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‘Cercada por todos os lados’, Grande Rio se apresenta no Baródromo e o público delira com a atual campeã do Grupo Especial

Por Isadora Lima e Luisa Alves

O Baródromo recebeu a Grande Rio, na tarde/noite de domingo, para o encerramento de sua primeira roda de sambas-enredo do ano. Mesmo na garoa, a atual campeã do Grupo Especial do Rio contagiou centenas de pessoas que cantaram desde os sambas mais antigos ao novo sucesso popular que homenageia Zeca Pagodinho. Não era de se esperar menos. O local já é conhecido como um espaço para os mais diferentes sambistas se unirem em prol da folia. Por lá, ela dura o ano inteiro, atraindo turistas e desempenhando o papel de vitrine para desfiles históricos, mas seu auge sempre ocorre entre novembro e fevereiro.

“Quanto mais próximo do carnaval, mais a energia e a emoção da galera aumentam. Hoje foi uma explosão de amor!”, comentou Felipe Trotta, 42 anos, empresário que mantém o Baródromo desde 2015.

Felipe Trotta, empresário responsável pelo Baródromo

Horas antes da bateria da tricolor de Caxias iniciar suas batucadas, o clima era de alegria e altas expectativas. Uma lona foi estendida na rua para proteger o público da eventual chuva, mas, em meio ao churrasco e danças, ninguém parecia se importar. Sandro Assis, mangueirense, de 43 anos, afirmou aguardar por uma bela apresentação: “É uma escola que está evoluindo, bateu na trave várias vezes até o campeonato”. Ele logo se apressou para exibir sua camisa com estampas de todas as agremiações.

Mangueirese, Sandro Assis foi curtir a Grande Rio no Baródromo

Glaucio Coser, de 47 anos, também frisou a importância da irmandade e apoio entre as escolas de samba. “Estamos num evento da Grande Rio, eu sou Mocidade, tem o cara da Portela, da Imperatriz… isso que faz o carnaval ser pra todo mundo”. Essa pluralidade de bons sentimentos também o fez percorrer 27km para aproveitar o evento em família.

Glaucio Coser, torcedor da Mocidade, ressaltou pluralidade de sentimentos no carnaval

Enquanto anoitecia, um coro se formou para cantar diversos sambas que marcaram a última década. A animação deixou a tarefa de caminhar pela multidão difícil e novos abadás da Grande Rio não paravam de surgir. Quando o mestre Fafá conduziu a bateria para o centro das mesas, todos se espremeram para conseguir a melhor visão possível.

Foi inevitável não associar o momento com a fala que, minutos antes, concedeu ao site CARNAVALESCO. Tudo se intensificou quando o intérprete Evandro Malandro e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel Werneck e Taciana Couto, apareceram sorridentes. O cantor festejou o encontro da escola de Caxias com o povo.

“É no bar que tem o calor humano e quem acompanha as escolas. E é nesse momento que essa energia acompanha a Grande Rio. O Baródromo é onde justamente o sambista vai, que quer cantar todos os sambas, muitas vezes pode não ser o torcedor da Grande Rio, mas que simpatizou com o samba. Isso é uma das coisas mais importantes do carnaval, de torcedores e sambistas de outras escolas. É o que leva a gente pra outros lugares, a alegria e o trabalho. A Grande Rio tem muito mais por aí, muita coisa bacana preparada e soltando de pouquinho a pouquinho”.

Durante as duas horas seguintes, o público vibrou com a escola envolvendo ambos em uma só melodia. Assim que a agitação parecesse diminuir, era necessário apenas levar ao microfone o samba-enredo de 2023 novamente. Nas paradas musicais do Baródromo, certamente está em primeiro lugar.

A satisfação que pairou sobre o ambiente no fim da noite foi coletiva. A ideia do evento foi da própria Grande Rio, que busca divulgar o enredo numa série de apresentações que vão percorrer o Rio de Janeiro e tiveram início neste domingo. Portanto, não há previsão de outras agremiações realizarem apresentações similares, apesar do claro interesse e solicitações dos frequentadores.

Thiago Monteiro, diretor de carnaval da Grande Rio, demonstrou satisfação ao citar o cenário que a escola vive: “Esse ambiente é plural, todo mundo conversa, consome o carnaval e não o faria se fosse somente na quadra. Estar tão perto de um público que não necessariamente torceria para a escola é democracia. É mostrarmos como ela pode ir além da bolha. Esse é o momento para fazermos o nosso nome com um enredo popular, que fala de uma personalidade que todos amam”.

Comandante da bateria da Grande Rio, mestre Fafá enalteceu a ideia de sair da quadra e procurar o povo nos bares. “O Carnaval vai muito além da quadra, além do barracão, e você ve num dia atípico do Rio de Janeiro um bar cheio de sambista, de samba, e aqui do lado tem a feijoada do Salgueiro… na rua tem sempre samba e a Grande Rio quer mostrar que ela é do povo. A gente gosta desse calor do povo, que mesmo que não torce pra Grande Rio, está aqui se divertindo. Eu acredito que a Grande Rio está vivendo um momento único. Com muita sabedoria estamos sabendo como disfrutar disso. Sabemos que tem escolas que estão lutando fortemente pra conseguir esse título, mas trabalho é trabalho e o carnaval é decidido na pista. Espero que todas escolas passem bem e os jurados decidam”.

A proximidade com as pessoas funcionou. Levaram para o Baródromo não apenas o samba, mas também figuras emblemáticas como o ator Demerson D’alvaro, que interpretou Exu na aclamada comissão de frente da campeã, e até mesmo o mascote do Zeca Pagodinho em tamanho real.

Para o ano de 2023, se espera um desfile que represente a jornada próspera que a Grande Rio vem trilhando. A luta pelo bicampeonato parece ser a prioridade da agremiação. Por enquanto, já deixa um exemplo de divulgação que deve inspirar as outras.

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