Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins
Segunda escola a desfilar na noite deste sábado, a Tom Maior mostrou um desfile totalmente indígena para o público. A comissão de frente foi um ponto destaque, além do abre-alas, que esteticamente estava impecável e era praticamente uma réplica perfeita de uma mata. A bateria de mestre Carlão e o carro de som liderado pelo intérprete Gilsinho mostraram um grande entrosamento. Entretanto, a agremiação teve problemas em evolução, deixando buracos, especialmente em frente ao módulo três. “Aysú – uma história de amor” foi o enredo apresentado, sendo idealizado pelo carnavalesco Flávio Campello.
Comissão de frente
Comandada por André Almeida, a comissão da Tom representou “As Três Faces de um Mito”. Na dança, havia uma maioria de personagens que vestiam uma fantasia que misturava o sol com a lua. Na parte da frente, a parte amarela remetia ao sol e, quando os bailarinos viravam, aparecia o azul da lua. Tal vestimenta dava um efeito praticamente ilusório.
A coreografia também tinha dois indígenas vestidos de vermelho que interagiam entre si e outras como sambistas. Uma apresentação complexa que contava a lenda.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O casal Ruhanan Pontes e Ana Paula, desfilaram simbolizando o “Alvorecer de Aysú”. A dupla teve um desempenho satisfatório nos módulos, fazendo as coreografias e os movimentos com sincronia. Entretanto, vale ressaltar que o saiote da porta-bandeira estava um pouco danificado na parte esquerda na parte de baixo. Era nítida a falha na vestimenta, mas isso não apagou o brilho do casal, que desfilou pelo segundo ano pela vermelho e amarelo.
Enredo
Para 2024, a escola levou para a avenida a lenda de Orfeu e intitulou o enredo como “Aysú – uma história de amor”. Um tema indígena que misturou a história com o lúdico. A história foi bem contada. A abertura feita pela comissão de frente e abre-alas já indicou o que viria no desfile. Uma apresentação totalmente oriunda de nativos, apesar da lenda.
Alegorias
Como foi citado acima, todas passaram a mensagem que a escola queria com o tema, que era mostrar um enredo totalmente indígena. Tudo foi visto desta forma, principalmente no abre-alas, que mostrou uma mata completa. Parecia uma exposição de tão realista.
A primeira alegoria, simbolizou o “Yby Perfeito”. O gigantesco carro era uma réplica praticamente perfeita de uma mata. Havia esculturas de onças e crocodilos se movendo e nativos em uma canoa. De fato, a Tom Maior tem um enredo indígena, e este carro foi a personificação perfeita disso.
O segundo carro alegórico remeteu ao “O Castigo de Monã”, onde havia a mesma escultura em cores diferentes, como o laranja, azul e rosa. No centro, giravam entre si. Na mesma alegoria veio a velha-guarda.
A terceira alegoria teve como título “A Morada das Boiunas e O Abismo da Saudade” – enormes esculturas de serpentes em prata se movendo de um lado para o outro deram o tom do carro.
Por fim, fechando o conjunto alegórico, o quarto carro representou “O sonhado paraíso”, todo em dourado e esculturas também que remeteram aos indígenas
Fantasias
As fantasias tiveram um desempenho correto nesta noite. A Tom Maior apresentou algo colorido, além de um acabamento satisfatório, sem percalços, apesar da falha na fantasia do casal, o que não despontua dentro desse quesito. As vestimentas também estavam leves e permitiram os componentes a dançarem e cantarem tranquilamente.
Harmonia
Os componentes repetiram a dose dos ensaios técnicos e cantaram o samba com força em seu desfile. Apesar da melodia do samba ser para baixo, deu para ouvir que a harmonia dos componentes estava fluida e o canto seguiu naturalmente. O refrão de cabeça e do meio se destacam, além do verso onde começa na palavra “Abaeté”, que era entoado com força. Foi um dos quesitos destaque da escola.
Samba-enredo
O desempenho do carro de som, liderado pelo intérprete Gilsinho, teve um grande desempenho. O cantor, que desfilou pelo terceiro ano consecutivo com a Tom Maior, seguiu o andamento do samba em linha reta e executou poucos cacos. As vozes femininas com a melodia da obra também combinaram perfeitamente.
Evolução
Esse quesito foi o grande problema da escola. O andamento parava toda hora e abriu buracos em alguns momentos, especialmente no terceiro módulo, onde as alas tiveram um clarão, se confundiram e não sabiam o que fazer. Andaram para frente e depois voltaram atrás. Certamente será um quesito que sofrerá deduções, principalmente na altura do módulo três.
Outros destaques
A bateria “Tom 30”, regida pelo mestre Carlão, teve como fantasia “O Deus do Aysú”. Executou bossas e teve um andamento cadenciado. As caixas foi o instrumento destaque. Dava aquele balanço maior para a bateria da vermelho e amarelo.
A ala das baianas desfilaram representando “Anahy”.