Lins04Segunda agremiação da Série Ouro a desfilar na sexta-feira, dia 17 de fevereiro, a Lins Imperial levou para a Sapucaí a vida e a história de João Francisco dos Santos, a Madame Satã. Com o enredo “Madame Satã: Resistir para Existir”, o desfile ecoou as vozes de ativistas negros e da comunidade LGBTQIA+.

O segundo carro alegórico da escola, nomeado “A Lapa de Madame Satã”, pretendia mostrar sua figura quando foi coroada “rainha negra da boemia carioca”, como definiu o historiador americano James Green. Detalhes extravagantes representavam uma Lapa noturna, cheia de bares e acompanhada de um clima sedutor.

Lins01Para Greicy Darhk, de 33 anos, é gratificante homenagear uma pessoa que quebrou tantas barreiras numa época difícil. “Se não fosse por Madame Satã, talvez eu não estivesse aqui, vivendo plenamente como um homossexual. Ele foi preso, humilhado e até apanhou, então nos defendeu antes mesmo de nascermos”, afirmou.

Wellington Souza, de 57 anos, compreende a Lapa como a malandragem dos cariocas. “Lá, todos se encontram e se misturam. Preto, branco, pobre, rico… Quem vai lá vibra na mesma sintonia”, comentou.

Lins02Infelizmente, minutos antes do desfile começar, a barra de direção da alegoria quebrou. Impossibilitada de transitar pela Avenida, apenas a parte que seria acoplada pode encerrar o terceiro setor.

Os componentes do carro foram retirados às pressas, mas acompanharam o desfile do chão. Mesmo com o nervosismo que a situação ocasionou, a escola seguiu confiante, levando a força do enredo para a sua apresentação.