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Acadêmicos do Dendê fala da liberdade religiosa em desfile impecável e bom samba

Por Anderson Madeira

Nona a entrar na avenida, a azul e branco da Ilha do Governador fez um desfile técnico e impecável para contar o enredo “Cárcere Sagrado”, dos carnavalescos Pablo Azevedo, Anne Viana e Renato Vieitas. Conta a histórias dos objetos religiosos que eram apreendidos pela polícia e alocados posteriormente no Museu da Polícia Civil com a denominação de ‘Coleção Magia Negra” e expostos ao lado de coleções relacionadas ao holocausto e de outros crimes brutais da história da humanidade. Os 710 componentes desfilaram e cantaram muito, para tentar levar a agremiação à Série Ouro em 2024. O samba-enredo é de autoria de Jaú, André de Souza, Willy do Vale, Queiroga, João Bahiense, Leandro Augusto e Filipe Zizou. O desfile foi dividido em 16 alas e um carro alegórico.

Comissão de Frente

A fantasia da ala foi “Liberte nosso Sagrado Responsável”. A coreografia representou os ritos aos orixás, a louvação aos entes sagrados da natureza. A dança da comissão é uma louvação a cada orixá e aos seus simbolismos: forma de dançar, suas cores, seus elementos e instrumentos que carregaram. Os bailarinos fizeram apresentação impecável e foram bastante aplaudidos pelos jurados e o público.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Marcinho Souza e Nany Ferreira também fizeram bonito não apenas diante dos jurados, como em todo o desfile. Apresentaram uma dança leve, bonita e veloz. A fantasia significava a “Energia do orixá”. A roupa de Nany representou o orixá feminino. Em sua saia, trouxe imagens de orixás mulheres, como Oxum, Yansã, Nanã e Yemanjá. A beleza, vaidade, fertilidade, prosperidade e o empoderamento da luta da mulher, representados por cada Orixá, se conectam e se misturam com a dança. Já a roupa de Marcinho representou o orixá masculino. Trouxe em sua capa imagens de todos eles, como Oxalá, Ogun, Xangô, Oxóssi e Omulu. A força e a energia emanada deles, através da dança do mestre sala, se fundem ao bailar da porta-bandeira. O casal pede a permissão dos orixás para o desfile. Os guardiões estavam fantasiados de Yawôs, que representam o respeito e proteção aos orixás.

Harmonia

O canto forte do samba por toda a escola teve boa resposta junto ao público, que cantou junto e aplaudiu a agremiação. Todas as alas cantaram forte o samba, que manteve o ritmo até o fim do desfile. Poucos foram os componentes que não cantaram. Esse quesito foi um dos pontos altos do desfile.

Enredo

A Acadêmicos do Dendê trouxe uma mensagem de paz entre os povos, com um recorte no período histórico e com foco nas conhecidas macumbas cariocas da época, mostrando e recebendo o povo de Axé e levantando a bandeira da tolerância. A história foi contada de maneira clara nas alas e alegorias, facilitando a compreensão do público.

Evolução

Outro ponto alto do desfile. Os componentes tiveram espaço suficiente para evoluir à vontade e até sambar, empolgando o público, que aplaudiu muito. O desfile foi encerrado pela bateria, com muita tranquilidade, aos 38 minutos, deixando nos espectadores um gosto de “quero mais”.

Samba

O belo samba foi interpretado por Doum Moreira, o “Doum Guerreiro”, com sua potente voz. Ele teve ótima sincronia com o carro de som e isso ajudou muito na boa harmonia e em que todos os componentes cantassem o samba com força.

Fantasias

O conjunto de fantasias foi de muita beleza e bom acabamento. Em todas as alas, tinham narrativa de fácil entendimento pela plateia e permitiu que os componentes evoluíssem.

Alegorias

A agremiação levou apenas um carro alegórico, o abre alas, muito luxuoso e grandioso, que representou o tema “Deu meia noite”, com vencedores de demanda, que levam seu alguidar em oferenda, abrindo o desfile pedindo permissão e caminhos abertos. Apresentou bom acabamento e foi bastante aplaudido pelo público nas arquibancadas.

A bateria, conhecida como Swing do Dendê e comandada por Mestre Sagui, estava vestida de policiais e encarcerados. Empolgou com as bossas e paradinhas apresentadas durante o desfile e a batida cadenciada. A fantasia da rainha de bateria, Karina Mauro, representava a justiça. A ala das baianas representava Oxum, deusa dos encantos, da riqueza e da fertilidade. Seu espelho reflete sua feminilidade e sua beleza. No final do desfile foi mostrada uma faixa com homenagem ao falecido Mário Bandeira, diretor de carnaval e figura muito querida na comunidade, que morreu dia 28 de janeiro deste ano.

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