InícioSérie OuroIlhaInsulanos comentam importância de homenagem à Portela no seu centenário

Insulanos comentam importância de homenagem à Portela no seu centenário

A união das escolas de samba e a inexistência de rivalidade entre as agremiações cariocas mais uma vez foram destaque na Passarela do Samba. Uma homenagem importante não só por ser madrinha da União da Ilha do Governador, mas pelo seu centenário e imponência na história do carnaval carioca. Assim o enredo “O encontro das águias no templo de Momo” foi definido e justificado pelos componentes da agremiação insulana.

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, os componentes da escola da Ilha do Governador comentaram sobre a importância de homenagear a madrinha Portela no ano em que a escola de samba completa cem anos.

Beatriz Oliveira, de 57 anos, faz parte de uma das alas da escola e desfila na União da Ilha do Governador desde 1992. Para ela, mesmo se a Portela não fosse madrinha da escola insulana, a homenagem deveria ser feita pelo pioneirismo e imponência da escola de Madureira e Oswaldo Cruz.

Acho uma ótima homenagem porque, além de ser madrinha da União da Ilha, é 100 anos da Portela. Mesmo se não fosse madrinha, é uma escola com 100 anos, que tem mais títulos, que criou a comissão de frente. É uma escola centenária que merece muito respeito de todos nós”, destacou a componente da escola de samba.

Ela lembrou que diferente de outros meios, no carnaval não existe rivalidade entre as escolas e uma visita a quadra da outra. Segundo a componente da agremiação, a homenagem à madrinha ajuda sim na briga pelo acesso ao Grupo Especial, mas, no fim, tudo depende da União da Ilha do Governador.

“Não tem rivalidade. Teve uma vez que a gente foi, vamos de novo, não tem rivalidade nenhuma entre a Ilha e a Portela. Depende de nós e dos jurados. Mas, se depender da importância da Portela e da imagem dela, isso ajudará bastante nessa briga”, contou Beatriz Oliveira.

Para Luciano, de 52 anos, componente da ala de compositores e que no dia a dia trabalha com setor administrativo, a homenagem é muito válida porque a agremiação insulana, segundo ele, teve origem graças ao apoio da madrinha Portela.

“A homenagem da Ilha à Portela é muito significativa, porque a madrinha da União da Ilha do Governador é a Portela. Ela teve origem por conta da Portela. Por isso, é uma homenagem muito importante, ainda mais pela Portela estar fazendo cem anos”, contou Luciano.

Uma relação de carinho, simpatia e respeito. Para Elisabete Lopes, que tem 67 anos e é baiana da União da Ilha do Governador há vinte anos, a homenagem é muito importante neste centenário da Portela – escola que ela diz ter muito carinho.

“Para mim, é tudo de bom. Eu gosto muito da Portela – que é madrinha da Ilha – e também gosto muito do povo de Madureira. Para mim é uma maravilha essa homenagem, ainda mais neste ano que é o centenário da Portela. No mundo do samba a homenagem é muito bem vinda, porque no carnaval não existe rivalidade”, falou a baiana da agremiação.

Destaque do segundo carro da escola de samba, “O carnaval de nossas vidas”, Eula Rochard disse que é importante homenagear e lembrar de quem ajudou a agremiação.

“Eu acho que você tem que homenagear a pessoa que te colocou no mundo. Como a Portela é madrinha da Ilha, acho que a Portela deu um grande incentivo para que houvesse uma escola na Ilha do Governador. A Portela deu essa vantagem da Ilha se tornar uma grande escola”, pontuou Eula, um dos destaques do carro da União da Ilha do Governador.

Eula lembrou que a escola de Madureira e Oswaldo Cruz foi fundamental para no processo de revolução do carnaval, que antes era marginalizado e considerado algo pertencente ao gueto. Além de lembrar este processo, ela também fez um desabafo sobre o cenário atual da Série Ouro do carnaval carioca.

“É claro que o centenário da Portela torna essa homenagem ainda mais importante. A Portela é a única escola no Brasil que tem cem anos. Não é pouca coisa, é muita coisa. São cem anos lutando. Tem que lembrar sempre que carnaval era coisa de marginalizado, considerado coisa de bandido. A polícia pegava, batia e matava. Era considerado coisa de gueto. Hoje em dia é tudo um luxo, camarote custando 60 mil reais, enquanto hoje a arquibancada está vazia. Por que não deram convites de graça para que essas escolas distribuam nas suas comunidades? Agora a gente entra com a arquibancada vazia, isso é uma vergonha para o carnaval. A gente gasta dinheiro fazendo roupa para chegar e a arquibancada vazia. Dá convite para o povo”, desabafou Eula Rochard.

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