O site CARNAVALESCO utiliza o período de quarentena no combate ao Covid-19 (Coronavírus) para relembrar a série “Campeãs da memória”. O projeto foi feito entre Luis Carlos Magalhães e Fábio Fabato e publicado em 2013. O segundo vídeo que vamos divulgar é do papo sobre o desfile de 1987 da Mocidade.
Grande Rio inicia campanha de arrecadação de alimentos na quadra
Com a necessidade de isolamento social em função da crise do coronavírus, muitas famílias, especialmente as de maior vulnerabilidade social, estão encontrando dificuldades financeiras para conseguirem se manter. Pensando nisso, na próxima segunda-feira, o Acadêmicos do Grande Rio estará de portas abertas para receber doações de alimentos e materiais de higiene para a comunidade caxiense. De segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, a quadra da agremiação contará com um plantão feito por membros da diretoria para dar o suporte logístico para a ação.
Com uma doação inicial de 1000 cestas básicas feitas pela própria agremiação, a escola pretende engajar um grande número de personalidades na campanha, como empresários e artistas, para que o volume de mantimentos consiga ser significativo e abranger o maior número de necessitados. “Sempre tivemos uma boa relação com meio artístico. É o momento de todos se unirem em prol da solidariedade. Duque de Caxias tem uma população de quase 1 milhão de habitantes, sendo que a boa parte é de baixa renda. A escola não pode se omitir em um momento como esse”, declara Jayder Soares, Presidente de Honra da Grande Rio.
Além das cestas básicas e material de higiene e limpeza, a agremiação irá, ainda, distribuir à comunidade máscaras de tecidos que serão confeccionadas em um dos seus ateliês dentro do município, com a finalidade de auxiliar na prevenção ao contágio pelo vírus.
Mocidade Alegre: Espelho paulistano do samba da garoa
Um coração de morada no bairro do Limão deixou de pulsar fisicamente na apuração de 2009 do carnaval paulistano. Era seu Juarez da Cruz, fundador e presidente de honra da Mocidade Alegre, que não resistiu à emoção de ver seu pavilhão campeão.
Para 2010, a agremiação da zona norte de São Paulo, presidida por Solange Cruz Bichara (sobrinha de Juarez), preparou, então, uma homenagem a este baluarte do samba que virou luz e espelho.
Construída por um jogo de metáforas sobre o espelho, a narrativa abordou aspectos da criação do universo pelo viés do cristianismo, passou pela astrologia, afrorreligiosidade (com espelho de Oxum), poética literária (espelho, espelho meu) e pela criação da agremiação, chegando no espelho eterno: o homenageado. A obra mensurou no espaço temporal da avenida dois criadores: o do universo – na comissão de frente – e o da Mocidade – na última alegoria – permitindo que o limiar narrativo fosse muito bem arquitetado, planejado e executado.
É interessante observar que o enredo da agremiação não se concentrou no objeto “espelho” e em suas funcionalidades e contextos históricos. A narrativa pensou em espelhamentos, em reflexões concretas e abstratas. A começar pelo primeiro setor, nomeado “O espelho da vida… Na criação do universo, Deus fez o homem à sua imagem e semelhança…”. Nele, o narrador carnavalesco explorou o fato de que, no cristianismo, Deus é o responsável pela criação da luz, do universo e dos seres que habitam a Terra.
Narrou-se como primeiro gesto de espelhamento a criação do homem à própria imagem de Deus. O enredo adentrou a ideia de que “a mais perfeita criação” refletiu a plenitude de seu criador. Esse movimento se repetiu no último setor, “O espelho eterno… A vaidade e a busca pela ‘eterna Mocidade’… O sonho eterno do criador”. O criador, nesse ponto, não era mais o do universo, mas o da própria agremiação. A ação, no entanto, era a mesma: ambos refletiram em suas criações suas próprias imagens – não só físicas, mas conceituais e filosóficas.
Um dos principais fatores que transformou esse desfile da Mocidade Alegre em um carnaval histórico foi justamente a homenagem ao criador Juarez da Cruz. Se o enredo fosse mera narrativa sobre o espelho, seria apenas mais uma belíssima apresentação da escola, como tantas outras. A homenagem atribuiu uma carga emocional e simbólica à história contada. Mesmo quem não pertence à comunidade, ao tomar ciência da importância do principal “espelho” do enredo, criou – e cria – algum laço afetivo e se sensibiliza ao cantar o samba, especialmente os versos finais e o refrão principal.
Pelo bailar dos sentidos e ordenamento narrativo, a escola de samba cravou um outro importante pilar setorizado: o espelhamento de Oxum “adorada e cultuada nas religiões afro-brasileiras”, segundo a sinopse, que “reflete riqueza, acolhimento, lucidez, beleza e fertilidade”. Os trechos destacados do texto mestre são vitais para que os compositores produzam os efeitos marcantes do samba: “Num ritual de fé, na força do orixá, yabá, ora ieiê, mamãe Oxum, reluzindo no meu caminhar”, refrão que provoca catarse triunfal abraçada pela semiótica da canção.
Nesta obra carnavalesca de 2010, há um jogo de sentidos com a palavra “mocidade”, que se refere tanto a uma continuidade da juventude, quanto à Mocidade Alegre (a agremiação). A eternização da escola é um sonho de seu criador que partiu do plano terrestre, e cabe aos componentes da escola a missão de se espelhar em seu exemplo e perpetuar essa eternidade. O samba traduziu essa mensagem no refrão principal: “sou a luz do criador, espelho aos olhos de quem me criou”. Dentro da narrativa contada, ao mesmo tempo em que os componentes são espelhos aos olhos do Deus cristão, são espelhos dos baluartes criadores da escola de samba. A Mocidade Alegre é um microuniverso que reflete a alegria de quem o criou.
No que tange às questões visuais, o desfile foi um exemplo de boa utilização de materiais. Acetatos, festões laminados, tecidos e fitas metalizadas foram alternativas para traduzir os espelhamentos em fantasias e alegorias. Molduras, cacos e mosaicos foram elementos presentes ao longo do desfile e ajudaram na leitura do conjunto por parte do público. Uma escolha estética interessante foi a paleta cromática da abertura da escola ser muito semelhante à do encerramento, fato que conecta os dois principais “criadores” do enredo, não só no texto e no samba, mas também plasticamente. As nuances de lilás e roxo trazem o significado popular dessas cores que representam espiritualidade e magia. Sendo assim, a sensibilidade dos carnavalescos na criação do desfile foi essencial para colocar em
formas, cores e texturas a emoção da narrativa contada.
Todo indivíduo tem uma imagem em que se espelha. Um dos processos de construção identitária passa pela busca de referências sociais em que o sujeito encontra semelhanças do seu desejo de ser. É, entre outros, um dos motivos da importância de representatividades plurais em espaços de evidência. A figura de Juarez da Cruz, “exemplo de garra, coragem e espírito vitorioso”, trabalhador que enfrentou adversidades, mas construiu no carnaval uma comunidade de força e união, é um espelho em que o sambista pode se enxergar e se inspirar para as batalhas cotidianas. São essas relações entre “criadores” e “criaturas”, entre “superfícies” e “reflexões”, que afetam os corpos na avenida e nas quadras.
Partindo desse enfoque de se espelhar em algo, ou alguém, “o Mocidade Alegre” de Solange Cruz e de Juarez “reflete na avenida” a inspiração para outros grêmios paulistanos, isso porque o espelho não mente jamais: a Mocidade foi e é um case de sucesso, empreendimento, gestão e labor artístico nos mais engenhosos dos experimentos. A agremiação sempre se mostrou ousada por promover constantes testes, se agigantando no sambódromo e também na sua comunidade, em sua quadra, no bairro do Limão. Por sua trajetória, historicidade, engajamento e resultados, ousamos apontar que a Mocidade é morada do samba, mas é também espelhamento que inspira outras agremiações. Que seja assim então, morada e espelho, exalando inventividades, emoções e sonhos.
Concluímos apontando que no processo visual, a agremiação provocou uma estilística de primor, refletindo “a beleza” em fantasias, alegorias e adereços. Em um plano intertextual, os discursos se (cruz)aram: “são tantos sambistas imortais”, dizia o samba de 2009, que em nome do baluarte maior, Juarez, se consagra em 2010 como “um ser divino que guia” e será eternizado como “espelho” e “imagem” da Escola de Samba que mais exalta seu pavilhão. Que este samba de 2010 se perpetue na comunidade da Mocidade Alegre, fazendo registrar na memória aspectos da sua criação, da sua origem e da sua identidade.
Autores:
* Tiago Freitas – Doutorando em Linguística/UFRJ e Doutorando em História da
Arte/UERJ
* Cleiton Almeida – Mestrando em Estudos Contemporâneos das Artes/UFF e
Graduando em Cenografia/EBA-UFRJ
Coordenadores gerais do Observatório de Carnaval/UFRJ: Instagram: @obcar_ufrj
Zé Paulo aproveita a quarentena contra o Covid-19 e lança a canção ‘Ninguém Tem Razão’
O ano de 2020 está marcado na vida de Zé Paulo. O intérprete foi campeão do Grupo Especial com a Viradouro, teve participação fundamental na conquista, impulsionando o samba, ao lado da bateria de mestre Ciça, e fez do refrão “ensaboa” o hit do ano. Agora, o cantor prepara novos voos. A partir da quarentena contra o Coronavírus, ele buscou alternativas.
Surgiu a canção “Ninguém Tem Razão” feita com os parceiros Beto Costa, Zé Paulo Sierra e Dario Ribeiro.
Ao site CARNAVALESCO, Zé Paulo contou como foi feito o projeto da música.
“A ideia veio desse período que estamos vivendo em casa. Repensando o que fazer, veio a ideia da live no Instagram e comecei a pensar na canção em parceria com amigos. Quando cantei na live, a galeria curtiu muito e pensei como faria para gravar. Aí, eu gravei com dois celulares, um para ouvir a base e no outro eu cantava dentro do armário para evitar eco. Depois, eu vi que estava muito bacana e vi que precisava do vídeo. Minha vizinha emprestou a cobertura e com a minha família fiz as imagens”, explicou.
Zé Paulo disse que conseguiu realizar uma vontade de trabalhar com outros gêneros musicais, além do samba-enredo.
“É uma oportunidade para colocar em prática uma coisa que vinha sonhando há muito tempo. Minha carreira fora do samba-enredo. Consegui fazer isso virar realidade. Estou muito feliz porque usei da criatividade e conscientização para fazer música e o vídeo, além de ajudar amigos que estão nessa batalha”.
Ranking Liesa de 1985 a 2020: liderança é da Beija-Flor de Nilópolis
A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) publicou em seu site oficial o ranking de todos os carnavais que administrou, ou seja, desde o ano de 1985. A Beija-Flor de Nilópolis é a líder com 478 pontos, seguida do Salgueiro com 340 e a Mangueira com 317 pontos. No quadro do ranking, postado no site da Liesa, a Imperatriz aparece em terceiro, mas a verde e branco possui 315 pontos, sendo a quarta colocada.
A Liesa contabiliza apenas os desfiles realizados na elite do carnaval carioca. A forma de pontuação adotada foi a seguinte: : 1º: 20pt.; 2º: 15pt.; 3º: 12pt.; 4º: 10pt.; 5º: 8pt.; 6º: 06pt.; 7º: 04pt.; 8º: 03pt.; 9º: 02pt.; 10º: 01pt.
Confira aqui o ranking completo:
A Liesa também faz o ranking dos últimos cinco carnavais. Na última atualização, contabilizando de 2016 a 2020, a Mangueira é a líder com 64 pontos, seguida da Portela 56 e o Salgueiro com 50.
Veja abaixo o ranking:
Coronavírus: Viradouro produz cinco mil máscaras para distribuição
A Unidos do Viradouro está mobilizada na luta contra o coronavírus. A atual campeã do carnaval carioca deu início na quarta-feira, à produção de máscaras para serem distribuídas na quadra da escola, inicialmente aos componentes da comunidade que desfilaram no Carnaval 2020. Nesta primeira fase de produção, estão sendo confeccionadas cinco mil unidades.
Katia Paz, proprietária da confecção que já presta serviços à escola há alguns anos e que está no comando da produção, esteve no almoxarifado do barracão, na Cidade do Samba, Zona Portuária, para escolher os tecidos e dar início ao trabalho.
“Havia algumas peças inteiras de TNT, ainda embaladas, e peguei logo, pra começar a trabalhar. Aqui no ateliê, eu tinha alguns tecidos que restaram do trabalho que fiz pra Viradouro este ano. São tecidos sugeridos pelo Ministério da Saúde, como algodão, por exemplo, e também vamos aproveitar. Tudo já foi devidamente higienizado, seguindo as normas do pessoal da Saúde”, informa Katia, que ressalta ainda que toda a área de produção foi limpa e que as costureiras têm máscaras e álcool em gel à disposição para a produção e manuseio dos tecidos.
Segundo Dudu Falcão, diretor de carnaval, após embaladas, as máscaras serão levadas para a quadra da escola, no Barreto, em Niterói, onde serão distribuídas.
“A ideia da escola é continuar produzindo para atender ao maior número de pessoas possível”. A data e horário de distribuição serão divulgados através das redes sociais da Viradouro.
Julgadores explicam despontuação da Grande Rio em Evolução
Grande Rio e Viradouro terminaram o carnaval empatadas e o quesito Evolução, o último a ter as notas divulgadas, foi o de desempate e a escola de Duque de Caxias acabou ficando em segundo lugar. Os julgadores apontaram problemas na evolução, buracos causados pelas alegorias, tanto no primeiro quanto no quarto carro. Foram cinco notas 9.9 para tricolor de Caxias. * VEJA AQUI MAIS NOTÍCIAS NA PÁGINA DA GRANDE RIO
O jurado Mateus Dutra apontou ainda um estreitamento entre a vigésima ala e o quarto carro, não deixando espaço para musa Pocah evoluir. Gerson Oliver apontou o problema de acoplamento do primeiro carro que ocasionou um buraco entre a alegoria e ala.
“Chegou em frente ao módulo aos 0:03 aos 0:11 houve um descompasso e um enorme clarão/espaço entre a ala 01 e a 1º alegoria, pois a segunda parte da alegoria ainda não havia sido acoplada. Após a devida correção a agremiação evoluiu de forma coesa”, justificou Gerson. * LEIA AQUI TODAS AS JUSTIFICATIVAS DO ESPECIAL
“Com uma ótima apresentação a escola cometeu um erro considerável ao deixar que a ala 01 e a destaque de chão de distanciassem demais da alegoria 01 causando um clarão considerável”, Gustavo Paso identificou o mesmo problema.
Veronica Torres enfatizou a vibração e animação da escola, porém, o problema com a primeira alegoria também atrapalhou a evolução da escola.
“A escola chegou em frente ao módulo 03 aos 15’ com vibração e empolgação; porém apresentou problemas de coesão aos 24’ com abertura de claro (buraco) entre a destaque de chão (cores da noite) e a ala 01, esse claro ocasionou aceleração na cadência/ritmo da escola”, disse Veronica.
“A escola fez um belo desfile, com os componentes empolgados e embalados pelo samba contagiante. Só não levou nota máxima porque formou um buraco entre o carro 4 e a ala 20 (velha guarda), um pouco antes – porém, visível – do módulo 4. O problema acabou sendo corrigido antes do carro chegar ao módulo, mas a escola teve que acelerar o passo”, pontuou Lucila de Beaurepaire.
Mateus Dutra, jurado do último módulo, explicou que apesar da fluidez do desfile o quarto carro também abriu um buraco e depois estreitou o espaço entre musa e ala.
“Acadêmicos do Grande Rio vinha realizando um desfile empolgante e vibrante, mantendo perfeita fluidez e coesão na sua apresentação, quando lamentavelmente um grande claro foi detectado no campo de visão esquerdo do módulo 5, aos 51’ de desfile, “claro” esse que ocorreu entre a ala 20 e a alegoria 4, acarretando inclusive estreitamento do espaço e prejudicando a dança e a evolução da sua destaque de chão, musa Pocah”, disse.
‘Duelo dos desfiles’: Portela 1995 x Portela 2017
Dois anos marcantes para os portelenses: 1995 e 2017. O primeiro, em um desfile encantador, a azul e branco colocava a mão na taça, mas nas cinzas ficou com o vice-campeonato. O segundo foi a concretização da gestão que devolveu o protagonismo ao portelense com o título do Grupo Especial, que depois acabou sendo dividido com a Mocidade.
“Gosto que me enrosco”, de 1995, foi desenvolvido pelo carnavalesco José Félix. “É preciso cantar e alegrar a cidade. As Escolas de Samba não se deixaram abater pelos modismos de cada época. Adaptaram-se. Levantaram, sacudiram a poeira e deram a volta por cima”, dizia um trecho da sinopse.
“Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse Rio passar…”, de 2017, foi feito pelo carnavalesco Paulo Barros. “No altar do samba, rezam as pastoras e os pastores, como fiéis na santa missa da capela. Cobre a Sapucaí o manto azul e branco da Portela. Salve o rio, salve a Santa, salve ela!”, trecho da sinopse.
Pelo site CARNAVALESCO, Fiel Matola escolheu 1995 e Guilherme Ayupp pegou o ano de 2017. Abaixo, você confere as duas defesas.
Portela 1995 (Por Fiel Matola): “O título que não veio”. É assim que os portelenses lembram do Carnaval de 1995, e tem que pensar dessa forma. O início da manhã, aquele horário em que desperta paixão em muitos sambistas, dava a sensação que a Portela faria um grande desfile. E fez. O samba de Gelson, Colombo e Noca ficou marcado para posteridade. A volta de Paulinho da Viola e João Nogueira que estava com uma rixa com a escola deu uma esperança a mais. O enredo “Gosto que me Enrosco” foi bem contado. Uma águia histórica, quiça, a mais bonita da história surgia mascarada, em tons de prata e azul, de um excelente gosto. Fantasias bem acabadas e que contavam bem a história do carnaval. O canto dos componentes ecoava pela Marquês de Sapucaí, e, no final, não podia ser diferente, ela saiu sob gritos de “é campeã”. Tudo indicava o campeonato portelense. Mas, dois 9,5 em evolução, um deles descartados, tirou o sonho da Portela. O que ficou foi um desfile memorável e um samba muito bem cantado, até hoje ecoa na nossa cabeça o refrão: “Gosto que me enrosco de você, amor // Me joga seu perfume, hoje eu tô que tô”.
Portela 2017 (Por Guilherme Ayupp): “Considero a apresentação da Portela em 2017 muito simbólica por uma gama de motivos. O principal deles é claro foi o término de um jejum de 33 anos sem uma conquista da maior campeã do carnaval. Isso por si só serviria para qualquer portelense nutrir carinho por esta apresentação. Entretanto, não se pode esquecer que, além disso, Paulo Barros mais uma vez mostrou toda sua capacidade de se reinventar. Depois de mal sucedida passagem pela Mocidade, diziam que ele não se estabeleceria bem na Portela, devido à diferença de estilos (seu e da escola). Pois em 2016 e 2017 fez desfiles campeões e deixou a escola aclamado. E, por fim, a coroação de uma gestão iniciada em 2013, após décadas de sucateamento administrativo que relegaram a águia altaneira a mera coadjuvante no carnaval. O título da Portela em 2017 é derrubador de tabus e por este motivo coloco-o na prateleira de inesquecível”.
Top 10 dos sambas: a lista do intérprete Leonardo Bessa
O intérprete Leonardo Bessa foi o terceiro a participar da série ‘O top 10 dos sambas’. Estamos ouvindo diversas personalidades do carnaval e pedindo que revelem a lista dos 10 sambas preferidos deles.
“É uma missão muito difícil fazer a lista do top 10. Passa muito pelo gosto pessoal. Comecei pelo samba (Heróis da Liberdade) que é um dos mais bonito e é pouco falado no carnaval. A melodia é fantástica”, disse.
Leonardo Bessa, na hora de falar da escola do coração, foi categórico ao afirmar que o samba Dona Beija é o melhor da história salgueirense.
“O Dona Beija, pra mim, é o samba mais bonito da história do Salgueiro. Muitos não conheciam. Quando estive na escola fiz questão de resgatar e cantar algumas vezes na quadra”.
Confira abaixo o top 10 dos sambas-enredo para Leonardo Bessa
1 – “Heróis da Liberdade”: Império Serrano 1969
2 – “Os cinco bailes da história Rio”: Império Serrano 1965
3 – Dona Beija, a Feiticeira de Araxá: Salgueiro 1968
4 – “Rapsódia de Saudade”: Mocidade 1971
5 – “Macunaíma, Herói de Nossa Gente”: Portela 1975
6 – “O Mundo Encantado de Monteiro Lobato”: Mangueira 1967
7 – “Festa do Círio de Nazaré”: Estácio de Sá 1975
8 – “33, Destino D Pedro II”: Em Cima da Hora 1984
9 – “Chica da Silva”: Salgueiro 1963
10 – Martin Cererê: Imperatriz 1972