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Série barracões: Vila Maria aposta em emoção e surpresas para conquistar o inédito título do Grupo Especial

Por Matheus Mattos

Sonhando com o título inédito da elite do carnaval paulistano, a Unidos de Vila Maria caminha para realizar uma grande homenagem à nação Peruana. A reportagem do CARNAVALESCO inicia a série de visitas aos 14 barracões das escolas do Grupo Especial de São Paulo com a agremiação do bairro do Japão. O desfile da entidade é montado todo na própria Fábrica do Samba. Criação das alegorias, confecções das fantasias e até a própria roupa do casal de mestre sala e porta-bandeira são produzidas no barracão.

O carnavalesco recém contratado Cristiano Bara, que junto ao Alexandre Louzada, assina o enredo “Nas asas do grande pássaro, o voo da Vila ao Império do Sol”. A proposta da dupla é focada em valorizar a cultura peruana, a história, costumes, crenças, comidas e tudo que se fez presente nos anos de existência.

“Vamos abordar o enredo de uma forma alegre, como o Peruano é. Colorido, divertido, informativo. É um enredo que daria pra fazer mais dez desfiles, são cinco mil anos de história. É muito gostoso de fazer, gostoso de trabalhar artisticamente falando. Os peruanos estão envolvidos com a gente, ensaiando arduamente com a escola, domingo, sexta, estão continuamente com a gente. O nosso carnaval vai ser gostoso também pra quem for assistir, os jurados vão entender de uma forma clara e objetiva. A forma em que o Alexandre e eu pensamos é bem tranquila em relação a isso, fizemos uma limpeza de adereços pra que todos entendam da melhor forma possível. O carnaval não pode ser um bicho de sete cabeças”, explica.

Cristiano afirma que a pesquisa foi bastante extensa e aprofundada pela quantidade de história do país peruano, mas destaca a crença da região.

“Durante o processo de pesquisa a Mama chila me chamou bastante atenção. Ela é quem irriga as plantações né. A luz do luar e o orvalho da noite umedecem as plantações porque eles tem alguns problemas hídricos. Bem interessante também é que eles cultuam o senhor dos terremotos pra evitar terremotos, porque lá é bem comum e pode causar muitos problemas para o povo, e é também uma parte religiosa”.

A agremiação também dará um grande enfoque nas cidades do Peru no segundo setor. Cristiano destaca as curiosidades, como as famosas e misteriosas linhas da cidade de Nazca.

“Nazca também me chamou bastante atenção porque são linhas que você só vê de cima, que aguça a curiosidade. Como construíram? Tem histórias de que foram naves espaciais que marcaram a terra e foram embora. Tem várias curiosidades. O enredo todo é muito interessante”.

Surpresas emocionantes serão o ponto alto da agremiação

A última passagem do Alexandre Louzada na Unidos de Vila Maria proporcionou um dos maiores desfiles da agremiação. Muitos componentes e críticos elogiam o carnaval que homenageou a cidade de Ilhabela pela quantidade de surpresas, luxo nas fantasias e empolgação dos componentes espalhadas pelos cinco setores. Cristiano afirma que a carga de emoção será praticamente igual e promete surpresas no Sambódromo.

“A gente tem surpresas gostosas. Uns movimentos que as pessoas vão descobrir com o Anhembi descortinado. O início de desfile da Vila Maria já vai ter coisas em que as pessoas irão se surpreender. É uma característica do Alexandre, e que eu gosto também. O casamento de Alexandre Louzada com Cristiano vai gerar bons frutos e vocês vão perceber isso na avenida, com as surpresas, com o desenvolver, com as fantasias, com a alegria que o componente vai desfilar”.

A dupla traz também fantasias volumosas e coloridas, e sobre isso Cristiano defende:

“Da a impressão que as fantasias são pesadas para o componente, mas é só o visual, são fantasias leves que dá ao componente liberdade de cantar e evoluir da melhor foma possível”.

Conheça o desfile da Vila Maria

SETOR 1: LENDA DO PUMA

“No início a gente vai falar da genesis do Peru, a criação né, com a lenda do Puma. O Deus Inti em algum momento fica muito triste e chora copiosamente, quando a lágrima toca o solo peruano surge o lago Titicaca, que afoga os Pumas e da uma nova chance pro povo se redimir e seguir o caminho correto, porque eles já estavam no ritmo de querer alcançar o poder do sol, e ele não queria isso porque seria um caminho sem volta”.

SETOR 2: DINASTIA

“A gente fala da dinastias, os lugares habitados pelos peruanos, que são: Nazca, os povos Chavín, todas as divisões que a gente tem de importante no Peru”.

SETOR 3: AGRICULTURA

“Depois a gente vem falando da agricultura que é muito importante pro povo peruano. A gente fala do milho que é dali que eles extraem uma bebida que oferecem para o Deus Inti para viver bem, para ter fartura, para ter colheita boa. Após esse momento a gente fala da batata, que nasceu das entranhas da montanha a beira do lago Titicaca. Lá eles tem várias qualidade de batatas. É o forte do Peru. A gente vem com a bateria vestida de camponeses. Tem a Mama quila que é a mãe lua, ela umedece o solo com o anoitecer. A
Pachamama é a mãe terra”.

SETOR 4: RELIGIOSIDADE

“Nesse setor a gente fala da religiosidade, o sagrado e o profano do Peruano. Com a vinda dos espanhóis surge o catolicismo, que vem e coloca pra eles as festas né. Vamos abordar tudo que é festividade religiosa do Peru, a festa de Senhor do milagres para todo o Peru, as roupas são roxas, as cidades se vestem de roxo pra compartilhar com todo povo a fé”.

SETOR 5: ABRAÇO NAS DUAS NAÇÕES:

“Aqui a gente fala da festa do sol, é a festa que eles fazem lá direcionada ao sol, a gente une essas duas coisas com o nosso carnaval do Brasil. A gente faz o carnaval no verão, então também é uma festa direcionada ao sol. Então, a gente une essas duas nações no final da escola. Um eldorado, um mesmo ninho, uma só voz, o abraço do Condor nas duas nações. A gente traz as crianças como o futuro das duas nações”.

Ficha Técnica

2.820 componentes
22 alas
5 alegorias
A Unidos de Vila Maria será a sexta escola a desfilar no sambódromo do Anhembi no segundo dia, às 03h55.

Perfil do carnavalesco Cristiano Bara

“Meu inicio de carnaval foi na sala da minha sala, desmontando carrinho de guerra e transformando num carro alegórico, fantasiando soldados e vendo o espetáculo pela televisão. Morei um tempo em Salvador, vinha todo ano para o Rio de Janeiro pra participar do carnaval. Durante um amigo oculto eu recebi um vinil dos sambas. Essa mesma pessoa tinha uma ala na União da Ilha, que ela mesma produzia as fantasias no ateliê. Ela me convidou pra trabalhar com ela e ali começou a trajetória do Cristiano Barra
no carnaval, o sonho se tornou realidade. Trabalhei em diversas áreas do carnaval, só não
moldei e nem esculpi, o resto… Pintar, cortar, costurar, colar, tudo, participei do processo todo”.

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