A Unidos da Ponte, segunda escola da Série Ouro a desfilar neste sábado, 18 de fevereiro, levou para a Avenida uma homenagem a Mãe Meninazinha de Oxum, uma das mais importantes Ialorixá do Brasil. A escola celebrou a ligação da mãe de santo com a cidade de Sala João de Meriti, lugar de origem da agremiação.
A terceira alegoria da escola, entitulada “O Legado Ancestral de Mãe Meninazinha de Oxum”, enaltecia o museu Ilê Omolu Oxum, criado pela mãe de santo em 1968. Atualmente o espaço é um exemplo de projetos contra a intolerância religiosa e desigualdades de gênero e raça. Com muitos detalhes em dourado, o carro apresentava a figura da mulher negra em posição dominante.
A homenageada compareceu e foi o destaque da alegoria. Extremamente emocionada, Mãe Meninazinha de Oxum transmitiu bençãos a todos que fizeram questão de conhecê-la.
Além de Meninazinha, seus convidados desfilaram no carro. Helena Theodoro, de 79 anos, afirmou que escolas de samba são representações da luta de resistência dos escravizados, de visibilidade e do exercício de sua fé e cultura. “Cultivo a minha fé com todos os aprendizados que recebo da minha ancestralidade. A vida religiosa africana está ligada a uma filosofia de vida”, comentou.
Helena também se mostrou honrada por fazer parte de um enredo tão relevante. “O carnaval conta histórias para o povo aprender sobre si mesmo. Note que as escolas fazem enredos sobre personalidades que a história oficial não mostra. Estamos trazendo de volta para que o povo se descubra e se identifique”, completou.
Sandra Gonçalves, de 55 anos, compreende o sentimento de Helena. “O nosso legado costuma ser esquecido ou renegado”, abordou. Assim como a Unidos da Ponte, Sandra afirma que o amor e a união definem sua religião.