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Academia do Samba voltou! Salgueirenses contam o que sentiram quando pisaram novamente na quadra

O Salgueiro retornou no sábado sua disputa de samba-enredo para o Carnaval de 2022. O site CARNAVALESCO ouviu personagens de segmentos salgueirenses sobre a volta e o que esperar do futuro sobre os desfiles em 2022.

Para a passista Thay Barbosa, de 22 anos, que desfila como passista do Salgueiro há três anos, a entrada na quadra trouxe uma sensação inesquecível.

thay passista

“Quando entrei na quadra me deu uma sensação de nostalgia. Fiquei arrepiada. Não via a quadra com movimento há muito tempo. Foi um baque para quem é amante do samba. Hoje, a sensação é de esperança que as coisas vão melhorar. Acredito bastante que vai ter carnaval em 2022. É importante para cultura, para economia e para todos nós. Tudo vai dar certo com todo mundo vacinado. O samba proporciona muitas coisas boas no nosso dia a dia. É uma relação única na minha vida”, disse.

tuninho ritmista

Com mais de 28 anos no Salgueiro, Antonio Miranda, Tuninho Professor, de 57 anos, ritmista salgueirense, explicou o que sentiu com a volta para escola de coração. “Sabe a criança quando ganha aquele brinquedo novo e fica com o olho brilhando? Estou encantado. O coração bateu mais forte. Mesmo com a quadra mais vazia, respeitando o distanciamento, é importante voltar para quadra. Temos que aprender a conviver com isso. Se vacinar todo mundo como estão propondo acredito e torço que tenha o carnaval”.

tia taninha

Tia Taninha, de 73 anos, integrante da Velha-Guarda, não escondeu a emoção de voltar para quadra com a volta da disputa de samba-enredo. “Desfilo no Salgueiro desde os dois anos de idade. Vi de perto a fundação da escola. É meu amor! Agradeço a Deus, em primeiro lugar, por voltar para quadra. Não sei se teremos carnaval em 2022, vai depender da vacinação. Já tomei a vacina e sigo sempre os protocolos”.

sonia baiana

Sônia Beatriz, baiana salgueirense, aniversariante do dia, também falou sobre o retorno para quadra. “Tenho 34 anos como baiana do Salgueiro. É o meu presente. Estou aqui com minhas amigas. Amo isso aqui. Amo o Salgueiro! Acredito plenamente que teremos carnaval em 2022. Tudo que passamos na pandemia foi muito ruim e triste. Entrar na Avenida, após tanto tempo, não terá emoção que pague. Lá, nós somos os artistas principais”.

Gabriel David: ‘Meu objetivo é criar diversas oportunidades de interlocução do carnaval com o público’

O site CARNAVALESCO publica a segunda parte da entrevista com o diretor de marketing da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Gabriel David. Ele faz um balanço do trabalho, das dificuldades internas, das conquistas e revela que a pesquisa feita pela Liga recebeu mais de 10 mil respostas. * LEIA AQUI A PRIMEIRA PARTE DA ENTREVISTA: Gabriel David revela detalhes das finais de samba na TV Globo

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Foto: Reynaldo Néo

Qual é o seu balanço nos quase cinco meses na Liesa?

Gabriel David: “Divido em três partes o meu balanço: comercial com avanços gigantescos, a Liga tem um potencial de entrega para o carnaval de 2022 infinitamente maior do que teve em sua história. Tenho certeza que o povo vai ver isso na Avenida. As marcas que estão entrando agora vão fazer parte da reconstrução e restruturação do carnaval. Na área de comunicação, a Liga não tem verba para nada e confesso que nada me agrada do que foi feito até agora. É aquém da minha expectativa e do que tinha que ser feito, mas é 100% questão de verba, a comunicação precisa de verba, nunca existiu na Liga, mas vai existir. Tenho certeza que depois de 16 meses, a Liga terá entrada de dinheiro ainda em agosto. Vamos conseguir começar essas mudanças na comunicação, ainda não são ideias, mas necessárias, colocamos escala de prioridades. Basicamente, é a entrada mais eficaz no âmbito digital. Por fim, a área de vendas que é a mais delicada. Querendo ou não, sendo bem feita ou não, já fui um grande crítico, mas elas dão resultado, tem receita certa anualmente. No momento de mais dificuldade da casa, entendo a decisão 100% do presidente de não mexer, e, concordo plenamente de não mexer no primeiro ano diante das dificuldades. Não estamos dispostos no momento a entrarmos numa escala de risco”.

Como está o dia a dia de trabalho na Liesa?

Gabriel David: “O presidente fala que não chega do 0 ao 100, sem passar pelo 50. Essa passagem no primeiro ano já vem com mudanças e melhorias para quem gosta e vive de carnaval. A gente encontrou um cenário muito pior do que imaginei. Confesso que se pudesse escolher, gostaria que fosse em um momento mais oportuno do que esse. Encontrei barreiras internas de mudanças nesses quase cinco meses de gestão. Gostaria de ter feito mais mudanças, mas não consegui. Sei que faz parte. Tenho muito prazer de fazer parte da Liga e das mudanças que a Liga se propôs em fazer na gestão do Jorge Perlingeiro. A gente conseguiu mudanças muito contundentes do ponto de vista comercial, o retorno de mercado tem sido muito positivo. Nós todos estamos aprendendo ainda aqui dentro. O processo de transição não foi fácil, muitas informações estão sendo alcançadas ao longo do caminho. Propôs muitas coisas na Liga e foram acatadas. Por isso, eu não posso reclamar”.

O que falar para quem for assistir aos desfiles na Avenida?

Gabriel David: “O público terá outra experiência. O público na arquibancada não necessariamente tem que levantar do seu assento para comprar algo, terá vendedor ambulante pela Sapucaí inteira, a cerveja parceira (ainda não posso falar qual é) terá entrega mais práticas. O mais importante é a facilidade que as pessoas vão ter e querer mais oportunidade de consumir. Estamos estudando várias possibilidades de alimentos e temos muitas conversas avançadas. Sobre ativações de marcas no Sambódromo, muita coisa a gente poderá ativar. A mudança de relação com a TV Globo é fundamental nisso, porque poderemos ativar as mesmas marcas e em espaços que não podíamos ativar antes. Vamos ter patrocinadores em comum. Antes, a gente tinha muito conflito de marca. Todas eram diferentes. Estamos caminhando e também vamos conseguir usar melhor espaços obsoletos, como os intervalos entre uma escola e outra. Vamos ter os telões novamente em cima das arquibancadas”.

Como será o processo de divulgação dos sambas?

Gabriel David: “Não vamos ter mais CDs, aliás, teremos mais em um número menor (uma tiragem básica para os colecionadores), mas não vou divulgar e comprar propaganda na TV Globo para falar que tem CD vendendo, quero fazer isso de uma forma mais criativa e eficiente. Estará em todas plataformas digitais. A imagem da capa dos sambas, espero agradar (risos). Penso também em um aplicativo para o carnaval, mas é questão de verba para ser feito, algo que quero muito, está incluso em diversas ativações que estão na rua, acredito que deva ter no primeiro ano, mas não posso dar 100% de certeza”.

Os ensaios das escolas comerciais não estão ultrapassados?

Gabriel David: “Vou ser sincero. Todo mundo que eu levava na Beija-Flor adorava. Não faltou bebida, serviço e nem atração. Chamava as pessoas em 2017 e 2018, mas 2019 e 2020 a gente fazia lista de espera para semana seguinte. Acho que tem ensaios e ensaios. Sabemos precisamos massificar os quesitos técnicos, mas o comercial tem que ter formato mais atual e dialogar com o público”.

Qual o conselho que você ouviu do seu pai quando decidiu mergulhar de cabeça no carnaval?

Gabriel David: “O momento mais tenso foi um almoço com meu pai e minha mãe e ele disse que eu não podia mais falar mais mal da Liga. Ele questionou e me coloquei a disposição para fazer. Faz muito tempo. Tenho certeza que ele não botou fé que eu continuaria insistindo. Nós conversamos muito e o carnaval é um assunto muito mais prazeroso para ele. Sei que ele gosta de ouvir. Sei que minha presença na Liga é diferente. Meu pai ajudou a criar o carnaval moderno e me preparou para ser uma pessoa mais capacitada do que ele. De certa forma, a minha obrigação aumenta. Tive oportunidades que outros jovens não tiveram, talvez, apenas o Luiz Guimarães (vice-presidente da Vila Isabel e filho do Capitão Guimarães), mas se ninguém gritasse naquele momento sobre a Liga, como fizemos, não teria repercussão. Meu objetivo não é gritar, mas ver o carnaval grande de novo. Sei que posso contar com meu pai e dúvidas tiro com ele e o tio Guimarães o tempo todo. O maior conselho que me deu é que eu precisando ele estará pronto”.

Qual foi o resultado da pesquisa que a Liga fez com o público?

Gabriel David: “Ela tinha dois objetivos: criação de marca e prioridades das melhorias de experiência para atacar no primeiro ano. Tivemos mais de 10 mil respostas na pesquisa. Foi bem eficiente, mas só vou confirmar tudo quando tiver a marca na minha mão. A marca do carnaval deve chegar ainda este mês. Vai estar pronta até o lançamento de arquibancadas e frisas. A relação de marcas com o carnaval nos fez ativar conversas que ficaram perdidas no passado. O ponto de vista de experiência foi muito clichê, o que muitas pessoas já falam tem bastante tempo”.

Você não mexe na área de desfile, ou seja, nos quesitos, mas quando haverá alguém para mudar isso?

“Não sei. Acho que será uma coisa natural. Você aproximando o público novo, estimulando o carnaval e sua economia, você vai obrigar a Liga e os diretores a se posicionarem. A abertura de diálogo que o Perlingeiro deu dentro da Liga para os presidentes e diretores de carnaval vai permitir isso. Como falei lá atrás vou receber os segmentos do carnaval. Não é só um desejo meu, é também do Elmo. As mudanças dos quesitos de desfile tem muito menos barreiras internas do que várias outras que proponho no meu departamento”.

Quais foram as mudanças da relação Liga e TV Globo?

Gabriel David: “Acho que a Globo não mudou nada. Ela só teve mais oportunidades de fala dentro da Liga. Não era questão de imposição, era falta de resposta da Liga. Não havia diálogo da Liga. A Globo percebeu que mudamos, que teria mais possibilidades, e as portas foram abertas. Sinto um prazer muito grande da Globo de falar em carnaval. A gente teve que se adaptar no momento do país. Apresentei a mudança da iluminação do Sambódromo para o Boninho, ele fez suas ressalvas e disse o que precisa adaptar para o seu produto televisivo. Isso estimula o trabalho deles e vai gerar um produto mais eficaz. Tenho certeza que o quanto mais eu posso entregar para eles será melhor. Enquanto Liga temos que fornecer melhores informações e o espetáculo, as escolas apresentam grandes desfiles, mas a interlocução e o preparo era muito mais da Globo com as escolas. A Liga quase se omitia. Ter portas abertas facilita nosso trabalho para divulgar os sambas, desfiles e informações das escolas. Falamos até dos desfiles campeãs, mas nem tudo está definido ainda. Estamos conversando. As mudanças pertinentes sobre a parte televisa prefiro que a TV Globo fale com vocês. Tenho certeza que todo mundo vai estar mais estimulado para trabalhar com o carnaval. Vocês falavam o tempo inteiro que estavam quase desistindo”.

Saudade dos Independentes! Componentes da Mocidade revelam o que sentiram no retorno da disputa de samba

A Mocidade Independente de Padre Miguel retornou ao “Maracanã do Samba”, como é conhecida sua quadra na Avenida Brasil, na tarde de sábado, e o site CARNAVALESCO acompanhou a eliminatória de samba-enredo. A verde e branco foi uma das escolas de samba que mais perdeu integrantes e torcedores na pandemia de Covid-19. Por isso, o clima no retorno foi de ainda mais emoção, saudade de componentes queridos e esperança na vida normal com o avanço da vacinação. * OUÇA AQUI OS SAMBAS QUE SEGUEM NA DISPUTA DA MOCIDADE

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Fotos de Allan Duffes

Coordenador da ala de passista da Mocidade, Gerorge Louzada, expressou seu sentimento pela volta do samba na verde e branco.

“Foi um sentimento muito forte. Uma rajada. Estava dando aulas do meu projeto por uma questão psicológica, porque ele trabalha a mente também. Reviver isso aqui hoje é sublime. O sentimento está guardado há um ano e meio. A gente tenta externar como se fosse para a quadra cheia, porque sabemos que o público não está aqui, mas de longe acompanha pela live. A sensação tem que ser a mesma. Espero que a escola faça um desfile maravilhoso, não vi nada ainda do projeto, mas sei que o Fabinho (carnavalesco) está vindo com um carnaval muito bom”, disse.

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Paula do Rosário, coordenadora do departamento social da Mocidade, também falou sobre o retorno do samba na quadra.

“É uma mistura de sentimento. Tristeza pelos que se foram, perdemos muita gente querida, e a esperança que tudo isso passe logo e a gente posso voltar ao normal. Tem a alegria pelo retorno. É muito bom voltar. Pela emoção, eu quero muito que volte o carnaval, porque tenho amigos que precisam muito e eu também, mas só podemos voltar com tudo mundo vacinado e a gente esteja em segurança”.

ritmista mocidade

Letícia Martins, ritmista da bateria “Não existe mais quente”, relembrou a volta ao ensaio na quinta-feira foi emocionante. “Foi incrivelmente emocionante. Perdi muitas pessoas, tive Covid duas vezes, Deus me manteve de pé, acho que é um ano de superação para todas escolas e abençoado por Oxóssi. Não ensaiei durante a pandemia, o braço doeu um pouco, mas passa rápido. Meu coração de torcedora diz que a escola está unida e meu coração de ser humano espera que todo mundo esteja logo vacinado”.

Império Serrano vira e garante classificação para semifinal do Carioca da Série C

O sonho imperiano está muito vivo. Na tarde deste domingo, Dia dos Pais, em Conselheiro Galvão, o Império Serrano Esporte Clube venceu por 3 a 1 o Atlético Carioca. Com o resultado, a equipe verde e branco está classificada para fase semifinal do Carioca da Série C e caminha em busca do acesso. No dia 19 de agosto, o time faz seu último jogo nesta fase, enfrentando o Barcelona, para tentar melhorar ainda sua classificação.

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Fotos: Emerson Pereira/Divulgação

Presidente do Império Serrano, Sandro Avelar, celebrou a vaga na próxima fase. “A expectativa foi grande na montagem do time, mostramos que somos uma equipe competitiva e agora vamos em busca do acesso. O Império Serrano está em um processo de renovação, não só a escola de samba, como no futebol, e vamos voltar a ser uma potência”.

Para o técnico Marcelo Mariano, o Império Serrano soube controlar o jogo e vencer no segundo tempo. “Tornamos o jogo fácil no segundo tempo. No primeiro, nós entramos na pilha dos caras e não conseguimos colocar nosso jogo para fluir. Depois do intervalo, nós conseguimos colocar a bola no chão. Só temos mais um jogo nesta fase. Agora, vamos tentar melhorar e buscar o segundo lugar para termos empate na semifinal e buscarmos o resultado em casa”.

Como foi o jogo

O Império Serrano começou o jogo levando perigo ao gol adversário. Aos 7, Keven chutou, mas o goleiro do Atlético defendeu com tranquilidade. O placar quase foi aberto por Anderson Calado que chutou na trave.

O time da Serrinha tinha mais posse de bola, mas veio o castigo aos 18 do primeiro tempo. Djalma fez o gol para o Atlético Carioca em grande bobeira do Império. Aos 48 do segundo tempo, a equipe da Serrinha conseguiu o empate. Em jogada ensaiada, Thompson mandou para Vinicius que balançou a rede adversária.

Na volta para o segundo tempo, o Império Serrano teve outro comportamento e cresceu na partida. O gol da virada saiu aos 16 minutos. Keven cobrou escanteio e Richardson finalizou para dar a vitória salvadora.

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Ainda deu tempo para mais um gol. Keven, com categoria, fez o terceiro em cobrança de falta. Fim de partida e o Reizinho carimbou seu passaporte para a semifinal do campeonato. “Todo jogo é uma final. Todo mundo da a vida contra a gente, mas sempre entramos como uma decisão e conseguimos mais um resultado positivo. Vamos seguir melhorando na competição. Hoje, Dia dos Pais, eu falo que filho é uma benção de Deus, dedico meu gol para minha filha”, afirmou o artilheiro Keven.

Vinícius, autor do gol do empate, fez sua análise da partida. “Tivemos posse de bola no primeiro tempo, mas em uma desatenção eles abriram o placar. Tivemos mais atitude no segundo e veio o placar elástico. Meu filho me motiva cada dia mais a jogar futebol, sem ele não estaria aqui”.

O goleiro Léo Flores analisou o jogo. “Mais uma partida difícil. Não tivemos nenhum jogo fácil. Tomamos o gol, mas tivemos a calma e viramos. Fizemos um bom segundo tempo e ampliamos o resultado. O mais importante foi ter a tranquilidade para mudar o jogo”. Meu pai é imperiano e ele é meu herói. Se jogo bola até hoje é por causa dele. Me ensinou a ser homem, ter caráter e honestidade”.

Gabriel David revela detalhes das finais de samba na TV Globo

O diretor de marketing da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Gabriel David, conversou com o site CARNAVALESCO e o jornal O Dia sobre o trabalho em quase cinco meses de gestão na Liga. Ele explicou como será a transmissão das finais de samba pela TV Globo, revelou que a venda de ingressos para o Carnaval de 2023 começará durante os desfiles do ano que vem e contou detalhes da ideia que tem para aumentar o público do carnaval, ou seja, despertando o interesse dos jovens. O papo será publicado em dois dias. Neste domingo, a primeira parte e na segunda-feira o conteúdo final da conversa.

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Foto: Reynaldo Néo/Divulgação

CARNAVALESCO: Como vão ser programas na TV Globo para escolha dos sambas do Carnaval 2022?

Gabriel David: “O programa será na TV aberta, por com três escolas por dia, em cinco noites de sábado, antes do “Altas horas”. Deve ir ao ar em outubro, a data não está definida, é uma escolha da TV Globo. É uma divulgação em escala nacional. Já fizemos todo o manual e será apresentado na próxima semana para todas escolas. Vão ser gravados em estúdio em setembro e temos estratégia para divulgação dos resultados. É a gamificação das escolhas dos sambas na televisão. Algo super atual. O público terá participação direta, interação e as pessoas vão começar a entender como se faz um samba-enredo”.

Como está a relação com a TV Globo?

“Conseguimos mudanças significativas e outras necessárias com a TV Globo devido ao momento do país. É uma grande parceria. Quero ressaltar o diálogo e a comunicação com eles. A relação melhorou muito na nossa gestão. Foi mais dinâmica e participativa, pró-ativa e identificamos potenciais de melhorias e a criação de novos produtos, como as escolhas dos sambas transmitidas na televisão”.

Como aproximar o público mais jovem dos desfiles?

Gabriel David: “A comunicação será muito eficiente e eficaz nos sambas-enredo. O grande pulo do gato é dar mais acesso das pessoas aos sambas. Isso vai facilitar o entendimento dos desfiles. É necessário criar diversas experiências de aproximação com o público durante o período de pré-carnaval. Estaremos nas plataformas digitais, teremos uma forma mais criativa para divulgarmos os sambas”.

Como trabalhar o moderno e o tradicional no carnaval?

Gabriel David: “O carnaval tem esferas tradicionais que precisam ser respeitadas. Tive o privilégio de estar no carnaval desde que nasci. Sei que existem características que precisam ser mantidas. Lógico que para renovar você vai ouvir críticas, longe de virar Rock in Rio, porque o carnaval é único, inclusivo, mas precisa dialogar melhor com a nova geração. Algumas mudanças já estão acontecendo, só olhar os enredos que já são mais próximos da geração atual. É muito mais interesse saber da vida do Martinho da Vila do que a do Marquês de Sapucaí, que a Beija-Flor contou. A comunicação será muito eficiente e eficaz nos sambas-enredo”.

Como vão ser as vendas de ingressos para os desfiles de 2022?

Gabriel David: “Terá parcelamento, áreas novas dentro da Sapucaí que podem ser exploradas e melhores trabalhadas para o público, com as ativações queremos oferecer e novas experiências. Vão ter uma série de melhorias, mas o sistema em si e o formato de vendas é praticamente o mesmo. A mudança é que o entendimento de que o desfile é linear, não importa onde você esteja no Sambódromo, que você está comprando a mesma coisa. Não faz sentido ter variação dos preços nos setores. Terá um reequilíbrio. É uma mudança mais estrutural. Abrimos as vendas dos camarotes primeiro, porque é uma receita instantânea que a Liga precisa ter neste momento. Em seguida, vamos anunciar as vendas das frisas e arquibancadas. Não faremos muito antes, porque entendo que não faz o menor sentido anunciar essas vendas de frisas e arquibancadas sem que exista um planejamento de comunicação eficaz para ter um boom de vendas, não somente perto do carnaval. São várias formas de pagamento, nossa ideia é expandir cada vez mais, não tenho certeza que vamos ter o Pix pelo sistema para 2022, mas acho muito provável que a gente consiga. Não posso afirmar que vamos ter, mas digo que tem 90% de possibilidade”.

No estudo para ativações de marcas no Sambódromo o que vocês pensaram?

Gabriel David: “Quando você entra numa esfera de criação tem que sair ideias para coisas que nunca foram faladas. Pensamos, por exemplo, em banheiros unissex na Sapucaí para alguma marca de camisinha. Alguma empresa pode colocar sua marca em copos, como aconteceu nos Jogos Olímpicos e na Copa do Mundo. Temos essas intenções. Acho que criamos mais de 100 projetos neste período. Pensamos em mudar o carro de som e transformar em uma ativação. Uma ideia simples é a distribuição de souvenir na Avenida e outra é utilizar as bandeirinhas das escolas nas arquibancadas. Conversei com o prefeito e ele foi muito claro que os espaços públicos estão abertos para divulgação dos desfiles das escolas de samba e nunca foram utilizados. Estamos criando uma marca para o carnaval do Rio de Janeiro e, no mundo ideal, penso até em uma fã fest fora da Sapucaí. O Brasil inteiro vai saber que terá desfile de escola de samba. Tenho certeza que isso ficará cada vez mais em evidência e a TV Globo tem sido parceira nisso”.

Estão no paraíso! Integrantes do Tuiuti celebram volta do samba

O Paraíso do Tuiuti reabriu sua quadra, na noite desta sexta-feira, para apresentar seus três sambas finalistas. Agora, a escola aguarda a grande decisão que será realizada com transmissão aberta da TV Globo, em data ainda a ser definida. O site CARNAVALESCO ouviu alguns integrantes sobre o retorno para casa. Veja no fim desta reportagem os vídeos dos sambas finalistas.

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Fotos: Magaiver Fernandes

Para a baiana Sandra Maria Trindade, que desfila há seis anos como coordenadora da ala, a emoção foi grande. “Depois de muito tempo voltamos e a emoção é completamente diferente. Voltar a ter samba, me reencontrar com as baianas. Ficamos mais de um ano sem essa convivência e hoje receber novamente esse calor humano é muito bom. Sou profissional da área de saúde, todos nós queremos se divertir, mas ainda é uma incógnita a realização do carnaval. Já desfilei com o Paulo Barros como carnavalesco, quando ele despontou, sei que ele vai dar um show e fazer um espetáculo”, disse.

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Com 50 anos de Tuiuti, Jorge Honorato, pai do presidente Renato Thor, revelou o sentimento pela volta. “É gratidão. Voltando é uma emoção muita grande. Ficamos muito tempo sem evento de carnaval. Acredito no Carnaval 2022 com o avanço na vacinação. O Tuiut acredita e trouxe um excelente carnavalesco (Paulo Barros)”.

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Victor Hugo, passista do Tuiuti, destacou o clima da volta. “A energia muito boa, positiva. Fazia muito tempo que a gente não se reunia. Estamos começando a preparação para o Carnaval de 2022, ter um profissional como Paulo Barros nos motiva ainda mais”.

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Tais Luisa, que há nove anos está na escola, comemorou a volta para quadra. “Foi pura emoção, como se a tivesse ressuscitado de um tempo parado. Fiquei tão emocionada. A gente se reencontrando”.

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O ritmista Domênico, que desfila há sete anos na bateria, citou a esperança de futuro do carnaval 2022. “A campanha de vacinação está bem antecipada e acredito que vamos ter a população vacinada até dezembro. Sobre o nosso desfile, vem surpresas com o Paulo Barros e espero que ele inove como fez nas escolas que passou”.

 

Sentimento paulistano! Personalidades do carnaval de São Paulo assistem sessão exclusiva do filme ‘Mangueira em 2 tempos’

A manhã deste sábado pode ser considerada histórica para os apaixonados por carnaval em São Paulo. O site CARNAVALESCO, em parceria com a rede Espaço Itaú de Cinema e da Arteplex Filmes, realizou uma sessão para convidados do filme “Mangueira em 2 tempos”, da diretora Ana Maria Magalhães.

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Fotos: Matheus Mattos

Entre as estrelas da folia paulistana estiveram presentes a presidente do Mocidade Alegre, Solange Cruz, o carnavalesco da Mancha Verde, Jorge Freitas, o ator, presidente da escola de samba Lavapés e comentarista da TV Globo, Aílton Graça, Eduardo Santos e Erivelto, presidentes do Tatuapé, Dione Leite e Fernando Dias, carnavalesco da Tucuruvi, além dos mestres de bateria da Vila Maria e da Colorado do Brás, Moleza e Allan Meira, respectivamente.

O filme “Mangueira em 2 tempos” revisita amigos de infância retratados no vídeo “Mangueira do amanhã”, sobre a escola de samba mirim. Suas histórias revelam as circunstâncias brutais da vida dos moradores das favelas do Rio de Janeiro, mas também de seus surpreendentes destinos. Mestre Wesley, comandante da bateria da Mangueira, se inspira na musicalidade local para realizar a carreira de percussionista.

Ao site CARNAVALESCO, mestre Moleza citou a importância do carnaval estar nas telas dos cinemas pelo Brasil e pela sessão ser feita em um grande shopping da cidade de São Paulo.

“A democratização do samba é muito importante. Para gente é muito importante ter esse espaço dentro de um cinema e shopping muito conhecido pela população paulista. É uma inspiração muito grande ver o filme, passou o filme na cabeça de quando comecei a tocar e mexe demais com a gente. A história do mestre Wesley que teve um sonho, começou, trilhou seu caminho e depois tirou todas notas 10 e viu sua escola ser campeã. É o ápice para quem chega no posto de mestre de bateria”, disse o comandante da bateria.

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Foto: Rennan Laurente

Entusiasta do samba, uma das maiores gestoras e personalidades do carnaval brasileiro, Solange Cruz, do Mocidade Alegre, ressaltou a história de mestre Wesley, seu amigo pessoal.

“Achei sensacional a ideia e parabéns para todos os envolvidos. Muito legal resgate. Estou saindo daqui e vou mandar mensagem para o Wesley. Adoro ele e essa história dele mexe muito com o emocional e o dia a dia. A Mangueira é escola do povo e traz muito aprendizado. Sou casada com um mestre de bateria, meu filho está se tornando um grande músico e foi maravilhoso ver o filme”.

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Presidente do Tatuapé, Eduardo Santos, afirmou que a sessão do filme em São Paulo veio em um momento importante e difícil para todos os sambistas, que estão afastados de suas quadras.

“Muito legal ver, uma experiência muito bacana. Neste momento, em que não podemos abrir nossas quadras, de encontrarmos as nossas pessoas, está todo mundo morrendo de saudade. Vimos a comunidade no filme com muita força e presença. É emocionante. Já estamos sensíveis por tudo que está acontecendo e somos brindados com um filme fascinante, com histórias comoventes. Mangueira 2019, campeã, com um dos sambas mais bonitos da história do carnaval, que felicidade e privilégio de estar aqui com amigos e pessoas tão importantes para o samba”.

Comandante da bateria do Colorado do Brás, mestre Allan Meira, frisa que a história de mestre Wesley é inspiradora.

“É muito inspirador e gratificante participar deste momento. É único para história do samba. Tira um pouco da marginalização que o samba é julgado. Mostra como é realmente o samba e a comunidade. Me inspirei muito na história do Wesley. Cresci na Colorado do Brás tocando em escolinha mirim, batendo lata e sempre tive o sonho de estar na bateria e consegui. Vale para todo mundo que for assistir ver que o carnaval é muito além de bateria, como o mestre Moleza gosta de falar. É muito bom participar disso, o carnaval tem pessoas, comunidade e família. Para sociedade ver o carnaval com outros olhos a partir de hoje”.

Um dos maiores profissionais do carnaval brasileiro, referência de trabalho em Paulo, o carnavalesco Jorge Freitas, garantiu que se sentiu representado com a história contada no filme.

“Acima de tudo é mostrar a cultura. Mostrar para sociedade que o samba é cultura. Esse filme mostra o respeito com a tradição, trazer o novo e fazer com que ele seja respeitado. Me encontrei muito dentro deste filme. Vejo que dentro da escola de samba a gente pode ter inúmeros artistas e profissionais que tenha como base a escola de samba. Fazer um filme desse, como uma escola tão tradicional, como a Mangueira, é muito importante”.

Mangueirense de coração, Aílton Graça exaltou a força social das escolas de samba.

“Me sinto um privilegiado de estar neste time seleto de notáveis fazedores de cultura do carnaval de São Paulo para essa sessão. Desfilo na Mangueira há muitos anos e sou apaixonado por ela. Ver que toda história passa pela célula Mangueira do Amanhã é muito importante. Toda trajetória dessa turma e o que se tornaram também passa por um lugar da nossa brasilidade e desses celeiros e polos culturais que são nossas escolas de samba. É um presente para sociedade quando cada agremiação recebe e acolhe o folião de diferentes vertentes, origens sociais e econômicas, e trasforma em um gande cidadão, artista e fazer de cultura é um presente para o Brasil”.

Sesc RJ e Instituto Beija-Flor distribuem 2 toneladas de alimentos em Nilópolis

O Mesa Brasil Sesc RJ – programa de segurança alimentar e nutricional do Sesc RJ – doou nesta sexta-feira 200 cestas de hortifrutigranjeiros, o equivalente a 2 toneladas, ao Instituto Beija-Flor, de Nilópolis. Os alimentos foram distribuídos na comunidade do entorno da escola carnavalesca para 200 famílias em situação de vulnerabilidade social.

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Foto: Divulgação

Os donativos são cestas de frutas, verduras e legumes oriundos de propriedades rurais que integram o Mesa no Campo. Por meio do projeto, produtores rurais fornecem seus excedentes – alimentos em perfeito estado e com alto valor nutritivo, mas pouco aproveitamento comercial – ao Mesa Brasil Sesc RJ. O programa, por sua vez, os repassa para entidades socioassistenciais que fazem a distribuição ao público final.

O Mesa Brasil Sesc RJ atua no combate à fome e ao desperdício, recolhendo doações de alimentos não perecíveis e in natura de empresas e organizações e os distribuindo a instituições sociais cadastradas, como creches, abrigos, asilos, etc. Além disso, orienta os cozinheiros dessas entidades a aproveitarem integralmente os alimentos, utilizando de forma criativa e saborosa partes que tradicionalmente são descartadas. O programa atua ainda em situações de calamidade, como desastres naturais. Desde o início da pandemia até julho já foram doadas mais de 3 mil toneladas de alimentos.

Emoção tijucana! Componentes da Unidos da Tijuca expressam seus sentimentos pelo retorno do samba na quadra

A Unidos da Tijuca começou seu concurso de samba-enredo para o Carnaval de 2022, na noite de quinta-feira, recebendo apenas os compositores e um pedaço pequeno dos segmentos tijucanos. O site CARNAVALESCO ouviu componentes e eles demonstraram uma enorme alegria de voltarem após tanto tempo de afastamento pela pandemia da Covid-19.

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Fotos: Thaise Lima

Cristiano Amorim, coordenador da ala de passistas da Unidos da Tijuca, expressou o sentimento de retorno para a quadra e ao samba. “É uma emoção tremenda. Sensação de voltar para casa. Sabe quando viajar e passa tanto tempo fora, a casa é o santuário. O momento que você se sente bem. A Unidos da Tijuca é minha segunda casa. Voltar traz todo o sentimento de amor e amizade. Estou feliz com a retomada, mesmo com todas normas sanitárias, que são fundamentais. É muito bom rever amigos. O Carnaval de 2022 será o carnaval dos carnavais. Vivemos um período de muita angústia e perdas e os desfiles do ano que vão vão ser inesquecíveis”, disse.

liza baiana

Para a baiana, Liza, de 69 anos, que desfila há dez anos na ala da Unidos da Tijuca, a volta é muito emocionante. “Fiquei em depressão. Estive aqui na feijoada e hoje vim do trabalho só para ver minha Tijuca. Muito emocionada. Se Deus quiser vai ter carnaval em 2022. Senhor do Bonfim vai nos ajudar. Tenho três amores na vida: a Tijuca, meu filho e meu Vasco da Gama”.

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Thais Rodrigues, de 33 anos, ritmista da Pura Cadência, comentou também a volta ao samba. “Está sendo um misto de emoções. Não estamos totalmente livres dessa doença, mas chegar aqui e ver todo mundo, mas ver que também faltam algumas pessoas da escola que faleceram, é um misto de sentimento. Até me emocionei quando a bateria começou a tocar. É indescritível. Tenho esperança que vamos ter carnaval em 2022. Existe a dúvida, mas a esperança tem que prevalecer”.

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Componente da harmonia tijuca, Léo Assis, está há dez anos, e citou como enfrentou o momento turbulento da pandemia e a sensação de voltar. “Vocês não sabem o que prazer que é estar de volta. Rever os amigos, saber que estamos vivos, muitos se foram, doeu muito. O prazer de reencontrar várias pessoas vivas é gratificante. Não tenho dúvida que vai ter carnaval em 2022. A gente precisa que tenha. O povo precisa. Será um marco de retomarmos uma certa normalidade, porque não será normal, com tanta gente que perdemos”.