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Surpresa da comissão de frente atrai olhares no segundo ensaio técnico da Rosas de Ouro

A Rosas de Ouro realizou na noite de quinta-feira o seu segundo ensaio técnico visando a sua preparação para o carnaval 2023. O destaque do treino ficou marcado pela ótima apresentação da comissão de frente, levando um grande tripé e encenando uma coreografia de um contexto impactante. Vale ressaltar o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Everson Sena e Isabel Casagrande, que suportaram o forte vento do Anhembi. A dupla teve uma apresentação digna de reconhecimento. A ‘Bateria com Identidade’, comandada pelo mestre Rafa, novamente deu o seu espetáculo à parte com as suas ‘bossas quilométricas’. A Rosas de Ouro levará para a avenida o enredo “Kindala! Que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome”, assinado pelo carnavalesco Paulo Menezes.

“Conseguimos melhorar o que fizemos no primeiro ensaio. Temos coisas a acertar, a gente acertou algumas coisas. Apareceram outras, e é normal. Já detectamos nas conversas que fizemos depois do ensaio, então é sentar, conversar, tentar arrumar, temos mais um ensaio dia 4, e tem um pouquinho mais de uma semana para nos organizarmos e fazer o que temos que fazer no dia 17. Hoje, não falando de evolução, andamento, acho que a comissão de frente, primeiro ensaio que vieram com a alegoria deles, está uma energia muito bacana, pode ser nosso ponto alto no desfile”, comentou Evandro Souza, diretor de carnaval da entidade.

Comissão de frente

A ala, que é coreografada por Helena Ramos, levou uma coreografia completamente diferente do que fez no primeiro ensaio. Na primeira oportunidade, a comissão fazia alguns passos de break, hip hop e outras coisas ligados à negritude, mas aparentemente estava escondendo. Nesta noite, a ala levou um grande tripé que parece muito com navios negreiros. A coreografia encenada foi muito forte, houve muito sofrimento dos negros e, a maior parte da apresentação teatral, foi realizada em cima do próprio tripé. A coreografia no chão foi feita no ritmo do samba com o objetivo de saudar o público.

Fotos de Fábio Martins/Site CARNAVALESCO

Harmonia

É um quesito que a escola deve estudar ainda mais. O samba-enredo para o carnaval de 2023 tem uma ‘pegada’ diferenciada. A arrancada e o início das alas na pista, são de grande valor. A comunidade canta muito bem. Porém, no andar do treino, inevitavelmente o canto teve uma queda. Foi algo que passou despercebido na primeira análise. Claramente é uma missão difícil manter este samba no mesmo andamento por muito tempo. Portanto, a comunidade da Brasilândia teve um canto regular no ensaio. Alguns momentos estavam satisfatórios e outros não. O refrão principal se destaca, são versos cantados rapidamente, mas o corpo do hino é lento e, consequentemente, as escolas têm dificuldades em manter o ritmo do início ao fim do ensaio.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal Everson Sena e Isabel Casagrande soube suportar o forte vento de maneira exemplar. A dupla dançou no ritmo do samba e mostrou movimentos sincronizados. Ao todo, diante das circunstâncias, o casal teve um desempenho satisfatório.

“Pensamento positivo. Gostamos bem mais que o primeiro, teve uma evolução, tem umas coisas a ajustar ainda, não tá ainda nota dez, mas está quase”, comentou a porta-bandeira.

”Analisando assim, é claro que o segundo ensaio técnico geralmente é melhor do que o primeiro. No primeiro sim, tivemos algumas dificuldades de andamento da escola, e aqui conseguimos descer mais tranquilo. Entendemos um pouco melhor qual será o compasso da escola, então viemos trabalhando isso no decorrer da semana, antes de vir o segundo ensaio técnico, e deu para alinhar bem aqui hoje”, completou o mestre-sala.

Isabel falou sobre como é carregar o pavilhão com essa ventania.” Nós temos os ensaios específicos aqui durante a semana, que venta bastante. Mas no dia, não é que não venta, mas tem os carros alegóricos que ajudam. Hoje não tem, mas é normal. Meio que estamos acostumadas, quase quebrando o braço, porque o vento judia, mas no dia temos essa vantagem dos carros, que quebram um pouco o vento”, declarou.

Evolução

Diante das mesmas circunstâncias da harmonia, a evolução da escola dentro das alas acabou diminuindo de ritmo no andar do ensaio. É uma obra musical que não permite o componente ficar evoluindo freneticamente o tempo todo, como se viu a Rosas de Ouro no carnaval de 2022. A agremiação optou por mudar a estratégia de desfile, mas o fato é que o andamento caiu. Assim como a harmonia, é algo para se prestar atenção. No recuo de bateria, houve um desencontro entre as alas e a própria bateria na hora de fazer a entrada.

Naquele momento, houve um descuido e falta de sincronização para preencher os espaços necessários. Vale destacar a ‘Ala Nação’, que além de ser coreografada, foi um dos grupos que mais cantou o samba. Novamente, a escola manteve a ótima ideia de cerrar os punhos no verso “Kindala! É uma questão de resistir e dar valor”. É o nome do enredo e, esse símbolo de resistência da negritude que ficou famoso nos últimos anos, foi colocado dentro da trilha sonora. No refrão do meio os versos “Arrasta pra lá e faz trabalhar… A religião vem beirando o mar”, os componentes de todas as alas evoluíram de um lado para o outro.

Samba-Enredo

Há sempre de se bater na tecla que a obra da Rosas de Oura para 2023 foi resgatada de uma final de eliminatórias de 2006. De lá para cá muita coisa mudou e, devido a isso, a ala musical teve que fazer alguns ajustes no carro de som da Roseira, junto com a bateria. As partes mais cantadas do samba são o refrão do meio e os últimos versos. A ajuda da ‘Bateria com Identidade’ deu uma sustentação maior nessa entrega de andamento.

O intérprete da agremiação, Royce do Cavaco, avaliou o segundo ensaio. “É claro que do ângulo de visão que a gente tem, não dá para ver a escola toda, mas a gente percebeu uma garra maior das alas, o pessoal cantando com muita determinação e cumprindo com tudo que a gente ensaiou tanto na rua como na quadra. Isso já é muito bacana. Com relação a parte musical, eu confio no meu carro de som, a bateria é sem palavras. Agora é reparar as últimas arestas que tem com harmonia e evolução. Muita gente não entendeu esse samba. Não é aquela coisa gritada e acelerada. É um estilo mais cadenciado. Só que agora estamos moldando a melodia dele para jogar mais para cima e tirar aquela impressão de anos 80 e 90. Queremos dar uma cara mais moderna nele”, disse.

Outros destaques

A ‘Bateria com Identidade’, sob o comando de mestre Rafa, novamente manteve a estratégia de fazer o ‘open de bossas’ tão conhecido. A batucada também realizou várias curiosidades, como se virar para a arquibancada, fazer coreografias e comemorar com fervor cada bossa bem feita.

“Da bateria, posso pontuar duas coisas sobre a nossa importância para o canto da escola. A primeira: a gente toca para a escola, que tem um ritmo gostoso. Esse ano nós baixamos o ritmo um pouco porque esse samba é uma pegada mais antiga. E, segundo: nós temos muitas bossas, mas é dentro da melodia toda – então, ela não quebra o canto. Não tem muito contratempo nem muita novidade assim. Desde quando eu estou no comando da bateria, tirando 2017, que era algo bem quebrado e fora do beat, todos os anos nós jogamos totalmente a favor da escola. E, se tiver algo que a gente detecta que a escola está tendo dificuldade para fazer, a gente tira e renova. É assim que é”, comentou o mestre Rafa.

Destaques de chão literalmente se destacaram no ensaio com bastante samba no pé. A rainha de bateria, Ana Beatriz Godoi, sambou com simpatia à frente da ‘Bateria com Identidade’. O intérprete Hudson Luiz vem ganhando cada vez mais destaque ao lado de Royce do Cavaco.

Colaboraram Lucas Sampaio e Will Ferreira

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