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Bateria e carro de som impulsionam alto desempenho do canto da comunidade em ensaio de rua da Mangueira

A Mangueira vem trabalhando forte desde que escolheu o samba em outubro do ano passado, e se a obra em um primeiro momento não esteve nas listas da que mais se destacavam pela crítica, a composição de Lequinho e Cia vem crescendo a cada ensaio, e, o principal, está na boca do componente que tem cantado com muita força e muita paixão o samba em homenagem a Alcione. Na noite da última quinta-feira, a Verde e Rosa fez mais um ensaio em que, apesar de outros quesitos terem passado muito bem, a harmonia e o samba seguem como principais destaques impulsionados por um trabalho de bateria dos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto que tem trazido toda a musicalidade do enredo para a obra, além de um trabalho muito forte do carro de som comandado por Marquinho Art’Samba e Dowglas Diniz, mas contando também com nomes experientes no time de apoios. O diretor de carnaval Junior Cabeça avaliou o desempenho no ensaio como uma evolução gradativa que vai colocar a escola nas condições necessárias para brigar lá em cima no dia do desfile.

“Tecnicamente é o que eu venho falando toda a semana, nós estamos vindo em uma crescente muito boa, o samba já aconteceu, hoje é considerado um dos três melhores sambas do carnaval, isso muito em função do nosso trabalho, da nossa direção musical, pelos nossos mestres de bateria, de toda a nossa harmonia, e principalmente de toda a nossa comunidade que comprou a ideia, comprou o nosso samba e a cada ensaio a gente vê melhorando para chegar pronto no dia do desfile”, avalia Cabeça.

O diretor de carnaval Amauri Wanzeler também vê a escola quase pronta para entrar na Sapucaí e disputar o título e aproveita para questionar as críticas que o samba-enredo escolhido para 2024 recebeu logo após a disputa de samba.

“A gente tem evoluído muito graças ao trabalho do departamento musical, o Vitor Art, o Digão, garotos frutos da Mangueira do Amanhã, fizeram um grande trabalho, nós recebemos várias críticas pela escolha do nosso samba-enredo e acho que a prova maior está aí, hoje em dia ninguém mais fala nada do samba da Mangueira. A Mangueira está provando que é a Estação Primeira de Mangueira com o canto da sua comunidade, com a sua harmonia, com a sua evolução. Ainda não estamos 100%, a verdade é que o 100% vamos buscar no dia do desfile, estamos muito felizes com os ensaios realizados aqui às quintas e domingos”, revela o diretor.

Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

Já o diretor de harmonia Helton Dias procurou exaltar o enredo e a homenagem a Alcione como um gás a mais na entrega que o componente tem realizado na preparação para o próximo carnaval.

“O canto da comunidade vem do chão da escola, é um show à parte. O trabalho que é feito, nosso chão, a comunidade, esse enredo, é uma cereja de bolo, falar da Alcione fez com que a comunidade abraçasse ainda mais , como se fosse um centenário da escola, digamos assim. O canto da escola está afiado, cada semana está melhorando, algumas coisas a gente como diretor acredita que sempre tem uma coisinha para acertar. Mas na Avenida vai funcionar muito, tenho certeza, graças ao canto da escola”.

Neste ano, a Mangueira vai levar para a Marquês de Sapucaí o enredo “A Negra Voz do Amanhã”, dos carnavalescos Guilherme Estevão e Annik Salmon, e será a quarta agremiação a desfilar na segunda-feira de carnaval.

Comissão de frente

Comandada por Lucas Maciel e Karina Dias, a comissão de frente trouxe uma coreografia mais intensa e possivelmente mais dentro do que deve levar para a Sapucaí. Uma das bailarinas claramente parecia ter um papel de destaque que pode se tratar de representar a homenageada. Os bailarinos em seus movimentos muitas vezes pontuavam algumas partes do samba como “encantados a girar” na primeira do samba em que alguns componentes faziam o movimento. Ou no “e vai provar que o samba é primo do jazz”, em que acontecia passos mais próximos do ritmo norte americano. A equipe também procurou simular um possível elemento cenográfico através de uma corda que fazia o espaço entre a comissão e o casal e que na apresentação a corda ficava mais próxima do lugar que simulava a cabine julgadora.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal muitas vezes chamado furacão fez jus ao apelido com muita intensidade nos movimentos, mas com um cuidado perceptível para manter a correção nos passos e trazer a tradicionalidade do bailado de um casal de mestre-sala e porta-bandeira. Uma das partes mais fortes era no “ê bumba meu boi”, pelo giro da dupla. Cintya Santos mostrou muito vigor, mas também muita delicadeza, no final da apresentação nos módulos, sozinha, mais próxima do lugar onde seria a cabine, foi muito aplaudida pelas bandeiradas finais que tinham muito da marca de sua dança. Matheus Olivério como sempre deslizava no chão quase que se não houvesse nenhum atrito com a postura e elegância de sempre. Apresentação muito forte.

Harmonia

A Mangueira, mais uma vez, viu seu componente cantar o samba com muita garra, com muita vontade e intensidade, durante todo o ensaio. Os “harmonias de ala” a todo tempo incentivavam os componentes a entregar um pouco a mais e os foliões respondiam quase berrando a obra, mas com muita alegria. Importante destacar o trabalho musical da Mangueira, a arrancada foi de arrepiar pelo trabalho conjunto do carro de som e da bateria, muita musicalidade envolvida, time bem ensaiado e que trouxe beleza para o momento. A equipe de apoio de Marquinho Art’Samba e Dowglas Diniz é muito boa e conta com cantores experientes que cantam na Série Ouro como principais, o caso de Daniel Silva, do Império da Tijuca e Leandro Santos, da São Clemente. Além disso, Bico Doce segue reforçando os apoios, além da jovem e talentosa Cacá Nascimento, que abriu o samba representando a homenagem às vozes femininas. Parabéns a diretoria e ao trabalho realizado pela direção musical de Vitor Art e Digão. O diretor de Harmonia Helton Dias também salientou o trabalho da direção musical e do carro de som.

“Quanto ao carro de som, tem que ressaltar que o trabalho do Vitor (Art) e do Digão são dois músicos sensacionais, tem um ouvido muito apurado, e conseguiram formar um carro de som ainda melhor que o ano passado. Estão fazendo com que esse time do carro de som consiga sustentar esse samba, fazendo com que cada nuance do samba tenha a dicção perfeita. A gente tá no estúdio 24 horas, toda semana estúdio, muito ensaio e acho que a boa harmonia não vem só do nosso trabalho mas de toda a equipe musical que fazem um grande trabalho. E o Dowglas e o Marquinhos já são muito queridos da comunidade, o Dowglas é cria do morro e o Marquinhos já está na escola desde 2019. Eles fazem um trabalho que tem que aplaudir”, finaliza o profissional.

Júnior cabeça também foi por este viés e lembrou das aquisições feitas pela direção que reforçaram a equipe da Mangueira.

“O trabalho da nossa direção musical está muito forte. A presidente não mediu esforços, trouxe pessoas de grande porte também para ficar de apoio no carro de som, por isso o Daniel Silva está com a gente , tem nomes bem conhecidos. O trabalho está andando, está sendo bem feito, a parte harmonia da escola tanto no carro de som, quanto na comunidade está pronta e agora é só esperar o dia do desfile e a gente ir se aperfeiçoando para ganhar os 40 pontos nesse quesito e nos outros também, e a gente levar a Mangueira para a disputa do título”.

Evolução

A evolução da escola foi correta e no geral bem espontânea. As alas coreografadas deram um molho e uma dinâmica diferente ao desfile, trazendo coreografias que ressaltam a musicalidade de Alcione e pontuando a letra do samba. O único ponto a se atentar é o espaço entre as alas e as musas que alguns momentos ficou um pouco demasiado porque a ala da frente andava e algumas vezes a escola não acompanhou, mas não se configurando em buracos. Porém, a Verde e Rosa tem um mecanismo luminoso que em geral consegue corrigir isso no desfile. No mais, só destacar a alegria do mangueirense que tem sido contagiante, mostrando uma escola feliz com o trabalho que vem sendo realizado.

Samba-enredo

O samba, como citado acima, não esteve entre os “hits” deste carnaval, em relação a opinião da crítica e dos sambistas em geral, mas tem crescido muito e o trabalho da bateria tem sido fundamental. A paradinha com o tambor de crioula e o uso dos xequerês na bossa do “Ê bumba meu boi…” dão muita musicalidade ao samba e as retomadas tem sido muito com cara de Mangueira com o surdo um explodindo e marcando bem. Excelente Trabalho de Taranta Neto e Rodrigo Explosão. A segunda parte mais melódica também tem sido valorizada, já que a explosão da obra e as bossas mais potentes tem vindo antes, o que valoriza a melodia da segunda do samba. E por fim, mais uma vez elogiar o trabalho da equipe musical e carro de som, vozes de apoio, que também tem tirado a obra do lugar comum.

Outros destaques

Evelyn Bastos, mais uma vez, reinou como poucas à frente da “Tem Que Respeitar Meu Tamborim”, fazendo inclusive coreografia com a ala de xequerês e sendo muito atenciosa com as crianças no final do treino. Algumas crianças da Mangueira do Amanhã apareceram sambando com ela já nos últimos momentos de ensaio, a escola mirim veio em peso também na última ala cantando o samba e mostrando muita alegria.

Destaque para a ala das baianas que giravam bastante, algo que nem sempre é comum de se ver nos ensaios de rua de outras agremiações, ainda mais pelo calor que tem feito. Os passistas também mostraram muito samba no pé durante o treino. Uma das alas, trazia muito da cultura do Maranhão, terra natal da homenageada, com saias enormes e com as moças girando em um bonito bailado.

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