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Ala musical e bateria ditam o primeiro ensaio técnico da Rosas de Ouro

A escola de samba Rosas de Ouro realizou o seu primeiro ensaio técnico visando o carnaval de 2023. O treino foi marcado pela grande apresentação da comissão de frente, que foi marcada por três momentos diferentes. Destaque também para a ala musical comandada pelo intérprete Royce do Cavaco e a ‘Bateria com Identidade’ de mestre Rafa. Ambos colocaram o samba-enredo resgatado das eliminatórias de 2005 para valer na pista.

A agremiação da Brasilândia mostrou estar engajada com a causa do enredo para combater o racismo e todo o preconceito. Em vários momentos notou-se referências de luta contra as discriminações.

Comissão de frente

Foi o quesito destaque da escola. Houve uma mistura muito grande de significados na dança. Teve o momento do improviso afro, onde os componentes faziam passos de hip-hop. Na apresentação, era feita uma espécie de ‘break’ onde os integrantes executavam uma roda batendo palmas e outros iam para o meio e realizavam os passos. Teve cambalhotas que arrancaram aplausos da torcida presente nas arquibancadas. Após, os integrantes saudavam o público com palmas e, para fechar, realizaram uma corrente de braços dados em filas, remetendo uma escravidão com negros acorrentados. A roupa usada era comum da própria agremiação.

Harmonia

O canto da comunidade da Brasilândia cresceu a partir do segundo setor. Apesar de o samba ter uma melodia menos acelerada do que a agremiação tem escolhido nos últimos anos, os componentes estão lidando de forma satisfatória. Vale destacar a ‘Ala Nação’, que foi o conjunto que mais soltou a voz no treino. Porém, há alguns ajustes a se fazer no último setor. Além disso, os integrantes que compunham as marcações das alegorias, pouco entoavam o hino.

O diretor de carnaval, Evandro Souza, analisou o treino. “Acho que o saldo é positivo. É o primeiro teste, a primeira vez que a gente reúne todo o grupo que vai entrar na avenida. A escola cantou bem, evoluiu bem, e agora é acertar alguns detalhes, o que é normal. É até legal errar, ter alguns erros para acender o alerta e trabalharmos em cima dos erros. É mais coisa de espaçamento de ala, um pouquinho do andamento. Coisa normal de acontecer quando junta todo mundo que ainda não está acostumado com o andamento que a escola vai imprimir no desfile”, disse.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Everson Sena e Isabel Casagrande, que já estão firmando uma parceria cada vez mais longeva, optaram por fazer uma dança de certa forma ‘lenta’ na maioria do tempo. As coreografias foram executadas com êxito. Houve muita sincronia nos olhares e toques entre as mãos. Também mostraram carisma com muitos sorrisos. Sua dança mostrando o pavilhão para o público arrancou aplausos, especialmente no setor B. Ambos vestiram um tom azul-marinho bem escuro com detalhes brilhantes durante a apresentação.

“Como é o primeiro ensaio técnico, a gente sente o andamento da escola. Uma coisa é o ensaio específico, somente eu e a Isabel, e a outra é sentir o andamento da escola na pista. Acredito que seja esse o ajuste a se alinhar. Não que a escola esteja errado ou que a gente esteja errado, mas, nesse primeiro momento, temos que sentir para ajustar e ter essa expertise para esse alinhamento”, comentou o mestre-sala.

“Treino é treino e no dia do desfile é que vale. É adaptação, sempre. Adaptação com o samba, com a escola, com o andamento. Sempre tem pontos para melhorar, sempre vamos querer o melhor”, completou a porta-bandeira.

Evolução

Foi um desempenho regular. Algumas alas se destacaram. Assim como na harmonia, a ‘ala Nação’ foi o destaque no quesito. Não pararam um segundo durante o ensaio. Vale ressaltar a ótima ideia de inserir os punhos cerrados no verso “Kindala! É uma questão de resistir e dar valor”. É o nome do enredo e, esse símbolo de resistência da negritude que ficou famoso nos últimos anos, foi colocado dentro do samba. No refrão do meio os versos “Arrasta pra lá e faz trabalhar… A religião vem beirando o mar”, os componentes de todas as alas evoluíram de um lado para o outro da pista. Porém, alguns (poucos) componentes não se mexiam durante a passagem da escola no treino. É algo que a escola deve se atentar.

Samba-enredo

Um samba resgatado das eliminatórias de 2005, todos tinham a curiosidade de ver como ele seria executado na pista. Era uma época totalmente diferente, onde o andamento era menos acelerado. Já estava rendendo nos ensaios de quadra, mas o fato é que no sambódromo o olhar é diferente. A ‘Bateria com Identidade’ de mestre Rafa deu um ótimo andamento e a ala musical comandada pelo intérprete Royce do Cavaco, conciliou para resultado satisfatório que a trilha sonora teve no Anhembi. As partes mais cantadas foram os refrões, principalmente o principal, que dá um ar ‘explosivo’.

O intérprete Royce do Cavaco avaliou o seu desempenho. “A gente não tem uma visão geral da escola, como foram as alas, o desenvolvimento delas e tal. Nosso trabalho aqui no carro de som ainda tem um detalhezinho para acertar, coisa mínima, como os finais de frase. Na quadra, o som é diferente e não conseguimos perceber o pessoal cantando. Aqui, temos uma percepção melhor. Para o primeiro ensaio, foi sensacional. Vai ter muito vídeo na internet, vamos assistir e ver o que melhorar. A bateria foi bem, fez mudanças nas bossas e assimilou legal. Harmonicamente, está tudo fechado, basicamente. Com relação ao canto, harmonia de cordas e à bateria, está tudo perfeito. A gente assimilou todas as bossas, e tudo o que o Rafa e os diretores criaram foi assimilado, são muitos desenhos de contratempo. Isso é inovador, mas estamos muito ligados com ele. Hoje foi o termômetro e deu tudo certo, e a tendência no desfile é ficar totalmente redondo. A bateria do Rafa dispensa comentários: é sensacional, a mais premiada do carnaval, e merece todo o respeito”, disse.

Royce também comentou sobre o samba da Rosas de Ouro. “Muita gente se lembra dele na disputa de samba-enredo de 2006, mas hoje em dia tudo é muito transitório. Acredito que de 30% a 35% da Rosas de Ouro lembra e conhece desse samba. Quem está chegando agora está aprendendo agora, e ele sofreu algumas alterações para refletir o enredo desse ano. O fato de não ter eliminatória trouxe o pessoal mais antigo, e quem estava mais distante da escola nos últimos meses está pegando agora. Esse é mais um motivo para eu acreditar nos segundo e terceiro ensaios técnicos”, completou.

Outros destaques

Como dito anteriormente, a bateria de mestre Rafa teve um ótimo desempenho. Foram várias bossas executadas de forma sincronizadas. Os chocalhos e a frigideira são os instrumentos destaque da ‘Bateria com Identidade’. A rainha de bateria Ana Beatriz Godoi sambou animada com uma vestimenta toda dourada.

“Eu não vou dizer que é perfeita, mas foi acima do que buscamos entregar. Na semana estávamos limpando bossas, cortando, tiramos aqui, colocamos ali, fomos reparando, cortando, e aqui era o teste, e o teste foi muito bom. Foi um baita ensaio. Andamento legal, as bossas lindas. O único ponto negativo que posso colocar assim é que eu, como mestre de bateria tenho, é que o meu recuo que faço tradicional demorou para entrar e sair, e de repente pode ter causado alguma coisa no andamento da escola. Fora isso, em se tratando de ritmo, para mim foi maravilhoso e estamos no caminho, vamos trabalhar. Foi bom, e a gente pode melhorar ainda mais”, declarou mestre Rafa.

O diretor de bateria também falou sobre as bossas. “Está tudo aí já. Agora eu quero inventar alguma coreografia. Estamos no processo de limpeza, e agora a gente quer inventar. Vê se agacha, dá cambalhota. A bateria está fazendo uma coreografia muito básica numa bossa ali, e a gente não gosta de básico não. A gente gosta de inventar, e vamos ver se conseguimos inventar alguma loucura até o grande dia”, finalizou.

Ala das baianas foram segurando arrudas e evoluindo o tempo todos com passos da direita para a esquerda. As mães do samba da comunidade da Brasilândia estavam muito animadas.

Chamou atenção para a última ala que levou várias pessoas com necessidade especial. Uma grande campanha inclusiva da Rosas de Ouro.

Colaboraram Lucas Sampaio e Will Ferreira

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