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Com as bençãos de São Jorge, Unidos de Bangu grava faixa oficial buscando subir o degrau para pensar na briga pelo acesso

Tradicional agremiação que leva as cores e os símbolos do simpático clube do bairro da Zona Oeste do Rio, a Unidos de Bangu já está no principal grupo de acesso do carnaval carioca desde 2018. De lá pra cá apresentando bons sambas, a melhor colocação conquistada pela escola foi um sétimo lugar em 2022 quando homenageou seu patrono o Castor de Andrade. Querendo dar um passo maior e almejar o grupo de escolas que se colocam melhor posicionadas na briga pelo título, a Vermelha e Branca da Zona Oeste manteve no comando da “Caldeirão da Zona Oeste”, mestre Laion que junto com os seus ritmistas gabaritaram os 40 pontos em 2023. Para a voz, a agremiação trouxe de volta Igor Vianna, após a saída do ótimo Pixulé, que cantará no Paraíso do Tuiuti no próximo carnaval. Igor vem de um trabalho bem elogiado na União da Ilha no desfile passado e em 2022, ao lado de Nêgo, ajudou o Império Serrano a conquistar o acesso ao Grupo Especial. A dupla Laion e Igor conquistaram o prêmio Estrela do Carnaval 2023 oferecido pelo site CARNAVALESCO, nas categorias, respectivamente, de melhor bateria e melhor intérprete da Série Ouro. Sobre esse reconhecimento e o que vem planejando para o próximo carnaval, mestre Laion afirmou, durante as gravações da faixa da Bangu para a Liga-RJ em Marechal Hermes, que já se sente em casa neste segundo ano trabalhando na agremiação.

Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“Muito feliz, é uma premiação que é uma referência para o carnaval e coroa um trabalho bem desenvolvido. Estamos buscando as nossas conquistas e concretizando os nossos objetivos. Em Bangu é um acolhimento surreal, já estamos em um trabalho diferente do primeiro para o segundo ano, agora os processos estão mais consolidados, e temos uma resposta muito positiva da galera da casa que permaneceu com o mestre Léo (Capoeira) por muito tempo, ele deixou uma base e agora estamos dando continuidade ao trabalho”, explica Laion.

Com o enredo “Jorge da Capadócia”, a Unidos de Bangu vem se preparando para fazer bonito no Carnaval 2024. Com o trabalho artístico do carnavalesco Robson Goulart pelo segundo ano consecutivo, a escola pretende contar a história de São Jorge, deste jovem soldado, que chega ao posto de capitão da Capadócia, até o momento que ele enfrenta as batalhas por não aceitar as ordens do imperador Diocleciano e vira uma figura sagrada, um santo aclamado por diversos cantos do mundo.

Sobre a preparação para a gravação no M&C Studio, o comandante da “Caldeirão da Zona Oeste” explicou que os ritmistas procuraram focar no trabalho sobre o samba e aproveitou para elogiar o tema escolhido pela escola, que segundo Laion tem uma valor sentimental para o profissional.

“Já estamos trabalhando com os ritmistas há mais de dois meses, o enredo é um tema que toca muito o meu coração, Jorge da Capadócia tem uma ligação com São Jorge, e eu, que tenho o nascimento no dia, foi um presente de Deus e de São Jorge, nosso padroeiro, meu fiel escudeiro, com isso acredito que será um dos trabalhos mais importantes na minha carreira até o momento, é um investimento máximo neste trabalho, dentro disso é entregar o melhor sempre”, promete o profissional.

Samba encomendado e retorno de uma voz bem conhecida

Interpretado por Igor Vianna e Pipa Brasey, o samba-enredo da Unidos de Bangu é assinado pelos compositores Tem-Tem Jr, Dudu Senna, Marcelinho Santos, Jefferson Oliveira, Rafael Ribeiro, Ronie Oliveira, Cândido Bigarin, Binho Percussão VR, Jorginho Via 13, Juca, Renan Diniz e Denis Moares. A obra foi uma encomenda. De volta à escola por onde passou no ano de 2020, Igor Vianna explicou que a confecção do samba contou com encontros entre os poetas e o cantor para aparar as arestas e conseguir obter o melhor resultado.

“Para definir o samba de 2024, nós tivemos alguns encontros na casa dos compositores e até ela estar completa, fizemos algumas gravações e ouvimos a melhor para dentro do contexto do enredo, daí o presidente e a diretoria escolheu essa versão que já está sendo divulgada pela escola. É um samba forte, aguerrido, que irá dar bons frutos na Sapucaí. Agora o próximo passo é intensificar o trabalho, ir para o estúdio, ensaiar com uma rapaziada que já me acompanha há muito tempo e a gente sempre espera que o samba cresça na Avenida, o samba já nasceu grande, e para a Sapucaí que ele cresça mais ainda, e isso, só o tempo vai nos dizer, mas que o trabalho está sendo feito com muito carinho, isso pode ter certeza”, afirma o intérprete.

Quem vai estar ao lado de Igor Vianna será a cantora Pipa Brasey, que vai estrear como intérprete oficial na Sapucaí. Com mais de 30 anos de carreira na música internacional, cantando samba e bossa nova, ela esteve como apoio da escola no desfile sobre Xangô Aganjú, neste ano, e é madrinha do carro de som da Portela. Sobre a formação do carro de som da agremiação, Igor revelou que trouxe pessoas de sua confiança para o bom desenvolvimento do trabalho.

“Nós tivemos nossos primeiros encontros com a comunidade, o carro de som é formado por uma rapaziada que eu já trabalho há muito tempo, desde 2018, 2019, e a gente já se conhece bem, eles já conhecem o meu jeito, logo no olhar, quando eu acho que está legal eles sabem, quando eu acho que não está legal, eles também sabem, e fazem de tudo para o trabalho ficar do jeito que eu penso que vai surtir um bom efeito para a escola. A gente já está trabalhando muito e pode ter certeza que o couro vai comer”, assegura Igor.

Neste processo de desenvolvimento do samba, mestre Laion procurou não inventar muito para a gravação e pretende fazer um trabalho, tanto para a gravação quanto para a Sapucaí, voltados para respeitar as características da obra.

“Desejo que a escola aprenda bem o samba, cante bem o samba, e pode esperar sempre o melhor da “Caldeirão da Zona Oeste. Estou muito motivado, muito entregue neste trabalho, vou realizar um trabalho maduro, muito centrado naquilo que pede o samba, desenvolvendo os processos em cima da melodia, se atentando ao samba as pessoas vão facilmente poder acompanhar o trabalho da bateria, bossas dentro da métrica, da letra do samba, tudo que a obra está pedindo, estamos entregando. Com isso, faz parte da nossa estratégia para a gente conquistar mais uma vez a nota máxima e se Deus quiser outros prêmios e outros objetivos que fazem parte desse nosso trabalho”, acredita mestre Laion.

Projeto do próximo carnaval maior do que em 2023

“Salve Jorge Guerreiro/ Senhor do meu caminhar/ Vou de corpo fechado/Pra vitória alcançar”, versos do refrão principal que dão o entendimento de toda a vontade que a escola está de fazer um grande desfile e poder sonhar com o inédito acesso ao Grupo Especial. Sobre o desenvolvimento do carnaval da Bangu, o diretor Marcelo do Rap definiu como o maior projeto da agremiação para um desfile, superando em muito o já elogiado projeto do desfile passado.

“Estamos muito tranquilos com o carnaval da Unidos de Bangu principalmente no que podemos falar sobre tempo, a gente já está com 90% das fantasias em fase de ensacar, é um fato inédito na escola, mesmo com as dificuldades que o carnaval nos impõe, é uma correria danada, e a gente sempre está entregando as coisas em cima da hora, mas a Bangu está com o projeto de carnaval bem maior que do carnaval passado, que foi bastante elogiado, talvez seja duas vezes do que foi para 2023, acredito que a agremiação começa a se firmar como uma escola que pleiteia Grupo Especial, e temos que começar a vivenciar isso dentro da proposta de carnaval que vamos levar para a Avenida”, entende o dirigente.

Um dos pontos altos para a Unidos de Bangu acreditar em surpreender e se apresentar como candidata ao acesso é o enredo, definido por Marcelo do Rap como um dos principais trunfos da Vermelha e Branca da Zona Oeste.

“O enredo é um enredo muito forte. Falar de Jorge da Capadócia, a gente falar dos Jorges que tem aí por todo o Brasil, os Jorges que não são Jorges, que somos nós, o povo brasileiro, um povo guerreiro, isso já mexe muito com o cidadão e com quem gosta de carnaval, que gosta de falar da religiosidade que Jorge tem na cultura brasileira, e é isso que a gente vai levar para a Avenida, um samba muito forte, um samba muito emocionante em diversas partes, em que a gente fala o que é viver essa vida difícil de batalhas do dia a dia, daquilo que a gente fala que é matar um dragão a cada dia, e o povo brasileiro vai vivendo com a felicidade, com esse espírito aguerrido que a Unidos de Bangu também vai levar em seu desfile”, esclarece Marcelo.

A Unidos de Bangu será a sétima escola a desfilar no segundo dia da Série Ouro, em 10 de fevereiro, na Sapucaí.

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