InícioSão PauloCanto da comunidade é o destaque do ensaio técnico da Independente

Canto da comunidade é o destaque do ensaio técnico da Independente

A pouca intensidade do cantor no primeiro setor da Independente assustou no começo do ensaio técnico da Tricolor, iniciado já nos primeiros minutos do sábado, no Anhembi. O que parecia ser um problema, entretanto, tornou-se um destaque tão logo o abre-alas chegava. Ouvida do Largo do Paissandu para o mundo, como canta o carro de som da agremiação, a escola também teve uma grata surpresa vinda da Ritmo Forte, bateria da escola que apresentará o enredo “Samba no Pé, Lança na Mão, Isso é uma Invasão!” logo no primeiro horário da sexta-feira de carnaval.

Comissão de Frente

Entrando na passarela já com três minutos de ensaio técnico, a coreografia da comissão de frente foi mais rápida que o normal, o que permitiu à agremiação recuperar tal tempo. Os componentes vieram fantasiados, com uma fantasia composta por uma roupa marrom e chifres. Sempre com cara séria, eles pareciam ser os artífices da invasão proposta pelo enredo. Em dado momento, os componentes davam um berro que chegou a assustar uma integrante do staff da escola – o que também está de acordo com o tema proposto.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Jeff Antony, mestre-sala da escola, dançava claramente no máximo, com o pé deslizando bastante. Girando no sentido anti-horário e com uma indumentária (e não fantasia) que remetia à Grécia Antiga, em dado momento, Jeff jogou um coroa de louros que estava na nuca dele ao chão. Na visão dele, nada que preocupe: “Era algo esperado. Ela foi improvisada, só para hoje. Mas, no desfile, temos um ateliê bastante maravilhosa. Nem contamos com essa hipótese. É mais fácil eu cair inteiro que cair só o adereço da cabeça”, pontuou.

Na dança, tanto ele quanto Thais Paraguassu traziam dinamismo e força para um setor que parecia não estar animado quanto o restante da escola. Nem mesmo os famosos ventos do Anhembi causaram erros na coreografia. A porta-bandeira foi direta ao falar sobre o desempenho do casal da Independente e falou do desgaste que o vento impõe a quem carrega o pavilhão das agremiações. “Foi bom, mas nunca está 100%. Até no dia do desfile a gente ensaia, então ainda tem bastante coisa para acrescentar na dança para trabalharmos. O vento prejudica muito, porque, no nosso regulamento, o pavilhão tem que estar desfraldado. Querendo ou não, tem algumas rajadas de vento em alguns locais da avenida. Aí tem que segurar no braço”, confessou. Jeff aproveitou para se solidarizar: “O vento é algo que prejudica mais a porta-bandeira, sempre tento passar força e vibração para ela”, destacou.

Jeff também aproveitou para exaltar as condições climáticas do primeiro ensaio técnico, sem grandes percalços por conta de chuvas: “É sempre válido ter margem para erro no primeiro ensaio, temos mais dois para corrigir além dos específicos. Nem sempre vamos sair satisfeitos e isso é bom: no dia que sairmos satisfeitos, vamos direto para a avenida. Nós nos cobramos muito, gravamos, sentamos e analisamos. Sempre tentamos inovar e sempre vamos encontrar defeitos. Foi maravilhoso por ser o primeiro, a noite esteve linda e São Pedro colaborou. Aguarde no dia 17, a escola está linda e maravilhosa”, afirmou.

Harmonia

O primeiro setor da escola preocupou. Com a comissão de frente focada na coreografia e a ala das baianas cantando em tom baixo, a harmonia parecia ser um quesito bastante desafiador para a agremiação. Tudo mudou a partir do carro abre-alas. Com componentes bastante animados, a Independente teve um desempenho bem acima da média. Os segundo e terceiro setores passaram longe de ter os erros do começo da escola no quesito, sem pontos de preocupação – e deixando os torcedores bastante animados.

Fotos: Fábio Martins/Site CARNAVALESCO

Para Pica-Pau, um dos diretores, uma das surpresas da Ritmo Forte teve destaque. “Por ser o primeiro o ensaio, acho que foi satisfatório, tanto o canto como a evolução, mas com a consciência de que há coisas para melhorar e chegar bem no dia do desfile. Vamos ensaiar o apagão para surtir o efeito que a gente quer junto com a arquibancada que vem junto com a escola”, destacou.

Outro diretor de harmonia, Douglas Neto, complementou: “Mais um pouquinho de treino, o primeiro deu para sentir um pouquinho da comunidade e agora vamos trabalhar o próximo dia para fazer um grande desfile”.

Samba-Enredo

Se a obra não é um dos sambas mais populares no pré-carnaval paulistano, a Pê Santana, intérprete da escola, chamou os tricolores para cantar o samba com diversos cacos e teve um resultado muitíssimo satisfatório: os integrantes mostraram bastante garra. A invasão citada no enredo foi forte na passarela. A Ritmo Forte também ajudou no quesito graças à força dos ritmistas, que batucaram muito forte os respectivos instrumentos.

O próprio intérprete elogiou o desempenho da escola no ensaio. “O ensaio a gente tira como positivo. Foi o primeiro ensaio técnico, a gente vem de uma série de ensaios bem forte em nossa quadra. Domingo passado fizemos um ensaio bem forte de rua e tínhamos expectativa de chegar com um contingente legal. Conquistamos esse objetivo e agora é analisar e ver o que tem de ser consertado, mas a grosso modo foi um belíssimo ensaio”, destacou.

Evolução

Já com três minutos de ensaio técnico, a escola permanecia sem sair da concentração – fato que foi percebido até por um dos diretores de Harmonia da agremiação. Logo no primeiro setor, chamava atenção o espaço entre comissão de frente, casal de mestre-sala e porta-bandeira e a ala das baianas – que veio à frente do carro abre-alas. Após os primeiros componentes, a escola usou diversas bexigas, trazendo dinamismo para o ensaio. Vale destacar que, ao contrário de outras escolas, as alas sem coreografia são maioria. Em movimento sempre desafiador, a entrada da bateria no recuo foi bastante rápida e com o espaço sendo preenchido de maneira igualmente célere – o melhor movimento no recuo da noite.

Outros Destaques

– Com 210 ritmistas, a Ritmo Forte chamou atenção pelos “apagões” – momento em que todos os ritmistas param de tocar e deixam a escola e o carro de som cantar. Mestre Cassiano afirmou que elas se farão presentes na noite do desfile: “Com toda a certeza os apagões vão acontecer para todo mundo evoluir nos refrões, que são bem fortes. A gente joga junto com o time, a bateria tem que estar pronta para tudo”, destacou.

– O diretor de bateria, por sinal, não se deixou levar pelos elogios da atuação dos comandados: “Sempre dá para melhorar. Graças a todos os ensaios, a gente vem com muito mais certeza. A gente vem para acertar e, no seguinte, acertar ainda mais. Estamos bem confiantes, com um trabalho bem sério e ensaios toda terça-feira. Na bateria, temos que trabalhar todos juntos e evoluir junto com a escola”, afirmou.

– Por fim, Cassiano elencou o principal ponto de preocupação. “A equalização da bateria está tranquila. Precisamos, agora, ver os pontos de jurados, o campo de visão dele. Os diretores estão lá no meio para isso e eles vão me dar o feedback nesse primeiro ensaio. Eles que seguram a bronca”, finalizou.

– Ao contrário de todas as outras escolas da noite, todas as cuícas tinham revestimento – muitos ritmistas utilizavam o instrumento apenas com as bases.

– O abre-alas da escola veio com um tripé com o símbolo da escola à frente e chamou atenção pela largura.

Colaborou Will Ferreira

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