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Com show de ‘apagões’ da Ritmo Puro, Mocidade Alegre mostra ótima adaptação com o samba em seu segundo ensaio

Por Gustavo Lima e fotos de Rebeca Schumacker  (Agência Enquadrar) – Colaboraram Will Ferreira, Lucas Sampaio, Nabor Salvagnini e Naomi Prado)

A atual bicampeã do carnaval paulistano, Mocidade Alegre realizou o seu segundo treino no Anhembi, na noite da última sexta-feira. O ensaio contou com forte canto da comunidade, grande performance do casal e ótimo desempenho da bateria. Também marcou um momento de emoção e união, onde as lideranças ao final fecharam os portões todos abraçados, simbolizando o “imenso cordão”, como diz o samba. A escola cruzou o final com 55 minutos, mas devido ao ato citado, o cronômetro da pista foi fechado em 59 minutos.

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A ‘Morada do Samba’ ainda tem mais um ensaio para fazer, no dia 16 de fevereiro, e levará para a avenida o enredo “Quem não pode com mandinga não carrega patuá”, assinado pelo carnavalesco Caio Araújo e o enredista Léo Antan.

Comissão de frente

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Coreografada por Jhean Allex, a comissão de frente da Mocidade executou um desempenho com diversos atos entre sincronia dos bailarinos. A ala dançou pela pista o tempo todo, saudou o público e priorizou a coreografia no ritmo do samba-enredo. Também havia um tripé, cujo dois personagens destaques ficavam juntos a todo instante – Esses devem ter papel fundamental no dia do desfile. Tal elemento alegórico mencionado, quando os bailarinos subiam nele, fazia um efeito com espécies de pilastras, indo para um lado e outro. Com certeza terá surpresas, afinal não dá para decifrar, visto que a coreografia não se interpreta tanta coisa dentro do enredo e o tripé estava todo embalado.

Mestre-sala e Porta-bandeira

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Foi um dos destaques do ensaio. Novamente, vestidos com a fantasia do desfile oficial de 2024, o casal Diego Motta e Natália Lago, indo para o segundo ano juntos, se mostram cada vez mais entrosados. A coreografia dentro do samba é criativa e não perde muito tempo no mesmo lugar – Ou seja, eles dançam e evoluem com tranquilidade sem dar um trabalho a mais para a escola. A estratégia de ter vários guardiões ao redor da dupla também facilita para que não haja espaçamentos. Vale destacar a grande evolução que Natália teve nos seus giros, desde que assumiu o pavilhão oficial da agremiação, ainda com outro parceiro.

Harmonia

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Sem dúvida, o maior destaque do ensaio da Mocidade. Embalados pelas falas da presidente Solange Cruz, tanto no esquenta, como na introdução do samba, o canto dos componentes se fez ouvir com força novamente. Se na chuva passada o canto já foi satisfatório, neste ensaio, com o tempo em boas condições, se tornou ainda melhor.

Vale destacar o refrão principal, onde os componentes aumentaram a força do canto justamente no apagão que mestre Sombra realizou com a “Ritmo Puro”. Isso aconteceu três ou quatro vezes. Os desfilantes também aumentaram a voz nos últimos três versos, que certamente são de destaques da obra: “Fé.. Na terça, o terço na mão/É… O dia da consagração/Dez! Mais uma estrela no pavilhão”.

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Mostrando-se contente com a harmonia, o diretor de carnaval Júnior Dentista declarou que o quesito foi um dos destaques do ensaio. “O nosso primeiro foi muito bom, mas teve algumas falhas que trabalhamos muito durante a semana para corrigir. Achei a escola muito compacta, ai eu quero ver no drone como foi essa compactação. Eu estava acertando o tempo da apresentação do primeiro casal e da comissão de frente, porque vai ter umas ações diferenciadas e a gente precisa treinar aqui. Mas no contexto geral a escola cantou e evoluiu demais”, disse.

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Evolução

A Mocidade mostrou uma evolução satisfatória. Da comissão de frente até a marcação da última alegoria, se viu uma escola bem compacta entre as alas, como sua característica de anos, sem deixar qualquer brecha para espaçamento ou buracos. As fileiras entre as alas e dança dos componentes também são destaques no quesito – Os integrantes das alas da Morada estavam soltos e leves para dançar e executar as suas coreografias.

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Na segunda parte do samba, há movimentos que fazem efeito com a letra do samba: No verso “Nossa família, imenso cordão”, os componentes balançam para esquerda e direita. Já, nos últimos três: : “Fé.. Na terça, o terço na mão/É… O dia da consagração/Dez! Mais uma estrela no pavilhão” – Os componentes caminham de um lado para o outro com a mão erguida, sendo no último verso fazendo o sinal de ‘10’, para avisar que será mais uma estrela no pavilhão com a sua fé, como diz a obra.

Entretanto, houve uma questão com a evolução: Após a saída da bateria do recuo, a escola ainda estava com muito tempo para finalizar o percurso. O relógio estava por volta de 40 e 42 minutos. Sendo assim, para cumprir o mínimo de 55, as lideranças seguraram os últimos componentes por muito tempo, caminhando devagar, até dar o tempo necessário. Contudo, o diretor de carnaval Júnior Dentista relatou ao CARNAVALESCO que foi uma estratégia proposital com o intuito de analisar a evolução ‘zigue-zague’ dos componentes.

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“Foi de propósito. Você traz o povo aqui para poder ensaiar e eu pedi para eles: ‘eu quero evolução, tem o zigue-zague’. Eu falei: ‘eu vou travar vocês e quando chegarem em mim, eu quero que vocês venham fazendo, porque a velocidade para menos pode, para mais que não pode. Eu estou dentro da regra. Então eu falei: ‘vou travar vocês porque eu quero ver a evolução’”, contou o diretor de carnaval.

Ainda dentro disso, Júnior disse que haverá ações no desfile, que esse tempo de 55 minutos irá virar 60. “Vamos ter algumas ações que não estamos mostrando aqui, então eu preciso me adaptar a elas. Vocês podem ver que eu saio no tempo de 55 minutos, que para mim já virou 60 minutos pelo que vamos apresentar. Nós vamos mostrar na hora e aqui eu preciso tomar muito cuidado com algumas situações, mas com certeza, dentro do esperado, foi certo”, concluiu.

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Samba

O samba-enredo realmente pegou com a comunidade, como citado no forte canto do quesito harmonia. Devido a isso, os componentes conseguiram se soltar na avenida, sendo embalados pelo intérprete Igor Sorriso. O cantor, que sempre empolga a comunidade, não fez diferente na concentração. Desde os alusivos até o final.

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Porém, apesar de solucionado, houve problemas com o carro de som da Mocidade Alegre. Em dado momento, perto do recuo de bateria, a voz de Igor sumiu por alguns minutos, e apenas se ouvia os apoios Lucas Donato e Fernandinho SP nas caixas de som do Anhembi. Depois tudo foi solucionado junto ao time de som da Liga-SP e o cantor oficial retomou o seu trabalho.

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Igor Sorriso explicou a situação e contou que foi problema na bateria do microfone. “Acabou a bateria do microfone, eu senti que estava falhando. Eu tirei o fone e pensei: ‘É o fone que está falhando?’ Tirei o fone do ouvido no meu retorno e estava falhando também na caixa. Conversei com os operadores e aí eles trocaram a bateria e resolvemos”, contou.

Analisando a performance da ala musical, o intérprete diz que busca sempre a evolução para alcançar o tricampeonato. “O processo é sempre de evolução. Nós vamos buscando sempre ajustar os detalhes. Hoje tivemos a baixa da Talita, nossa cantora que está se recuperando de um procedimento, mas daqui a pouco ela está com a gente e faz muita falta. Acho que são os detalhes que fazem a diferença, os detalhes que fizeram a Mocidade ser bicampeã. São esses detalhes que a gente não pode deixar passar despercebido para buscar o tricampeonato”, declarou.

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Igor também exaltou a comunidade da ‘Morada do Samba’. “Foi nítido o quanto o povo está cantando o samba e está se entregando. Portanto a gente fica feliz e o trabalho se torna mais fácil quando o samba é popular e o povo participa. Tudo se torna mais fácil”, finalizou.

Outros destaques

A bateria “Ritmo Puro”, de mestre Sombra, encaixou perfeitamente com o samba-enredo de 2025. Aliás, se adapta com qualquer obra desde os anos 90 e agora não será diferente. Apagões no refrão principal fazendo a escola cantar forte e a bossa do refrão do meio, mostraram um grau maior de criatividade da batucada da Mocidade Alegre.

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‘’Estamos fazendo as correções, não existe perfeição, tem que continuar trabalhando, ensaiamos tudo direitinho e vamos ver com todos como foi. Estamos na média. Não posso falar de melhora, posso falar de ficar atento no trabalho, não teve nenhum erro Graças a Deus é isso que queremos então estamos caminhando devagarinho’’, comentou o mestre Sombra.

Vale destacar as baianas da escola. Vestidas com uma roupa elegante, estampas diferenciadas, saiotes azuis e colares laranja, deram um contraste diferente na pista.

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A marcação das alegorias traziam significados do que será no desfile, como “Altares das irmandades pretas”, “Quem não tem balangandãs não vai ao Bonfim”, “Mandingas para mais uma vitória”.

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Ao final do ensaio, a bateria voltou da dispersão para a pista e encerraram o ensaio junto às lideranças da escola, que formaram uma espécie de corrente, com todos abraçados, simbolizando a união. “Nossa família, imenso cordão”.

Globo adquire direitos de transmissão do Oscar e mostrará desfiles da UPM e Imperatriz na TV aberta para o Rio e no Globoplay para o país

A TV Globo adquiriu os direitos de transmissão do Oscar 2025, que acontece no domingo de carnaval, e terá o Brasil concorrendo em três categorias: melhor filme internacional, melhor atriz (Fernanda Torres) e melhor filme. Assim, na TV abertura, os desfiles da Unidos de Padre Miguel e Imperatriz vão ser exibidos apenas para o Rio de Janeiro. O restante do país terá a apresentação do maior prêmio do cinema mundial. O Globoplay terá sinal aberto para todos os desfiles ao vivo na Marquês de Sapucaí.

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Foto: Divulgação

Segundo a emissora, após o término da última escola, vão ser exibidos na íntegra os desfiles que não passaram na TV aberta para todo o Brasil. Para os moradores do Rio de Janeiro, a transmissão da premiação do Oscar acontecerá em flashes durante os desfiles das escolas de samba.

“No domingo, dia 2 de março, a transmissão do OSCAR será comandada por Maria Beltrão, a partir das 21h55, para todo o Brasil, com exceção do Rio de Janeiro. Quem estiver no Rio, vai acompanhar os desfiles das escolas de samba na íntegra, com flashes dos momentos mais importantes do OSCAR direto de Los Angeles. O sinal da TV Globo com a transmissão do OSCAR ao vivo estará disponível no Gshow ou no g1.

O restante do Brasil passará a acompanhar ao vivo os desfiles do Rio logo após o término da cerimônia do OSCAR. As escolas que já tiverem passado pela Sapucaí terão seus desfiles recuperados e exibidos na íntegra, para todo o Brasil, ao final da transmissão ao vivo. O público que estiver fora do Rio e preferir assistir aos desfiles desde o início terá a transmissão completa no sinal ao vivo da TV Globo no Globoplay”, informou a emissora.

Série Barracões: Salgueiro vem com fortes emoções para contar sobre as formas de fechamento do corpo ao longo dos séculos

De corpo fechado, em busca da vitória. Assim vem o Acadêmicos do Salgueiro para o Carnaval 2025, com o enredo “Salgueiro de corpo fechado”, do carnavalesco Jorge Silveira, que retorna para assinar um desfile no carnaval carioca após conquistar um bicampeonato no carnaval de São Paulo pela Mocidade Alegre. O artista já atuou no Rio, assinando enredos na São Clemente e na Viradouro.

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Sobre a concepção do enredo, o carnavalesco detalhou o processo de criação, que aborda a história do fechamento de corpo desde o Império Mali, na África, até os dias atuais no Brasil:

“Construímos algumas propostas para o Salgueiro, e a direção identificou-se desde o início com a ideia de um enredo que dialogasse com a identidade salgueirense. Minha busca pessoal é criar narrativas que conversem com a essência da agremiação. Trabalhando com Leonardo, Ricardo e Allan — núcleo de pesquisa que me acompanha —, exploramos temas alinhados a essa identidade. Fizemos um estudo aprofundado da trajetória recente da escola, seus temas preferenciais e, em parceria com Igor Ricardo, enredista da escola, chegamos a um amálgama de ideias. O enredo parte do princípio de que o Salgueiro pede proteção para disputar o carnaval. Ele entra na avenida entendendo que ela é uma encruzilhada para o sambista, repleta de desafios. Ao longo do desfile, mostraremos onde busca referências para superar obstáculos, fechar o corpo e vencer”.

Identidade e espiritualidade são pilares do enredo, como destacou Jorge: “O salgueirense vê sua quadra como um terreiro espiritual. As entidades e assentamentos de orixás do Salgueiro estão simbolicamente representados no chão da quadra. Queríamos que a escola se reconhecesse na narrativa, usando símbolos que traduzem esse sentimento. Do início ao fim, o desfile será uma celebração da essência salgueirense”.

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Sobre o retorno ao Rio após o bicampeonato em São Paulo, Jorge expressou gratidão e responsabilidade: “É uma conquista pessoal. Após portas se fecharem no Rio, fui para São Paulo, onde tive uma experiência valiosa. O sucesso lá fez o Salgueiro me olhar novamente. É uma honra liderar a criação artística de uma escola tão relevante, com tamanha história e torcida. Dedico cada segundo para honrar essa oportunidade”.

Diferenças entre Rio e São Paulo foram abordadas com sensibilidade: “No Rio, a estrutura da Cidade do Samba e os profissionais locais exigem uma abordagem específica. Em São Paulo, há forte influência dos artistas de Parintins. A chave é adaptar-se às particularidades de cada cidade. Aqui, estamos reformulando o método de trabalho do Salgueiro, com planejamento de longo prazo. Já temos o projeto 2025 estruturado e usaremos a infraestrutura da Cidade do Samba para executá-lo com precisão”.

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Cangaço e fechamento de corpo surpreenderão no desfile: “Muitos se perguntam o que o cangaço tem a ver com o tema. A cultura dos cangaceiros incorpora rituais de proteção, e exploraremos isso de forma inovadora, fugindo do óbvio para enriquecer a narrativa”.

Fantasias e alegorias foram pensadas para equilibrar luxo e funcionalidade: “Estudamos desfiles passados e notamos que o Salgueiro se destaca com figurinos leves. Optamos por materiais sofisticados, mas priorizando a mobilidade. As alegorias são minha paixão: desenho cada detalhe para que sejam impressionantes na avenida e técnicas na montagem. Cada carro terá volumetria e interação únicas, usando tecnologia e movimento para dialogar com o público de 2025”.

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Emoção como trunfo: “Mais que efeitos visuais, vamos tocar o coração do salgueirense. O enredo é um ritual de proteção e superação, e fecharemos com chave de ouro: ‘botando fogo no gongá’ para buscar o título”.

Conheça o desfile do Salgueiro

A Acadêmicos do Salgueiro vai levar à Marquês de Sapucaí seis carros alegóricos, 3 tripés e 3.300 componentes. O Torrão amado vai desfilar com a seguinte setorização, explicada por Jorge Silveira.

Setor 1: “A gente vai trazer o próprio Salgueiro buscando suas referências espirituais para poder fechar o corpo. Então a gente traz referências à ancestralidade do Salgueiro, às entidades que governam e comandam a espiritualidade do Salgueiro. A gente está praticamente arriando uma oferenda na avenida para pedir proteção para o desfile que vai vir adiante”.

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Setor 2: “Vamos falar sobre a origem. A gente demarca historicamente a origem da cultura do fechamento de corpo no norte da África, no Império Mali, nos negros que habitavam o norte da África, que iniciaram o processo do desenvolvimento da cultura do fechamento de corpo. Então a gente vai fazer uma referência ao surgimento dessa cultura no Império Mali e nesse setor mesmo a gente faz a transição quando eles chegam ao Brasil por meio dos escravizados e desembarcam em Salvador. E a gente mostra a influência da cultura Mali em Salvador, trazendo seus patuás, seus objetos de proteção e se mesclando com a cultura brasileira”.

Setor 3: “Depois a gente vai, capítulo a capítulo, andando pelo território e observando como a cultura vai se miscigenando com a realidade nacional. Então, depois da Bahia, a gente vai em direção ao cangaço, a gente vai explorar toda a realidade dos cangaceiros e seus ritos de fechamento de corpo, objetos e tradições”.

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Setor 4: “Depois a gente caminha em direção às culturas dos povos originários. Os nossos nativos daqui também tinham as suas culturas de fechamento, os seus rituais, pajelança, objetos sagrados, tudo isso relacionado à ideia de proteger o corpo contra o mal”.

Setor 5: “E aí finalmente, ao final do enredo, tem dois capítulos em que a gente se aproxima mais do que as pessoas imaginam que seja a ideia do fechamento de corpo. O penúltimo capítulo é o candomblé, com banho de ervas, passes magnéticos e palavras encantadas”.

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Setor 6: “E o último capítulo é a umbanda e a figura do Seu Zé. Então a gente faz o nosso enredo partir do Rio de Janeiro, partir do próprio Salgueiro, caminhar pelo Brasil, mostrando onde a gente busca as referências e retorna para o Rio de Janeiro já com o corpo fechado, e se Deus quiser, campeão na quarta-feira”.

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Ministra Anielle Franco visita barracão da Unidos de Padre Miguel e confirma presença no desfile

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, visitou nesta sexta-feira o barracão da Unidos de Padre Miguel, onde foi recebida pelos diretores de carnaval Cícero Costa e Lara Mara, além dos carnavalescos Lucas Milato e Alexandre Louzada. O encontro reforçou a sintonia da escola com orientações voltadas à valorização da cultura.

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Foto: Daniel Pinheiro/S1 Comunicação

Durante a visita, Anielle Franco conheceu de perto os preparativos para o desfile de 2025, no qual a Unidos de Padre Miguel levará para a Marquês de Sapucaí um enredo que homenageia Iyá Nassô – precursora do candomblé e a herança cultural deixada por africanos escravizados no Brasil. A escola, que tem tradição em exaltar a ancestralidade e a resistência do povo negro, aposta em uma narrativa forte e emocionante

Ao final do encontro, a ministra aceitou o convite da agremiação e confirmou sua presença no desfile do Boi Vermelho da Vila Vintém. “Ter Anielle conosco nesse momento tão especial é um símbolo de reconhecimento e fortalecimento da nossa mensagem. Nossa escola sempre abraçou a luta pela igualdade e tê-la na avenida ao nosso lado será histórica”, destacou a diretora de carnaval Lara Mara.

A escola da Vila Vintém irá se apresentar no domingo de Carnaval, dia 02 de março, na Marquês de Sapucaí, abrindo a primeira noite do Grupo Especial.

MetrôRio vai funcionar até 2h para os ensaios de sábado na Sapucaí

O MetrôRio preparou um esquema especial de funcionamento neste fim de semana (8 e 9/02), com ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí, megablocos no Centro do Rio e jogos de futebol no Maracanã e no Engenhão. Para os clientes que vão assistir ou participar dos ensaios no Sambódromo, a concessionária vai estender o horário de operação nas estações Central do Brasil/Centro e Praça Onze neste sábado (8/02) até as 2h. As demais estações do sistema funcionarão normalmente, das 5h à meia-noite. Porém, depois da meia-noite, elas ficarão abertas apenas para desembarque.

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Foto: MetrôRio/Divulgação

No domingo (9/02), a operação do sistema metroviário seguirá o horário regular de domingo com encerramento às 23h. Na volta para casa, o MetrôRio recomenda aos clientes com destino às estações da Linha 2 que utilizem preferencialmente a estação Central do Brasil/Centro. Já para os passageiros das linhas 1 e 4, a melhor opção é a estação Praça Onze.

Nos dois dias, a linha 2 vai operar entre Pavuna e General Osório/Ipanema, e as linhas 1 e 4 seguirão o trajeto Uruguai-Jardim Oceânico/Barra da Tijuca. A transferência entre as linhas 1 e 2 poderá ser feita no trecho entre as estações Central do Brasil/Centro e General Osório/Ipanema.

A concessionária recomenda o uso do pagamento por aproximação, disponível nos cartões de crédito e débito Visa, Elo e Mastercard, ou em dispositivos com tecnologia NFC, como celulares, relógios e pulseiras. Outra dica importante é antecipar a compra ou recarga dos cartões de passagem Giro, unitário do MetrôRio ou Riocard Mais, incluindo a compra da volta, facilitando a entrada no sistema. Os créditos podem ser adicionados pelo site, aplicativo do MetrôRio ou app RecargaPay.

Eventos de pré-carnaval

O MetrôRio é o principal meio de transporte para atender aos clientes que vão aos eventos de pré-carnaval no Centro do Rio. A recomendação da concessionária é que os foliões utilizem a estação Carioca/Centro para embarque e desembarque por conta dos grandes blocos que desfilam no Centro do Rio.

A estação Carioca/Centro contará com estrutura de embarque pelo Largo da Carioca, preparada para o grande aumento de fluxo, além de comunicação exclusiva e equipe reforçada. O mesmo esquema se repetirá nos dias de carnaval e no fim de semana após o carnaval (1 a 04/03 e 8 e 9/03).

Componentes LGBTQ+ elogiam coragem e posicionamento do Tuiuti no enredo do Carnaval 2025

O Paraíso do Tuiuti levará à avenida no Carnaval 2025 o enredo “Quem Tem Medo de Xica Manicongo?”, sobre aquela que é reconhecida como a primeira travesti da história brasileira. Sequestrada da África, onde exercia livremente sua identidade, e transportada ao Brasil como escrava, Xica sofreu forte repressão da coroa portuguesa.

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Foto: Dhavid Normando/Divulgação Rio Carnaval

“O enredo prega a liberdade de ser quem se é, se expressar do jeito que você é, sem ter medo, vergonha, de nada. A Tuiuti vem mostrando isso para a comunidade toda”, disse a travesti Eduarda Cardoso, de 50 anos, que já desfilou pelo Salgueiro e Unidos da Tijuca e iniciou este ano sua trajetória na Paraíso do Tuiuti. Eduarda trabalha como cuidadora de idosos.

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Eduarda Cardoso, de 50 anos, que já desfilou pelo Salgueiro e Unidos da Tijuca e iniciou este ano sua trajetória na Paraíso do Tuiuti

“Xica Manicongo foi a primeira trans não-indígena escravizada do Brasil. A Tuiuti este ano mostra que está apta a lutar pelos direitos LGBTQIA +. Isso é muito importante hoje em dia, por conta dessa criminalidade toda que acontece com a gente, com a nossa comunidade”, reforçou o cabeleireiro Germano Angelo, de 31 anos, que se identifica como homossexual e entrou na escola ano passado.

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Cabeleireiro Germano Angelo, de 31 anos

Além de Eduarda e Germano (e também de Natty e Manuela, apresentadas mais à frente na reportagem), o segundo ensaio da noite foi prestigiado por lideranças da comunidade LGBTQ+, como a presidente da Associação Nacional de Transsexuais e Travestis (ANTRA) Bruna Benevides e a atriz e cantora Valéria Barcellos.

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Presidente da Associação Nacional de Transsexuais e Travestis (ANTRA) Bruna Benevides

“A Tuiuti dá um passo muito importante no sentido de humanizar as pessoas trans e nos colocar no centro dessa vitrine que é o carnaval. Nós estamos vivendo o futuro que Xica Manicongo e outras que nos antecederam projetaram para nós”, posicionou-se Bruna.

“Para nós da comunidade LGBTQ+ e, em especial, para as mulheres trans, foi o início de tudo, a primeira mulher trans que se tem notícia no Brasil, vinda da África. Para nós que somos travestis pretas, é o DNA da nossa existência. É de uma resistência tão forte e imensa que ela se faz presente até hoje, através do enredo da Tuiuti”, celebrou Valéria.

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Cantora Valéria Barcellos

Germano e Eduarda explicaram o que não pode faltar este ano no desfile da escola: “Como sempre, muita animação. A Tuiuti ultimamente vem vindo numa grande felicidade que eu acho que esse ano leva o título”, projetou Germano. “Não vai faltar emoção, aquele fervor. Muito calor”, profetizou Eduarda.

A cabeleireira transexual Natty Lacerda, de 29 anos, no entanto, é mais enfática: “Não pode faltar bastante travesti”, comentou, aos risos. Sobre a parte do samba que mais a toca, Natty, que desfila há três anos como passista da Tuiuti, respondeu “Eu travesti/Estou no cruzo da esquina”. “É uma palavra forte”, reconheceu a cabeleireira.

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Cabeleireira Natty Lacerda, de 29 anos

Eduarda concordou – e justificou: “Porque eu sou uma travesti e tenho orgulho de ser quem eu sou”.

Germanou elegeu o refrão “Ê! Pajubá!/ Acuendá sem xoxá pra fazer fuzuê” como seus versos preferidos da canção. “Essa parte vai pegar porque é o que as bixas mais falam. É um pajubá nosso, para quem não sabe o que é pajubá ter a oportunidade de conhecer”, argumentou ele, referindo-se ao termo utilizado dentro da comunidade LGBT para referir-se ao próprio vocabulário criado pela comunidade. “Tem muita gente que não conhece o linguajar que a gente usa e critica, faz piada ou usa de má fé. Essa é a minha parte favorita porque a gente aquenda sem fazer fuzuê”, defendeu.

A jornalista bissexual, Manuela Caldas, de 27 anos, estreante na avenida, refletiu, por sua vez, de forma particular sobre a questão: “O enredo da Xica Manicongo para mim une dois universos, que são cantados no samba: o mundo do Axé e também o mundo LGBT. Por isso, eu amo a parte do samba que associa a Xica Manicongo às marias padilhas, às pombas-giras em geral (“Chama a Navalha, a da Praia e a Padilha,/ as perseguidas na parada popular”). Acho que é algo que tem suas barreiras em ambas as partes. Na comunidade LGBTQ+, muitas pessoas têm medo de se aproximar de qualquer religião e muitas religiões também têm barreiras contra a comunidade LGBTQ+. Colocar a Xica Manicongo como uma pomba gira une exatamente tudo que eu vivo, tudo o que eu acredito e é a parte mais emocionante para mim”.

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jornalista bissexual, Manuela Caldas, de 27 anos, estreante na avenida

Os componentes revelaram que a opção por levar Xica Manicongo à avenida aproximou-os da agremiação. “A escola sempre foi muito família. Desde quando eu entrei, sempre me acolheu super de boa, nunca me tratou com diferença. Esse enredo, no entanto, serve para unir as pessoas”, disse Natty Lacerda.

“Me sinto muito mais próximo. É importante você demonstrar para o mundo, como a Tuiuti está fazendo, que qualquer tipo de ser humano é importante, independente de classe social, religião ou qualquer outro fundamento da vida”, esclareceu Germano.

“Assim que eu tomei conhecimento do enredo, eu fui procurar se a Tuiuti tinha um histórico de apoio à causa LGBT e eu me surpreendi quando vi que não. É muito corajoso, tem que ter muito peito para você bancar é um enredo como “eu travesti” no ano de 2025 e eu achei curioso que não tinha um histórico, que isso seja algo novo. Eu espero que a Tuiuti honre isso no ano que vem. Isso me deu muito respeito pela escola para os próximos anos”, ponderou Manuela.

“Xica Manicongo é reconhecida como a primeira travesti do Brasil. Preta, africana e candomblecista. O Carnaval é exatamente quem a Xica Manicongo é. Se você está gostando e não entendeu, repense o que você gosta de verdade”, colocou Manuela.

“Todas as pessoas – tanto gay, lésbica, travesti, homem, mulher -, todos somos a esperança de uma nação”, finalizou Natty.

Celsinho Mody celebra 10 anos no Tatuapé e reflete sobre legado musical, inovação e parceria com a escola

Há dez anos, Celsinho Mody se tornou a voz que conduz multidões nos desfiles da Acadêmicos do Tatuapé. Com energia contagiante e dedicação inabalável, o intérprete não só consolidou seu nome como um ícone do carnaval paulistano, mas também ajudou a reinventar a identidade musical da escola. Em entrevista ao CARNAVALESCO, ele celebra uma trajetória marcada por inovação, parceria com a comunidade e gratidão.

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Foto; Fábio Martins/CARNAVALESCO

Identidade no samba

Celsinho destaca que seu maior orgulho é o legado construído ao lado da escola. “Inserimos uma forma de cordas no carnaval de São Paulo, resgatamos o canto feminino no carro de som e trouxemos uma africanização na maneira de entoar o samba, que chamamos de ‘Afro ala’”, explica. Atualmente, três vozes femininas — Keilla Regina, Sté Oliveira e Vanessa Demetria — se juntam a ele, reforçando a diversidade sonora.

O intérprete também enfatiza a conexão com a comunidade: “Tenho prazer em viver com amor e felicidade aqui. Neste ano, em cada ensaio, recebi presentes simbólicos que encheram meu coração”.

Equipe musical de excelência

Na reta final para o Carnaval 2025, a ala musical da Tatuapé se destaca não só pelas vozes, mas pela estrutura técnica. Sob direção de Ana Nascimento e coordenação de Marcelo “Tchello”, o grupo conta com instrumentistas renomados, como Caio Senna (cavaco) e Kleber Souza (violão de 6 cordas), além de um carro de som que equilibra potência e nitidez. “É essencial para que a emoção chegue a todos”, ressalta Celsinho.

Memórias emocionantes

Questionado sobre momentos marcantes, o cantor cita três capítulos: o reencontro com a escola em 2016, após uma década afastado; o título de 2017; e a recente homenagem à Bahia, que teve o samba aclamado “de ponta a ponta” pela arquibancada. “Se pudesse reviver um deles, escolheria ‘Maranhão’”, revela, referindo-se ao enredo de 2020, que celebrou a cultura do estado.

Parceria com a siretoria: base do sucesso

A sintonia com a diretoria é apontada por Celsinho como um pilar do sucesso. “Eles bancam minhas ‘loucuras’ e respeitam meu jeito de cantar e me expressar”, brinca. Segundo ele, a experiência administrativa da equipe — aliada à liberdade artística — mantém a Tatuapé entre as grandes escolas do carnaval. “São parceiros que entendem de música e gestão, e isso faz toda a diferença”.

Futuro e a gratidão

Enquanto se prepara para 2025, Celsinho não esconde a emoção: “Sou funcionário da escola, mas trabalho com alma. Representar a Tatuapé é uma honra”. E finaliza, filosófico: “O futuro está nas mãos de Deus, mas até aqui, só tenho gratidão”.

Com uma década de histórias e inovações, Celsinho Mody e a Acadêmicos do Tatuapé seguem provando que, no samba, tradição e ousadia caminham de mãos dadas — sempre ao som do coração da comunidade.

Grátis! Torcedores da Unidos da Tijuca se cadastram para assistirem aos desfiles no Setor 1 da Sapucaí

Em parceria com a Liesa, a Unidos da Tijuca realizou na última quinta-feira o cadastramento de torcedores da escola para assistir ao desfile no Setor 1 da Sapucaí. Uma iniciativa que aproxima ainda mais a comunidade do espetáculo e valoriza aqueles que acompanham a agremiação durante todo o ano, principalmente, as pessoas que nunca estiveram na arquibancada da passarela do samba.

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“Estou emocionada e querendo assistir ao desfile. Vai ser a minha primeira vez e tem uma tia minha que hoje é da velha guarda, ela desfila desde pequena junto com a minha avó e eu mesma nunca participei. Esse ano eu decidi que eu quero assistir e aí veio essa oportunidade maravilhosa de ganhar o ingresso”, diz Gisele, de 42 anos, moradora do morro do Borel e torcedora da escola.

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Gisele (direita), de 42 anos, moradora do morro do Borel e torcedora da escola

As inscrições foram realizadas presencialmente na quadra da escola e o processo de cadastramento consistiu na apresentação do RG, CPF, fornecimento do nome completo e tirar uma foto do rosto, que ficará salvo em um programa de reconhecimento facial para o acesso ao setor 1, mas é recomendado levar documento original com foto no dia do desfile, caso haja algum erro na função e bater com a informação do sistema.

“Foi tranquilo. As meninas do atendimento foram bem atenciosas explicando todo o processo e o preenchimento foi bem rápido”, declara Daniela Monteiro, de 40 anos, analista de projetos de instalações a gás e componente da Unidos da Tijuca há 1 ano.

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Daniela Monteiro, de 40 anos, analista de projetos de instalações a gás e componente da Unidos da Tijuca

Com vagas limitadas, foram disponibilizadas 450 inscrições e o período de cadastramento foi das 19h às 21h, porém às 20h já estavam esgotadas. Muitas pessoas que chegaram por volta deste horário, infelizmente não conseguiram o benefício. A torcedora da escola, Gisele, garantiu o último ingresso e comentou a sua felicidade. ‘’Encerrou na minha vez. Era pra ser meu, então eu vou. E como eu não tive outras oportunidades antes, sou mãe de 4 crianças, hoje eu tenho e quero estar lá’’.

Emoção é diferente no Setor 1!

Popularmente conhecido como o espaço das torcidas organizadas e de membros das comunidades das escolas, o Setor 1 da Sapucaí é o ponto inicial e fundamental para a energia do desfile. Com capacidade para 9 mil pessoas, em assentos dispostos em uma rampa, sendo as primeiras fileiras mais baixas e as últimas mais altas, é considerado o ambiente da emoção e eleito por muitos o melhor setor da Sapucaí.

“Sinceramente, eu acho que é o melhor setor de todos porque é onde inicia tudo, onde a gente interage com a escola que está chegando, é onde nós passamos a emoção para eles que vão entrar na avenida com o pé direito e levantar o astral da galera”, afirma Daniela Monteiro, componente da Unidos da Tijuca contemplada com o ingresso.

Localizado no início de tudo, é nesse setor que todos os sentimentos podem surgir, desde a animação com a entrada da escola, até mesmo o clima de tensão quando acontece algum problema inesperado.

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Andrea Brasil, de 39 anos, gaúcha, que mora no Rio de Janeiro há três anos

“È muita alegria, é muita bagunça, o pessoal se anima de verdade e acompanha tudo ali, se acontece algum problema, a gente fica tenso mas se passa, a gente fica feliz e quando a escola entra, a gente fica mais feliz ainda”, declara Andrea Brasil, de 39 anos, gaúcha, que mora no Rio de Janeiro há três anos e torcedora da Unidos da Tijuca.

“Estou doida para que chegue logo para que a gente possa aproveitar e usufruir desse grande espetáculo que nós temos aqui no Rio de Janeiro”, é o que diz a servidora pública, Krishna, de 53 anos, desfilante da escola há 2 anos que resume o clima de felicidade e ansiedade das pessoas que conseguiram os ingressos através da ação da Unidos da Tijuca.

Um setor, histórias inesquecíveis

Quem já frequentou o setor 1 é bem provável que tenha alguma história que ficou marcada para contar. Esse é o caso da Andreia Brasil, que no ano de 2022 foi assistir ao desfile na Sapucaí no primeiro setor pela primeira vez e protagonizou um momento de tensão junto ao seu filho Bryan, que na época tinha 15 anos, mas que no fim teve um final feliz.

“Eu levei meu filho de 15 anos comigo e no setor 1 eles estavam dando copinhos de água para o público, eu pedi para o meu filho ir pegar para a gente e ele foi. Só que bem na hora que ele desceu as escadas, passou o surfista Pedro Scooby lá embaixo e ele admirado por sua primeira vez naquele ambiente, e por gostar muito do Pedro Scooby, ele ficou realmente bastante admirado, só que nisso iniciou o desfile da Imperatriz, todo mundo levantou e o meu filho se perdeu de mim”, conta Andrea relatando o seu desespero.

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“Eu chorava e as pessoas perguntavam qual era a idade dele. Eu respondi que ele tinha 15, que era a primeira vez dele na Sapucaí e somos novos no Rio de Janeiro’’. Depois de meia hora procurando pelo filho e ela já com a identidade pedindo ajuda aos bombeiros, que tentavam tranquilizá-la o tempo todo dizendo que iriam encontrá-lo, Andrea teve uma surpresa. ‘’Quando desci, senti alguém batendo nas minhas costas e era ele dizendo ‘mãe, eu estou aqui’ e eu o abracei muito emocionada”. Ela finaliza dizendo que o filho ficou muito envergonhado, ela completamente aliviada, emocionada e dando risada porque a experiência ficou marcada por uma boa história para contar.

União entre comunidade, escola e desfile

A Unidos da Tijuca será a primeira escola a desfilar na segunda-feira de carnaval pelo Grupo Especial do Rio de Janeiro, e sua comunidade já se prepara para dar um verdadeiro show de entusiasmo e paixão na Sapucaí, e depois aproveitar a atmosfera do setor 1.

“Estou muito ansiosa de passar pelo setor 1 desfilando e depois voltar para assistir os outros desfiles”, declara a empresária Loiva, de 38 anos, componente da escola há 2 anos.

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Empresária Loiva, de 38 anos, componente da escola há 2 anos

Uma iniciativa que se destaca como uma oportunidade para quem não tem condições financeiras de arcar com o ingresso e para as pessoas que sonham em assistir aos desfiles pela primeira vez. È o que comenta a componente da agremiação, Daniela Monteiro.

“Estou achando espetacular porque nem todo mundo tem uma situação de comprar um ingresso, muito menos de assistir o desfile porque a gente sabe que não é barato, então a gente fica muito grato em poder assistir gratuitamente”. Ela revela que já esteve assistindo aos desfiles na avenida quando criança, mas que agora, aos 40 anos de idade, será como a primeira vez.

Festa do povo, feita pelo povo e para o povo. Os desfiles das escolas de samba são momentos de celebração e exaltação das raízes culturais do Brasil, e a chance de estar participando dessa atmosfera, está sendo vista como uma forma de valorização. “É louvável porque a gente está enaltecendo a cultura popular brasileira e afrodescendente, ou seja, a gente está dando valor às raízes do nosso país, às tradições populares, então acho muito importante esse acesso da população, da comunidade a essa cultura”, ressalta Miriam Souza, de 53 anos, desfilante da Unidos da Tijuca há 2 anos.

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Krishna, componente da agremiação tijucana

Como uma forma de reconhecimento, a ação foi bem avaliada pelos participantes da comunidade. “Isso já devia acontecer desde o começo, a gente merece assistir, a gente dá o sangue na avenida, desfila com muito amor, com lágrimas, suor e muito coração e a gente merece esse privilégio de assistir as escolas”, finaliza Krishna, componente da agremiação tijucana.

Bloco dos Puxadores reúne intérpretes do Rio e SP em esquenta para o carnaval no domingo

O Bloco dos Puxadores promete sacudir Vila Isabel neste domingo com um time de intérpretes consagrados do Carnaval do Rio de Janeiro e de São Paulo. A partir das 10h, Tinga (Vila Isabel e Império de Casa Verde), Marquinho Art’samba (Mangueira), Bruno Ribas (Unidos de Padre Miguel), Serginho do Porto (Águia de Ouro e Estácio de Sá) e Wantuir (Porto da Pedra) apresentarão um repertório que passeia pelo pagode, MPB, samba e, claro, samba-enredo no restaurante Vizinhando & Mané.

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Foto: Divulgação

Para completar a festa, a Bateria da Unidos de Vila Isabel, sob o comando do Mestre Macaco Branco, vai garantir a cadência e o ritmo do evento. O músico Chacal do Sax, conhecido por acompanhar artistas como Neguinho da Beija-Flor, Mumuzinho e Fundo de Quintal, também se junta ao time de estrelas.

“Vamos fazer um super esquenta para o Carnaval. Vai ser um evento para a família toda aproveitar, cantar e dançar. Afinal, nunca é cedo demais para cair na folia”, disse Marquinho Art’samba, voz oficial da Mangueira.

Inspirado nas cores lilás e amarelo dos abadás do Bloco “Pagodão”, criado pela cantora Alcione e que brilhou na Marquês de Sapucaí, o Bloco dos Puxadores vai resgatar a essência do samba, homenagear grandes nomes do gênero, e exaltar a versatilidade e o talento dos intérpretes, classe muitas vezes desvalorizada no Carnaval.

“Nosso principal objetivo é mostrar que os puxadores são grandes artistas e podem transitar entre todos os gêneros musicais. Estamos estruturando ações para melhorar as condições da classe, incluindo um sindicato para garantir melhores condições aos intérpretes”, destacou Tinga, que se divide entre os microfones da Vila Isabel, no Rio, e do Império de Casa Verde, em SP.

O abadá do Bloco dos Puxadores custa R$ 40 e pode ser adquirido no Vizinhando, localizado no Boulevard 28 de Setembro, 20, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio.

Sobre o Bloco dos Puxadores

O Bloco dos Puxadores é organizado pelo grupo Os Puxadores do Samba, que despontou no pós carnaval de 1999 sob a liderança do saudoso Dominguinhos do Estácio.

Após um hiato de mais de 20 anos, o projeto ressurge, com força total, sob nova formação. Atualmente composto pelos renomados intérpretes Tinga, Marquinho Art’samba, Bruno Ribas, Serginho do Porto e Wantuir, o grupo mantém a proposta de quando foi lançado: demonstrar que puxadores de samba-enredo têm a versatilidade e o talento necessário para transitar brilhantemente em diversos gêneros musicais.

Serviço:
Data: 09/02
Hora: a partir das 10h
Endereço: Vizinhando & Mané (Boulevard 28 de Setembro, 20, Vila Isabel)

União de Maricá: 90% das fantasias prontas para o Carnaval

A União de Maricá está com quase tudo pronto para buscar o tão sonhado acesso na elite do Carnaval em 2026. Com apoio da Prefeitura de Maricá, a escola de samba prepara um desfile com muito luxo para brilhar na Marquês de Sapucaí no dia 28 de Fevereiro. Cerca de 200 pessoas trabalham em seis ateliês no Rio de Janeiro, onde as fantasias são produzidas, embaladas e trazidas para Maricá, onde ficam guardadas num galpão antes de serem entregues aos 1.600 componentes.

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Foto: Thamyris Mello/Divulgação Maricá

O ateliê principal fica no bairro Santo Cristo, na zona portuária do Rio, onde são feitas as calças, camisas, chapéus, sapatos e adereços. Lá concentra todo insumo para produção das fantasias, como ferragem, tecido, placas, colas, penas, paetês, entre outros, que são distribuídos para os outros cinco polos localizados no Centro, em Vila Isabel e na Penha. Segundo o diretor de ateliê, Júlio Cerqueira, a escola possui 90% das fantasias já prontas.

“A gente recebe as fantasias, confere a numeração das roupas e sapatos, ajusta, se necessário, coloca os adereços, como penas e acabamentos, antes de embalar e enviar para Maricá, onde estão guardadas num galpão. Cada fantasia sai com o nome da ala, o que compõe a fantasia, chapéu e número do sapato. Os volumes maiores são levados em caminhões e entregues aos componentes no dia do desfile”, explicou Júlio.

No ateliê principal, a costureira Marlene Alves, de 64 anos, que trabalha na União de Maricá há cinco anos, falou da expectativa por mais um desfile.

“Fiz as roupas de quando a escola desfilava na Intendente Magalhães, em Madureira, e em 2024 na Sapucaí. É muito gratificante ver todo mundo dançando com as fantasias que fiz. Ano passado chorei quando vi as fantasias no desfile porque é muito gratificante ver seu trabalho ser reconhecido”, disse, emocionada, a moradora de Manguinhos, na Zona Norte do Rio.

A data para entrega das fantasias aos componentes será marcada após o ensaio técnico na Marquês de Sapucaí, que acontece no próximo domingo (09/02), às 20h.