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Viradouro e Mangueira garantem protagonismo no primeiro dia do Grupo Especial em 2020

    Como era esperado desde o pré-carnaval o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial de 2020, no Sambódromo, registrou o protagonismo da atual campeã, Estação Primeira de Mangueira, e, da Viradouro, a atual vice-campeã de 2019. As duas escolas certamente vão brigar pelo título desse ano.

    duelo

    A primeira noite ficou marcada por muitos erros de evolução e técnicos das escolas de samba. Quem mais sofreu foi a União da Ilha. A escola terá sérias dificuldades na apuração de quarta-feira. A grata surpresa ficou por conta da abertura feita pela Estácio de Sá. A carnavalesca Rosa Magalhães fez um desfile para calar a boca de todos.

    Com Renato e Marcia Lage no desenvolvimento do desfile, a Portela fez um desfile forte, aliando técnica, canto forte e uma evolução segura. É outra escola que conquistará uma ótima colocação.

    Com um magnífico conjunto de alegorias o Paraíso do Tuiuti fez um desfile arrebatador no aspecto visual, mas pecou na sua evolução. O mesmo aconteceu com a Grande Rio. O buraco no início do desfile e outros problemas afastaram a escola de Caxias da briga pelo título.

    Veja abaixo como foram os desfiles

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    ESTÁCIO DE SÁ – A carnavalesca Rosa Magalhães completou 50 carnavais e para coroar a data fez um desfile brilhante tirando leite de ‘pedra’ pela Estácio de Sá, na abertura do Grupo Especial. Se pensaram que a professora não ia dar conta de desenvolver mais este enredo se enganaram, ela deu uma verdadeira aula sobre a relação do homem com os minérios e os resultados que a falta de cuidado e a cobiça podem levar. Alegorias belíssimas e bem acabadas surpreenderam quem espera um desfile mediano. A Estácio fechou o desfile com 66 minutos e a carnavalesca disse não acreditar no rebaixamento. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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    VIRADOURO – Um banho de bom gosto. Essa frase pode definir com exatidão o que fez a Unidos da Viradouro em seu desfile no Grupo Especial neste domingo. Novamente, como a segunda a desfilar, tal qual em 2019, a agremiação deu um bico nas estatísticas (que colocam escolas com esse posicionamento de desfile em colocações ruins) e fez uma apresentação arrebatadora. O conjunto plástico criado por Tarcísio Zanon e Marcus Ferreira é seguramente um dos maiores já levados pela Viradouro em um desfile. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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    MANGUEIRA – Em uma apresentação tecnicamente perfeita, aliada com uma excelente plástica, a Mangueira se credenciou com uma das grandes favoritas ao título, no seu caso, ao bicampeonato. Terceira agremiação da primeira noite de desfiles do Grupo Especial, a Verde e Rosa encerrou sua passagem pela passarela do samba com 67 minutos. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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    TUIUTI – De volta ao Grupo Especial o carnavalesco João Vitor realizou um grande desfile no Paraíso do Tuiuti e se depender do seu trabalho estético a escola pode sonhar com uma vaga nas campeãs. Problemas de evolução, fazendo a escola correr para não estourar o tem máximo e algumas fantasias com difícil leitura podem atrapalhar a escola que passou com alegorias belíssimas. Mestre Ricardinho passou bem com as bossas bem encaixadas e realizadas. Foi um outro ponto positivo da escola. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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    GRANDE RIO – Os sambistas clamaram, a Grande Rio demorou, mas atendeu. A escola optou por resgatar o seu DNA de enredos mais culturais como nos seus primeiros anos. O desfile da agremiação na madrugada deste domingo de carnaval deixou bastante claro que a escolha foi acertada. Cantando com a alma, evoluindo como há anos não se via e com uma plástica de extremo bom gosto, mesmo com um enredo denso. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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    UNIÃO DA ILHA – Sexta escola a passar na avenida na primeira noite do Grupo Especial, a União da Ilha fez o pior desfile da noite errando feio na evolução. Abrindo um buraco imenso entre o setor 6 e o setor 10 atrapalhando todo o resto da escola, que teve diversos outros espaços abertos entre alas. Correndo muito a Ilha ainda assim estourou um minuto do tempo máximo e deve perder um décimo. Nas fantasias foram utilizados recursos próximos das roupas do dia a dia com pouquíssima carnavalização desta forma trazendo um desfile mais próximo do real. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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    PORTELA – O portelense é um dos sambistas que mais cobra de sua diretoria e do seu carnavalesco para estar bem vestido na avenida. Quando isso acontece a Portela tem uma outra cara na pista. Por esse aspecto a escola poderia até ser apontada como uma das melhores da primeira noite de apresentações do Grupo Especial, pois não deveu nada aos destaques da noite. Entretanto, dificilmente a escola levantará seu 23º campeonato em 2020, graças a um recorrente calcanhar de aquiles. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

    Águia altaneira da Portela teve assinatura tecnológica de Renato Lage

    aguia portela

    Um dos símbolos mais imponentes do carnaval ganhou ares de high-Tech em 2020. Com a chegada dos carnavalescos Renato e Márcia Lage, a águia azul e branca foi projetada com traços estilizados numa estrutura vazada. Cada uma das asas era formada por 20 lâminas independentes que se movimentavam de maneira ondular. Aliado a um espetacular jogo de luzes que alternou o aspecto da alegoria, o efeito foi pensado para despertar o público que pudesse estar cansado na Sapucaí. Tendo em vista que a Portela foi a última a passar, já na manhã de segunda-feira. Os sons emitidos pelo carro de som reproduziam grunhidos de águia e também contribuíram para uma catarse na Marquês.

    Quando se trata de Portela, não basta esquentar as arquibancadas. É preciso inflar o ego do componente. Elizabeth Barbosa, com 64 anos e 30 só de Portela, que desfila quase sempre numa ala próxima ao abre-alas com a águia altaneira, afirmou estar satisfeita com a roupagem tecnológica.

    “A Portela é moderna de forma tradicional. A águia deste ano é uma das mais bonitas que vi nessas três décadas dedicadas à escola. O portelense está mais feliz do que nunca”, afirmou.

    Somando 50 carnavais em defesa da Portela, Conceição Mota, 75 anos, contou que ela e todos seus componentes ficaram encantados com as surpresa preparadas pelos carnavalescos.

    conceição portela

    “Estamos todos maravilhados. Não tem problema nenhum que o símbolo da escola esteja tao diferente. Se até a velha guarda da Portela é moderna, por que a águia não seria?”, indagou.

    lucas portela

    Com 23 anos, Lucas Matos é a prova de que a Portela e o carnaval se oxigenam a cada dia. Desde os 8 anos desfilando pela agremiação, o componente demonstrou satisfação com a águia moderna.

    “Essa águia tecnológica me impressiona muito. A gente está acostumado a ver uma águia mais natural, com penas, e dessa vez é bastante diferente. Mas eu confio inteiramente no trabalho dos carnavalescos. Se essa foi a opção deles, tenho certeza de que foi espetacular”, contou.

    Acreditando sempre na renovação, Maria José, de 56 anos, declarou que a Portela se moderniza com o decorrer do tempo.

    “Essa águia é diferente de todas as que já passaram pela avenida na história da Portela. Mas a mudança não incomoda. O mundo gira, todo mundo tem que se renovar”.

    A águia inovadora não foi o único destaque do abre-alas. A alegoria trouxe esculturas de onças pintadas, serpentes e pássaros da fauna brasileira. Além de muitas flores. Os carnavalescos escolheram cores cítricas como o verde limão e tons de azul e laranja para chamar a atenção do público. Foram usados dois chassis para recriar o cenário do Guajupiá, o paraíso indígena cantado pela Portela. As composições vieram vestidas de índios, representando os tupinambás que, ao chegarem à Baía de Guanabara muito antes dos europeus, acreditaram ter encontrado o paraíso sonhado.

    Análise da bateria da Portela no Carnaval 2020

    Por Matheus Mattos

    A bateria responsável por encerrar a primeira noite de desfiles do Grupo Especial foi a Tabajara do Samba, da Portela. Analisando o desempenho geral, o lado musical apresentado atendeu bem as exigências. A bateria apresentou um bom domínio técnico, batida de caixa resistente e desempenho eficiente dos tamborins.

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    Na proposta de variedade, a Tabajara trabalhou com diferentes ataques, a paradinha “Índio pede paz mas é de guerra” exemplifica a afirmação. No trecho final, o surdo de terceira estende meio compasso para que a bateria entre no primeiro tempo, contrário do convencional. Teve também paradinhas que aliaram complexidades musicais com coreografias dos ritmistas.

    Aprofundando na parte visual, a escola trouxe componentes com adereços nas mãos que representavam uma árvore. Durante determinados momentos, eles se posicionavam no corredor e levantavam o objeto.

    Os cavacos não ficaram pra trás na criatividade e apresentaram desenhos melódicos bem encaixados, como o que aproveita a corda mais aguda no final do segundo refrão.

    Análise da bateria da União da Ilha no Carnaval 2020

    Por Matheus Mattos

    Penúltima bateria a desfilar na Sapucaí, a Baterilha apresentou uma diversidade de bossas e ritmo firme durante grande parte do desfile. Além da sustentação devida, diferentes ritmos puderam ser notados durante execução das paradinhas. O primeiro, e mais usado, foi o samba. Na frente e atrás da formação da bateria, vieram pessoas com rebolo e banjo.

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    Durante a execução de uma das duas paradinhas com a movimentação, os sambistas entram no corredor e tocam o gênero citado. O outro gênero é o funk que, no começo da bossa, apenas as marcações dão a intensão. O trecho foi bem aproveitado também para os componentes da escola, que dançou na coreografia da proposta.

    Todos os ritmistas traziam um pano branco pendurado nas mãos. Quando a convenção do tamborim é executada, todos levantam como uma mensagem de paz.

    O banjo também esteve no carro de som da União da Ilha. Pela presença do instrumento, o músico responsável aproveitou a liberdade pra repicar em diferentes trechos.

    Estreia de casal Lage na Portela agrada até torcedores mais fanáticos

    Em meio à dança das cadeiras do carnaval 2019 para o 2020, veteranos da folia ficaram apenas poucos dias desempregados. A professora Rosa deixou Madureira e embarcou rumo ao São Carlos. O casal Lage-high-Tech saiu da baixada e voou para debaixo das asas da águia altaneira.

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    Renato coleciona um total de 40 carnavais. Dentre eles desfiles espetaculares como “Criador e Criatura”, “Villa-Lobos e a apoteose brasileira”, que o consagraram em Padre Miguel. Seu último título foi “Tambor!”, na vermelha e branca da Tijuca.

    Lage constrói enredos de forma ímpar. Elabora alegorias inovadoras atrelando uso do tradicional com tecnológico. Daí o apelido de high-Tech. Suas fantasias adentram a Sapucaí de forma majestosa e quando a escola preenche a avenida, um tapete visual presenteia quem assiste o espetáculo.

    Não à toa, criou-se uma grande expectativa em torno da contratação dele. Os portelenses acreditaram que o casamento do “quarentão” com a quase centenária escola pudesse dar samba. E deu. Mesmo estreante, Renato conseguiu captar que dois fatores fazem o carnavalesco ter boa relação com a comunidade portelense. A águia, símbolo máximo precisa estar impecável e o componente precisa estar bem vestido.

    Satisfeita com a águia e com sua vestimenta, Karina Vargas, de 30 anos, demonstrava extrema felicidade na dispersão.

    “Todo mundo sabe que o Renato é excelente. As escola que ele faz carnaval já saem na frente nos quesitos enredo, fantasias e alegorias. Ele é um grande carnavalesco e espero que traga novamente o título para nós”, contou.

    Já para Tércio Cândido, que desfilou na velha guarda da azul e branca, afirmou que Renato é um carnavalesco que está a altura da agremiação.

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    “Nossa expectativa era de um desfile maravilhoso. E ele aconteceu. A escola veio muito bem ensaiada, com samba-enredo na boca do povo. Renato é um carnavalesco que combina com nossa escola e está a altura da grandiosidade da Portela. O currículo dele é extenso”.

    Análise da bateria da Grande Rio no Carnaval 2020

    Por Matheus Mattos

    A quinta bateria a cruzar o Sambódromo da Sapucaí foi da Grande Rio. O contexto afro foi representado na sonoridade, principalmente pelo timbal, ijexá do agogô e paradinhas características. O ritmo buscou destacar a limpeza dos naipes e separação de cada timbre.

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    A retomada do apagão na primeira cabine foi bem executada. Já no minuto 42, logo em frente à segunda cabine de jurados, a retomada do apagão sofreu um leve descompasso, devido a um delay no sistema de som da Sapucaí.

    Por aliar execução eficiente e diferentes desenhos ao decorrer do samba, o agogô chamou a atenção. No segundo refrão, “Na paz de Zambi, ele é mutalambô”, o instrumento em questão traz um arranjo de funk, que dura cerca de 7 compassos e aproveita as duas bocas graves. Simples, mas bem encaixado no verso.

    Foi notado também que, após a virada do segundo refrão, o agogô preenche a pequena lacuna que antecede o ataque com dois toques. A grande bossa executada no segundo refrão trabalhou toda baseada no toque de agogô.

    Outro destaque da parte musical ficou pra complexidade dos arranjos de Cavacos. Os músicos trouxeram solos, atrasadas propositais na palhetada, dobradinhas e arpejos muito bem executados. Dentro os solos, o realizado no trecho “Bailam o seus pés e pelo ar o benjoim” foi que mais chamou a atenção.

    Balança da justiça social com ricos e pobres foi retratada em alegoria da União da Ilha

    Duas das alegorias da União da Ilha foram destaques por apresentarem críticas sociais ao atual cenário do país. Mesmo os problemas, a ideia principal era mostrar que a verdadeira riqueza do ser humano ainda é a felicidade. O quarto carro, denominado “Reflexos da Vida Privada”, estava tomado por privadas na cor dourada. Os componentes vestiam roupas de gala e alguns utilizavam faixas presidenciais, acompanhados de trabalhadores menos favorecidos e empregados. A cenografia do carro representava a situação em que o país se encontra atualmente depois de tantas promessas não cumpridas e inúmeros escândalos de corrupção. Na parte frontal haviam livros e diversas escrituras foram espalhadas pelo carro. Já a parte posterior estava revestida de fuzis e granadas, simbolizando o poder de quem realmente manda.

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    Para Marcia Fortunato, 43, o carro causou impacto desde quando estava alinhado na Presidente Vargas.

    “Representamos o que os mais ricos fazem e relação aos menos favorecidos. Muitos não estão nem aí para o que eles sentem e muito menos para o que passam. Com certeza o carro trouxe um grande impacto na avenida e gerou reflexão”, contou a desfilante.

    A quinta alegoria representou a balança da justiça social que está sempre oscilando para favorecer quem manda mais: os poderosos. É essa a balança que determina o equilíbrio entre os pobres e ricos. A frente do carro era tomada por cabeças de serpentes nas cores vermelha, amarela e laranja. Elas representavam a ganância que impedem qualquer ação que impeça a vontade soberana de quem está no poder. No alto, duas esculturas de mulheres com os olhos vendados retratava a nova justiça, que ainda é incapaz de enxergar o caminho para a igualdade social. A parte inferior era o lixão, que representava a pobreza e a miséria.

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    Fabiana Monteiro, 40 anos, contou com entusiasmo sobre sua representação na alegoria.

    “Nesse carro vivemos no lixão, somos a parte pobre. Nas balanças, uma metade é pobre e a outra rica. O carro mostrou a situação da sociedade neste momento. Acredito que as serpentes tenham representado os governantes”, finalizou.ca

    Lage capricha na plástica, mas Portela fica longe da briga pelo título por falhas da comissão de frente

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    Por Guilherme Ayupp. Fotos de Fotos de Allan Duffes, Isabel Scorza e Magaiver Fernandes

    O portelense é um dos sambistas que mais cobra de sua diretoria e do seu carnavalesco para estar bem vestido na avenida. Quando isso acontece a Portela tem uma outra cara na pista. Por esse aspecto a escola poderia até ser apontada como uma das melhores da primeira noite de apresentações do Grupo Especial, pois não deveu nada aos destaques da noite. Entretanto, dificilmente a escola levantará seu 23º campeonato em 2020, graças a um recorrente calcanhar de aquiles.

    Novamente, o projeto da comissão de frente foi determinante para afastar a escola do sonhado caneco. Uma sucessão de equívocos que tornam a vulnerável para não conseguir nenhuma nota 10 no quesito, pelo segundo ano consecutivo, o que no equilibrado Grupo Especial significa ver o título escapar pelos dedos.

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    Comissão de Frente

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    O premiado e consagrado Carlinhos de Jesus levou para a avenida um conceito de coreografia bastante interessante e de fácil leitura e comunicação com o público. Intitulada ‘Honra Tupinambá’ a apresentação encenou o ritual antropofágico dos índios tupinambás que habitavam o Rio de Janeiro antes da chegada dos europeus. Os índios comiam o europeu em plena avenida. Entretanto, a realização foi desastrosa. A começar pelo elemento alegórico de apoio que só funcionou no primeiro módulo de julgamento. A indumentária do personagem que representava o europeu estava com problemas de acabamento. A maquiagem para torná-lo careca estava mal feita e a parte da nuca estava se soltando, poluindo o visual da apresentação.

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    Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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    Marlon e Lucinha emocionaram com uma dança de muito impacto visual. Eles estavam muito bem caracterizados e o ponto alto foi quando a porta-bandeira simulou dar a luz em plena avenida. Tinham tudo pra deixar a avenida com a sensação de dever cumprido. Porém, a experiente porta-bandeira cometeu um erro na segunda cabine de julgamento. Ela deixou a bandeira enrolar durante a apresentação, o que pode ocasionar em descontos na nota. Eles fizeram uma apresentação inspirada no mito de origem Tupinambá.

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    Quando Monãc astigou a humanidade, apenas Irim-magé, homem considerado digno, foi poupado e levado aos céus. Compadecido de sua solidão, Monã ofereceu uma mulher para que pudessem repovoar o mundo. Entre seus muitos descendentes está Mairamuãna, o “profeta transformador”. O Mestre-sala Marlon Lamar interpretou Irim-magé. A porta-bandeira Lucinha Nobre, a Purabore (mulher grávida).

    Enredo

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    Enredista dos mais competentes do carnaval, Renato Lage provou toda a sua capacidade de defender bem uma narrativa na avenida. Com um conjunto de alegorias e fantasias de extremo bom gosto dividiu muito bem os setores e manteve uma linha coerente, com bastante leitura nos carros e figurinos. Renato foi quem trouxe para o carnaval essa forma simples de passar a mensagem, que facilite sua compreensão, sem no entanto perder o apuro estético.

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    Fantasias

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    Um bálsamo para os olhos degustar o conjunto de fantasias da Portela na avenida. A escola possui história de desfiles belíssimos com o raiar do dia e desta vez não foi diferente. E foi justamente quando o sol nasceu que a escala cromática usada por Renato e Márcia se mostrou um evidente acerto. Destaque absoluto para as roupas do segundo setor da escola. Os tons cítricos das alas 06, 07 e 08 “explodiram” com a luz do sol e impressionaram o público. O tradicional azul e branco da Portela não esteve ausente e foi usado na abertura e no encerramento. Faltou só um pouco de apuro da agremiação na reprodução de algumas alas, que se desfizeram na avenida em frente aos módulos 4 e 5.

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    Alegorias e adereços

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    Belo conjunto apresentado pela Portela, embora não tenha sido grandioso. Renato mostrou toda sua versatilidade com alegorias que fugiram completamente ao seu padrão estético, conhecido como high-tech. A única que tinha os traços característicos do design de Renato era o último carro. A águia da Portela também tinha traços do estilo do carnavalesco, com as asas com movimentos que deram um efeito muito bonito no amanhecer. A segunda alegoria se destacou no conjunto e a terceira, embora estivesse muito bonita também, tinha problemas de acabamento no revestimento da pele das esculturas.

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    Evolução

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    Com um dos melhores trabalhos neste quesito entre as escolas do Grupo Especial, a Portela mais uma vez evoluiu muito bem pela avenida. Tanto no aspecto de espontaneidade do componente, com as pessoas evoluindo, se movimentando, brincando o tempo todo, quanto no aspecto de andamento da escola, com uma evolução coesa. Concluiu seu desfile com tranquilidade, sem correr.

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    Harmonia

    Dentre as escolas que se apresentaram no domingo de carnaval a Portela demonstrou o melhor canto da noite. Se considerarmos que a agremiação foi última a desfilar e seus componentes estavam mais cansados foi um feito ainda maior. Todas as alas passaram cantando muito.

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    Samba-Enredo

    Cotado como um dos melhores sambas do ano, a obra portelense comprovou toda a sua qualidade, defendida por um inspirado Gilsinho. O intérprete da Portela comprova que vive o melhor momento de sua trajetória e conduziu a obra com maestria, sem cacos em excesso e com muita categoria. Um dos pontos altos do desfile.

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    Outros Destaques

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    A bateria Tabajara do Samba levantou o público com sua passagem pelo Sambódromo. A cantora Teresa Cristina estava muito emocionada à frente da escola e esteve todo o tempo próxima do presidente Luís Carlos Magalhães. Muitas pessoas aproveitaram o último carro espelhado para fazerem fotos com seus celulares.