Terceira escola a desfilar no ensaio técnico do último sábado, a Unidos do Peruche teve pouquíssimos erros no Anhembi. Com a comunidade verde e amarela cantando forte e com a agremiação inteira afiada, a Filial do Samba impressionou em diversos aspectos quem assistiu à apresentação. Com o enredo “A Essência Que Me Seduz”, a instituição será a oitava a desfilar no Grupo de Acesso II, no dia 11 de fevereiro.
Harmonia
O samba-enredo, elogiado pela crítica carnavalesca, rendeu muito bem no ensaio técnico. Muito bem cantado, ele colaborou para a empolgação de boa parte dos componentes. Se houve irregularidade no canto, ela se deve nos níveis “ótimo” e “muito bom”, já que as alas cantavam com efusividade. Até mesmo as destaques da bateria cantavam com força a canção. O chão da Filial do Samba foi um dos grandes destaques do ensaio técnico. Mesmo no último setor os componentes mostravam-se bastante animados.
Samba
Simples e facilmente decorável, a canção caiu nas graças do componente – que, como dito acima, corresponderam com bastante força. A torcida da escola presente no Anhembi também apoiou, e diversos torcedores cantaram nas arquibancadas. Alex Soares, intérprete da agremiação da Zona Norte e de atuação segura, sequer precisou de muitos cacos para animar componentes e torcedores.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Girando no sentido horário, Kawe Lacorte e Nathalia Bete seguem evoluindo na escola. Promovidos à primeiro casal a partir do desfile de 2020 advindos do terceiro posto entre os casais da verde-e-amarelo da Zona Norte, foi possível notar bastante sincronia, interação com o samba, comunicação entre os integrantes, leveza, sorrisos e muitos giros – mais que a média dos casais. Ambos olhavam fixamente para a cabine de jurados não apenas ao se apresentes para as torres, mostrando confiança. Foi notado um único (e sutil) erro: ao abrir o pavilhão em frente à Arquibancada Monumental, uma rajada de vento bateu e Kawe (de dança bastante firme, deslizando bastante o pé e indo até o limite no bailado) tomou um tempo extra para exibi-la.
Comissão de Frente
Sem fantasias, mas com uniformidade na parte superior do corpo (com uma roupa dourada com detalhes pretos idêntica a todos) e com vestimentas pretas na parte de baixo, a comissão de frente perucheana teve majoritariamente mulheres de aparência jovem. Uma dela, por vezes, se distanciava para fazer uma coreografia solo. Atrás dos integrantes, três pessoas carregavam um pano – provavelmente identificando um tripé. Não foram identificados erros em uma exibição bastante segura, mas que não chamou atenção como o canto da escola, por exemplo – o que ajuda a ganhar pontos no quesito.
Evolução
Quando a sirene para o começo do desfile foi soada, a escola ainda estava executando um samba de quadra – o que a faria perder pontos no dia do desfile. Como citado anterior, a evolução da Comissão de Frente pareceu um pouco morosa, o que foi ajustado conforme o ensaio técnico evoluía. A saída dos primeiros componentes da passarela, porém, não afetou o ritmo da evolução perucheana. Alas com pompons (como a posicionada atrás da Velha Guarda) ajudavam no quesito. Ao contrário de outras escolas, havia equilíbrio entre alas coreografadas e mais soltas.
Outros Destaques
– Mauro Xuxa, carnavalesco da escola, borrifava perfume na avenida (em virtude do enredo)
– Bateria Rolo Compressor começou o desfile executando poucas bossas, mas fez três convenções no final do ensaio – talvez comemorando a grande exibição dos ritmistas de Mestre Acerola.
– Na bateria, havia equilíbrio entre cuícas com e sem revestimento – as anteriores tinham predominância de instrumentos sem revestimento.
– Chamou atenção o alto número de ritmistas na Rolo Compressor.
– Ao contrário do que é muito comum no carnaval paulistano, os ritmistas não encerraram o desfile. Até mesmo um carro alegórico e um casal de mestre-sala e porta-bandeira veio depois da bateria.
– A ala das baianas veio fantasiada e girando bastante