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Caldeirão está fervendo! Comunidade da Vila Isabel ‘abraça’ o samba e canta forte nos ensaios

Os grandes protagonistas dos ensaios de rua da Vila Isabel para o Carnaval 2025 são os os próprios componentes. Chamada de “Povo do Samba” a comunidade vem “esvaziazando os pulmões” ao cantar o samba-enredo de 2025. Este ano, a Vila Isabel traz para a Sapucaí o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece”, sobre o fantasmagórico mundo do terror e das sombras, com assinatura do carnavalesco Paulo Barros. O samba é de autoria de Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva.

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Foto: S1fotografiaecomunicacao/Divulgação Vila Isabel

“Todo mundo está empolgado com o samba, participando muito, até quem não desfila. Eu vejo o pessoal falando muito na internet. Foi uma boa escolha”, disse a estudante Anna Luz Camargo, de 18 anos, que, embora tenha iniciado a desfilar na escola-mirim Herdeiros da Vila aos seis anos, retornou à avenida ano passado, já na Unidos de Vila Isabel.

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Estudante Anna Luz Camargo, de 18 anos

“O samba está muito divertido. Vai bombar na avenida. Pelo menos nos ensaios, está perfeito”, elogiou a dona de casa e mãe de Anna Luz Ruth Rodrigues, de 42 anos, que desfila pela escola de Noel desde 2008.

“É um samba que conquista muito na boca do povo. Você sente a energia das pessoas quando a gente começa (a cantar). Ele pega mesmo e as pessoas cantam com vontade”, constatou o professor Jessé Magalhães, de 43 anos, que sai pela primeira vez na Vila este ano.

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Professor Jessé Magalhães, de 43 anos, que sai pela primeira vez na Vila este ano

Para Ruth, o refrão (“Solta o bicho,/ dá um baile de alegria/ É o povo do samba/ virado na bruxaria/ O caldeirão vai ferver,/ eu quero ver segurar/ Não tem jeito,/ a Vila vai te pegar”), é o momento que mais impacta. “Pega bem a galera”, avaliou. “Todo mundo grita, participa, pula. É muito animado, eu adoro”, comentou a filha.

“A minha parte preferida do samba é justamente o começo, quando o Tinga fala solta o bicho, porque dá o pontapé inicial para a gente entrar com o pé direito e de fato soltar o bicho na avenida”, revelou o publicitário Alan Victor da Silva Correa, de 35 anos, que, assim como Jessé. estreia na Sapucaí em 2025, apesar de ter um longo histórico familiar com a Vila. É que seu pai tocou na “Swingueira de Noel” e a mãe desfilou grávida dele pela mesma escola.

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Publicitário Alan Victor da Silva Correa, de 35 anos, que estreia na Sapucaí em 2025

Além do samba, a comunidade, como sempre faz, abraçou o intérprete Tinga e o mestre de bateria Macaco Branco. “Eles coordenam muito bem a comunidade como um todo. Gosto muito da arrancada, quando chamam a comunidade para cantar e para ir junto com a bateria, na mesma levada”, manifestou-se Alan.

Para Jessé, “o Tinga hoje é a grande voz do carnaval. É absurdo o que ele entrega o tempo inteiro do ensaio, com muita voz, qualidade vocal, afinação e potência. O cara é uma lenda”.

“A voz dele não combina com nenhuma outra escola, só com a Vila Isabel”, brincou Anna Luz, com tom de seriedade.

“Ele está bem empolgado pra Vila Isabel levar esse título, que só está batendo na porta”, avaliou o porteiro João Marcelo Corrêa de Souza, de 54 anos, que desfila na Vila desde 1988, com “Kizomba, festa da raça”.

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Porteiro João Marcelo Corrêa de Souza, de 54 anos, que desfila na Vila desde 1988

“A bateria não tem o que falar. A gente só curte, sente a emoção. É uma energia fora do comum”, relatou Jessé.

“Quando a gente tá passando pelo recuo da bateria, que é onde realmente vem mais forte, a gente sente realmente que tá todo mundo dentro do mesmo lugar, do mesmo som”, explicou Alan.

“Gosto das paradinhas. Do começo ao fim, a bateria está muito boa”, admitiu João.

O carnavalesco também foi lembrado. “Gosto do Paulo Barros, gosto muito. Acho que ele sempre coloca coisas inusitadas na avenida, coisas que acabam impressionando as pessoas. Com certeza, ele vem com novidades. Vai arrepiar”, derreteu-se Ruth.

“O enredo é o único diferente das outras escolas. Ele tem uma pegada mais alegre, mais de jogar pro público mesmo. Sinto que as outras escolas estão no mesmo tema, o que não é ruim, mas a gente acaba se destacando por conta disso, por ter um samba diferente”, defendeu Alan.

“Ele veio na contramão do que tem sido apresentado pelas outras escolas, o que pode ser um grande ganho, um grande acerto da escola”, concordou Jessé.

“Como é um enredo de terror, tem muita coisa para vir, muita criatividade. A Vila, se não ganhar, que eu acho que ganha, vem aí entre as primeiras, com certeza”, projetou Anna Luz.

“A comunidade da Vila Isabel está bem empolgada quanto ao título. Todo ano, a gente vem batendo na trave, voltando sempre no Desfile das Campeãs. Esse ano, a gente está confiante em conquistar o primeiro lugar”, finalizou João Marcelo.

Centro Médico do Salgueiro promove ação de saúde com atendimento gratuito neste sábado

O Centro Médico do Salgueiro, em parceria com a Afrodits Estética Avançada, realizará neste sábado uma grande ação de cuidados com a pele e atendimento médico gratuito para a comunidade. A iniciativa acontecerá na quadra do G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro, na Rua Silva Teles, 104, no Andaraí, das 9h às 12h.

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Foto; Divulgação/Salgueiro

Durante o evento, serão oferecidas consultas gratuitas com especialistas em neurologia (adulto), dermatologia, cardiologia, clínica médica, pneumologia, urologia, ortopedia e pediatria. Além disso, o público poderá participar de oficinas de limpeza de pele, massagens relaxantes e receber kits para cuidados dermatológicos.

Afrodits Estética Avançada:

A Afrodits Estética Avançada é uma clínica especializada em cuidados estéticos e bem-estar, oferecendo tratamentos modernos e personalizados para realçar a beleza e promover a saúde da pele. Com profissionais qualificados e tecnologia de ponta, a clínica se destaca por procedimentos faciais e corporais que vão desde limpeza de pele profunda até terapias avançadas para rejuvenescimento e relaxamento.

Entre os serviços oferecidos pela Afrodits Estética Avançada, destacam-se:

Limpeza de pele profunda
Tratamentos para rejuvenescimento
Massoterapia relaxante e terapêutica
Harmonização facial

A parceria da clínica com o Centro Médico do Salgueiro reforça o compromisso social ao proporcionar acesso gratuito a cuidados dermatológicos e estéticos para a comunidade. No evento deste sábado (08), a Afrodits Estética Avançada realizará oficinas de limpeza de pele, massagens e distribuirá kits de autocuidado, promovendo bem-estar e autoestima para os participantes.

Com um atendimento humanizado e resultados comprovados, a clínica vem se consolidando como referência em estética avançada, sempre alinhada às necessidades e expectativas de seus clientes.

Centro Médico do Salgueiro:

Com mais de 40 anos de história, o Centro Médico do Salgueiro é um espaço de atendimento gratuito que oferece diversas especialidades médicas e terapêuticas à comunidade. Reformado recentemente, o local proporciona mais conforto para médicos voluntários e pacientes, recebendo cerca de 800 atendimentos mensais.

“O Centro Médico do Salgueiro é motivo de orgulho para nós, pois representa o compromisso social da escola. É um trabalho voluntário feito com dedicação e sempre buscando novas parcerias para oferecer um serviço de qualidade”, destaca André Vaz, presidente do Acadêmicos do Salgueiro.

Coordenado pela psicóloga Vilma Araújo, o centro também promove palestras e campanhas de prevenção sobre DSTs, gravidez na adolescência, suicídio e envelhecimento saudável. Além disso, realiza ações regulares de doação de sangue em parceria com o Hemorio e campanhas de vacinação com postos de saúde.

Especialidades disponíveis no Centro Médico do Salgueiro:
Cardiologia
Clínica Médica
Dermatologia
Fisioterapia
Fonoaudiologia
Ginecologia
Massoterapia
Nutrição
Ortopedia
Psicologia
Urologia
Reiki
Cromoterapia
Fitoterapia
Aromaterapia

Agendamento de consultas:
Para marcar uma consulta no Centro Médico do Salgueiro, os interessados devem entrar em contato pelos telefones: (21) 3172-0518 / (21) 98538-0224

Camarote Camisa 10 oferece a melhor localização da Sapucaí e serviços premium

Pelo terceiro ano consecutivo quem quiser assistir ao Desfile das Escolas de Samba do Rio com a melhor localização da Sapucaí o Camarote Camisa 10 é o destino certo, com todo conforto e serviços premium do espaço.

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Foto: Divulgação/Camarote Camisa 10

Localização no setor 8, no meio da Marquês de Sapucaí, está em frente a nova cabine de jurados e ao lado do ponto de transmissão da TV, garantindo assim visão privilegiada do espetáculo com todas as escolas de samba parando em frente e se apresentando viradas para a frisa do camarote.

“Assistir ao maior espetáculo da terra com uma vista privilegiada é o principal atrativo do Camarote Camisa 10. Nossa frisa proporciona uma experiência única, sentindo a emoção da avenida como se estivesse dentro do desfile, acompanhando cada detalhe do que as agremiações prepararam e se emocionando com o coração da bateira pulsando bem de perto”, destaca Luiz Guimarães, sócio do camarote e Presidente da Unidos de Vila Isabel.

Serão 1.900 metros quadrados divididos em dois andares para garantir mais conforto ao púbico, que terá ainda acesso a serviços especiais como meeting point no VillageMall, transporte in/out com ponto de encontro na Barra e na Zona Sul, espaço beauty e chapelaria. Além de open bar premium, o buffet será assinado pelo chef Rafa Gomes, que se tornou conhecido nacionalmente ao se sagrar campeão do Masterchef Brasil.

“A cada ano buscamos aprimorar a experiência para o público. Para este carnaval investimos em atrações incríveis que animarão ainda mais os foliões e também trouxemos o brilhantismo da gastronomia do Rafa Gomes para somar ao que oferecemos”, destaca Iuri Cruz, sócio do Camarote Camisa 10.

Para deixar tudo ainda mais especial, um line-up de artistas foi cuidadosamente selecionado para agitar o púbico no intervalo dos desfiles. Nomes como Belo, Xande de Pilares, Ferrugem, Marcelo Falcão, entre outros estão confirmados. Confira abaixo a agenda das atrações:

28/02 – Série Ouro
Chefin, Mumuzinho e Cabelinho

01/03 – Série Ouro
Kevin o Chris, Pixote e Bin

02/03 – Grupo Especial
Xande de Pilares, Marcelo Falcão e Orochi

03/03 – Grupo Especial
Tie, Poze, Buarque e Atração Surpresa

04/03 – Grupo Especial
Ferrugem, Maneirinho e Pagode do Adame

08/03 – Desfile das Campeãs
Belo, Filipe Ret, Gustavo Lins e Pagode do Adame

Os ingressos custam entre R$ 1.390 e R$ 2.650 com parcelamento em 2x sem juros, ou até 10 x com juros no cartão; ou pagamento por PIX (valores sujeitos a virada de lote). A venda é através da Ticketmaster.

Jorge Silveira conta que enredo do Salgueiro para o Carnaval 2025 traz a identidade da escola

O carnavalesco do Salgueiro para o Carnaval 2025, Jorge Silveira, conversou com o CARNAVALESCO e falou sobre a ideia de falar sobre o fechamento do corpo, momentos interessantes durante a pesquisa do enredo, e sobre a diversidade de temas afros nos enredos para o próximo carnaval.

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Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Jorge começou contando como surgiu a ideia do enredo da Vermelho e Branco da Tijuca, partindo da busca de um enredo que contivesse a identidade salgueirense em vista de valorizar a escola e sua espiritualidade afro-brasileira.

“A perspectiva do Salgueiro sempre foi uma construção de algo na direção do sentimento do salgueirense, da identidade salgueirense e, desde o começo, o objetivo sempre era fazer um resgate da espiritualidade da escola. Era um desejo da comunidade, era um desejo da diretoria. A gente começou a pesquisar o assunto e entendemos que era o momento de tocar nesse assunto, de fechar o corpo do Salgueiro para que ele possa se projetar para disputar o carnaval em 2025. O enredo nasce da observação do próprio desejo da escola. Eu sempre gosto de valorizar a identidade das agremiações. Acho que o Salgueiro já estava desejoso há bastante tempo de retornar a sua espiritualidade afro brasileira e acho que é um bom momento, uma boa oportunidade”.

O carnavalesco contou também de partes que chamaram sua atenção durante a pesquisa do enredo, como o fechamento do corpo na época do cangaço, e o fechamento feito por algumas tribos indígenas:

“Na construção desse enredo, em um primeiro momento a gente pensa que a gente vai falar apenas de Umbanda, de Candomblé, que é a imagem inicial que vem na cabeça de todo mundo, mas a gente vai abrir bastante esse leque e perceber que tem outras derivações religiosas que também tem rituais de fechamento de corpo. A gente vai ter um capítulo inteiro do desfile, por exemplo, falando sobre o fechamento de corpo na época do cangaço. Diversas tribos de cangaceiros, de grupos de cangaceiros, utilizavam-se de cerimoniais de fechamento de corpo para se proteger da ação da polícia. A gente vai mostrar isso no nosso universo. Tem tribos indígenas específicas que também tem esse tipo de manifestação. Então, a gente vai abrir bastante esse leque para mostrar que essa manifestação está presente nas mais diversas culturas das religiões brasileiras”.

O carnavalesco também pontuou sua visão sobre a diversidade de enredos negros, ou afros, no próximo carnaval, enfatizando que cada um traz uma visão dentro da festa que é na sua essência, preta, e como fica feliz em ver as escolas numa mesma sintonia nesse sentido:

“O ponto de partida é pensar que essa é uma festa, genuinamente, originalmente, totalmente preta. E como é curioso a gente se perguntar que pela primeira vez, em cem anos de festa, a gente finalmente tem uma predominância de enredos negros. E como é bonito assistir tantos enredos negros e todos completamente diferentes. Como é importante a gente refletir sobre a marca da negritude na construção da cultura brasileira como algo diverso, imenso, ainda totalmente inexplorado na sua plenitude. Eu fico muito feliz de ver que outras escolas estão em sinergia, pensando em maneira colaborativa para a construção de uma narrativa maior e coletiva, e acho que a palavra desse ano do Salgueiro é coletivo. A gente está pensando muito em um arco bem amplo. Eu fico muito feliz e que venha cada vez mais enredos negros e pretos no carnaval”.

Coração insulano! Componentes da Ilha focados na volta para o Grupo Especial

Com 71 anos de tradição, a União da Ilha do Governador, uma das escolas de samba mais queridas do Rio, vive um momento decisivo em 2025. Rebaixada em 2020, a agremiação insulano embarca em uma jornada repleta de esperanças e desafios para reconquistar seu lugar no Grupo Especial em 2026. O enredo “BA-DER-NA! Maria do Povo”, do carnavalesco Marcus Ferreira, que celebra a força da mulher brasileira e a cultura popular, é o mote para a campanha que mistura emoção, crítica às adversidades e confiança na vitória.

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Em conversa com o CARNAVALESCO, componentes e diretores da escola compartilharam suas perspectivas sobre a batalha rumo ao título. Fábio Moraes, 72 anos, integrante há 54 carnavais, não esconde a paixão: “O coração insulano nunca se magoa, porque sempre vem a responsabilidade de decidir. Tivemos injustiças, mas este ano vamos nos sagrar campeãs. Será uma comemoração dupla: pelos 72 anos de vida que Deus me deu e pelo renascimento da Ilha”.

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Fábio Moraes, 72 anos, integrante há 54 carnavais, não esconde a paixão

A preparação técnica também ganha destaque. Dudu Falcão, diretor de carnaval, revelou que o samba-enredo “forte” e a evolução musical são trunfos, mas alerta: “Nada foi perfeito ainda. Temos um mês para ajustar pontos negativos e aprimorar até os positivos. A parte musical foi o alto do desfile, mas não podemos relaxar”.

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Dudu Falcão, diretor de carnaval

A competição acirrada na Série Ouro é outro desafio. Luiz da Ilha, ex-fotógrafo e atual membro da escola, lembra: “Só uma sobe, e várias estão fazendo carnavais excelentes. Já batemos na trave, mas 2024 será nosso ano. Comecei aqui há 20 anos, e a Ilha sempre renasce”.

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Luiz da Ilha, ex-fotógrafo e atual membro da escola

Marcelo, mestre de bateria, critica as recentes colocações da agremiação (7º lugar em 2024) e projeta uma virada: “O jurado espera a Ilha no Especial, mas estamos há quatro anos na Ouro. Este ano, porém, estamos impecáveis: alegorias, fantasias e a bateria estão show. Se dependesse de mim, seria 10 em tudo!”. Ele adiantou ainda uma novidade: a fusão da bateria tradicional com uma fanfarra, prometendo um “encontro apoteótico” na Sapucaí.

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Marcelo, mestre de bateria

Com ensaios intensos e otimismo, a União da Ilha aposta na mistura de tradição e inovação para, enfim, resgatar seu lugar no Grupo Especial. Como resumiu Marcelo: “Quando a avenida estiver cheia e iluminada, será mágico. A Ilha vem para vencer”. A resposta virá no Sambódromo, mas, no asfalto, a certeza é uma só: o coração insulano continua batendo forte.

Viva a rainha! Sabrina Sato comemora aniversário na Vila Isabel com direito a bolo e parabéns especial

Por Carolina Freitas (Colaborou Gabriel Radicetti)

A Unidos de Vila Isabel realizou mais um ensaio de rua na noite da última quarta-feira, antes do primeiro ensaio do ano na Marquês de Sapucaí, no próximo sábado. Embora tenha tido um ótimo desempenho, o parabéns especial ficou para a rainha de bateria, Sabrina Sato, que comemorou seu aniversário de 44 anos (completados no dia anterior) com a escola carioca favorita. A apresentadora entrou no tema e chegou vestida de Elvira, a Rainha das Trevas, personagem clássica dos filmes de terror dos anos 80. A fantasia tem tudo a ver com o atual enredo da Vila, “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”, que irá abordar as assombrações que fazem parte do imaginário popular.

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Fotos: Carolina Freitas e Gabriel Radicetti/CARNAVALESCO

Apesar de ser paulista, Sabrina nunca fez questão de esconder a paixão que tem pela Vila Isabel. Enquanto em São Paulo ela desfila na Gaviões da Fiel, no Rio o coração dela é totalmente azul e branco. Ao CARNAVALESCO, a artista disse, emocionada: “Para mim é um sonho estar comemorando o meu aniversário aqui. Eu entrei na Vila em 2010, e a gente está em 2025, é uma longa história com a comunidade e com a escola, que envolve muito amor. Eu sou muito feliz aqui”.

Inspiração para comunidade

Todo esse carinho que a majestade tem pela Vila é retribuído em peso pela comunidade e pelos seus integrantes, que não conseguem mais imaginar a agremiação sem ela. Além do excelente samba no pé, o carisma da moça é o que mais encanta a todos, como faz questão de destacar Paulo Sperle, de 58 anos, morador do bairro, que desfilará na ala 17.

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“A Sabrina é um ícone. Mas quanto ao nosso carnaval, a entrada dela como nossa rainha de bateria trouxe uma visibilidade muito grande e positiva para a Vila Isabel, tanto para a escola, quanto para toda a comunidade e para o bairro. Ela é uma pessoa bem alegre, bem carismática, bem povão mesmo, além de ter uma beleza própria, que realmente representa muito bem a Vila. Ela abraça tudo com muito carinho. A gente vê, porque eu acompanho. Sou super feliz em tê-la aqui”.

Realmente, Sabrina não mediu esforços para tentar atender cada pessoa que a parava pedindo fotos e abraços. Sempre muito solícita e simpática, a aniversariante fez questão de distribuir amor aos seus admiradores.

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“A Sabrina é a luz, a alegria em pessoa. Embora, nem do Rio ela seja, é como se ela fosse da comunidade. Ela gosta muito do pessoal. Para mim ela é uma musa, uma inspiração, alguém que eu gostaria de ser”, confessa a operadora de máquinas de impressão Fernanda Oliveira, de 52 anos, que já desfila na Vila há mais de 10 edições.

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“Eu sou suspeito para falar da Sabrina, porque ela é e sempre foi simpatia. Mesmo quando ela afastou e voltou para a escola. Ela é demais. Vem e brinca com todo mundo, fala com todo mundo. É a verdadeira merecedora desse cargo de Rainha de bateria. Já está identificada com a escola. Ela é da Vila Isabel e não tem jeito”, se gaba Marcos do Cavaco, integrante da bateria e jornalista, de 53 anos.

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Encontro de rainhas

Quem também estava lá para prestigiar a amiga era Erika Januza, a rainha de bateria da Viradouro. As duas trocaram muito afeto enquanto Sato se preparava para começar o desfile à frente da “Swingueira de Noel”.

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Além de um caloroso ‘parabéns’, puxado pelo intérprete Tinga e acompanhado pela bateria liderada pelo Mestre Macaco Branco, a comemoração também contou com uma festa na Quadra da Vila, logo após o encerramento do ensaio. Uma fila enorme se formou para conseguir um pedaço do “bolo da Sabrina”.

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Mestre Macaco é amigo pessoal de Sabrina, e dividiu a alegria de estar comemorando a data ao lado da beldade.

“A Sabrina já faz parte dessa família há muitos anos. Ela é uma mulher, mãe, amiga e irmã excelente. Eu e minha família frequentamos a casa dela, e ela frequenta a nossa casa. É a tia dos meus filhos e uma irmã para mim e para a Dandara, minha esposa. Sabrina é um ser humano maravilhoso. Essa alegria que ela irradia e passa para todos nós é pura verdade. Ela é isso aí, é coração. Sabrina, um beijo no teu coração. A família Swingueira te ama muito”.

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Quem também fez questão de mandar um recado especial para a musa foi o intérprete Tinga.

“A Sabrina Sato é uma querida sempre. O mundo ama a Sabrina, não só a Vila Isabel. É uma pessoa que tem um carisma maravilhoso, uma simpatia maravilhosa, então a gente é apaixonado por ela, toda a bateria e toda a comunidade, não vamos querer que ela saia daqui nunca! É nossa rainha! Parabéns para ela, estamos juntos sempre”.

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O presidente da Vila Isabel, Luizinho Guimarães, é outro que só tem elogios para fazer à rainha.

“É um orgulho imenso tê-la no posto de nossa rainha há mais de 10 anos. A figura dela significa muito para a Vila Isabel, inclusive para as futuras gerações. As nossas crianças se inspiram muito nela ao almejarem ocupar esse posto de rainha, ou quem sabe de musa, futuramente. E ela tem esse carisma. A energia que a envolve é muito forte. Mesmo sendo de São Paulo, ela consegue trazer isso para o ambiente do carnaval. Ela é nosso motivo de muito orgulho. Espero que ela fique com a gente por mais 20 anos. Ela comemorou o aniversário no melhor lugar possível, que é o ambiente em que ela é a mais apreciada e bem recebida. É muito gratificante saber que a gente, de fato, é uma extensão da casa dela. A Vila Isabel sempre irá amá-la, assim como e ela sempre irá amar a Vila”.

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Veja mais imagens da festa para Sabrina

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Fred Nicácio será destaque no desfile da Unidos de Padre Miguel

A Unidos de Padre Miguel anuncia que o médico, apresentador e ex-BBB Fred Nicácio será um dos destaques de seu desfile no Carnaval 2025. Conhecido por sua forte representatividade, carisma e engajamento em pautas raciais e sociais, Fred chega para somar à apresentação da vermelha e branca da Zona Oeste.

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Foto: Divulgação/UPM

Fred Nicácio esteve no barracão da escola, localizado na Cidade do Samba, Zona Portuária do Rio, onde conheceu de perto o projeto do desfile e ficou encantado com a grandiosidade da proposta.

Com um enredo que exalta a ancestralidade e a cultura afro-brasileira, a escola retorna ao Grupo Especial após 52 anos com “EGBÉ IYÁ NASSÔ”, uma emocionante celebração da história e do legado de Iyá Nassô, sacerdotisa africana responsável pela fundação do primeiro terreiro de candomblé registrado no Brasil.

A escola da Vila Vintém irá se apresentar no domingo de Carnaval, dia 02 de março, na Marquês de Sapucaí, abrindo a primeira noite do Grupo Especial.

Barracões Série Ouro: Estácio de Sá promete encantar na avenida com a história dos encantados amazônicos

A Estácio de Sá se prepara para entregar mais um bom desfile no Carnaval 2025. Isso porque ela fez uma ótima apresentação no ano passado, que lhe rendeu o terceiro lugar na Série Ouro. Agora, a vermelha e branca está com sede pela vitória, e para isso, aposta em um enredo que possibilita uma infinidade criativa dentro de um assunto já bastante abordado na avenida. De autoria do carnavalesco Marcus Paulo, “O Leão Se Engerou em Encantado Amazônico” fala sobre os povos originários do Brasil sob um novo olhar, explorando suas crenças e cultura através da história dos encantados amazônicos.

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O CARNAVALESCO esteve no barracão da escola para ver como essa narrativa está sendo materializada, e batemos um papo com Marcus Paulo, que nos contou como foi o caminho e desafios encontrados para chegar na escolha deste tema.

“A escola me deu essa missão de falar da Amazônia e contar a história dos povos originários, mas eu não queria, de verdade. Já não falaram muito do Brasil? A gente já vai para a Sapucaí esperando esse tema. Alguma escola vai fazer. Fiquei muito incomodado, porque há bem pouco tempo o Salgueiro fez um enredo muito bonito sobre isso, e a Porto da Pedra também, com o Mauro Quintaes, que é meu amigo, que trouxe o olhar de um estrangeiro que nunca foi para a Amazônia, mas tinha aquela visão de fora, do europeu pesquisador. Eu fui pesquisar muito contrariado, já inclinado a fazer outro enredo que gosto muito, que já está me acompanhando há muito tempo e ainda não consegui executar. Foi quando eu esbarrei com essa história dos encantados amazônicos, aí fiquei muito curioso para saber quem eram e porque a gente não ouve falar sobre eles aqui no Sudeste. Quem são? O que eles representam? O que está por trás desse arquétipo? O que significa isso? Eu fiquei muito curioso, e aí fui, mesmo que despretensiosamente, pesquisar mais sobre eles. Até porque eu gostei da palavra ‘encantados’. Acabei descobrindo que o que chega aqui para a gente como folclore, a Caipora, o Ganhabora, o Curupira… São encantados amazônicos, e para alguns povos originários, principalmente para o povo Tembé (indígenas), é como se fosse uma religião. Eles acreditam que esses encantados são a própria natureza que se gera para se autoproteger e para proteger o povo da mata (quem trabalha e vive da mata). E esses encantados me encantaram! Aí, eu falei: está aí o meu enredo! Eu vou falar de povos originários, mas desse aspecto. Vou falar da Amazônia, mas trazendo um olhar totalmente diferente do que já foi dito na Marquês de Sapucaí. Estamos contando a história dos encantados, como eles representam cada elemento, como defendem a floresta e como representam a cultura amazônica”.

Riqueza do foclore engerada na Avenida

O carnaval é uma festa popular que faz parte das manifestações culturais do nosso país, logo, tem essa ligação direta com o folclore brasileiro, que é rico e diversificado, e também conta com influências africanas, indígenas e europeias. Sabendo disso, Marcus aproveitou para extrair o que há de mais fantástico nessa junção, e usou a criatividade para transformar isso em arte.

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“O que me encantou nesse enredo é que eu pude viajar muito, porque essa história dos encantados é muito lúdica, muito rica de imagem, o que me fez carnavalizar muito minhas fantasias. Eu vim de um enredo um pouco mais documental do ano passado, que contava as histórias de duas meninas pretas escravizadas. Sempre defendo a minha sinopse dizendo que é uma história baseada em fatos reais, mas também carnavalizada e adaptada artisticamente. Eu sempre coloco ali o meu toque, mas esse ano eu pude fazer isso muito mais, porque para os povos originários e para quem vive na mata, a realidade se confunde com a fantasia. O que para a gente é fantasia, para eles é real. A partir daí, ficou um enredo muito bacana. O desfile está muito colorido e me permitiu fazer fantasias lindas”.

Poder da originalidade para se destacar entre as demais

Todo ano, cada escola de samba recebe o desafio de trazer algo jamais visto para o Sambódromo. Essa tarefa é difícil, mas ela não parece ter sido um empecilho para Marcus, que em vez disso, considera sua narrativa como o grande trunfo da escola neste ano. Ele ainda destaca a importância de um povo contar suas próprias vivências e narrativas, explicando como os pesquisadores devem dar voz aos contadores de estória para fazer um trabalho bem feito.

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“Estou trazendo cultura do povo da mata que ainda não foi contada dessa forma, com eles contando a história deles, apresentando o que são esses encantados, o que eles representam, como eles protegem e concebem cada elemento da floresta, demonstrando como eles são a força da própria natureza que se gera e se transforma em alguma coisa pra se autoproteger. Então, esse é o diferencial dentro de um tema muito explorado na Marquês de Sapucaí. Seja falando de Amazônia ou de povos originários, eu consegui pincelar um aspecto que não é tão explorado”.

Medo do desconhecido gera ignorância

O carnaval também cumpre o papel de levar informação para a sociedade. Através de uma jornada mística feita por seu leão mascote, o desfile da Estácio irá desmistificar os preconceitos criados em torno das lendas e mitos da Floresta Amazônica.

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“Esse ano, por exemplo, temos o enredo da Vila Isabel, que traz o Curupira como uma assombração. E como o Curupira se transformou em uma assombração? Foi quando o homem branco chegou para explorar e ouviu falar nesse ser dos povos originários, aí ele imediatamente o demonizou, assim como ele demonizou as religiões africanas. Como se tratava de um ser que causava medo a ele, que era dito por ali que se ele entrasse na mata para explorar, seria castigado, ele o colocou como um demônio. E, para o povo da mata, o Curupira é a maior força da natureza. Além dele ter esse nome, ele tem vários outros nomes. Ele se transforma em várias coisas, como rio, água, fogo, galho, árvore, cobra … E é dessa forma que a gente estará o retratando na Marquês de Sapucaí”, explica o artista.

Mas, afinal, o que é um engerado?

“Essa palavra eu descobri conversando com pesquisadores e folcloristas locais, porque nos meus trabalhos eu quero sempre trazer a visão de dentro, não do pesquisador de fora. Então assim eu soube o que é o engeramento, que além do incorporar, é se transformar, se mutar em alguma outra coisa. Uma árvore se transforma em animal, animal se transforma em água, que se transforma em rio, que se transforma em gente, ou pode ser metade rio, metade gente. Esse engeramento será o meu grande trunfo na avenida, porque as pessoas não verão um indígena como indígena, ou um animal como um animal, verão sempre tudo engerado, transformado. Inclusive, os protetores que perderam a vida protegendo a mata, como Dorothy Stang, Dom Phillips, Chico Mendes e vários outros. Eles retornam no nosso enredo, mas não na forma que eles tinham em vida, porque o povo lá acredita que eles se engeraram e se transformaram em outra coisa, em um outro animal e continuam ali. Eles não acham que eles saíram da floresta. No nosso enredo, nada é como é. Tudo está transformado, está engerado. É tudo muito colorido, porque a Amazônia é extremamente colorida, apesar de ser ‘verdona’ se vista de cima, pois quando você a adentra, descobre as cores vibrantes, cítricas, cores que a gente não percebe normalmente, os lilases, os laranjas, que tem ali nas minúcias da floresta. Então o meu desfile está bem colorido. É um enredo encantado mesmo. Não tem como ele dar errado, de verdade. Realmente, dá para brincar muito. É uma coisa muito lúdica, bem bonita”.

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Não se faz caraval sem grandes referências

Por trás de todo bom carnavalesco, há outros carnavalescos que já fizeram história no Carnaval. Marcus Paulo cita suas referências no ramo em que atua, e conta como seus ídolos influenciam o seu trabalho.

“Eu sou fã de Joãozinho Trinta e de Oswaldo Jardim. Eles criavam muito esses mundos deles. Joãozinho Trinta, em uma entrevista, foi cobrado sobre o fato de a África não ser do jeito que ele havia retratado. Ele trouxe alguma coisa que não existia lá. Aí, na época, ele falou ‘Se você quer ver a África, pegue um avião e vá para a África. Essa é a minha África’, então os meus enredos têm essa pegada. O carnavalesco tem que viajar. Ele é contratado pela arte e pela expertise dele. É um artista. Eu sou um artista. Procuro criar meus mundos dentro de mundos que já existem, colocando a minha carnavalização e as minhas fantasias, e esse enredo está me permitindo isso enormemente. Estou apaixonado, e acho que todo mundo vai se encantar com a obra”.

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Este é o terceiro ano do carnavalesco na agremiação estaciana. Com um currículo que inclui outros grandes nomes como Unidos da Tijuca e Unidos de Bangu, ele fala sobre a experiência de estar mais uma vez à frente de uma das queridinhas do samba.

“É uma escola que se identificou comigo e eu estou identificado com ela. Super bacana. Muito mesmo. Inclusive, eu já tenho um fechamento para o ano que vem, seja qual for o resultado, que será positivo. “O casamento está bacana. Está legal. Eu entendi o que é a Estácia de Sá e toda a sua grandeza. Por exemplo, a preocupação que eles têm com o maior símbolo deles, que é o leão. Eles gostam de ver o leão grandioso, bonito. O desfile de escolas de samba nasceu da Estácia de Sá. Ela criou o ritmo samba-enredo. Esse ritmo do samba enredo. Ela nasceu para isso. Para disputar e ser melhor que as outras, sempre com muito respeito entre si. É uma escola que se vê grande, independente da dificuldade. Eu cheguei e peguei uma escola muito apreensiva, vindo de dois desfiles anteriores com muitos problemas. O artista anterior não entendeu muito bem o símbolo dela, e veio muito pequenininho, fazendo com que o desfile não fosse legal. Não foram os anteriores. Eu peguei uma escola bem preocupada. Bem tensa. Desde o primeiro desfile no nosso casamento, a escola está muito alegre, querendo disputar o título e voltar para o Grupo Especial. Lotam a quadra nos ensaios, lotam a rua. Costumo dizer que eu estou em casa. Faço parte dessa família estaciana hoje em dia”.

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Mas nem tudo são flores. Com a pouca verba liberada para o Grupo de Acesso, os carnavalescos encontram muitas vezes dificuldades para executar suas ideias.

“Quando eu estava na Unidos da Tijuca, eu driblava essa condição, porque sabíamos que o presidente é um bom administrador, mas não é milionário igual os outros. A verba era sempre muito curta, e tínhamos que nos virar. Se buscarem por meus desfiles anteriores na Tijuca verão que não tinha luxo, mas as ideias estavam ali, bem colocadas e com boas soluções. Lá eu driblava, porque mesmo menos pomposa, tinha a verba. Aqui não tem o que driblar. Não é uma barreira que eu pulo e vou andar um pouquinho. Não tem verba, não tem poder público para olhar, não tem decência para a gente trabalhar, então temos que ser artistas ao pé da letra, estar com a arte sempre aflorada para criar alguma coisa que caiba minimamente no bolso, pois infelizmente precisamos de dinheiro, não tem jeito, não se faz carnaval sem dinheiro. Conseguimos driblar isso, minimamente, com ideias. Por exemplo, ideias para manter o visual que queremos, mas com materiais que fujam do comum do carnaval caro. Tem que ser tudo barato, mas eu procuro imprimir ali a forma do que eu quero passar com itens alternativos. Eu consegui no ano passado, temos o maior orgulho de ter levantado o troféu de terceiro lugar. Queremos mais esse ano, mas é uma escola feliz, e agora eu estou indo do mesmo jeito, disputando com escolas que divulgaram ter verbas pomposas e com outras que tem verbas duplas. Eu fui com a minha verba mínima e cheguei longe. Costumo dizer que a gente consegue fazer uma obra de arte tanto lapidando um diamante que custa milhões quanto pegando um pedaço de madeira e talhando. Tem esses dois lados da arte, e o luxo não é quesito. A obra precisa ser bem compreendida e bem desenvolvida. Eu não fico muito preocupado com dinheiro, se não tiver eu vou fazer do mesmo jeito. O que eu gosto como artista é criar. Não tem como ficar esperando alguém ganhar na mega sena ou fazer uma doação, você tem que fazer sua arte com o que tem, botar o pé no chão e tenta ser criativo o tempo todo. O que eu escrevo vira música, vira um samba-enredo que vai ser eternizado e depois transformado em elementos que compõem um desfile belíssimo que vai ser eternizado para a vida inteira. Como não ser feliz fazendo isso? Não tem nada que tire a minha felicidade, com dinheiro ou sem dinheiro”.

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Dentre as alternativas citadas pelo artista, está a reciclagem de materiais utilizados em desfiles anteriores.

“O pessoal vai ver materiais bem alternativos, até mesmo reutilizados, mas de formas diferentes. Esse ano a gente começou a trabalhar muito cedo, fomos testando várias possibilidades para achar as formas e as cores para representar essa cultura dos encantados que é muito colorida e muito diferenciada do que a gente está acostumado a ver”.

Conheça o desfile da Estácio de Sá

A Unidos do Estácio de Sá vem em 2025 com cerca de 2 mil componentes, 3 carros alegóricos e 1 tripé na comissão de frente. Marcus Paulo, ao CARNAVALESCO, fez a setorização do desfile da escola.

COMISSÃO DE FRENTE: Esta ala vem com dois elencos, contando com 27 bailarinos. A abertura começa com o ritual de engeramento, que é um ritual de pagelança para poder engerar o meu leão e apresenta-lo ao que é a Floresta Amazônica. Ele não é um animal da nossa fauna, está presente no continente africano e em outros cantos do mundo, mas no nosso país não tem. Eu brinco com essa coisa lúdica onde o pagé convida ele pra um ritual de pagelança e ali engera ele, o transforma ele em um encantado e o leva para conhecer cada elemento que compõe aquela Floresta Amazônica, a qual ele está sendo convidado a proteger. Então esse ritual do leão faz parte da minha comissão de frente e do meu primeiro casal. Ali está a minha abertura, até o abre-alas, que é esse leão totalmente engerado, imerso nesse universo da Amazônia.

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SETOR 1: No meu primeiro setor, o leão é recebido por Yamandacy, que é a encantada dona da mata. Os povos originários pedem permissão a ela para entrar na mata e terem um bom dia de caça, caso o contrário, eles se perdem. Aí, ela recepciona esse leão engerado, que recebe do pagé o nome de Guarini, que significa guerreiro lutador. Ela então o apresenta aos encantados que representam cada elemento dessa mata, como o que representa as pedras preciosas, o das riquezas profundas, o da vegetação rasteira, o das águas, o das grandes árvores, o do arco, e etc. Depois que ele os conhece, ele passa para o segundo setor.

SETOR 2: Aqui, Guarani conhece os encantados que protegem a floresta, e percebe que a ganância ou qualquer seja o sentimento que alguém tem ao entrar na floresta e na própria natureza, se volta contra ele e reverbera nesses encantados. É o encantado que percebe quando você entra com ganância e te prega peça, como trançar seu pé no cipó para que não consiga andar ou te cegar no meio da mata para você se perder do seu caminho. Eles têm umas artimanhas que te deixam tonto. Assim, ele passa a saber como é feita a
proteção da floresta.

SETOR 3: No terceiro setor, nosso leão conhece os encantados que representam as festas e os folclores da Mata Amazônia. As pessoas conhecem muito Parintins, não é? Mas lá tem uma centena de outros festivais. O Festival de Mocambo, o Fstival de Capiranga, o Festival folclórico de Manaus. E cada festival desse tem um encantado como representante. Por exemplo, a Adana Encantada, que é uma serpente que vive no fundo da ilha, representa o festival de Manaus. Os bois, que quando estão engerados ali com os tripa, que representam o festival de Parintins. E tem um outro festival que é representado por um Mocambo, por um cavalo marinho. Então, o leão também conhece esses encantados que representam cada festival. E no final, ele convida esses encantados a participar do nosso desfile aqui na Marquês de Sapucaí. Esse enredo é lindo. Estou literalmente encantado por ele. Espero que todo mundo se encante também”.

São Paulo afirma ter o ’maior carnaval de rua do Brasil’ e causa reação de cidades brasileiras

Uma publicação do perfil oficial da prefeitura de São Paulo no Instagram, realizada no dia 1º de fevereiro promovendo o carnaval de rua da cidade, repercutiu não apenas entre os cidadãos, mas também entre contas ligadas a outros órgãos municipais e estaduais brasileiros. No corpo do conteúdo, a conta paulistana exalta o recorde de 767 blocos inscritos para se apresentar no município ao longo de 860 desfiles que ocorrerão na temporada carnavalesca local.

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“O maior Carnaval de Rua do Brasil está chegando, amigos!

E esse ano vai ser gigante. São mais de 860 desfiles e 767 blocos inscritos que vão fazer a cidade toda ferver, pra animar os foliões da capital e turistas.

Prepare sua fantasia para uma festa histórica! As descrições e trajetos dos blocos devem ser publicados nos próximos dias

#CarnavalDeRuaSP #Carnaval2025 #PrefeituradeSaoPaulo”, diz a publicação.

A maior festa popular do mundo leva milhões de foliões às ruas de vários estados e cidades brasileiros, e os perfis oficiais de alguns deles reagiram à publicação paulistana. O governo da Bahia, as prefeituras de Belo Horizonte, Olinda, as contas oficiais dos carnavais de Olinda e Recife, além da Assembleia Legislativa de Pernambuco fizeram comentários no conteúdo.

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“ Calma, amiga. Respeita mainha! Antes de usar essa unidade de medida, é bom avisar a terra do Axé, né? ”, @govba

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“Uai, cês tão falando de carnaval? Podem ficar com a disputa do maior, que ficamos com o título de melhor.”, @prefeiturabh

“Oi, São Paulo! ”, @prefeituradeolinda

“Alguém me chamou aqui? ”, @carnavaldeolindaoficial

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“Maior Carnaval de rua do Brasil” ? Quem me chamou? ” @carnavalrecife

“Aham, Cláudia… senta lá!”, @assembleiape

O comentário do perfil da prefeitura de Recife, inclusive, gerou resposta por parte da conta de São Paulo.

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“Obrigada pela homenagem, @prefsp, qualquer coisa vai avisando. Só lembrando… o maior carnaval de rua em linha reta do universo começa dia 27. Ah… e se for chorar manda áudio! ”, comentou a @prefeiturarecife.

“Que bom que vocês gostaram da nossa homenagem @prefeiturarecife! São Paulo é a terra onde o Brasil se encontra. Aqui, a gente homenageia e celebra também a cultura e a alegria dos pernambucanos, baianos, cariocas… Com recorde de 767 blocos inscritos e a expectativa de atrair 15 milhões de foliões, São Paulo vai promover mais uma grande festa sem fronteiras, para todos os ritmos e gostos. Vai ter frevo, vai ter axé, vai ter samba, vai ter funk, e muito, muito mais. No ano passado teve Galo da Madrugada e este ano vai ter de novo  Venham todos se divertir conosco no maior carnaval do Brasil!”, respondeu a @prefsp.

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O perfil oficial da prefeitura de Salvador no X publicou um print da postagem de Sâo Paulo…

“E aí, @prefolinda e @prefrecife! Eu conto ou vocês contam?”, @prefsalvador

… Que chamou atenção da conta da cidade do Rio de Janeiro.

“”, @Prefeitura_Rio

 

Componentes revelam emoção de ver a União de Maricá ganhando força no cenário do carnaval carioca

As ruas foram tomadas na última sexta-feira pelos integrantes da União de Maricá para mais um ensaio de rua, preparando-se para o grande desfile. A escola será a sexta a pisar na Marquês de Sapucaí na disputa da Série Ouro, divisão de acesso do Carnaval do Rio de Janeiro. A energia e empolgação do ensaio reuniu intérpretes, passistas, mestre-sala e porta-bandeira, além da bateria “Maricadência”.

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Foto: Divulgação/União de Maricá

Com uma grande estrutura, a agremiação levará 1.600 componentes divididos em 18 alas e três carros alegóricos para brilhar na passarela do samba. O samba-enredo deste ano, cantado pelos intérpretes Matheus Gaúcho, Nino do Milênio e Bico Doce, “O Cavalo de Santíssimo e a Coroa do Seu 7”, é uma homenagem à mãe de santo Cacilda de Assis e ao exu festeiro e musical da umbanda carioca, Seu 7 da Lira, figura icônica das décadas de 1970 e 1980. Nas redes sociais, um vídeo publicado pelo CARNAVALESCO mostrou o entusiasmo dos integrantes cantando o samba com garra e emoção.

Resposta da comunidade

A reportagem conversou com alguns integrantes da comunidade sobre a emoção de ver a União de Maricá ganhando força no cenário do carnaval carioca. Elizabeth Santos Pimentel, de 58 anos, costureira e manicure, Suellen Pimentel, de 39 anos, técnica de enfermagem, e Maria das Graças, de 60 anos, costureira, falaram sobre a felicidade de representar a cidade na avenida.

As três moram em Maricá há diferentes períodos: Elizabeth há doze anos, Ellen há dez, e Maria das Graças há quase quatorze. Quando perguntadas sobre como é ter a escola de samba de Maricá representando-as no Sambódromo, Elizabeth expressou que estão lutando para ir com o Grupo Especial.

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Elizabeth Santos Pimentel, de 58 anos, costureira e manicure, Suellen Pimentel, de 39 anos, técnica de enfermagem, e Maria das Graças, de 60 anos

“Estamos lutando para chegar ao Grupo Especial. Para nós, isso é um sonho se tornando realidade. É maravilhoso ver a nossa escola crescer e saber que fazemos parte disso”, disse Elizabeth.

Ellen destacou: “O carnaval sempre fez parte da minha vida, mas agora, desfilar pela União de Maricá, que representa a nossa cidade, é uma experiência ainda mais especial”.

Maria das Graças complementou: “É uma emoção indescritível. Estar na Sapucaí pela primeira vez, com minha comunidade, é algo que jamais esquecerei”.

Sobre o carnaval, Elizabeth e Maria das Graças estão desfilando pela primeira vez em uma escola de samba, enquanto Ellen já teve essa experiência em outra escola. Quando questionadas sobre o que esperam do desfile, Elizabeth mencionou a emoção e a energia do evento, e todas concordaram que desejam ser campeãs no grupo especial, “se Deus quiser”.

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Foto: Divulgação/União de Maricá

“Queremos ser campeãs! Vamos entrar na avenida com garra e dar o nosso melhor para levar o título”, afirmou Elizabeth, enquanto Ellen e Maria das Graças concordaram.

Outra integrante que expressou sua emoção foi Miriam Passos, de 57 anos, diarista e moradora do Parque Nanci. Miriam desfila pela União de Maricá desde sua fundação e acompanha o crescimento da escola de perto. “Ver a nossa escola na Sapucaí é uma conquista enorme. Meu sonho é vê-la disputando de igual para igual no Grupo Especial”, declarou.

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Miriam Passos, de 57 anos, diarista e moradora do Parque Nanci

Para ela, acompanhar o crescimento da escola e vê-la na Sapucaí é emocionante. O sonho de Miriam, assim como o de muitos componentes, é ver a União de Maricá brigando de igual para igual no Grupo Especial. Com esperança e orgulho, ela acredita que, em alguns anos, a escola poderá estar no mesmo patamar das grandes agremiações de Niterói, São Gonçalo e do Rio, que não apenas brilham no carnaval, mas também têm um forte impacto social na comunidade.

“Se continuarmos crescendo dessa forma, em alguns anos, poderemos estar no mesmo patamar das grandes escolas de Niterói, São Gonçalo e Rio. Essas escolas têm um impacto social forte, e acredito que a União de Maricá também pode alcançar esse nível”.

Simone de São Lucas, de 52 anos, também compartilhou seu entusiasmo. Desempregada no momento, Simone vive em Maricá há sete anos e, após insistência da irmã, decidiu desfilar pela primeira vez. “Sempre gostei do carnaval, mas nunca pensei em participar. Minha irmã me convenceu e agora estou ansiosa para essa experiência!”.

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Simone de São Lucas, de 52 anos, também compartilhou seu entusiasmo

Ela contou que a sua irmã é apaixonada pela bateria da escola, e esse foi o principal motivo de desfilar. Para Simone, estar no desfile é uma forma de celebrar o crescimento da cidade e da agremiação, que agora briga por um lugar no Grupo Especial. Para ela, ver a União de Maricá ganhando força e reconhecimento no carnaval é motivo de grande orgulho e uma bênção para todos os moradores.

“A nossa cidade está cada vez mais forte no cenário do carnaval, e estar na Sapucaí é uma grande conquista. Ver a bandeira da União tremulando ali é emocionante”, afirmou.

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Com uma comunidade vibrante e determinada, a União de Maricá segue sua preparação para mostrar na avenida que merece sim seu espaço no Grupo Especial. Com um enredo marcante, uma equipe dedicada e componentes cheios de paixão, a escola prometeu um desfile inesquecível.

Para alcançar a melhor performance possível, a escola ainda realizará quatro ensaios antes do desfile principal: três deles ocorrerão em Maricá nos dias 7, 14 e 21 de fevereiro, enquanto o ensaio técnico na Sapucaí será no dia 9 de fevereiro. A expectativa dos componentes é alta, e a preparação segue intensa.