InícioSérie OuroEm Cima da HoraFreddy Ferreira analisa a bateria da Em Cima da Hora no desfile

Freddy Ferreira analisa a bateria da Em Cima da Hora no desfile

A bateria da Em Cima da Hora fez um bom desfile, na estreia de mestre Léo Capoeira. Um ritmo profundamente atrelado à questão africana que o enredo da escola propôs. O maior mérito musical e cultural da “Sintonia de Cavalcante” foi conectar sua musicalidade a toques de Candomblé, tais como o belo arranjo do refrão do meio, onde é feito um Alujá que é finalizado com o “Machado de Xangô”.

A cozinha da bateria produziu um ritmo marcado pelo timbre relativamente grave, inserido nas tradições musicais da bateria da Em Cima da Hora. Marcadores de primeira e segunda tocaram com firmeza e segurança. Surdos de terceira foram o destaque musical da parte de trás do ritmo, adicionando bastante molho ao ritmo e também em bossas. Caixas de guerra ajudavam a preencher a sonoridade com bom volume, junto de repiques seguros.

Já a cabeça da bateria exibiu um naipe de tamborins que tocou com firmeza e de modo seguro, aliado a chocalhos também com boa técnica musical. O naipe de agogôs ajudou a complementar a musicalidade das peças leves, seguidos por uma ala de cuícas de qualidade.

A paradinha do refrão do meio, iniciada no verso “Minha fé ninguém calou”, foi a de maior destaque. Um Alujá potente e frenético é realizado de forma intensa pelos surdos de terceira. Um refinado toque de caixas também engloba a convenção sofisticada, numa construção musical detalhada e de invariável impacto sonoro.

Um breque na primeira deu dinamismo sonoro a “Sintonia de Cavalcante”. Depois da chamada dos repiques, tamborins fazem um toque envolvente enquanto surdos de terceiras dão balanço ao arranjo musical. Foi possível perceber ainda um outro breque, no final da segunda, contribuindo com o ritmo graças ao swing das terceiras.

Na sequência do breque da segunda, por vezes, foi exibida uma outra bossa durante o refrão principal. Uma construção integrada à musicalidade da Em Cima da Hora, aproveitando cuícas, surdos e repiques para consolidar o ritmo. Um arranjo bem concebido e que deu impacto ao ritmo.

As apresentações nos módulos de julgadores ocorreram de forma correta, sem problemas evidenciados dentro da pista. A melhor exibição para julgador foi a da segunda cabine. Um bom desfile da “Sintonia de Cavalcante”, ao consolidar seu ritmo integrado à sonoridade atrelada ao tema de vertente africana da Em Cima da Hora.

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