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Bateria e desempenho do carro de som são destaques da Bangu em ensaio marcado pelo canto irregular da comunidade

Por Raphael Lacerda, Guibsom Romão, Maria Clara, Matheus Morais e fotos de Magaiver Fernandes

A Unidos de Bangu foi a terceira escola a entrar na Marquês de Sapucaí no segundo sábado de ensaios técnicos da Série Ouro. Impactada pelas fortes chuvas que atingiram a Região Metropolitana do Rio, a agremiação pisou na Passarela do Samba com um contingente reduzido, afetando o canto da comunidade. A apresentação da comissão de frente e o desempenho do carro de som e da bateria foram os destaques do treino. Neste ano, a escola de samba vai levar para a Avenida o enredo “Jorge da Capadócia”, do carnavalesco Robson Goulart, e será a sétima agremiação a desfilar no sábado de carnaval. Agora, a equipe da Zona Oeste terá cerca de três semanas para se acertar e levar uma boa apresentação para a Passarela do Samba. * VEJA FOTOS DO ENSAIO

“Foi um ensaio atípico. Porque o que está acontecendo lá em Bangu agora, com várias casas alagadas, dificuldade, o trânsito difícil, ficaram muitas pessoas fora do ensaio por conta disso, mas mesmo assim, a gente fez um ensaio compacto. Eu acho que a marca da Bangu é essa, essa ousadia, a gente cai para dentro mesmo, a gente gosta de dar esse show, eu acho que foi proveitoso, eu acho que a gente mostrou um pouquinho do que a gente pode fazer no desfile oficial. Hoje foi um ensaio que eu não posso nem buscar defeitos. As pessoas que chegaram aqui chegaram com uma dificuldade descomunal. São guerreiros que vieram e chegaram aqui após quatro, cinco horas no trânsito. Porque a nossa concentração foi marcada para às 17 horas. Eu não posso nem avaliar nada de maneira negativa. Eu só avalio positivamente a garra do povo de Bangu”, explicou Marcelo do Rap, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

Comandada pelo coreógrafo Fabio Costa, a comissão de frente de Bangu contou com 14 bailarinos e foi marcada por uma coreografia bem sincronizada, com muitas expressões corporais e bastante garra. Mesmo com a chuva, a comissão conseguiu cumprir seu papel e realizou uma boa apresentação.

“A análise é a melhor possível, porque acho que com chuva, muita chuva até, vento frio e os meninos conseguiram manter a energia de sempre, conseguiram manter o canto, a vibração. A galera está de parabéns. A gente deixou uma surpresinha guardada para o desfile, mas assim, o deslocamento, a coreografia do deslocamento a gente testou a oficial. Só a coreografia de frente da cabine que tem algumas movimentações diferentes do dia do desfile. O spoiler que eu vou dar da comissão é que vai ter muita fé. A galera acho que pode esperar uma coisa legal”, garantiu o coreógrafo Fábio Costa.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O primeiro casal da agremiação, formado por Jorge Vinicius e Veronika Lyma, apostou em uma linda roupa azul e vermelha. O mestre-sala usou uma espada como adereço de mão em referência a São Jorge. Apesar da elegância e experiência do casal, eles foram diretamente afetados pela chuva e os fortes ventos, que não cessaram durante todo o desfile. Ainda no primeiro módulo, a dupla conseguiu superar as adversidades e fez uma boa apresentação. Já no segundo, o vento ainda mais forte impactou a apresentação do pavilhão, infelizmente, a bandeira chegou a enrolar.

“Foi um ensaio maravilhoso, gratidão por esse ensaio. Porque o ensaio é assim, com lutas, com chuva, com vento, é um ensaio que só vem aprimorar a nossa dança, porque a gente se acostuma e aí a gente fica preparado e hábil, para o que pode acontecer no dia do desfile. A gente está ensaiando há meses o sincronismo. Pôde ver que o nosso ensaio está surtindo efeito, resultado, porque com toda dificuldade que a gente pegou de vento, chuva, o chão escorregando, a gente viu hoje que a gente está no caminho. A gente vem representando São Jorge, igual a Bangu inteira que vem de São Jorge. Sobre a cor vamos deixar no ar, na imaginação do povo. Cada um tem São Jorge, uns como azul, devido a Ogum, para outros São Jorge é vermelho, então vamos deixar na imaginação de vocês”, disse a porta-bandeira.

“Para mim, é uma experiência inesquecível, dançar na chuva ao lado dessa deusa maravilhosa que é a minha porta-bandeira e pegar mais um pouco de experiência com ela. Juntos, nós estamos fortes. Acho que isso foi uma nota máxima para mim, para que eu possa me aprimorar. Ensaiando na chuva, a gente já pega a resistência e vamos juntos. Ninguém solta mão de ninguém”, completou o mestre-sala.

Samba-enredo

Mesmo com o brilhantismo do intérprete Igor Vianna – um dos destaques da escola no ensaio técnico – com a companheira Pipa Brasey, o samba assinado pelos compositores Tem-Tem Jr, Dudu Senna, Marcelinho Santos, Jefferson Oliveira, Rafael Ribeiro, Ronie Oliveira, Cândido Bigarin, Binho Percussão VR, Jorginho Via 13, Juca, Renan Diniz e Denis Moares não teve um grande rendimento na Avenida. Por sua vez, a obra tem a força e a potência que o enredo pede, mas não funcionou neste primeiro teste na Sapucaí. Destacar que após cantar em São Paulo, no fim da tarde de sábado, Igor voltou para o Rio e conseguiu fazer uma grande condução, carregando a escola durante o desfile.

“Na minha opinião, o samba rendeu muito bem, muito bem mesmo. Hoje foi o nosso primeiro encontro com a minha dupla, a Pipa, e eu não tinha preocupação porque eu conheço o trabalho dela, e a gente, o carro do som, só tenho a agradecer a minha rapaziada, foi ótimo. Sempre tem algumas coisas a colocar no lugar, mas a gente tem tempo hábil pra isso e vamos fazer isso. Vai dar tudo certo no dia do desfile”, comentou Igor Vianna.

“Olha, eu achei que foi muito bom, o pessoal está cantando muito bem, nossa bateria está afinadissima, eu acho que promete muito no desfile de fevereiro. A gente está muito unido, esperançoso, motivado, vai ser maravilhoso. A gente tem que manter isso, manter essa vontade de vencer”, completou Pipa Brasey.

Harmonia

O ponto mais falho da Vermelho e Branco neste ensaio técnico. O canto irregular surpreendeu negativamente, já que a escola realizou grandes apresentações neste pré-carnaval. No mini desfile da Cidade do Samba, por exemplo, Bangu cantou forte e teve um bom desempenho harmônico. Neste sábado, as primeiras alas eram as que menos cantavam e alguns dos componentes entoavam apenas alguns trechos do samba, como o refrão. A Unidos de Bangu vai precisar redobrar o trabalho no segmento durante as próximas semanas que antecedem o carnaval.

Evolução

A agremiação foi para a Marquês de Sapucaí com um número reduzido de componentes devido a chuva que atingiu toda cidade do Rio de Janeiro. Ainda no início do ensaio, o carro de som informou que o bairro de Bangu era castigado pelo temporal. Segundo o Sistema Alerta Rio, por volta das 19h, a região foi uma das mais afetadas. Como resultado, a escola foi uma das mais impactadas neste segundo dia de ensaios da Série Ouro. Apesar do quantitativo reduzido, não foram abertos grandes espaços.

Outros destaques

Destaque para a bateria da Unidos de Bangu. Conhecida como “Caldeirão da Zona Oeste”, os ritmistas fizeram jus ao apelido e mostraram que vai brigar, mais uma vez, pelos 40 pontos do quesito. Comandados por mestre Laion, eels deram um show na Avenida e foram um dos pontos altos do desfile. A jovem Wenny Isa, rainha de bateria, chegou em um tripé que representava São Jorge. Totalmente adaptada ao carnaval, ela tira onda na Avenida.

“Me sinto realizado por essa noite, mas uma noite chuvosa que não é fácil para ninguém. Mas acho que, independente das adversidades que tivemos, realizamos um grande ensaio. Estou muito feliz mesmo com o que a bateria ‘Caldeirão da Zona Oeste’ apresentou aqui hoje. Acho que demos um passo muito a frente para o que a gente vai apresentar no dia oficial. O ensaio é para errar e acertar. Hoje não deixa de ser um técnico, um pré-oficial, só que no desfile é tudo ou nada. Agora, acho que é poucos detalhes que temos para acertar. A bateria vem de duas cores. O público que estiver assistindo vai associar a Ogum e São Jorge, mas o tema é sobre as cavalhadas, batalhas que tem no norte do país. E dentro do nosso samba eu vou fazer uma brincadeira com o pagode. Acho que no dia de São Jorge tem o verdadeiro pagode e com isso vou fazer uma festa que só vai parar na quarta-feira de cinzas”, prometeu mestre Laion.

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