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Após incêndio em barracão, escolas vão ajudar e Independente vai desfilar no Carnaval 2020

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Em plenária realizada na noite desta segunda-feira, na sede da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, os presidentes das agremiações manifestaram apoio para a escola de samba Independente Tricolor, que teve o seu barracão atingido por um incêndio de grandes proporções na Fábrica do Samba 2, e vão emprestar materiais e bases para a reconstrução do carnaval. Com isso, a Liga-SP informou que a agremiação vai desfilar em 2020.

Segundo a Liga, nos “próximos dias, será feito um novo levantamento sobre os prejuízos causados pelo incêndio, para, assim, definir como será a avaliação da Independente pelos jurados”.

A Independente Tricolor trará para o Anhembi o enredo “Utopia — É Preciso Acreditar”, desenvolvido pelo carnavalesco Fabio Gouveia, e desfilará pelo grupo de Acesso no domingo, 23 de fevereiro de 2020.

Compositores campeões da São Clemente elogiam liberdade para produção do samba de 2020

A São Clemente deu a vitória em sua disputa de samba para a obra composta pela parceria encabeçada pelo humorista e apresentador Marcelo Adnet. Com um samba bastante irreverente, alegre e crítico, os compositores exaltaram principalmente a liberdade para a realização do trabalho.

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Da parceria vencedora, apenas Gustavo Albuquerque e Camilo Jorge já haviam ganhado na escola. Outros estão começando a fazer composições. É o caso do advogado Luiz Franca, que explicou para a reportagem do CARNAVALESCO, durante a gravação do samba no estúdio Companhia dos Técnicos em Copacabana, sobre o processo de produção da obra.

“Foi um trabalho bem cuidadoso mesmo, eu já tinha alguma experiência, porque eu faço música para bloco de carnaval, mas escola de samba em geral não tem um tema tão livre como você tem em bloco. A gente teve o trabalho de tentar mesmo amarrar o tema do Jorge (Silveira, carnavalesco), lemos a sinopse e fomos ao tira dúvida, anotamos e gravamos e tivemos todo cuidado de colocar cada destaque do desfile dele no nosso samba para que o nosso samba contasse a história do desfile dele”.

O samba tem muito do DNA da São Clemente, alegre e para frente, e, acima de tudo, muito brincalhão, os compositores celebraram a parte anterior ao refrão principal que fala “Brasil compartilhou nem viu, sambou, caiu na Fake news”, em uma clara crítica a divulgação de notícias falsas de propósito em muitos casos para acarretar vantagens políticas e eleitorais.

O compositor Gustavo Albuquerque celebrou a liberdade que a escola deu para que fosse trabalhado estes temas.

“Fazer samba pra São Clemente, principalmente, no contexto em que você vê o país, é a alegria de todo o compositor porque a gente pode colocar na letra e na melodia um pouquinho dessa linguagem crítica para de alguma forma comover a sociedade em momento tão difícil para a própria sociedade. A São Clemente da a chance para a gente criar de uma forma livre um enredo que hoje é tão atual”.

A São Clemente vai abrir a noite de desfiles de segunda-feira em 2020.

Estudo do enredo: União da Ilha 2020

Ilha dos Morros, Ilha de Jorge, Ilha da Mãe Negra: Filhos Insulanos da Esperança

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Nome do enredo: Nas encruzilhadas da vida, entre becos, ruas e vielas, a sorte está
lançada: salva-se quem puder!
Nome do carnavalesco: Fran Sérgio, Cahê Rodrigues, Larrisa Pereira, Anderson Netto,
Allan Barbosa e Felipe Costa.

Este texto é um ensaio livre de possibilidades da Ilha para o Carnaval 2020, visto
que a agremiação não divulgou seu texto mestre para a próxima edição dos desfiles na
avenida Marquês de Sapucaí.

Por ser um ensaio, a preocupação que me comove é o de analisar a propositura
do enredo por meio das suas condições de produções, a saber: a entrada de Laila nos
quadros da Escola, logo do enredo e a letra do samba que ecoará em seu desfile.

Laila com toda sua força e história de importância no Carnaval carioca, nos
últimos anos, vem empregando esforços para emplacar novidades nos desfiles, algo de
ruptura, que seja sua marca nesta era tecnológica de espetáculo na Marquês de Sapucaí.
Para 2020, Laila inovou propondo que os compositores tivessem liberdade no processo
de composição do samba, e com isso, a agremiação não entregou uma sinopse de enredo
para a comunidade do samba.

A logo de enredo disponibilizada pela Escola alcança uma propositura de texto
misto (linguagem verbal e não verbal), dando voz a uma mulher negra e grávida, tendo
um de seus seios pintados com as cores da Ilha, o que se repete, nos mesmos tons, em
um de seus dos braços e também na barriga. A jovem está em meio a uma janela de um
“barraco” em uma comunidade e ao seu lado estão dois senhores e dois meninos sob um
céu luminoso que serve de fundo para a escritura do nome do enredo. Ao fundo desta
cena está o cenário pobre de uma comunidade com seus casebres. Sob este cenário se
posiciona o nome da Escola em um céu estrelado perante a lua de São Jorge, com ele
representado em seu cavalo.

Com estas informações da logo, como analista do discurso, recebo sopros de
interpretações. A União da Ilha apresenta a negritude como elo central de sua narrativa.
O deslizamento de sentido opera em metáforas. A Ilha se mostra como mulher grávida
de esperança (do título), no aguardo da criança (do título que está gestando), que vai
alimentar (gerenciar/cuidar) e carregar no colo (exibir para todos), com amor o tão
desejado nascer de um campeonato. A favela é o seu lugar de pertencimento. Na Ilha
que se cerca de crianças (o futuro) e de idosos (os griôs), a fé é guardiã e São Jorge é o
seu padroeiro. Se ainda está noite e está tudo triste nas trevas e na escuridão, o samba
explode dizendo que “é hoje, o dia da comunidade, um novo amanhã, num canto de
liberdade”.

E por falar em samba… a obra musical assinada por Márcio André, Márcio
André Filho, Rafael Prates, J. Alves, Daniel e Marinho também confirma que a
agremiação é uma mulher grávida, isso se revela no trecho “senhor, eu sou a ilha e no
meu ventre essa verdade que impera”….e também em “sou mãe, dignidade é meu
destino, rogo em prece meus meninos…”.

O samba-enredo aponta uma agremiação pronta para denunciar em suas
alegorias, fantasias, comissão de frente e em diversos setores a discriminação, a morte
de crianças e jovens moradores das comunidades do Rio de Janeiro, assassinados em
conflitos, vítimas do perigo, vítimas do abandono e vítimas do desalento. Isso fica
nítido no trecho “inocentes culpados, são todos irmãos, esse nó na garganta, vou
desabafar, o chumbo trocado, o lenço na mão nessa terra de Deus dará”.

O enredo da União da Ilha 2020 apresenta-se em duas vertentes, uma mais de
cunho interno, que trabalha a motivação do insulano, grávido de esperança do título, e o
outro de cunho mais social, político, com viés de denúncia em tom de emoção. Ambos
retratam mães negras.

Se a Ilha apresenta uma proposta maternal, a agremiação nos deixou cheios de
orfandade ao não lançar a propositura de um texto mestre. Válido ressaltar que o nome
do enredo da Escola é o maior de sua história, e isso se tornou característica nas
agremiações em que Laila tem desenvolvido suas atividades carnavalescas. Como
linguista sinto que o ótimo nome neste enredo – interpretado como gesto meu -, não
dialoga em sua totalidade com a propositura, dando margem a interpretações múltiplas e
talvez essa tenha sido a estratégia do artista – obra do criador – e isso deve ser
respeitado.

É um Carnaval para se aplaudir porque como diz o samba “será justiça de quem
esperou, o morro desce o asfalto e dessa vez esquece a tristeza”. A Ilha espera justiça
querendo ser campeã do Carnaval e também cantando, clamando para que os humildes,
moradores das comunidades e que pedem com fé (para São Jorge) vençam as agruras
diárias das batalhas urbanas.

Senhor, eu sou Laila e a Ilha também! É hora do show, baterilha! É hora do
show, insulanos!

Autor: Tiago Freitas
Doutorando em Linguística/UFRJ
Doutorando em História da Arte/UERJ
Coordenador Geral/OBCAR
[email protected]
Instagram: observatoriodecarnaval_ufrj

Liesb anuncia seu novo diretor de carnaval

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A Liga Independente das Escolas de Samba do Brasil, a Liesb, anuncia Leandro Augusto como seu o novo diretor de carnaval para o Carnaval 2020 da Intendente Magalhães.

Leandro entrou no carnaval em 2000 a convite do Simões Gama, ex presidente da Unidos de Padre Miguel, sendo vice da agremiação e posteriormente assumindo a presidência da escola. A sua experiência na folia resultou no convite pelo Presidente Clayton Ferreira, da Liesb.

“Agradeço o presidente Clayton pelo convite e confiança. Iremos sentar com a equipe para iniciar o planejamento. A entidade possui grandes profissionais competentes então juntos faremos um belo trabalho”, revelou o novo diretor.

Os desfiles de 2020 da Intendente Magalhães acontecem nos dia 23 de Fevereiro, com o Grupo de Acesso, 24 e 25 com o Grupo Especial.

Ana Beatriz Godoi é coroada rainha de bateria da Rosas de Ouro

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No fim de semana em que a escola de samba Rosas de Ouro comemorou seus 48 anos de história, a jornalista Ana Beatriz Godoi foi coroada rainha de bateria para o Carnaval 2020. No palco, a presidente da agremiação Angelina Basílio comandou a cerimônia ao lado de toda a diretoria e do mestre de bateria Rafael Oliveira. Fotos: Ricardo Sakai/Edu Graboski (Divulgação)

De volta à Rosas de Ouro depois de 16 anos, Ana se emocionou ao falar para a comunidade antes de receber sua coroa e faixa. “Nada é por acaso, quem me descobriu está olhando por mim. Foi o Eduardo Basílio [fundador da escola e pai da atual presidente], que me coroou rainha da escola em 2003. Eu tenho certeza que foi ele que fez todo esse movimento para estar aqui hoje. Estou muito feliz”, disse sob aplausos.

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A nova rainha nega que tenha ‘comprado’ o posto, até então ocupado pela atriz Ellen Rocche. “Mudei de escola por amor, por paixão, não fiz nenhum investimento, embora não veja problema nisso. Tenho uma história linda com a Rosas que nunca ficou no passado”, esclarece. “Não tive a oportunidade de conversar com a Ellen. Ela merece todos os aplausos, representou nossa bateria e continua fazendo parte da Rosas”.

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Em 2020, a Sociedade Rosas de Ouro levará para o Sambódromo do Anhembi o enredo “Tempos Modernos”. A escola será a última a desfilar no sábado, dia 22 de fevereiro. “Será o Carnaval mais especial da minha vida. Já vi o desenho da minha fantasia, estou empolgadíssima com tudo”, entrega.

Unidos de Bangu anuncia seu novo carnavalesco para 2020

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Bruno Rocha é o novo carnavalesco da Unidos de Bangu contratado para seguir com o desenvolvimento do enredo “Memórias de um Griô: a diáspora africana numa idade nada moderna e muito menos contemporânea”, que a escola apresentará na Série A.

O artista teve a primeira experiência num barracão em 2008, quando foi aderecista do Acadêmicos do Cubango. Nos últimos dois anos, ele foi o responsável pelos desfiles do Arame de Ricardo, na Série B, além de já ter passado na Unidos de Aquarius, de Cabo Frio, e no Bloco do China, em Duque de Caxias.

“É uma honra e uma responsabilidade muito grande, mas é a concretização de um sonho. Todo carnavalesco espera ter o seu trabalho reconhecido e vê-lo na Sapucaí. Agradeço o convite da direção da escola e não vou medir esforços para colocar na Avenida um trabalho bonito, feito com muito carinho e que alcance as primeiras colocações”, destaca Bruno.

Oitava colocada em 2018 com o enredo “Do ventre da terra, raízes para o mundo”, a Unidos de Bangu será a terceira escola a cruzar a Marquês de Sapucaí no sábado de carnaval, 22 de fevereiro.

Paraíso do Tuiuti grava samba para o CD do Especial com ‘sentimento e toque carioca’ nos arranjos

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Pode-se dizer que o Paraíso do Tuiuti teve um bom tempo para se preparar para a gravação da faixa para o CD das escolas de samba do Grupo Especial. A obra foi apresentada ao mundo do samba oficialmente em agosto desse ano, mas já havia sido divulgada em julho com exclusividade pelo CARNAVALESCO. O samba foi produzido pelos compositores Moacyr Luz, Cláudio Russo, Aníbal, Pier, Júlio Alves e Tricolor.

O músico Alceu Maia foi o responsável pelos arranjos da faixa da Paraíso do Tuiuti, e falou à reportagem do CARNAVALESCO um pouco de seu trabalho e do direcionamento que deu a obra da Azul e Amarela de São Cristóvão.

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“Em cada escola a gente vai vendo o que se encaixa mais, onde pode ter um solo de cavaquinho, por exemplo, porque o samba já vem escolhido para você. E a gente tem que ficar atento a essência de cada enredo. O Paraíso do Tuiuti traz São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro como parte do enredo, por isso, a gente pensou em uma coisa bem carioca, e vocês vão sentir isso quando ouvirem a faixa”.

O intérprete Celsinho Mody elogiou a obra e o trabalho dos compositores e também revelou o que pensa sobre a encomenda de samba.

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“O Tuiuti vem com um samba maravilhoso para a Avenida. O samba está lindo né. Um samba que tem muito sentimento, uma letra primorosa. Gravamos sobre os olhares do Moacyr Luz que venho ajudar na gravação. Este ano, vamos em busca de grandes sonhos. Sobre a encomenda de samba, eu acredito que tem que ter muita sensibilidade, tem hora que a escola quer se integrar mais e vale uma disputa de samba e tem hora que precisa centralizar mais e aí pede uma encomenda de samba. Eu não tenho nada contra, só tenho a favor. Acho que cada escola montando o seu sistema fica todo mundo feliz”.

O diretor de carnaval, Júnior Schall, revelou que a dianteira na produção do samba ajudou no trabalho da escola para 2020.

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“Ter o samba hoje, realmente facilita, não só para a gravação da faixa. A gente, por exemplo, já tá com o nosso time de canto e com a comunidade um passo a frente em matéria de aptidão para o melhor canto dos componentes. Está mais na massa, no sangue, dentro do DNA do time de ritmistas e também dos nossos intérpretes. Acho que auxilia porque você consegue cantar com mais força e com mais alma, o samba-enredo pertence mais ao Tuiuti”.

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Em 2020, a escola vai levar para Avenida o enredo “O santo e o rei: encantarias de Sebastião” e optou por encomendar o samba. Mestre Ricardinho, comandante da bateria Super Som, analisou os prós e os contras na iniciativa em relação ao trabalho dos ritmistas.

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“Da mais calma para gente trabalhar. Mas ao mesmo tempo, a disputa faz com que a gente vá conhecendo o samba ao longo de um mês, dois meses. Na tua mente as ideias já vão vindo nesses dois meses e quando escolhe o samba você já tem as ideias mais sedimentadas na cabeça. Quando você tem um samba que chega pra você ‘toma’, as ideias as vezes não vem em um primeiro momento. Então a gente fez um trabalho prévio para poder lançar o samba em agosto, mas ao longo destes dois meses a gente preparou bossas e agora ele está ficando mais com a nossa cara para apresentá-lo na Avenida”.

Mestre Ricardinho também revelou o que trouxe para a produção do CD uma das bossas que levará à Sapucaí.

“O andamento aqui é 144 BPM (batidas por minuto) para gravar e no desfile mesmo a gente deve vir com o nosso andamento normal que é a pegada 146 ou 147. A bossa é no refrão de baixo, antes de virar para partir para a segunda do samba, e as marcações de primeira e segunda param e fazem uma conversa, enquanto isso a caixa fica boiando e depois tem um retorno simples no repique com o objetivo de dar um impacto e é uma das bossas que a gente vai levar para a Avenida também, está guardada na manga”.

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O cantor Nino do Milênio, que está de volta para o Carnaval 2020, e falou sobre o entrosamento com Celsinho Mody e a comunidade do Tuiuti.

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“Por nosso samba ter sido apresentado primeiro, eu acho que quando a gente vai gravar o samba está mais entrosado, mais encaixado. E com a encomenda a gente pode ter mais tempo para trabalhar o samba. Da uma vantagem no trabalho em si, justamente por esse entrosamento que a gente já tem com a bateria, com os componentes da escola. Estou muito feliz por ter voltado, pois o Tuiuti é a escola que me abraçou”.

Inscrições abertas para o concurso da Corte Real do Carnaval Rio 2020

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    As inscrições para o concurso que irá eleger o Rei Momo e a Rainha do Carnaval de 2020 estão abertas até 22 de novembro de 2019, conforme regulamento publicado no Diário Oficial do Município do Rio. Os candidatos deverão comparecer à sede da Riotur (Cidade das Artes – Av. das Américas, 5.300 / 3º andar – Barra da Tijuca), de segunda a sexta, das 10h às 17h, para realizar a inscrição gratuitamente. O regulamento completo e a ficha de inscrição poderão ser obtidos também por e-mail: [email protected].

    Os candidatos a Rei Momo precisam residir no Município do Rio de Janeiro; ter entre 18 e 60 anos; não ser servidor municipal, estadual ou federal e ter concluído o ensino fundamental. Serão observados os requisitos desembaraço, sociabilidade, facilidade de expressão, simpatia, espírito carnavalesco e domínio da arte de sambar. As candidatas a Rainha e Princesas devem ter de 18 a 45 anos, e atender às mesmas regras supracitadas. Beleza do rosto, harmonia de linhas físicas, sociabilidade, facilidade de expressão, simpatia e espírito carnavalesco, além de domínio da arte de sambar são os requisitos a serem cumpridos. Em ambos os casos, está vedada a participação dos vencedores da edição 2019 do concurso.

    No ato da inscrição, os candidatos precisam apresentar cópias autenticadas, ou acompanhadas dos originais, da carteira de identidade, CPF, comprovante de residência (próprio, pai, mãe ou contrato de aluguel), certificado ou declaração de escolaridade, uma fotografia de corpo inteiro, número de inscrição no INSS/PIS ou PASEP, declaração de próprio punho que reside no Município do Rio de Janeiro e de que não é servidor público municipal, nem ocupa cargo na estrutura do Município do Rio de Janeiro, além de um atestado de aptidão física com data recente ao Concurso, confirmando as ótimas condições de saúde do candidato.

    O candidato campeão ganhará o Título de “Rei Momo 1º e Único do Carnaval 2020”, uma coroa, uma faixa, um cetro e a quantia de R$ 30.000. O segundo colocado leva R$ 3.500 e uma faixa de vice-rei do carnaval 2019. A eleita “Rainha do Carnaval 2020” ganhará uma coroa, uma faixa e mais a quantia de R$ 30.000. A segunda colocada leva o título de 1ª Princesa do Carnaval 2020, uma tiara, uma faixa e a quantia de R$ 22.500. A terceira colocada torna-se a 2ª Princesa do Carnaval 2020, conquistando também uma tiara, uma faixa e a mesma quantia de R$ 22.500. Os mandatos começarão na data de suas eleições e terminarão em 2 de março de 2020.

    Irmã de Marielle ressalta poder dos enredos e diz que revolução tem que partir do povo negro

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    Escola do Grupo de Acesso do carnaval de São Paulo, a Mocidade Unida da Mooca presta uma homenagem a Abdias do Nascimento, artista ativista da população negra. Entre as grandes personalidades presentes nas atividades da escola motivada pelo enredo, a irmã de Marielle Franco, Anielle Franco, gravou o clipe com um poema em forma de protesto.

    O enredo “A Ópera Negra de Abdias Nascimento” é reflexivo e representativo. A cultura negra é abordada através da história de Abdias, mas com ligações entre o passado e o presente. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, Anielle comenta a importância da abordagem desses assuntos e afirma que revolução parte do povo negro.

    “A gente vive num país que quase todo dia tem um jovem negro assassinado, principalmente, no Rio de Janeiro. A cada um ou dois dias tem uma intervenção militar em uma área de risco. Um jovem negro e favelado está sendo morto a cada dia. Ou a gente começa a fazer essa revolução a partir do povo negro, ou a gente não vai conseguir mudar nada. Abdias foi um dos primeiros autores que eu li com a minha irmã sobre negritude, e estar aqui representa muito. Pra mim tem todo significado”, disse Anielle que acrescenta: “É emocionante qualquer homenagem que vem assim pra ela, acalenta um pouco a gente”.

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    O presidente da Mocidade Unida da Mooca, Rafael Falanga, explica motivos que levaram a escola abordar o tema.

    “A gente vive um momento no país muito complicado, é um enredo necessário. O tema veio do carnavalesco André, e a gente nem quis ouvir as outras propostas. É o momento do país que está fazendo a gente dar esse grito contra o racismo, contra o que assombra povo negro. Escola de samba é mensagem, e nós somos os mensageiros do povo negro”.

    Rafael também comenta sobre motivos que levaram convidar Anielle, e conclui que irmã de Marielle tem o “perfil ideal”.

    “Ela vive na pele, talvez, seja uma das pessoas que tenha mais propriedade pra contribuir pra esse enredo, que é um grito contra o racismo, preconceito, genocídio, feminicídio. Nós encontramos nela o perfil ideal, ela aceitou de prontidão e estamos aí”.

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    Além da agremiação paulistana, escolas como Estação Primeira de Mangueira, Vila Isabel, Vai-Vai, entre outras homenagearam a vereadora através da irmã no carnaval de 2019. Meses após a polícia descobriu os autores do assassinato. Anielle diz que considera que há influência e destaca força de movimentos culturais.

    “Sim, eu acho que tem. Acho que qualquer manifestação cultural tem o poder de mudar muitas coisas. Infelizmente, nós estamos num momento do país que é muito difícil, tem muito terror, tem muito ódio. Só com esse tipo de movimento é que a gente consegue ter esperanças de dias melhores, é fantástico”.

    Durante a entrevista, Anielle Franco expõe sonho que irmã tinha em desfilar numa escola de samba.

    “A minha irmã sempre teve um sonho de desfilar, e todo ano a gente falava que ia e no final íamos pra Cabo Frio, íamos descansar, e acabou que ela teve que ser
    assassinada pra gente poder realizar um dos grandes sonhos dela”.

    Anielle Franco revelou que já conhecia o carnaval de São Paulo e escapou da polêmica ao comentar sobre a diferença entre o carnaval de São Paulo com o do Rio
    de Janeiro.

    “A gente já conhecia o carnaval de São Paulo. Desfilamos esse ano no Vai-Vai, eu e minha sobrinha. Eles fizeram uma homenagem em mosaico pra Mari, mas foi a primeira vez. A segunda vez é agora, e eu não conhecia esse lado de cá da Mooca, mas estou muito feliz. Na verdade eu sou amiga do Carnavalesco Andre há um tempo já, que participou do Carnaval da Vila e tal”. Óbvio que as pessoas costumam falar que o samba é melhor aqui, a bateria é melhor ali, mas eu senti o mesmo amor, a mesma
    força, é o povo que faz, ambos vem com emoção”.

    Alvinho explica mudança no samba-enredo da Mangueira e diz que obra de 2020 pode superar a de 2019

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    Já virou realidade nas escolas que os sambas escolhidos passam por alterações após o anúncio oficial. Todos sambem disso, mas vai ano e volta concurso e segue a mesma ladainha da insatisfação. Não foi diferente na Estação Primeira de Mangueira. A atual campeã do Grupo Especial realizou pequenas correções no samba dos compositores Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo e o clima esquentou entre os torcedores mangueirenses. Muitos não aceitaram, pediram para escola voltar atrás, mas no ensaio de quadra deste sábado, quem foi, viu o rendimento e já entendeu que a mudança foi para melhor e que o samba tem potencial para explodir na Avenida. (Fotos de Allan Duffes)

    O site CARNAVALESCO conversou com Álvaro Luiz Caetano, o Alvinho, que é membro do conselho de carnaval da Mangueira e que participou ativamente da mudança. Ele explicou o motivo e prometeu que o canto dos componentes será um grande destaque da Verde e Rosa em 2020.

    “Tudo que foi feito aconteceu em consenso com os compositores e o departamento musical. Em um desfile de escola de samba precisamos estar preocupados com o canto dos componentes, a respiração e temos que dar mais ênfase para isso. A mudança deixa mais à vontade, facilita o canto. É preciso entender que não é um samba somente para ouvir em casa, ele vai passar pela Avenida e as pessoas precisam cantar o tempo inteiro. Os versos que caíram eram muito bonitos, mas cortamos para soltarmos o canto. A forma que foi feita era perfeita, mas agora ficou mais fácil o canto”, afirmou Alvinho.

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    Ex-presidente da Mangueira, ele garante que a obra pode ter rendimento até melhor do que o samba de 2019, um dos pilares do título mangueirense.

    “Sinceramente, eu acredito muito no samba da Mangueira, melhor do que 2019. É impactante e a letra é maravilhosa. Ele retrata uma realidade que vivemos, para o bem ou mal, cada pode interpretar como quiser, e na essência a letra e melodia mexem com a gente. Tenho certeza que será um dos sambas do Carnaval 2020”, profetizou.

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    Alvinho elogiou a nova forma de disputa da Mangueira, que igualou todas parcerias, com as gravações no mesmo formato, os cantores de apoiando da escola comandando os concorrentes, além do corte do poder financeiro nas apresentações, embora, tenha sido notada a falta de uma grande festa das parcerias na quadra.

    “É lógico que algumas mudanças vão ter que ser feitas para o futuro. A ideia nasceu do presidente Elias. Deu oportunidade para os compositores que não possuem poder aquisitivo grande. Hoje, eles podem colocar o samba, com custo reduzido e ganhar. A Manu e o Luiz Carlos são exemplos disso”, finalizou Alvinho.