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Análise da bateria da Estácio de Sá no desfile de 2020

Por Matheus Mattos

Primeira bateria a desfilar do Grupo Especial do Rio de Janeiro, a Medalha de Ouro, do mestre Chuvisco, apresentou uma bateria com bossas repletas de informações de caixas, porém sofreu com descompassos de andamento e sobras nas realizações de determinadas paradinhas.

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Ainda fora da avaliação dos jurados, o esquenta da bateria sofreu com algumas desatenções durante a execução do samba de 2016. A própria introdução de 2020 também teve oscilação de precisão na cozinha.

Durante a execução reta, a bateria preservou a resistência rítmica, tanto na cozinha quanto na execução dos instrumentos leves. O naipe de caixas se destacou. A afinação alta, boa divisão da batida e resistência durante a passagem contribuíram para a sonoridade.

Notou-se um descompasso da bateria no minuto 33 e uma execução com faladas da bossa que se inicia no trecho “Na lua de Jorge”.

A bateria também apresentou uma surpresa aos sambistas. Em determinado trecho, todos os ritmistas se abaixavam e os agogôs continuavam. Na primeira vez que foi realizado houve um descompasso com o carro de som. Já na segunda execução, na terceira cabine de jurados, a escola acertou com precisão.

O time de cordas valorizou a sustentação do samba e poucos arranjos. Falando especificamente dos cavacos, eles apresentaram um solo logo na entrada da segunda estrofe. No caso do violão de 7 cordas, aproveitou a execução do segundo refrão pra dedilhar com mais liberdade.

Componentes da Viradouro não se assustam com favoritismo

Graças a excelente administração, o pré-carnaval da Viradouro foi o que se pode chamar de perfeito. Isso fez com que a escola fosse uma das mais esperadas na primeira noite de desfiles do grupo especial. A vermelha e branca pisou na passarela com grande favorita ao lugar mais alto do pódio. Durante os preparativos para o espetáculo, a organização e qualidade do barracão chamaram atenção o tempo inteiro na Cidade do Samba. Na ala musical, a agremiação também não desapontou. Os ensaio na Amaral Peixoto se tornaram atração para o povo de Niterói.

A prefeitura da cidade, aliás, foi também uma das responsáveis pelo sucesso da escola ao investir, mais um ano, uma verba milionária para que a agremiação niteroiense se destacasse na Marquês de Sapucaí. O resultado de tamanho investimento não demorou para aparecer. O tal brilho no olhar, que tanto cantou a Viradouro em 2019, voltou. E mais forte do que nunca, mesmo com a ingrata posição de desfile.

As fantasias da Viradouro chamaram atenção graças ao seu bom gosto e requinte. Nas alegorias impressionava também a grandiosidade das composições. Uma delas era Kiko Araújo, 25 anos, que desfilou no terceiro carro “Joias de Crioula – a Arte metal e o Ganho da sorte”. Fantasiado de “Balangandã de prata”, o desfilante confessou ao site CARNAVALESCO que todo o luxo da escola fez com que ele acreditasse na possibilidade de título.

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“A Viradouro guarda o grito de campeã desde o ano passado. Depois do vice-campeonato de 2019 a nossa responsabilidade aumentou muito. Ensaiamos bastante o tempo todo na quadra e nas ruas para podermos comemorar o primeiro lugar na quarta-feira de cinzas”, revelou.

Vestida de “Mercação de amendoim”, no primeiro setor, estava Cláudia dos Santos. A desfilante contou que falta pouco para o grito de campeã sair do peito.

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“A nossa ala está ensaiando desde junho. Acho que esse ano o campeonato será nosso. Todo mundo estava esperando um grande desfile e ele aconteceu. Estamos confiantes, muito bem ensaiados. Não tenho dúvidas que correspondemos às expectativas do público”, contou Cláudia.

O popular Esticadinho, codinome de José Carlos, é componente da velha guarda a 3 décadas. Apesar de reconhecer o favoritismo da vermelha e branca ele entende que o ‘sarrafo’ está alto esse ano.

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“A expectativa da nossa escola é imensa, mas a gente sabe que todo mundo quer ser campeão. É briga de cachorro grande. Quem errar menos, levanta a taça. Nós levamos fé no desfile, sempre respeitando as coirmãs”, finalizou o desfilante.

Torcedores das escolas de samba elogiam estrutura do Camarote do King

Por Philipe Rabelo e Rennan Laurente

Neste domingo aconteceu a primeira noite de desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí. E no Camarote do King, famílias e amigos e se reuniram para assistir ao maior espetáculo da Terra. Fotos: Paulo Rodrigues

A noite começou com a dobradinha Estácio de Sá e King. O destaque do Abre Alas atende pelo nome Eliane Martins, mãe de João King e Lilian Martins, os donos do Camarote.

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Dona Eliane veio pelo segundo ano consecutivo no Abre Alas da Estácio, que esse ano trouxe um enredo sobre a Pedra. Ela representou a Deusa da Pedra.

“Viemos com muitas cores, a Rosa Magalhães fez um trabalho excelente, ela caprichou”, disse.

A segunda escola da noite foi a Unidos do Viradouro que trouxe as Ganhadeiras de Itapuã para a Sapucaí. E no King encontramos Anderson Faria e seus amigos, todos torcedores da escola. Eles estiveram pela primeira vez no King.

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“Estivemos em outros camarotes, porém, decidimos pelo King nestes dois dias das escolas especiais e não nos decepcionamos em nada. Qualidade, bebida, comida, visão, enfim, tudo de bom”. Quando perguntado sobre o desfile da Escola de coração ele disse: “Espetacular!” E, elogiou a comunidade de Niterói: “Comunidade cantou muito, bateria ótima e muito pé no chão”.

Outra torcida presente no Camarote foi a da Portela. Com mais de 20 anos de Sapucaí, este ano, Anderson Oliveira esteve pela primeira vez em um camarote, ele comprou ingressos para as 4 noites de desfiles. “Eu sou apaixonado por Carnaval e estou adorando o camarote King. Até falei com amigos que o que estou vendo, é muito mais do que prometeram. O credenciamento foi só uma provinha, mas estar aqui é incrível, um visual perfeito da Avenida – Nota 10”.

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Um trio de amigos também vindos da Zona Norte do Rio de Janeiro, tiveram a estreia no Camarote do King. Itaci Oliveira, Jairo da Fonseca e Eloá Freitas sempre curtem o Carnaval juntos, normalmente desfilando, porém nesse ano decidiram assistir.

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“Estamos adorando a experiência, uma estrutura muito bem montada”.

O Camarote do King, fica no setor 8 da Sapucaí e está em seu quarto ano de vida, com o feedback de clientes, amigos e parceiros em ter a melhor visão e o melhor atendimento de toda a Avenida.

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Dom Quixote representava loucura em enredo educacional do Império da Tijuca

A história do homem livro, Evandro Santos, fundador da biblioteca Tobias barreto, foi fio condutor do enredo do Império da Tijuca. Ele acumulou mais de 50 mil livros catados do lixo ou através de doações da população. O enredo se debruçava na temática da educação brasileira, contando a história através do homem livro.

Um dos clássicos da literatura mundial, Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes, se transformou em ala na escola do morro da Formiga. No setor das Quimeras Literárias. A fantasia era em diferentes tons de laranja e vermelho, trazendo no chapéu o famoso moinho que Dom Quixote confundiu com um gigante. De fácil leitura, o figurino estava dentro da proposta do enredo de Guilherme Estevão.

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“Dom Quixote e Quimera da Loucura” era o titulo da décima ala da escola, que fez referência ao cavaleiro andante, com seu traje lúdico. Em seu terceiro ano desfilando pela escola, Bárbara Mota, 52 anos, teceu elogios ao figurino da ala.

“A fantasia além de leve e super bonita, possuía um enorme significado por falar de educação na Sapucaí, isso não pode ser deixado de lado”, explicou Bárbara.

Fotos: alegorias da Estácio na concentração

Fotos: alegorias da União da Ilha na concentração

Pede passagem da Unidos de Padre Miguel carregava grande boi vermelho

A “Ginga” da Unidos de Padre Miguel se estendeu para além do nome do enredo. O tripé que abriu o desfile, levava o mesmo nome do tema, e fazia uma alusão aos bois africanos da tribo Mocupe. E consequentemente relembrava o boi vermelho, símbolo inicial da agremiação. Com uma enorme cabeça e com grandes chifres, o animal realizava movimentos e soltava fumaça pelas narinas.

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Nas laterais, os dois bois vermelhos representavam o culto aos bois africanos. Ao fundo, duas esculturas representavam os guerreiros angolanos que estavam também inseridos ao culto da tripo Mocupe. O elemento alegórico estava inteiramente revestido por uma cor amarela que lembrava ouro.

Além do vermelho que também foi uma cor predominante. Na parte inferior, haviam materiais que davam a impressão de palhas, além de pérolas e búzios que finalizaram a decoração.

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Apesar das cores fortes utilizadas, a chuva mais uma vez levou problemas para a vermelha e branca da Zona Oeste. Os guerreiros apresentavam visíveis falhas no acabamento, incluindo também os chifres do boi na lateral.