O Acadêmicos do Tucuruvi realizou na noite do último domingo o seu segundo ensaio técnico visando o carnaval de 2022. O destaque do treino foi a consolidação que a escola mostrou na avenida. Como na semana passada, onde o ‘Zaca’ havia realizado o seu primeiro ensaio, a escola cantou muito forte e a harmonia se destacou perante aos demais quesitos. A evolução também apareceu bastante. Houve muito samba no pé e felicidade estampada no rosto dos componentes.
O Tucuruvi sempre teve essa característica de escola alegre e receptiva e, notoriamente, isso continua. A comunidade está muito empolgada com essa volta por cima que deram. A volta ao Grupo Especial fez muito bem.
Harmonia
Como analisado anteriormente, a harmonia do Tucuruvi se destacou muito. Todas as alas cantaram forte. Impressionante como eles ‘gritam’ o hino. Para se ter uma noção, a escola é tão bem treinada quanto ao canto, que os integrantes de harmonia nem precisam cobrar tanto de seus componentes.
Também vale destacar o ótimo número de pessoas que compareceu ao ensaio. Um grande contingente, assim como no ensaio passado. Até a velha guarda cantou bastante, o que é muito legal de ver nos dias de hoje.
A alegria do Tucuruvi foi nítida e tudo isso, sem dúvida, se transmite dentro do quesito harmonia. Pode-se dizer que nessa questão, a comunidade da Cantareira está preparada para o dia 22.
Gabiru, diretor de harmonia, analisou o ensaio. “No primeiro ensaio a gente teve a proposta da escola em representar o carnaval de antigamente. Um carnaval solto com a escola “serpenteando” pela avenida toda. Tivemos alguns ajustes no segundo ensaio, como foi feito no primeiro pelos dois anos sem ensaios. Acho que hoje deu muito certo, e vamos melhorar porque o próximo já é valendo. Então a importância são os componentes estarem bem alegres e soltos, que é a proposta da escola, cantando muito. Então acho que agora é colocar a armadura e ir para a guerra”, avaliou.
O diretor falou do forte samba e da evolução do Tucuruvi. “É que eu bato muito neles. Eu falo que não estou escutando o samba, porque eu venho com o rádio e digo que não estou escutando. Aí eu passo para eles que a gente tem que vir com o canto forte, entendeu? A gente tem que fazer um coral para a bateria, e aí o componente comprou a ideia, gostou do samba. O samba ajuda, e acho que isso está sendo muito importante para a comunidade. Eles estão se soltando e estão com a energia boa. Como a escola hoje tem muito tempo, a escola vem balançando lateralmente, fazendo um andamento mais tranquilo, que não precisa correr. Nós temos tempo para fazer um trabalho bem feito. Então a importância de se ter a escola segura, com um andamento seguro, é a proposta de hoje. Se Deus quiser, pode dar um bom resultado para a Tucuruvi”, disse.
Mestre-sala e porta-bandeira
A dupla Waleska Gomes e Luan Caliel, teve um desempenho satisfatório neste ensaio. É um casal muito leve e que se movimenta de forma muito rápida. Seus movimentos, principalmente dentro dos giros e samba no pé do mestre-sala, dão um efeito legal dentro da pista. A dupla cumpriu bem o que se pediu na questão de coreografia perante às torres de julgamento. O casal estava vestido com cores quentes. A porta-bandeira usava saia amarela e laranja e o mestre-sala, vestia uma capa laranja e costeiro com detalhes em amarelo.
Samba-enredo
Um samba que no começo, teve lá suas contestações devido à melodia para baixo, está dando certo. O carro de som, liderado pelo intérprete Leonardo Bessa, conseguiu dar um gás impressionante e colocar o samba nos trilhos para fazer a comunidade cantar. É uma letra bem reflexiva, nos faz pensar no que é o carnaval e o que ele pode se tornar daqui para frente. A frase ‘Sou resistência e você tem que respeitar marca muito’. O cantor Leonardo Bessa teve um desempenho forte. Na arrancada, participou muito perto das alas. As partes mais cantadas foram os refrões, principalmente, o de fechamento.
Bateria
O destaque da ‘Bateria do Zaca’ hoje foi o andamento e suporte que deu ao samba. Regida por mestre Serginho, a batucada executou algumas bossas, mas não foi com tanta frequência. O intuito foi de fato sustentar o ritmo junto com o carro de som e usar as paradinhas de formas estratégica, visto que é necessário, pois o regulamento exige essa criatividade. A bossa destaque aparece no refrão do fechamento, onde os surdos de terceira se sobressaem.
Mestre Serginho avaliou o ensaio. “Hoje foi bom. Semana passada conversamos e falamos que tinha detalhes para arrumar, questão de logística. Na quinta-feira tivemos um retorno só de ensaio de bateria. Mudamos completamente isso daí, muito tempo fora. Ficamos dois anos sem ensaio técnico. Uma coisa é ensaiar na quadra e ter todo esquema dominado, chega aqui, encontra esse montão de gente, pensando um monte de coisa. Arrumamos na logística, e hoje já estamos com uma logística bem melhor e as coisas funcionam mesmo”, disse.
Serginho também falou sobre o crescimento com os treinos. “É difícil. A bateria só cresce, conforme vai ensaiando mesmo, a tendência é crescer mesmo. Não tem o que fazer. Uma coisa que a gente mudou mesmo. Que foram os repiques, tinha um monte de desenho, tirei tudo, saquei tudo. Deixei só uma parada que a gente identifica e vê que esse negócio é nosso. O resto tirei tudo, repique tem que tocar, se o repique não fizer o andamento, a base, imagina, você arruma a logística, a parada do repique que tinha que arrumar. Aí arrumamos na quinta um pouquinho, e hoje outro. Estamos andando. Carnaval for amanhã, estamos prontos para desfilar”, analisou.
Evolução
A escola conseguiu ter uma evolução altamente satisfatória. Houve algumas alas coreografadas e também teve um equilíbrio muito grande na abertura da escola. A comissão de frente dança muito rápido e, o departamento de harmonia, conseguiu controlar e dar o equilíbrio necessário com o casal de mestre-sala e porta-bandeira e a primeira medição de alegorias, que vinha coreografando bastante.
No refrão do meio, onde é cantada a frase ‘a cantar’, os componentes levantam os braços para o alto três vezes seguidas. É um movimento muito sincronizado e que dá um belo tom na pista. No refrão de fechamento do samba, onde se diz ‘sou resistência e você tem que respeitar’, os componentes levantam o braço e cerram os punhos. Literalmente, um gesto de resistência.
Outros destaques
Na medição do abre-alas, levaram um grande elemento alegórico com o símbolo da escola nas cores em vermelho e dourado. Um brilho predominante. Deu grande destaque na pista. Dentro desta medição de alegoria, havia uma ala coreografada dançando muito e interagindo com as arquibancadas. Acenando e mandando beijos.
Comissão de frente levou uma dança muito aguerrida. Vestidos com saia laranja e maquiagem nos olhos, enquanto encenavam, gritavam a todo instante. Aparentemente, uma dança que simbolizará resistência no dia do desfile.