Renovados para o Carnaval 2023, a dupla de coreógrafos, Beth e Hélio Bejani, foram fundamentais para que a Grande Rio conseguisse o tão sonhado título do Grupo Especial. A abertura da escola, mais uma vez, surpreendeu e impulsionou o grande desfile. Na tricolor de Caxias desde 2019, participando da construção que colocou a Grande Rio no topo, após toda a dificuldade no carnaval de 2018 e a virada de mesa que evitou o rebaixamento da agremiação, eles não receberam nenhuma nota diferente de 10 nestes dois últimos carnavais. Em 2019, ainda que sem o reconhecimento dos jurados, a dupla venceu o Estrela do Carnaval na categoria, orgulho que se soma ao fato de o casal ter realizado a primeira comissão a receber o prêmio.

“Eu sempre digo isso, nós fomos a primeira comissão a ganhar o primeira Estrela do Carnaval lá atrás com o “Rio de Janeiro continua sendo” (Salgueiro 2008), com a ‘banana bolt’, agora ganhar de novo e as outras vezes, é sempre uma emoção bacana porque é um reconhecimento do trabalho que a gente faz. E ganhar o campeonato da maneira que foi é sem palavras para descrever. É o trabalho de uma equipe maravilhosa que foi consagrado na Avenida. Esse campeonato saiu porque cada integrante da Grande Rio que pisou na Avenida, queria ser campeão. Aí não tem jeito”, entende Hélio Bejani.

Beth Bejani, também feliz com o reconhecimento, disse que não esperava que a comissão fosse ter a repercussão que conseguiu, principalmente entre o público em geral.

“O saldo foi mais que positivo, quando a gente pensou em colocar Exu a 10 metros de altura, um “padê” para Exu a 10 metros de altura, a gente sentiu a primeira vez que a gente testou, um impacto muito grande. Mas depois a gente vai se acostumando com o dia a dia, com toda a coreografia que também já era muito forte, muita energia. E, eu acho que com a rotina dos ensaios você acostuma, e quando você chega na Avenida e o público que está vendo pela primeira vez leva aquele impacto, a gente acaba se surpreendendo de novo com o trabalho. Foi uma surpresa muito gratificante, a gente está muito feliz por estar contribuindo com a Grande Rio para o seu primeiro título e por mais uma vez conseguir fazer uma comissão aclamada pelo público”.

Beth também explica quais, na sua opinião, foram os fatores mais dificultantes para o vitorioso trabalho ser realizado. “Acho que todo o preparo de tudo que a gente desenvolveu, das cabaças, de toda a estrutura que a gente precisou preparar, foi complicado o processo, a gente chegou a pensar em desistir e partir para uma outra ideia. Mas aí no final a gente acabou resolvendo com a ajuda de amigos físicos nossos da UFRJ, pessoas de Parintins, a gente conseguiu fazer exatamente como a gente queria, sem nada eletrônico, tudo manualmente, com o menor risco possível”, revela a coreógrafa.

Em 2022, mais uma vez a Grande Rio tocou em um tema que também tinha como plano de fundo o combate à intolerância religiosa, como havia feito em 2020 no enredo sobre Joãozinho da Goméia. Hélio coloca este carnaval como uma segunda parte para que o assunto possa ser melhor concluído.

“A gente veio com Exu, o próprio Gabi (Gabriel Haddad) e Leo (Leonardo Bora) falam sobre isso que era para encerrar, a gente abriu a primeira parte e a gente precisava finalizar esse assunto, então eu acho que tivemos êxito neste sentido. É o que eu falo, intolerância com a intolerância, é isso que tem que ser sempre. A nossa comissão voltou a ser humanizada, que é o que a gente gosta de fazer”, explicou o coreógrafo.

Com o enredo “Fala Majeté – Sete chaves de Exu”, a Grande Rio foi a grande campeã do carnaval 2022, um título inédito na história da agremiação de Caxias.

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