Entre os dias 10 e 19 de maio, das 9h às 10h30min, a Escola Municipal Francisco Jobim realiza uma série de debates online, transmitidos pelos perfis do facebook do Museu do Samba e da Revista Fórum, buscando ressignificar a data de 13 de maio. O evento tem o objetivo de valorizar o papel da ancestralidade africana na luta antirracista, refletindo sobre estratégias de difusão e aplicação da Lei 10.639, de 2003, que determina a inclusão de história e cultura africanas nos currículos. “Africanidades: um Ensino Antirracista” é realizado em parceria com Museu do Samba, Laboratório de História Oral e Imagem da Universidade Federal Fluminense (Labhoi/UFF), Revista Fórum e Vila Cultural, e com apoio dos projetos Negro Muro, Leão Etíope e Podcast Atlântico Negro.
Sambistas estão entre os destaques das atividades. As mesas contarão com a participação do cantor Xande de Pilares, do compositor portelense Wanderley Monteiro e homenagem in memoriam ao também compositor Diego Tavares, professor da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, autor de obras em escolas de samba como Salgueiro e Viradouro. Militante da causa antirracista, Diego foi uma das vítimas da Covid-19 no ano de 2020. Além de Diego Tavares, será homenageada a escritora e professora Conceição Evaristo, um dos grandes nomes da literatura brasileira na atualidade.
Com a palavra de músicos, esportistas, escritores e pesquisadores ligados às escolas de samba, o evento buscará aprofundar os debates acerca das influências dos saberes de África para o povo brasileiro, trazendo novas visões sobre o assunto. Nomes como a jornalista Flávia Oliveira, o antropólogo Vinicius Natal e a idealizadora do Museu do Samba, Nilcemar Nogueira, irão debater temas importantes sobre políticas de ensino antirracista com outros diversos nomes ligados à educação e à cultura brasileira.
O evento começará dia 5 de maio, com três dias seguidos de vídeo-aulas de professores negros ligados ao Podcast Atlântico Negro acerca das questões e aplicabilidades da Lei 10.639, funcionando como um curso de formação continuada para docentes. No dia 10, iniciará um ciclo de debates que serão transmitidos pela Revista Fórum.
Homenagens e pintura complementam as atividades
Como forma de celebrar os destaques da luta antirracista na educação básica, as instituições envolvidas no evento criaram a comenda Antonieta de Barros. Trata-se de uma homenagem à professora e educadora popular, que foi a primeira mulher negra eleita parlamentar no Brasil em 1934, sendo a responsável pela criação do Dia do Professor, e que tem uma história de defesa da mulher negra. O intuito é premiar anualmente professores da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro que tenham como práticas pedagógicas a luta antirracista. O dia escolhido para a premiação foi o 13 de maio, como forma de ressignificar a data.
A primeira homenagem será concedida à escritora, ex-professora da SME-RJ, Conceição Evaristo, como forma de iniciar um processo de reconhecimento de mestres que atuam no desenvolvimento de uma educação antirracista. Em seguida, será condecorado in memoriam o professor da SME-RJ, Diego Tavares Cordeiro, autor de sambas enredo da Viradouro e Salgueiro, tendo sido grande militante da implementação da Lei 10.639 na rede pública de ensino. Docente atuante, Diego fomentou práticas de aplicabilidade fundamental da Lei.
Além dos debates e das condecorações, haverá uma pintura realizada por artistas ligados ao projeto Negro Muro, de Pedro Rajão e Fernando Sawaya. A obra será uma homenagem a Antonieta de Barros e a Fábio Luz – que foi morador do Méier, militante da educação e criador da Universidade Popular de Ensino Livre do Brasil, tendo como objetivo a alfabetização e escolarização da classe trabalhadora. Ambos são referências na educação e na luta pelo povo preto, e serão homenageados em forma de arte e eternizados no muro da Escola Municipal Francisco Jobim.
A Escola Municipal Francisco Jobim está localizada na Rua Adriano, 310 – Méier, Rio de Janeiro – RJ, 20735-060, Zona Norte do Rio de Janeiro. A unidade atende mais de 500 alunos do segundo segmento (de 6° ao 9° ano), o Projeto Carioca de aceleração e os PEJA – Programa de Educação de Jovens e Adultos. A Equipe gestora da UE é formada por Elizabeth Alves Rodrigues, Ygor Lioi e Marcelle Borges.
Serviço:
Transmissão: Facebook do Museu do Samba e Facebook da Revista Fórum
Datas: 10\05 até 19\05
Horário: 9h às 10h30min
Composição das mesas:
Mesa 1 – 10\05\2021 – Cérebros, mãos e pés na construção de uma nação: o negro e seu papel fundante no Brasil.
Mediação: Carlos Eduardo Coutinho
Participantes: Mônica Lima, Hebe Mattos, Vinícius Natal, Caroline Guedes e Caio Sérgio.
Mesa 2 – 11\05\2021 – Podcast do Atlântico negro: produção de conteúdo e mídias pelos intelectuais negros.
Mediação: Nathalia Sarro
Participantes: Equipe do podcast.
Mesa 3 – 12\05\2021 – Esporte, musicalidade e literatura: uma herança africana
Mediação: João Gustavo Melo
Participantes:WG, Jessé Andarilho, Wanderley Monteiro, Xande de Pilares, MC Viajante Lírico.
Mesa 4 – 13\05\2021 – Subúrbio preto: quilombos, narrativas, identidade, existências
Mediação: Philippe Valentim
Participação: Rodrigo França, Luiz Antônio Simas, Neliana Silva, Martha Abreu, Rudson Martins e Pedro Rajão.
Mesa 5 – 14\05\2021 – Literatura preta e intelectuais negros: uma luta antirracista
Mediação: Vanessa Daya
Participação: Eduarda Ferreira e Helena Ferreira, do projeto Pretinhas Leitoras, Ellen Ferreira, Otávio Junior, Mônica Sacramento.
Mesa 6 – 17\05\2021- Representatividade social: protagonismos negres
Mediação: Ronald Sorriso
Participação: Jorge Freire, Edson Santos, Benedita da Silva, Jota Marques, Tainá de Paula.
Mesa 7 – 18\05\2021 – O audiovisual preto: lutas e a produção de negres dos subúrbios
Mediação: Leo Barros
Participação: Jorge Santana, Carmen Luz, Clementino Junior, Rossandra Leone, Anderson Quack.
Mesa 8 – 19\05\2021 – Mulheres pretas, ancestralidade e matriarcado: a força feminina.
Mediação:Leidiane Macambira
Participação: Nilcemar Nogueira, Flávia Oliveira, Joana Oscar, Joyce Trindade e Renata Souza
Visita mediada – 20\05\2021 – Tour virtual pela exposição “Semba/Samba: Corpos e Atravessamentos”, do Museu do Samba.