Acari Esp02001O abre-alas da União do Parque Acari, chamado de “A Religiosidade” abriu o desfile da Série Ouro do Carnaval carioca, nesta sexta-feira, mostrando a criação do bloco Ilê Aiyê e abordou a religiosidade de Mãe Hilda Jitolú e a força dos seus vooduns.

O carro branco carregava o nome da escola, com detalhes dourados e marrons. Era possível ver a figura de Hilda no carro, além de pombas brancas e estátuas que relembravam diretamente as religiões de matrizes africanas.

A escola de Acari preparou uma celebração em honra aos 50 anos do mais antigo bloco afro do Brasil, o Ilê Aiyê. Diretamente da Bahia para a Marquês de Sapucaí, o enredo se destacou por seu compromisso em promover a valorização da cultura afro-brasileira, enquanto combateu o racismo e fomentou a igualdade através de desfiles, música e diversas atividades culturais.

Acari Esp02002Jonathan Hollanes, de 31 anos e Social Sellers, desfilou emocionado no abre-alas da escola. Ele falou sobre a importância do carro e o que ele representa para quem não segue religiões “cristocentradas”.

“Durante muito tempo segui religiões cristãs. Com o tempo, me reconheci ifista (Ifá). Estar neste carro e poder participar diretamente inflama a nossa ancestralidade” relatou.

Taciana Dias é corretora de imóveis e desfilou no abre-alas da escola. Ela defendeu emocionada que onde existe religiosidade não existe ódio.

“Eu acho que não tem lugar para preconceito, não tem lugar para discriminação, seja de religião, seja de raça, seja do que for, né? Então, eu acho que a religião é o amor. É o que vale hoje, é o amor. É a maior religião de todas”, disse.

“Quando a gente entende a importância de Ilê Aiyê, a gente percebe a relevância que eles tiveram e como esse contato com a espiritualidade mexe com o nosso coração”, completou Jonathan emocionado.