A Dom Bosco de Itaquera foi a última escola a se apresentar pelo Grupo de Acesso II na madrugada deste domingo, dia 12 de fevereiro, no Sambódromo do Anhembi. Com o Sol raiando, o principal destaque foi para a coesão do conjunto da escola, que fez uma apresentação irretocável. A Dom Bosco levou este ano para a Avenida o enredo “Sinfonia Brasileira, uma aquarela em poesia”.

Comissão de Frente

A comissão de frente liderada pela coreógrafa Luana Poletti representou a brasilidade nas obras de Villa-Lobos. Os componentes vieram todos com uma bela e leve fantasia simbolizando a ave uirapuru, e evoluiu com graça em uma dança de três passagens do samba. O quesito cumpriu bem sua missão de apresentar a escola, e deu indícios do bom desfile que viria a seguir.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Leonardo Henrique e Mariana Vieira fizeram uma apresentação fantástica. Dança com graça e bem sincronizada em todos os pontos de observação. A expressividade do casal e a leveza do bailado fizeram da dupla uma das de melhor desempenho da noite.

Harmonia

Uma escola que canta um samba de tom erudito como se fosse um coral de orquestra. A comunidade da Dom Bosco deu um espetáculo de canto, com vigor e entusiasmo espalhados pelas alas. A bateria “Gloriosa” arriscou três apagões, todos bem correspondidos pelos componentes. O sol nascendo na Avenida deu energia para a Escola do Padre, que finalizou o desfile sem cair o tom em nenhum momento.

Enredo

O enredo foi uma viagem pelas obras de Villa-Lobos e a influência da brasilidade nos trabalhos do maestro. Desenvolvimento bem realizado por toda a escola, das belas alegorias às fantasias de fácil leitura. A Dom Bosco conseguiu transmitir a mensagem proposta de acordo com o possível dentro dos requisitos do Grupo de Acesso II, e tem boas chances de conseguir a nota máxima no quesito.

Evolução

Uma das evoluções mais assertivas dentre os desfiles que passaram. Alas compactas e bem preenchidas, recuo de bateria bem-executado e um andamento de desfile leve sem colocar peso de correria em cima das alas. A Dom Bosco finalizou sua apresentação com 48 minutos sem precisar acelerar o passo, e fechou os portões com maestria digna do homenageado.

Samba-Enredo

O samba interpretado por Rodrigo Xará é cadenciado, mas sem ser cansativo. A letra reproduziu bem o que foi visto na Avenida, com elementos sendo notados da comissão à última alegoria. A bateria “Gloriosa” arriscou apagões e várias bossas agradáveis, o que tornou o último desfile do dia ainda mais agradável de se apreciar. A obra da Dom Bosco estava na ponta da língua, e o público que permaneceu no Anhembi entrou no embalo do bom samba da esscola.

Fantasias

A Dom Bosco apresentou um conjunto de fantasias inspirado nos trabalhos da carreira de Villa-Lobos, e representou de forma competente o homenageado apresentando leitura agradável. O acabamento das roupas dos componentes estava impecável, com destaque para a bela fantasia da ala das baianas. O Sol não atrapalhou a leitura de nenhuma das fantasias, mostrando que a escola estava preparada para isso e fez boas apostas na escola de materiais.

Alegorias

Outro bom quesito da Dom Bosco. As alegorias e o tripé dividiram em três setores que retrataram a carreira de Villa-Lobos de maneira clara e agradável. Destaque para o Abre-alas, com uma paleta de cores que funcionou muito bem diante do Sol e retratou uma orquestra com um trem à frente.

Outros destaques

O presidente Padre Rosalvino teve motivos para se orgulhar de sua comunidade. O conjunto da Dom Bosco de Itaquera foi de alto nível e tem grandes chances de conseguir a tão sonhada classificação para o Grupo de Acesso I.

A bateria “Gloriosa”, liderada por Mestre Bola, deu um espetáculo de performance que contribuiu para fechar com chave de ouro um carnaval de nível acima da média apresentado por todo Grupo de Acesso II.