Nesta 25 de julho, sexta-feira, a partir das 18h, a Rua Silva Teles, no Andaraí, será palco da retomada de um clássico do samba carioca: o Pagode Feijão com Louro. Idealizado por Sheila Louro Serra em homenagem ao pai, o saudoso Mestre Louro, o evento marca a volta de uma das rodas de samba mais emblemáticas dos anos 1990, com apoio do presidente do Salgueiro, André Vaz, e da própria Academia do Samba. A entrada é gratuita.
Com rainha do pagode Day Calabresa, a roda reunirá nomes de peso como Tico do Gato, Marquinho Sathan, Helinho do Salgueiro e Pedrinho da Flor, além dos DJs Gak e Play, que completam a programação. O projeto, que nasceu entre 1994 e 1997 na mesma rua, fez história ao reunir artistas como Xande de Pilares, padrinho da roda de samba, o cantor Alexandre Pires, Mauro Júnior, entre outros. Após quase três décadas e sete anos de planejamento, Sheila conseguiu tirar o sonho do papel, impulsionada pelas cobranças da comunidade e pelo apoio de amigos e sambistas.
Serviço: Evento: Pagode Feijão com Louro
Data: Sexta-feira, 25 de julho de 2025
Horário: A partir das 18h
Local: Rua Silva Teles, Andaraí – Rio de Janeiro
Entrada: Gratuita
Atrações: Day Calabresa (Rainha do Pagode), Tico do Gato, Marquinho Sathan, Helinho do Salgueiro, Pedrinho da Flor, DJ Gak e DJ Play
Realização: Sheila Louro Serra
Apoio: G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro e presidente André Vaz
A Unidos de Padre Miguel convida a comunidade e os amantes do samba para mais uma edição da sua tradicional Feijoada da UPM, que acontecerá no próximo dia 20 de julho, a partir das 13h, na quadra da escola, localizada na Rua Mesquita, nº 8, em Padre Miguel. O evento, que já faz parte do calendário cultural da Zona Oeste carioca, promete reunir música de qualidade, gastronomia típica e muito samba no pé. A grande atração do dia será a presença da G.R.E.S. Estácio de Sá, escola convidada e referência no carnaval carioca, que abrilhantará a tarde com sua bateria, passistas e demais segmentos.
Foto: S1 Fotografia e Comunicação
Além da Estácio de Sá, o público contará com uma super apresentação dos segmentos do Boi Vermelho e shows de grandes talentos como o grupo Escolha Nossa e o cantor Lelê Carlos, garantindo um repertório variado e animado ao longo de todo o evento.
A entrada custa R$ 25,00 com direito à feijoada e R$ 10,00 sem feijoada. No entanto, quem estiver vestindo qualquer camisa da Unidos de Padre Miguel ou da coirmã Estácio de Sá terá entrada liberada, reforçando o espírito de confraternização entre sambistas e torcedores das agremiações.
SERVIÇO:
📍 Feijoada da UPM
📅 20 de julho (domingo)
🕐 A partir das 13h
📌 Quadra da Unidos de Padre Miguel – R. Mesquita, 8, Padre Miguel – RJ
🎟️ Entrada: R$ 25 (com feijoada) | R$ 10 (sem feijoada)
🎟️ Entrada gratuita com camisa da UPM ou da Estácio de Sá
A escola que venceu o Estrela do Carnaval — premiação organizada e concedida pelo CARNAVALESCO — na categoria “Samba-enredo” em 2025 apresentou, de maneira oficial, a canção para o desfile de 2026. Intitulado “Oro Mi Maió Oxum”, o samba da Barroca Zona Sul será assinado por Pedro Alexandre, popularmente conhecido como Magoo, com composição de Thiago Meiners, Sukata, Morganti, Claudinho, Fernando Negão, Shumacker, Valencio, L. Santos, Daniel Paixão, Léo PZ, Beto Savanna, Wilson Mineiro e Tubino. Marcando presença na apresentação do samba-enredo, o CARNAVALESCO esteve na Arena Neguinha, quadra da Faculdade do Samba, no Jabaquara, Zona Sul de São Paulo, e ouviu diversos personagens importantes da agremiação.
Como é tradicional nas escolas de samba, a canção para a próxima temporada foi revelada durante uma feijoada. Com show do projeto Quintal da Barroca, apresentação das passistas dirigidas por Val Diniz e exibição do grupo Ideia Maluka, com participação de Pinha Presidente, a Faculdade do Samba mostrou força desde a apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira mirim da agremiação, formado por Gabriel de Barros e Domênica da Costa.
Após o hino da escola e a apresentação da bateria Tudo Nosso, comandada por mestre Fernando Negão, o samba-enredo “Os Nove Oruns de Iansã” — premiado em 2025 — também foi executado. Para entrar no clima da orixá que será a temática da escola em 2026, a Confraria Olosuns, formada por filhos e filhas de Oxum, também se apresentou na Arena Neguinha. Em seguida, houve a apresentação do novo segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Luan Alencar e Fernanda Medeiros (que foi a terceira dupla em 2025).
Após a apresentação do samba-enredo para a comunidade e o mundo do samba paulistano, ainda houve tempo para um show com seis intérpretes convidados: Tinga, Pixulé, Renê Sobral, Rodrigo Xará, Agnaldo Amaral e Chitão Martins encerraram a noite com clássicos do carnaval paulistano.
Dinâmica aprovada
Com poucas alterações, a parceria que assina os sambas-enredo do Barroca Zona Sul há cerca de uma década segue firme. Quem explica é Thiago Meiners, um dos autores de mais uma obra da Faculdade do Samba: “Acredito que tudo é uma construção. Esse é meu décimo samba no Barroca e, se a escola não estivesse feliz com os resultados anteriores, não teria mantido a parceria conosco. O que construímos aqui dentro não é só sobre composição: hoje, a parceria se sente parte da família da escola. Eles acreditam muito no nosso trabalho — e isso, com o tempo, vai se comprovando. Eu sou do Rio de Janeiro, mas digo para todo mundo, inclusive lá, que a minha escola é o Barroca”, revelou.
Ele próprio fez questão de relembrar outro samba marcante da história da agremiação — “Okê Arô”, de 2019, com o qual a instituição foi vice-campeã do Grupo de Acesso I e retornou à elite da folia paulistana: “O Barroca, no ano passado, talvez não tenha tido o melhor samba, mas certamente teve o mais cantado pela arquibancada. Desde que falou de Oxóssi, o Barroca tem tido, se não o melhor, um dos melhores sambas dos grupos em que está. Isso reforça a confiança no nosso trabalho”, refletiu.
Sempre sucinto, Fernando Negão — mestre de bateria e também compositor — concordou com o parceiro: “O processo de composição foi semelhante ao do ano passado. São os mesmos compositores, a mesma galera que fez. E vamos com mais um samba belíssimo para o Anhembi”, destacou.
O carnavalesco da escola também fez elogios: “Essa dinâmica do Barroca me agrada bastante. Quando escrevi a sinopse após a pesquisa, já imaginei a parte plástica, os carros alegóricos, o roteiro. Pensando no samba, já destaquei que determinada parte daria um refrão, por exemplo. É muito legal a conversa que temos com os compositores. Eu explico a ideia, eles fazem a primeira entrega, a diretoria avalia e sugere ajustes. É importante estar integrado ao enredo desde o começo. Não tivemos problemas com refrões fora do enredo ou trechos fora de ordem. O próprio samba já foi feito em cima do nosso projeto. Houve uma integração muito bacana entre compositores e escola”, detalhou Magoo.
Dodô Ananias, um dos intérpretes da verde e rosa, também elogiou a forma como a escola escolhe seus sambas: “A parceria que faz os sambas encomendados do Barroca é a mesma há muito tempo, então já existe uma sinergia com o presidente Cebolinha e toda a diretoria. O presidente dá liberdade, autonomia, mas também pondera quando algo não agrada. É um processo normal de qualquer encomenda”, comentou.
Já na ponta da língua
Diversos personagens importantes aprovaram o samba-enredo. A começar por Ewerton Rodrigo Ramos Sampaio, o Cebolinha, presidente da escola: “A gente fez mais um samba que carrega a energia lá pra cima. Acho que o samba, para a história que o Barroca vai contar, vai emocionar muito. Estou bastante contente. Acho que a gente acertou de novo. Vai cair na boca do povo”, refletiu.
Rafael Roberto dos Santos, o Tinguinha, que estreará no microfone principal em 2026, exaltou a obra: “Confesso que já me apeguei muito a ele. É um sambão! Acredito que estará entre os melhores do carnaval de São Paulo mais uma vez.”
Dodô, que chega ao segundo ano como intérprete da escola, também opinou: “A expectativa para 2026 aumentou. No ano passado, tivemos o melhor samba do carnaval. No ano anterior, eu já dizia que o Barroca estava no top 3, mesmo sem ter ouvido os demais. Para 2026, te garanto que estaremos no mínimo no top 5. É uma proposta diferente, mas muito boa, muito bonita, e atende às expectativas da escola”.
Responsável pela pesquisa do enredo, Magoo aprovou o resultado final: “Sou suspeito para falar, porque gostei muito. Desde o início, gostei. A aceitação da comunidade também foi ótima. Fizemos um ensaio à noite na quadra e eles aprenderam mais rápido do que o samba de 2025. O astral foi lá em cima! Estou animadão! O raio caiu duas vezes no mesmo lugar!”, empolgou-se.
Angélica Barbosa, da Comissão de Carnaval, destacou a agilidade do trabalho: “O samba me agradou muito. Vai ser mais um super pra cima, uma porrada. A escola tem essa vibe de enredos religiosos, e isso é muito positivo. O público da escola aceita muito bem. Estamos felizes e já trabalhando bastante. Nosso barracão está a mil. O lançamento do samba marca o início, e logo começam os ensaios pra valer”.
Inspiração autorreconhecida
Os compositores também destacaram a força da canção: “Não sei se é bom ou ruim, mas a expectativa para 2026 aumentou muito. Em 2025, não esperávamos tanto sucesso. Já para 2026, o samba foi para o estúdio pronto, aprovado e todo mundo apaixonado. Na minha opinião, o samba de 2026 é melhor que o de 2025 — mas não posso prever o que vai acontecer”, comentou Meiners.
Fernando Negão também aprovou: “Gostei bastante do resultado final. O samba ficou maravilhoso. Foi um dos que fizemos de bate-pronto. Já mandou, já gostou, já encaixou. Realmente, está maravilhoso.”
Para evitar sustos
Mesmo com um samba elogiado, o Barroca foi despontuado no quesito em 2025. Das quatro cabines, teve duas notas máximas e dois 9,9 — um descartado. Meiners comentou:
“Acredito que o julgamento em São Paulo é difícil de trabalhar. Sei que há esforço para melhorar. Houve sim uma preocupação. Concordo com a justificativa, mas não com a penalização apenas do Barroca. Este ano, nos preocupamos mais com o regulamento. Tudo que está no samba — como palavras em iorubá — será justificado”.
Dodô também fez apontamentos: “Não há subjetividade no julgamento. Os três melhores sambas (Barroca, Gaviões e Tucuruvi) foram penalizados. Este ano, tivemos outra estratégia: o samba já estava pronto há dois meses. Até a gravação, ficamos só ajustando detalhes para não sermos penalizados. Teremos muito trabalho com a comunidade para intensificar o canto e evitar perdas”.
Refrão (queridinho) falso
Assim como em 2025, a parceria apostou em um refrão falso com palavras em iorubá. Se na canção sobre Iansã ele vinha após o refrão de cabeça, em 2026 ele virá antes. Essa parte foi destacada por muitos: “Temos uma parte que é um bis e é a minha preferida. Mas o samba por completo é excelente”, disse Tinguinha.
Meiners concordou: “Gosto muito do bis do refrão, inspirado em um ponto de Oxum — assim como o de Oyá em 2025. Os sambas do Barroca não têm a cara do carnaval de São Paulo, lembram os que compus no Rio. Mas o pré-refrão e o refrão principal são minhas partes preferidas”.
Calendário lotado
Angélica destacou que o lançamento do samba marca o início de uma sequência importante: “No próximo sábado, temos a feijoada da Velha Guarda. Em 10 de agosto, aniversário da escola — no Dia dos Pais, com convite para pais e filhos celebrarem juntos. Os ensaios começam em 14 de setembro”.
Compositores: Thiago Meiners, Sukata, Morganti, Claudinho, Fernando Negão, Shumacker, Valencio, L. Santos, Daniel Paixão, Léo PZ, Beto Savanna, Wilson Mineiro e Tubino
Intérpretes: Dodô Ananias e Rafael Tinguinha
AYÊYÊ OXUM…
DA SEDUÇÃO AO MENSAGEIRO, LAROYÊ!
O SAGRADO FUNDAMENTO A REVELAR
SE TORNANDO ENTÃO ELEITA DE ORUNMILÁ
A FILHA D´IEMANJÁ E OXALÁ
SENHORA DOS RIOS E DAS CACHOEIRAS
DONA DO OURO E DE TODA MINHA FÉ… AXÉ!
O JUSTICEIRO DO OXÊ SE APAIXONOU PELO ABEBÉ
E O FOGO MERGULHOU NO IGARAPÉ
EU VI MAMÃE OXUM COLHENDO LÍRIO, LÍRIO Ê
COLHENDO LÍRIO PRA ENFEITAR O SEU CONGÁ
É QUEM GOVERNA O PODER DA ENCANTARIA
É O ESPELHO QUE NUNCA VAI SE QUEBRAR
ORDENANÇA DE EXÚ, ILUSÃO
É RAINHA DE OXÓSSI, CAÇADOR
BANHO DE RIO A FEZ CHORAR, TRISTEZA
MAS A CORRENTEZA O AMOR DEIXOU
MAMÃE SEMEOU A VIDA
AS ÁGUAS DOCES VÃO DE ENCONTRO A MATA
ERU AWÔ, ERU AWÔ, ORIXÁ MENINO É LOGUN EDÉ
QUE OLORUM ABENÇOOU
ORO MI MÁ, ORO MI MAIÓ, PRA CANTAR A SUA FÉ
Ê YALODÊ IYÁ WÔ RÔ… Ê YALODÊ IYÁ
FOI NA ÁGUA DA CASCATA QUE EU VI OXUM REINAR
CANGERÊ MANDOU CHAMAR, BARRAVENTO DE OGÃ
PRA FIRMAR TEU IJEXÁ NO RAIAR DESSA MANHÃ
REFLETE OXUM NO SOL DOURADO A CLAREAR
EU SOU BARROCA, MACUMBA DE ENFEITIÇAR
Em uma noite de festa e emoção, a Dragões da Real deu um importante passo para o futuro do samba. No último sábado, a escola promoveu o lançamento oficial de sua escola de samba mirim, voltada para crianças e adolescentes de até 17 anos. O evento, realizado na tradicional Caverna do Dragão, reuniu um grande público e contou com diversas atividades pensadas especialmente para o público infantil.
Foto: Liz Caroline Yau/Divulgação Dragões da Real
Com um espaço kids, alimentação e brincadeiras, a tarde foi de celebração, mas também de planejamento. O presidente Renato Remondini, o Tomate, conduziu a apresentação do projeto e apresentou os responsáveis por cada setor da escola mirim, que já nasce estruturada com departamentos como casal de mestre-sala e porta-bandeira, bateria, ala musical, passistas, malandros, comissão de frente, alas e até vice-presidências formadas por jovens.
A iniciativa faz parte do compromisso da Dragões da Real com a formação de novos talentos e com a perpetuação da cultura do samba dentro de sua própria comunidade. “Nosso objetivo é formar cidadãos e sambistas conscientes, que conheçam desde cedo a importância do carnaval como manifestação cultural e comunitária”, destacou o presidente.
Os ensaios da nova agremiação terão foco pedagógico e artístico, buscando ambientar os jovens ao universo do carnaval e desenvolver habilidades específicas de cada segmento.
A estreia oficial da escola de samba mirim da Dragões da Real já tem data marcada: será no próximo dia 12 de outubro, durante o desfile das crianças, organizado pela LIGA-SP, na Fábrica do Samba. A expectativa é grande, e a comunidade já abraçou o projeto como mais um capítulo da trajetória vitoriosa da vermelho e branco da Vila Anastácio.
A Pérola Negra revelou, na noite do último sábado, seu enredo para o Carnaval 2025. O tema foi lançado durante uma festa julina e, na ocasião, o novo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Kawe Lacorte e Nathalia Bete, também foi apresentado. Depois de algum tempo, a comunidade pôde, enfim, reencontrar-se com o bairro do qual tanto se orgulha: a Vila Madalena. Durante a celebração, o intérprete Lucas Donato cantou os sambas mais famosos da agremiação e, em determinado momento, o carnavalesco André Machado subiu ao palco para apresentar o enredo: “Valei-me, cangaceira arretada. Maria que abala a gira. Valente e bonita, que vence demanda”. A narrativa abordará a história de Maria Bonita e seus feitos até ser cultuada como uma divindade da umbanda. A Pérola Negra é a atual campeã do Grupo de Acesso 2 e escolheu a sexta posição para desfilar no domingo de carnaval, marcando seu retorno ao Acesso 1. O CARNAVALESCO conversou com André Machado, responsável pelo enredo. O artista explicou como a Pérola Negra pretende desenvolver o tema no Anhembi.
Carnavalesco André Machado. Foto: Gustavo Lima/CARNAVALESCO
“A gente dividiu esse enredo em três setores: o primeiro vai abordar, de fato, a história de Maria Bonita, de como ela largou a vida que levava e foi para o cangaço. Depois, vamos mostrar sua influência na cultura, na arte e no artesanato nordestino. O encerramento será com um grande panteão da umbanda, destacando a força dessa entidade na cultura nordestina — inclusive porque Maria Bonita é uma mulher valente”, explicou.
André Machado se diz confiante em realizar um grande carnaval, apesar das dificuldades do Grupo de Acesso. O profissional agradeceu à presidente Sheila Monaco por lhe dar liberdade para desenvolver o projeto do Carnaval 2026:
“A gente tem tudo para fazer um grande desfile. É um enredo com o qual estou muito feliz; fazia tempo que eu não criava um tema autoral, e a presidente Sheila me deu carta branca para brincar e desenvolver de uma forma bem alegre. Hoje, o Grupo de Acesso conta com grandes escolas de samba, mas a gente está aqui para lutar de igual para igual e fazer um grande espetáculo, se Deus quiser”, declarou.
O artista revelou que gosta de criar enredos com narrativas nordestinas, pois os leva para um campo pessoal e representam uma forma de homenagear pessoas importantes em sua vida. Ele também afirmou que trabalhar com temas autorais é mais fácil, já que não há interferência externa:
“Apesar de ter pais nordestinos, só fui a Pernambuco uma vez. Desde então, para entender melhor a cultura, sempre me apeguei aos livros e adquiri uma obra chamada Bonita Maria do Capitão. Inclusive, a autora é parente de Maria Bonita. Quando falei do xaxado na Mancha, em 2023, a bisneta da Maria Bonita visitou o barracão e autografou o livro. Esse é o tipo de enredo que sempre gostei de desenvolver. É uma forma de retribuir o carinho da minha mãe, do meu pai e de todas as pessoas do Nordeste que conheço. Trabalhar com um tema autoral é muito mais fácil, porque não há uma terceira pessoa dizendo o que tirar ou limitando a nossa liberdade”, finalizou.
A paixão pelo carnaval do Rio de Janeiro segue mais viva do que nunca. Os ingressos de arquibancadas especiais para os desfiles do Grupo Especial de 2026 se esgotaram em menos de cinco horas após a abertura das vendas ao público geral, na manhã deste domingo. A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) anunciou o esgotamento por meio de suas redes sociais. “Em menos de 24h com as vendas gerais abertas e temos a honra de anunciar: AS ARQUIBANCADAS DO RIO CARNAVAL 2026 ESTÃO ESGOTADAS PROS DIAS COMPETITIVOS! 🔥🤩”, publicou a entidade, celebrando a resposta do público.
Nesta etapa de vendas, foram disponibilizados aproximadamente 80% dos ingressos de arquibancadas especiais, com oferta em todos os setores das arquibancadas especiais do Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Os outros 20% já haviam sido vendidos em ações anteriores: o projeto Ingresso Sambista e o Passaporte Rio Carnaval, ainda em março, além da pré-venda exclusiva para clientes do Mercado Pago, banco digital oficial do evento, encerrada na última sexta-feira.
O Rio Carnaval 2026 acontecerá nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro, reunindo as 12 principais escolas de samba do Rio em três dias de competição. No dia 21, o tradicional Sábado das Campeãs encerrará a temporada de desfiles com a apresentação das seis primeiras colocadas, em uma grande celebração da festa e da arte carnavalesca.
Homenagens nos enredos de 2026
O ano de 2026 será marcado por grandes homenagens na Marquês de Sapucaí. Dos 12 enredos que compõem o desfile do Grupo Especial do Rio de Janeiro, a maioria presta tributo a personalidades históricas, figuras da cultura popular, artistas consagrados e manifestações religiosas e afro-brasileiras. Confira os temas de todas as escolas que vão sacudir a Sapucaí.
A Acadêmicos de Niterói, que estreia no Grupo Especial após conquistar o título da Série Ouro, vai abrir os desfiles com um tema que promete dar o que falar. A escola apresentará o enredo “Do Alto do Mulungu Surge a Esperança: Lula, o Operário do Brasil”, uma homenagem à trajetória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O desfile desenvolvido por Tiago Martins.
A Imperatriz Leopoldinense com o enredo “Camaleônico” homenageará Ney Matogrosso, destacando sua carreira multifacetada, sua liberdade estética e seu papel na quebra de tabus. A proposta é assinada pelo carnavalesco Leandro Vieira.
A Portela apresentará o enredo “O Mistério do Príncipe do Bará”. A agremiação de Madureira vai contar a história de Custódio Joaquim de Almeida, o Príncipe Custódio, figura vinda do Benin que se tornou um dos pilares da cultura afro-gaúcha. André Rodrigues assina o desenvolvimento do desfile.
A Estação Primeira de Mangueira levará para a Sapucaí uma celebração à sabedoria da floresta amazônica. O enredo “Mestre Sacacá do Encanto Tucuju – o Guardião da Amazônia Negra” exaltará a figura do curandeiro paraense conhecido por seus saberes ancestrais e seu domínio das ervas e raízes da floresta. A criação é do carnavalesco Sidnei França.
Já a Mocidade Independente de Padre Miguel mergulha no universo do rock nacional com o enredo “Rita Lee, a Padroeira da Liberdade”. A escola da Zona Oeste celebrará a cantora como símbolo de irreverência, ousadia e independência feminina, em um desfile assinado por Renato Lage.
A campeã do último carnaval, a Beija-Flor de Nilópolis, aposta na força da religiosidade ancestral. Com o enredo “Bembé do Mercado”, a azul e branca vai retratar essa manifestação religiosa afro-brasileira realizada há mais de 130 anos no Recôncavo Baiano, reconhecida como patrimônio imaterial da cultura nacional. O desenvolvimento é de João Vitor Araújo.
A Viradouro vai levar às arquibancadas uma homenagem à sua própria história. O enredo “Pra Cima, Ciça” exaltará o mestre de bateria Moacyr da Silva Pinto, o Ciça, figura icônica do carnaval e responsável por dois títulos da escola. O desfile é assinado por Tarcísio Zanon.
A Unidos da Tijuca escolheu como tema a potente história de Carolina Maria de Jesus. Com o enredo “Carolina Maria de Jesus”, a escola homenageia a escritora mineira que revolucionou a literatura ao retratar, com crueza e poesia, a vida nas favelas brasileiras. A criação é do carnavalesco Edson Pereira.
O Paraíso do Tuiuti fará um mergulho na espiritualidade afro-cubana com o enredo “Lonã Ifá Lukumi”. A proposta de Jack Vasconcelos é apresentar essa vertente religiosa pouco conhecida no Brasil, ressaltando sua força ancestral, sua estética ritualística e as pontes culturais entre América Latina e África.
A Unidos de Vila Isabel apresentará um desfile onírico e ancestral com o enredo “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África”. A escola prestará tributo ao multifacetado Heitor dos Prazeres, artista que se destacou como pintor, compositor e sambista, em uma narrativa assinada por Gabriel Haddad e Leonardo Bora.
A Acadêmicos do Grande Rio voltará os olhos para o movimento Manguebeat. Com o enredo “A Nação do Mangue”, a tricolor de Duque de Caxias vai explorar as raízes do movimento que revolucionou a cultura pernambucana nos anos 1990, misturando regionalismo, crítica social e inovação. O tema será desenvolvido por Antônio Gonzaga.
O Acadêmicos do Salgueiro fará uma emocionante homenagem à carnavalesca Rosa Magalhães. O enredo “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau” celebrará o legado da artista, maior campeã da história da Sapucaí, falecida em 2023. O carnavalesco Jorge Silveira será o responsável pelo desfile.
Conhecida por ser uma das cidades mais cosmopolitas do planeta, a capital dos Países Baixos (também conhecido como Holanda) será o enredo do Águia de Ouro em 2026. Intitulado “Mokum Amesterdã: o voo da Águia à cidade libertária” e assinado pelo carnavalesco Alexandre Louzada, a agremiação da Pompeia realizou um evento intimista para anunciar a temática.
Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO
Histórias que o enredo traz
Perguntado sobre como surgiu a ideia de falar de Amsterdam, Alexandre Louzada foi franco: “Não partiu de mim a ideia, mas quando você descobre grandes possibilidades, que você pode contribuir socioculturalmente para o carnaval, levantar bandeiras de não preconceito, de igualdade, de respeito, isso me interessa. A missão de qualquer carnavalesco é trazer algo que acrescente para a vida das pessoas”, destacou.
Em outra entrevista, o responsável por sugerir tal temática se revelou. Trata-se de ninguém mais, ninguém menos que Sidnei Carrioulo, presidente da instituição: “Se o enredo não me agradasse, eu teria que bater a cabeça na parede, porque fui eu quem forcei esse enredo. A gente não pode inverter a ordem das coisas. Quando a gente falou a respeito de ter um patrocinador, nós escolhemos algo que era interessante. Temos várias parcerias conversadas, várias possibilidades. A gente veio nesse trabalho, mas não de trás para frente”, comentou, com o bom humor que lhe é peculiar.
Não é apenas em relação a Amsterdã que a reportagem quis ouvir integrantes do Águia de Ouro sobre histórias. Jacqueline Meira, diretora de carnaval da agremiação, relembrou que a Pompeia já teve alguns “enredos CEP” (como são popularmente conhecidos os desfiles em homenagem a cidades, estados e países) marcantes – como “A Milenar cultura de um povo, quem tem olho grande já entra na China” (2003), “Ribeirão Preto – Região à Frente do Seu Tempo: Da Abolição ao Agronegócio, Terra de Liberdade e Riqueza!” (2010) e “Brasil e Japão: 120 anos de união” (2015): “Essa nossa facilidade para falar de lugares favoreceu bastante, sim. Mas não foram apenas esses fatores que contribuíram. A leveza do enredo e a alegria que o enredo vai trazer também foram fundamentais. Todo mundo gostou muito, a escola vibrou. Tenho certeza que vai ser lindo, vai ser incrível. Vai ser Águia de Ouro”, prometeu.
Caldeirão cultural
Um dos entrevistados pela reportagem foi o carnavalesco da agremiação, que mostrou estar com a pesquisa sobre a capital neerlandesa na ponta da língua. Para começar, ao ser perguntado sobre o desafio de carnavalizar um tema pouco comum quando se pensa em um desfile de escola de samba, Louzada fez analogias: “Nós temos grandes similaridades e grandes diferenças. Mas o carnaval tem esse poder de se ajustar, de explicar, de colocar de uma forma como se tudo fosse um encantamento. A melhor definição dessa proximidade é que todos nós, tanto o Águia de Ouro como Amsterdã, fazem parte de um reino: aqui o nosso rei é o Rei Momo; e lá, é o Rei Guilherme Alexandre. A maior festa que o Águia de Ouro pode participar é o carnaval, que é uma festa do Rei Momo; e, lá na Holanda, em Amsterdã, a maior festa do calendário deles é o Dia do Rei, em que todos se vestem de laranja e fazem um carnaval da maneira deles – mas tem o mesmo significado, o mesmo sentido de você mostrar que todos daquele reino mostram alegria”, apontou.
Muito mais conhecimento, entretanto, foi debulhado pelo carnavalesco – que citou, inclusive, dois dos pintores mais famosos do planeta, que nasceram nos Países Baixos: “Por se tratar de uma cidade que é entrecortada de canais, que tem muitas pontes, o carnaval é capaz de criar essa ponte entre entre São Paulo e Amsterdã. E, atravessando essa ponte, pela ótica dos grandes mestres Van Gogh e Rembrandt, a gente encontra todas as pinceladas de emoção”, poetizou.
Surgimento de Amsterdam também presente
Como já ficou claro, existem diversas informações e histórias relevantes que serão utilizadas pelo Águia de Ouro no enredo sobre Amsterdã. Mas não faltará, também, a linha cronológica que contará o surgimento da cidade: “Para quem não sabe a história, a lenda da criação da cidade de Amsterdã tem a ver com o nosso símbolo: a cidade nasceu, segundo contam, num momento de uma grande tempestade que se formou sobre o rio Amstel e um casal de pescadores que estava num barco frágil, começou a rezar para que pudesse chegar a um lugar seguro. Nesse momento, num clarão do céu, surge uma águia que conduz esse barco até as margens do rio Amstel num determinado ponto. E, ali, eles desembarcaram, se estabeleceram e construíram o primeiro dique. Dique, em holandês, se escreve ‘dam’ – por isso, Amsterdã é ‘o dique do rio Amstel’. Foi ali que nasceu a cidade, por obra de um milagre e em forma de uma águia, que apontou o lugar onde deveria se estabelecer aquela cidade”, explicou.
Analogias para definir fio condutor
Indagado sobre como tantas referências seriam organizadas em um fio condutor, Louzada citou algo muito forte na mente de um nascido em outra cidade ao se estabelecer na Cidade Que Não Para: “É um enredo que é atemporal. assim como as próprias obras, de Van Gogh e de Rembrandt – que são considerados grandes mestres da pintura até hoje. Na sinopse, eu falo que ‘o ontem virou para sempre’. Aí é que está esse fio condutor: essa rua de água, que são os canais. Eu poderia até comparar com o Tietê, só que o Tietê não é mais navegável – pelo menos aqui nesse ponto que a gente está. A gente vai fazendo reflexões e revelações a respeito do que a gente vive hoje e das nossas condições. Em um mundo que está tão caótico, temos uma cidade que promove a liberdade, o respeito entre as pessoas, uma cidade feliz. O mundo está perdendo a humanidade e precisa de felicidade – e Amsterdã é uma cidade que se considera uma cidade feliz”, comemorou.
Substantivo que define o enredo
Um dos principais motivos pelos quais a agremiação abraçou a temática tem a ver com um sentimento em especial. O próprio Louzada citou tal palavra na explanação para a reportagem: “Não é somente uma viagem turística pelos pontos mais bonitos de Amsterdã: existe muita mensagem implícita nesse enredo – ou até mesmo explícita, porque é uma cidade que vive a liberdade. Ela nos inspira porque ela vive a liberdade. E a águia é um dos símbolos de liberdade”, contou.
Citando um dos grandes nomes ligados à cidade em questão, ele tornou a repetir o sentimento que é tão lembrado ao citar a capital dos Países Baixos: “’Mokum’, no dialeto holandês antigo, quer dizer ‘lugar’ ou ‘porto seguro’. A gente parte dessa premissa, dessa viagem que a gente faz e chega a esse porto seguro, conta essas histórias, revela os seus grandes personagens – como Anne Frank e o diário dela. Tudo aquilo acontece em uma cidade que vive a liberdade – e não libertinagem. É uma cidade feliz, é considerada pelas pesquisas da ONU como uma das populações mais felizes do mundo”, comentou o carnavalesco, aproveitando para explicar a expressão que inicia o nome do enredo.
Quem também citou tal sentimento foi Sidnei Carrioulo: “O objetivo do nosso enredo é falar sobre liberdade. Essa é a palavra certa. A gente ficou pesquisando muita coisa para falar da liberdade, e a gente descobriu uma coisa muito interessante: é a liberdade que faz com que a pessoa seja feliz. Liberdade e felicidade estão de mãos dadas. Amsterdã é conhecida como a cidade da liberdade e é considerada a quinta cidade mais feliz do mundo. Esse é o nosso foco: a liberdade traz felicidade. E é aí que vamos construir o nosso enredo. A gente vai mostrar o Amsterdã, lógico, porque a gente precisa colocar uma plástica na avenida e a gente foi pesquisando e viu que tem vários pontos que são muito interessantes. Por sinal, já começamos muita coisa”, adiantou.
Cronograma
Para falar sobre os próximos passos da agremiação, Jacqueline começou destacando que o Águia de Ouro já se encontra em processo de confecção de fantasias: “Agora, a gente já está com os pilotos a todo vapor. A gente está programando uma feijoada para agosto para celebrar esse enredo maravilhoso com a nossa comunidade – após esse evento mais fechado que fizemos hoje. Já o nosso samba-enredo será apresentado no dia 27 de setembro”, vislumbrou.
A diretora também destacou que o processo para definição da canção que embalará o Águia em 2026 é o já conhecido pelo universo do carnaval paulistano: “Quanto ao samba, vai ser como todos os anos: vai ser aberto, todo mundo vai conseguir escrever suas obras. Depois, a diretoria vai fazer as seleções e a gente vai trabalhando junto com todo mundo. Vai ser bem tranquilo, como todos os anos é”, finalizou.
O carnaval perdeu uma de suas maiores almas. Maria Augusta Rodrigues partiu, mas deixou um legado tão grandioso que continuará ecoando em cada enredo que ousa emocionar e em cada desfile que transforma a Avenida em poesia.
Foto: Reprodução TV Globo
Falar de Maria Augusta é falar de paixão, inteligência, de beleza estética e de coragem criativa. Foi ela quem ajudou a mudar o jeito de fazer carnaval. Maria Augusta entendia que uma escola de samba podia ser palco de história, cultura e sentimento. E ela fez isso como ninguém.
No Salgueiro, foi mais que uma carnavalesca. Foi revolucionária. Pensou desfiles como quem pensa capítulos de um livro, com começo, meio, fim e alma. Deu voz às raízes negras, às lutas ancestrais, à espiritualidade, à cultura popular. Desfiles que marcaram época e seguem vivos na memória carnavalesca.
Mas tem um lugar onde Maria Augusta virou lenda viva: a União da Ilha do Governador. Foi com ela que a Ilha encontrou sua essência: leve, bem-humorada, emocionante, encantadora. Quem já viu Domingo (1977) ou se arrepiou com O Amanhã (1978) sabe do que estamos falando. Ela deu à Ilha um jeito próprio de desfilar, sonhador, quase infantil no olhar, mas gigante no impacto. E mais que isso: ela ajudou a fazer da escola uma das mais queridas de todos.
Seus enredos tinham poesia e propósito. Misturava história e afeto, Brasil e mundo, rua e palco, com uma sensibilidade rara. Era artista, pesquisadora, pensadora. Uma mulher à frente de seu tempo e que, mesmo assim, sempre fez questão de exaltar o tempo dos outros: o tempo da cultura negra, das tradições populares, do samba.
Neste momento de despedida, fica um vazio enorme. Mas também um orgulho imenso. De termos vivido no tempo dela. De termos visto, ano após ano, sua genialidade tomar forma na avenida. De sabermos que ela moldou toda uma geração de artistas, carnavalescos, apaixonados pelo samba.
Maria Augusta agora é estrela. Daquelas que brilham forte no céu do carnaval. O carnaval que ela ajudou a construir é muito mais do que desfile. É emoção, resistência, memória e sonho. Tudo isso… ela ensinou como ninguém.
A Unidos de Vila Isabel recebeu nesta sexta-feira uma turma de estudantes da Universidade de Harvard, uma das mais prestigiadas do mundo, no barracão da agremiação. O grupo realizou uma visitação para conhecer os processos de criação dos desfiles e aprender sobre a importância das escolas de samba e do Carnaval.
Foto: Cristian de Jesus/Divulgação Vila Isabel
Os estudantes estão no Brasil através de um programa do Centro de Estudos da América Latina da universidade. Durante quatro semanas, o grupo participou de encontros temáticos no Rio de Janeiro. Todos os lugares escolhidos estão relacionados com Heitor dos Prazeres.
“Ao longo do programa, visitamos a Pequena África, o centro histórico e a favela Pereira da Silva — sempre conectando essas experiências ao enredo da Vila Isabel, que tem sido nosso fio condutor. Nada melhor do que encerrar esse ciclo com a visita ao barracão”, afirmou Mariana Piller, coordenadora de atividades do programa.
Em 2026, a azul e branca do bairro de Noel apresentará “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África”. O enredo parte de um olhar onírico para homenagear o multiartista Heitor dos Prazeres, a quem é atribuída a criação dos termos “Pequena África” e “África em miniatura” para se referir à região da antiga Praça Onze.
“Conhecer a história de Heitor dos Prazeres foi importante para entender não só quem foi o sambista, mas também a história e a cultura do país. Esse enredo me ajudou a enxergar o Brasil com outros olhos, compreender um país potente e cheio de criatividade”, afirmou Luiz, um dos universitários de Harvard.