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Chuva ‘abençoa’ primeiro ensaio de rua da Mocidade com destaque para o chão Independente

Por Allan Duffes e Victor Serra

Chegou o dia da Mocidade estrear de vez os preparativos para o Carnaval 2023. O primeiro ensaio de rua aconteceu no domingo e deixou a impressão de que a escola continua organizada e cantando forte. Para seguir a tradição, a animada concentração e a arrancada aconteceram na Praça Guilherme da Silveira. De lá, os Independentes ensaiaram até a estação de trem que leva o nome da escola, em Padre Miguel, bem perto da quadra da Vintém. Com a participação da comissão de frente, do primeiro casal, da rainha Giovana Angélica e de uma chuva persistente, o público reencontrou uma Mocidade disposta a recuperar a vaga nas campeãs.

O cantor Nino do Milênio disse, durante a semana e repetiu antes do esquenta, que o ensaio da Vintém tinha um clima diferente. Ele não tava errado, mas certamente não estava se referindo ao clima de montanha. Quem achou que sentiria a “chama do braseiro”, vai ter que aguardar mais um pouco. Era um domingo atípico para janeiro, temperatura – quem diria – de 22 graus em Padre Miguel, às 17h, e a chuva não queria parar. Mas, o que faz o ensaio da Mocidade ser diferente, é justamente que ele é uma solenidade. Não tem tempo ruim na Guilherme. Quem estava com frio, colocou casaco, quem não queria se molhar usou capa, e quem queria sentir a “chama”, tava com trajes de verão mesmo. E o “braseiro acendeu”. A calçada encheu.

“A melhor retribuição desse carinho do público é resultado, fazer ensaios como foi hoje, brindar o público com sambas antigos também, para eles matarem a saudade da escola. A gente busca fazer um ensaio que não seja uma coisa muito rápida, fazer um bom desfile e estar no sábado das campeãs”, disse o diretor de carnaval, Marquinho Marino, sobre o comparecimento dos independentes, ainda que esteja frio e chovendo.

A verde e branca de Padre Miguel levará para avenida o enredo “Terra de meu Céu, Estrelas de meu Chão’’, desenvolvido pelo carnavalesco Marcus Ferreira, em uma abordagem sobre o legado dos artistas do Alto do Moura, discípulos de mestre Vitalino. No primeiro ensaio de rua se viu uma comunidade entrosada com o samba e, como sempre, se divertindo. Ao avaliar o treino, o diretor de carnaval explicou que foi um ensaio normal e a metodologia utilizada.

“Minha avaliação é muito positiva. Os primeiros ensaios, principalmente este, eu não me preocupo com marcação de tempo de desfile e coisas mais técnicas. O que a gente ensaia de verdade mesmo são as marcações de cabine de comissão, casal e bateria, e não ter nenhum tipo de espaçamento entre as alas. Se eu fizer um ensaio simulando um desfile, ele acaba em 30 minutos. E eu preciso aproveitar o carro de som, pra ver o canto da comunidade, a bateria… Para que ela tenha condições de fazer as paradinhas e eles julgarem o que é melhor para o quesito”, comentou Marino.

Harmonia

Os Independentes cantam e sempre com força. O destaque ficou para os componentes que estavam atrás da bateria, cantaram com mais força e incansáveis até o fim. Todos têm o samba na ponta da língua e são bem conduzidos pelo carro de som de talento já conhecido, com a diferença de que, agora, o cantor é Nino do Milênio, e mostrou que já está bem à vontade com o microfone novo.

Comissão de frente

Os bailarinos liderados por Paulo Pina apresentaram uma coreografia contagiante, que remeteu a passos de dança que comissões fazem quando o assunto é o nordeste. O público interagiu e aplaudiu bastante cada ato do número apresentado. Para o ensaio de rua, uma apresentação satisfatória, sob a assídua regência do coreógrafo. Para o grupo, que está chegando agora, um ótimo momento para ganhar apreço e confiança dos independentes. Carisma para isso, eles mostraram.

Mestre-sala e Porta-bandeira

A Bruna parece aquelas bailarinas que dançam com graça em caixas de música e Diogo tem seu brilho próprio. O casal apresentou uma simpática coreografia que, com inteligência, soube preencher todo o espaço. Em meio a giros vigorosos, a cena foi encantadora.

Para o próximo desfile, o casal que mescla a tradição da danca de mestre-sala e porta-bandeira com coreografias em cima do enredo, não se preocupa com a avaliação dos julgadores na questão de ter passos além do tradicional.

“E acho que a dança representa uma coreografia e a coreografia representa uma dança, é tudo um contexto. É um caminho junto e os jurados estão ali para nos julgar. É importante que tenha todos eles ali bem atentos, mas isso a gente não tem medo. Principalmente, quando a gente tá fazendo um trabalho bacana e a escola vem fazendo um bom trabalho há muitos anos”, disse Diogo Jesus.

Bruna Santos completou dizendo que os jurados sempre pedem para se manter a dança tradicional, mas para inovar, eles colocam a coreografia do enredo, sem deixar a tradição de lado. E, ainda bem. É muito bom ver o casal da Mocidade dançar.

Samba-Enredo

Samba que amassa e se canta até arder a garganta. A chama do braseiro já está na boca do povo e teve bom rendimento no ensaio. A melodia do samba ajuda a escola a ter um canto linear e no decorrer das passadas, as pessoas ainda cantam na mesma alegria da primeira.

“Uma boa obra ajuda nós cantores, nessa escola gigante. Eu precisava de um bom samba pra eu poder fazer um bom trabalho na minha estreia na Mocidade. E graças a Deus o samba veio crescendo bastante, a gente veio trabalhando ele. E pode esperar um grande desfile porque a meta é essa”. Foi o que disse o cantor Nino do Milênio, estreante no carro de som independente.

Bateria

Mestre Dudu e suas bossas foram um show à parte. Marquinho Marino disse que parou a escola para que a bateria se testasse, mas o que aconteceu mesmo foi um presente ao público, que viu e ouviu mais uma bela exibição da “Não Existe Mais Quente”.

O mestre avisou que todas as bossas do ensaio estará no desfile, então pode-se esperar uma bateria que tende a levantar a Sapucaí. Ele avaliou o ensaio, no final. “Primeiro ensaio com o carro de som na rua. Ocorreu tudo bem. Aconteceu alguns probleminhas, mas foi bom”.

Evolução

Problema que a Mocidade não tem é com o quesito evolução. Nenhum incidente, zero buraco e alas compactas. Do início ao fim, deu tudo certo no primeiro ensaio. Mais uma escola a ir ensaiar na rua, agora a Mocidade parte para o próximo desfile virando a página do último carnaval, quando viu seu imponente abre-alas travar na pista e precisar ser desacoplado. Marino garante que este erro é passado e que a escola já resolveu o problema.

“A comunidade sempre nos dá o máximo que a gente precisa. Não é hipocrisia. A comunidade e os quesitos sempre dão o máximo. Agora, é mais uma questão estrutural que está sendo resolvida e uma mais de soltar (a escola) e esquecer o aconteceu (no último desfile). Não adianta se prender ao passado, senão a gente não conserta nunca. A Mocidade foi campeã em 2017 e, nos outros anos, voltou no desfile das campeãs. E, mesmo com o erro do último carnaval, ficamos apenas 1 décimo da última escola que entrou nas campeãs”, contou o diretor de carnaval.

Terceira escola a desfilar no domingo de carnaval, a Estrela-Guia sonha com mais um troféu do Grupo Especial. Até hoje, já foram seis. O sétimo, começou a ser lapidado neste domingo cinzento, onde os pingos de chuva foram detalhes de mais um dia raiz na Vintém: dia de ver a Mocidade passar.

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