inclusive a bateria, tiveram que correr pra o portão fechasse no limite máximo do tempo estipulado. Em relação as alas, os dois primeiros setores trouxeram uma proposta muito coreografada, mas isso afetou a empolgação de diversos sambistas. A ala que homenageou o filme Avatar foi um grande destaque pela organização, simpatia e empolgação durante o desfile.

Fantasia

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O quesito cumpriu o regulamento a risca. A agremiação optou por fantasias leves e sem exagerar na grandiosidade. Um destaque ficou por conta das alas de heróis, onde os personagens não seguiam uma linha de organização e eram separados de forma aleatória. A ação foi vista também na ala do Toy Story.

Comissão de Frente

A comissão de frente, coreografada pelo André Almeida, trouxe a invenção do filme através dos irmão Lumiére. O quesito contou com a presença de diversos personagens que trabalham atrás das câmeras, como: maquiadores, roteiristas, figurinistas, iluminadores, fotógrafos, operadores de câmeras, entre outros. Teve presente também atores que representavam o mocinho, o vilão, a doce mocinha e os irmão Lumiére. O tripé representou um imenso projetor de cinema. A frente da alegoria trouxe um cenário que recriou cenas clássicas de disputa entre o mocinho e o vilão.

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Duas coreografias foram notadas, a evolução da ala variava entre Os irmão Lumiére e o confronto entre mocinho e vilão. Todos os bailarinos estavam com os rostos pintados e os artistas que homenagearam a dupla que inventou o cinema se destacaram pelo entrosamento e domínio dos passos elaborados.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Rodrigo Antônio e Jéssica Gióz, veio representando a sétima arte, nome dado para o cinema. A dupla enalteceu o preto e o prata no figurino. Ambos não se abalaram pela pista molhada e bailaram da mesma forma que ensaiaram nos técnicos. A porta-bandeira se destacou pela simpatia, domínio do pavilhão e evolução cativante, principalmente em frente à terceira cabine de jurados do quesito.

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Enredo

O Império de Casa Verde apostou numa homenagem ao cinema para 2019. O enredo não é linear, ou seja, a construção do desfile não foi feita contado o começo da história até chegar nos dias de hoje. Cada setor em específico trouxe diferentes filmes e gêneros, como se estivessem dentro de uma cena.

Harmonia

O alto nível de empolgação da escola durante os ensaios técnicos não foram notados no desfile. O primeiro setor, talvez pela presença das alas coreografadas, não demonstrou com domínio o samba. A ala “Noviça Rebelde” foi a que mais cantou, porém a intensidade imposta pelos componentes não se manteve nos setores seguintes.

Samba-Enredo

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Impulsionados por Carlos Júnior, o carro de som teve um ótimo desempenho na noite. Assim como a bateria, a postura do carro de som foi mais cautelosa e segura, sem arriscar. O intérprete adotou uma postura de parar de cantar pra valorizar o desempenho do canto.

Outros destaques

A ala de passistas sambou de forma espontânea sem perder os passos coreográficos. Os sambistas adotaram uma postura voltada para o público, com olhares e sorrisos em direção aos que assistiam.

Galeria de Fotos do desfile da Mancha Verde no Carnaval 2019

Mancha Verde apresenta alegorias grandiosas, mas ‘chão’ sente o peso do favoritismo no Grupo Especial

Mancha Desfile2019 29Aguardada como uma das grandes favoritas do ano no Grupo Especial de são Paulo, a Mancha Verde deixou a avenida esta noite certa de que apresentou um dos melhores conjuntos alegóricos da primeira noites de desfile no Sambódromo do Anhembi. Entretanto em alguns quesitos o propalado favoritismo foi sentido. A harmonia se apresentou de maneira fria e o conjunto de fantasias ficou aquém das excelentes alegorias apresentadas. O samba-enredo também não cativou o público. A verde e branca apresentou-se em 62 minutos com o enredo ‘ Oxalá, salve a princesa! A saga de uma guerreira negra’.

Comissão de Frente

Mancha Desfile2019 20A comissão de frente trouxe Exu abrindo o caminho para a Mancha Verde passar. O Congo celebrava a chegada de sua princesa, concebida pelas bênçãos dos orixás Xangô e Oxum, a pequena herdeira foi recebida pelos guerreiros guardiões. A indumentária impressionou pelo belíssimo acabamento da fantasia, em vários tons de verde. Todos os integrantes possuíam uma maquiagem no rosto, dando ainda mais realidade à apresentação. A coreografia era impactante e marcante.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Mancha Desfile2019 35O casal de mestre-sala e porta-bandeira trouxe uma fantasia intitulada ‘Brilho das riquezas’. Marcelo Luiz e Adriana Gomes se apresentaram com uma fantasia muito bem feita, com uma profusão de faisões em diversos tons de verde. Eles não vieram logo atrás a comissão de frente e sim à frente do abre-alas da escola. A apresentação se deu de maneira perfeita.

Harmonia

Mancha Desfile2019 37A Mancha havia deixado excelente impressão nos ensaio técnicos, de que pisaria forte no Anhembi. Entretanto não foi isso que foi visto na passagem da escola pela avenida. As primeiras alas pouco cantaram o samba-enredo e o padrão de canto esperado, ao estilo das escolas de Jorge Freitas, só foi ser notado de fato no trecho final da escola, que terminou sua apresentação com grande comunicação com as arquibancadas.

Enredo

Mancha Desfile2019 54A Mancha Verde se apresentou na avenida contando e cantando, por meio de uma história fictícia, a narrativa da saga de uma guerreira africana que representava também a trajetória de luta e resistência do povo negro – que trazido ao Brasil de forma brutal – foi escravizado, transformando o Brasil em seu solo. A proposta estética apresentada na avenida possibilitou o perfeito entendimento da concepção desejada por Jorge Freitas.

Evolução

Mancha Desfile2019 72Passagem correta e técnica da Mancha pelo Anhembi, com alas bem organizadas e brincando bastante. Só não foi perfeita porquê aos 25 minutos de apresentação houve um excessivo tempo parada, logo após a entrada da bateria no recuo. Depois desse momento a escola fluiu corretamente pela pista, terminando seu desfile sem precisar correr, tanto que reduziu o passo e mesmo assim concluiu no tempo regulamentar sem dificuldades.

Samba-Enredo

Mancha Desfile2019 5Apesar da boa condução de Freddy Viana e o carro de som, o samba da Mancha Verde não conseguiu cativar o público em sua apresentação, ao contrário do que vinha acontecendo nos ensaios técnicos. Os primeiros setores da arquibancada reagiram com indiferença ao início do desfile. Com a chegada da escola nos setores finais, onde se encontravam os torcedores da escola, o rendimento do samba cresceu e a harmonia também.

Fantasias

Mancha Desfile2019 87Um conjunto irregular. Algumas alas possuíam um grande volume de materiais interessantes, causando bonitos efeitos, como por exemplo a primeira ala da escola depois da comissão de frente, que possuía até cores diferentes dentro do mesmo agrupamento. Entretanto havia uma excessiva repetição de ‘tiras de plástico’ em uma quantidade enorme de alas, causando uma sensação de repetição do mesmo recurso. A saia da ala de baianas, para reproduzir um efeito de cesta de palha, apelou para a sublimação.

Alegorias

Mancha Desfile2019 98O conjunto alegórico foi um dos melhores apresentados na primeira noite de desfiles no Anhembi. os carros eram grandiosos e estavam muito bem acabados e iluminados arrancando aplausos do público. O abre-alas foi um dos mais imponentes desta sexta com dois acoplamentos e esculturas enormes de negras, que chegavam a brilhar, tamanha a qualidade do acabamento. Certamente o ponto alto de todo o desfile.

Bateria

Mancha Desfile2019 47A bateria fez uma paradinha no momento em que o samba chegava no trecho ‘tambores vão ecoar’ e causava um grande canto na escola. A longa bossa ia até o trecho que falava ‘Ora iêiêô’. As terceiras desenhavam nesse momento. Uma julgadora de bateria cantou bastante o samba na torre de julgamento após o primeiro recuo.

Outros Destaques

Mancha Desfile2019 10Viviane Araújo como sempre foi um furacão na avenida. A fantasia chamou menos atenção que a peruca black-power que a beldade usava. Muitos cliques de fotógrafos e do público. O presidente da Mancha Paulo Serdan cobrou a comunidade antes do início do desfile. “Sete quesitos são com vocês. A parte da escola vocês podem ver que foi feita’. Ficou uma sensação de que a escola sentiu o peso de pisar no Anhembi apontada como uma das favoritas.

Galeria de Fotos do desfile da Império de Casa Verde no Carnaval 2019