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Tuiuti mostra que tem quesitos para brigar pelas primeiras posições em retorno de ensaio de rua

Casal, a bateria, além do samba-enredo, que foi muito bem conduzido pela voz de Celsinho Mody e sua equipe, foram os destaques do treino da escola em São Cristóvão

Não é só o retorno do carnavalesco Paulo Barros, multicampeão do Grupo Especial, que tem feito o Paraíso do Tuiuti sonhar em repetir ou até mesmo superar o carnaval de 2018. No ensaio realizado na noite da última segunda-feira em São Cristóvão, outros segmentos mostraram força, como o primeiro casal Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane, a bateria Super Som do experiente e premiadíssimo mestre Marcão, além do samba-enredo muito aclamado desde o anúncio da parceria vitoriosa em setembro do ano passado, que foi muito bem conduzido pela voz de Celsinho Mody e sua equipe. Antes do ensaio, o presidente Renato Thor agradeceu aos presentes pela dedicação à escola, e pediu uma salva de palmas especial para mestre Marcão pelo trabalho realizado e apresentado na abertura do Rio Carnaval na Cidade do Samba.

O canto da escola foi muito bom, ainda que haja ainda margem para crescer, afinal de contas foi um retorno aos ensaios de rua depois de um longo recesso. O Tuiuti, inclusive, foi uma das primeiras escolas do Grupo e Especial a realizar esse tipo de treino para o carnaval de 2022, ainda no início de novembro do ano passado. O diretor de carnaval, André Gonçalves, falou sobre a emoção de ver a comunidade cantando o samba pelas ruas do bairro. “Estávamos todos ansiosos para esse momento. Na verdade, foi um dia maravilhoso, esperado há mais de um mês para que tivéssemos o ensaio de rua novamente, principalmente aqui em São Cristóvão, que é uma situação que a gente consegue movimentar todo esse bairro, junto com Mangueira que é nossa coirmã que vem todo mundo junto”, revelou.

O intérprete oficial Celsinho Mody chegou de São Paulo, onde também conduz o carro de som do Tatuapé, próximo ao horário do ensaio. Após a apresentação da escola, o cantor falou à reportagem do CARNAVALESCO sobre o significado de retornar com o Tuiuti às ruas do bairro de São Cristóvão. “Muito difícil controlar o coração. Vou te falar que chorar e cantar não combinam. E, eu tive que segurar o pranto algumas vezes pela felicidade de estar vivo, pela felicidade de estar ao lado de quem eu gosto, e de estar fazendo o que eu mais amo. A comunidade do Tuiuti graças a Deus está com saúde, e Deus nos permitiu viver esse dia de hoje. Eu estou muito feliz pela oportunidade da vida”, admitiu o artista.

O treino iniciou-se na frente do Colégio Pedro II e a escola se direcionou para a quadra onde se encerrou o percurso de pouco menos de um quilômetro. Por mais de uma hora e meia, o samba de 2022 do Paraíso do Tuiuti foi entoado pelos foliões e carro de som. André Gonçalves revelou qual o seu desejo para esse pré-carnaval.

“Eu vou ser sincero, agora, o que pode melhorar, é a gente não ser mais abalado por nada, que Oxalá abra nossos caminhos, não só dá Paraíso do Tuiuti, mas como de todas as coirmãs, e que dê tudo certo para todo nós do mundo do carnaval”, desejou André.

Samba-enredo e Harmonia

Composto pela parceria de Cláudio Russo, um dos compositores de 2018, quando o samba foi encomendado, a obra de 2022 tem a cara da escola, além de possuir dois refrãos vibrantes e de bonita melodia. Dava para ver a garra dos componentes ao cantar o trecho “Nas veias do povo preto do meu Tuiuti”, quando batiam no braço em sentimento de orgulho pela pele negra. Celsinho Mody, que dessa vez estava sem Grazzi Brasil, falou sobre o canto dos componentes e o sentimento da comunidade de se sentir representada no samba-enredo.

“A escola está muito animada, o samba pulsando na veia, e acho que é até muito fácil para o Tuiuti cantar esse tema, porque ele representa muito do que nós somos: ‘nas veias do povo preto do Tuiuti’. Do carro de som, ali, é um pouco difícil avaliar o canto total da escola, porque a gente fica do lado da bateria, tem todo o som mecânico, mas quando a escola estava passando ali onde eu estava, estava cantando muito, e o principal, sambando e sendo feliz. Avalio esse ensaio como ótimo e com muito trabalho a gente vai chegar no objetivo, no sonho tão esperado”, avaliou.

O diretor geral de Harmonia, Luiz Carlos Amâncio, elogiou o canto da comunidade, relembrou que os componentes vêm de um hiato de quase dois meses sem ensaios de rua, e previu que nos próximos ensaios com mais gente ainda, a obra vai impressionar ainda mais quem estiver acompanhando os ensaios. “A escola cantou o tempo todinho, com garra, com vontade, estamos trabalhando firme para ir em busca do nosso objetivo. Parabéns a todos os segmentos, a toda a harmonia, a todos os componentes. Cada ensaio que passa a gente sempre melhora mais um pouco, e nos próximos ensaios vai ter mais gente, nós viemos de um recesso, estamos parados a quase dois meses, retornamos hoje, no próximo ensaio você já vai ver a escola completa e no dia 20 vamos estar preparados também para o ensaio técnico na Avenida.

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

Quem teve a missão de vir na abertura da escola foram integrantes da velha guarda que pediram passagem para o Paraíso do Tuiuti. Já experientes na Sapucaí, Raphael e Dandara, vão estrear como dupla e, também defendendo o pavilhão do Tuiuti no carnaval de 2022. O casal é uma das grandes apostas da escola para o desfile, pela experiência de ambos. A dupla veio atrás dos baluartes da escola e demonstrou desenvoltura, coreografia e um romantismo, em um momento da apresentação, Raphael beijava a mão de Dandara. Não se pouparam e aproveitaram o treino também para testar alguns movimentos, como destacado por Raphael Rodrigues ao site CARNAVALESCO antes do ensaio.

“O nome já diz né? Ensaio! Ensaio é para isso, para gente testar tudo que tem que testar, tentar tudo que tiver que tentar, para ver se vai dar certo. Se tiver que mudar, para a gente ter tempo de mudar, no próximo a gente poder tentar corrigir. Eu não posso dizer para você que já é a coreografia oficial, se não é, porque a gente ainda está ensaiando. Então, a coreografia oficial você só vai ter certeza quando a gente fazer na frente do jurado no dia 23 de abril”, explicou o mestre-sala do Paraíso do Tuiuti.

Dandara, que estava com um vestido muito bonito de estampa nas cores da escola, falou sobre a emoção de voltar a ter esse contato com os componentes. “O ensaio de rua é isso. A troca com o público é essencial e eu acho que para apresentação da escola, para troca de energia, para o samba se apresentar, evoluir, nada melhor que o ensaio de rua. Então, essa troca de energia, eu estava morrendo de saudade já, então para gente é muito bom retomar os ensaios de rua, a esses ensaios em que a gente busca aprimorar o que a gente vai fazer no desfile”.

Evolução

No geral a escola passou bem, principalmente, se levar em conta que é um retorno aos treinos em movimentação. A escola evoluiu com espontaneidade, sem correr, dançando, não deixando buracos ou embolando uma ala com a outra. O destaque foi para algumas alas que faziam coreografia principalmente nos dois refrãos do samba. Importante parabenizar as coreografias, longe daquelas mais óbvias e mecânicas, reproduzindo passos de dança bem sincronizados e suaves, o que não tirava a espontaneidade, completamente em sincronia com o enredo, dentro do andamento do samba, parafraseando o intérprete Celsinho Mody, realmente com “pegada de africano”. Outro destaque ficou para a ala dos passistas que vinha logo à frente da bateria com muito samba no pé e carisma.

A única coisa que poderia melhorar era o incentivo da escola para que as alas utilizassem a camisa da agremiação. Em alguns momentos a evolução ficava um pouco difícil de se avaliar devido ao grande número de componentes com camisas normais, dificultando a identificação de quem era componente e de quem estava acompanhando o desfile. O diretor de carnaval André Gonçalves avaliou a evolução como positiva e projetou os próximos passos. Ele também explicou que os passos coreografados das alas fazem parte de uma grande surpresa preparada para o desfile.

“A sensação foi maravilhosa, a harmonia, a evolução, estava todo mundo esperando esse momento caloroso que o Tuiuti veio aqui prestigiar e apresentar a todos. É uma grande surpresa que a gente quer levar para a Avenida, porém tudo vai do ensaio, está se iniciando aqui, teremos mais surpresas na Avenida. Dia 20 de março apresentaremos algumas coisas, vamos apresentar nosso trabalho, nossa evolução, nossos projetos”.

Bateria

Uma das grandes contratações do Tuiuti para 2022, mestre Marcão tem gerado bastante expectativa sobre o trabalho na Supersom para os desfiles que vão acontecer em abril. Anunciado logo depois do carnaval de 2020, Marcão teve quase dois anos para colocar a bateria do jeito que gosta. E, os ritmistas fizeram de tudo no ensaio, até coreografia, com destaque para a ala de chocalhos, que além de dar uma sonoridade especial para o samba, ainda impressiona com passos sincronizados e bem ensaiados.

Em relação às bossas, uma de grande destaque, era realizada no refrão principal em que apenas atabaques sustentavam o ritmo na primeira vez que o trecho era cantado, voltando os instrumentos na repetição, e secando de novo, inclusive os atabaques, no trecho “Nas veias do povo preto do meu Tuiuti”. Outras bossas também impressionavam pela sincronia que tinham com a melodia e métrica do samba.

Marcão falou à reportagem do CARNAVALESCO sobre o andamento que pretende usar para os ensaios e desfile. “A gente está trabalhando em 145 BPM (batidas por minuto). Estamos conversando muito, porque o samba em si, ele já tem um andamento próprio, então para gente foi muito mais fácil. E, a gente está trabalhando em 145 BPM, e está dando certo, foi aquilo que nós fizemos lá na Cidade do Samba, naquele minidesfile, e nós estamos trabalhando todos esses meses com o mesmo andamento para deixar tudo ajeitadinho. E, já está na reta final e a gente não pode afrouxar. A gente tem que incentivar cada vez mais”.

O comandante da SuperSom também comentou sobre o uso de metrônomo pelos jurados. “Não vale, o BPM é quando a gente grava. Bateria é sentimento. Não adianta a gente ficar com metrônomo aqui, e a gente está em um outro sentimento lá, e aí como é que vai ser. Isso, a gente tem que sentar com os jurados, com a direção da Liga para a gente resolver isso. Porque bateria é sentimento, cada um tem a sua característica, cada um tem a sua função. Eu gosto de um pouco mais para trás, tem gente que gosta mais para frente. Tem que ter uma reunião para ver como vão ficar essas coisas”, espera Marcão.

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