Por Matheus Mattos

A quinta bateria a cruzar o Sambódromo da Sapucaí foi da Grande Rio. O contexto afro foi representado na sonoridade, principalmente pelo timbal, ijexá do agogô e paradinhas características. O ritmo buscou destacar a limpeza dos naipes e separação de cada timbre.

A retomada do apagão na primeira cabine foi bem executada. Já no minuto 42, logo em frente à segunda cabine de jurados, a retomada do apagão sofreu um leve descompasso, devido a um delay no sistema de som da Sapucaí.

Por aliar execução eficiente e diferentes desenhos ao decorrer do samba, o agogô chamou a atenção. No segundo refrão, “Na paz de Zambi, ele é mutalambô”, o instrumento em questão traz um arranjo de funk, que dura cerca de 7 compassos e aproveita as duas bocas graves. Simples, mas bem encaixado no verso.

Foi notado também que, após a virada do segundo refrão, o agogô preenche a pequena lacuna que antecede o ataque com dois toques. A grande bossa executada no segundo refrão trabalhou toda baseada no toque de agogô.

Outro destaque da parte musical ficou pra complexidade dos arranjos de Cavacos. Os músicos trouxeram solos, atrasadas propositais na palhetada, dobradinhas e arpejos muito bem executados. Dentro os solos, o realizado no trecho “Bailam o seus pés e pelo ar o benjoim” foi que mais chamou a atenção.

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