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Samba virou fado! Parceria de Júlio Alves vence disputa na Unidos da Tijuca para o Carnaval 2024

Obra é quem irá embalar o enredo "O Conto de Fados", assinado pelo carnavalesco Alexandre Louzada

Por Diogo Sampaio, Isabelly Luz, Raphael Lacerda e fotos de Allan Duffes

O samba virou fado! A Unidos da Tijuca escolheu, na madrugada deste domingo, o hino oficial para o Carnaval de 2024. Após quase dois meses de disputa, três parcerias chegaram nessa última etapa do concurso de sambas-enredo. Cada uma delas teve 30 minutos para se apresentar, sendo a primeira passada sem os ritmistas da bateria “Pura Cadência”. Mantendo a tendência das outras fases da competição, a final foi marcada pelo equilíbrio e a obra vencedora foi a de autoria de Júlio Alves, Cláudio Russo, Jorge Arthur, Silas Augusto, Chico Alves e D’Sousa. Com isso, ela é quem irá embalar o enredo “O Conto de Fados”, assinado pelo carnavalesco Alexandre Louzada. Para o desfile do ano que vem, a proposta da escola do Borel é fazer uma viagem a Portugal para mostrar diversos aspectos da história do país como fábulas, mistérios e lendas populares. A amarelo-ouro e azul-pavão será a quinta agremiação a cruzar a Avenida no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, em busca do quinto título de campeã da folia carioca.

“Essa vitória representa o resultado de muita luta. Foi uma disputa muito difícil, mais difícil do que o ano passado, mas fizemos um samba com a cara da escola, com a cara da ‘Pura Cadência’, respeitando também a chegada do novo cantor, que é o Ito Melodia, e acho que isso ajudou muito. Essa é minha segunda vitória aqui na Tijuca, mas com os amigos é a oitava. Eu ganho desde ‘Agudás’, em 2003, e é uma escola que sempre decide pelo melhor. Já perdi muito samba quando tinha que perder e graças a Deus esse ano ganhei de novo. Tenho certeza que esse samba vai ajudar a Tijuca a fazer um grande desfile. Temos dois refrões muito bons, mas o ‘põe no balaio’ é especial… É uma parte muito legal e vai pegar”, afirmou o compositor Cláudio Russo.

“Já perdi as contas de quantas vezes já ganhei samba aqui. É bom demais ganhar samba na minha casa. O samba é lindo, todo mundo canta, todos os segmentos da escola. O samba é ótimo, tenho certeza que trará sorte para a escola. Gosto muito do refrão, mas na minha opinião a obra como um todo é contagiante”, garantiu o compositor Júlio Alves.

Festa na quadra

A final tijucana teve início ainda na noite de sábado com uma apresentação especial do intérprete Ito Melodia, junto com os demais cantores do carro de som da escola, entoando os três sambas finalistas. Em seguida, já no começo da madrugada, a agremiação realizou um grande show com os segmentos, marcado pela mistura entre Brasil e Portugal, com direito a uma abertura ao som do fado e com performance do grupo folclórico Almeida Garrett. Também ocorreu um momento especial com o samba exaltação em uma versão tipicamente portuguesa. Ainda no decorrer de todo esse espetáculo, obras emblemáticas da discografia da amerelo-ouro e azul-pavão foram relembradas, entre as quais “O Dono da Terra” (1999), “O sol brilha eternamente sobre o mundo de língua portuguesa” (2002), “É Segredo” (2010) e “O Dia em Que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão” (2012).

Louzada: ‘História de Portugal sem estereótipos’

O carnavalesco Alexandre Louzada é um dos artistas mais experientes e vitoriosos no Carnaval carioca. Ao longo das quase quatro décadas de carreira, ele assinou desfiles históricos em agremiações como Beija-Flor de Nilópolis, Estação Primeira de Mangueira, Unidos de Vila Isabel, Mocidade Independente de Padre Miguel, Portela e Acadêmicos do Grande Rio, sendo seis vezes campeão do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Com este currículo, Louzada chega na Unidos da Tijuca com o intuito de fazer a amarelo-ouro e azul-pavão novamente uma das grandes protagonistas da folia carioca. Para que isto seja possível, o veterano garante que os trabalhos estão correndo a todo vapor no barracão da escola, visando entregar o melhor possível na apresentação do ano que vem.

“É um casamento que já deveria ter acontecido há algum tempo. Não é a primeira vez que eu tive a honra de ser convidado e, dessa vez, chegamos a um acordo e pude realizar um sonho que era meu também. Sempre trabalhei no Carnaval, em várias escolas, mas a Tijuca era sempre uma escola que eu frequentava independente da agremiação que eu estava fazendo. Tenho o Fernando Horta como um amigo e muita gente daqui faz parte da minha história. Então, acho que o torcedor tijucano e o público em geral podem esperar o melhor de mim no momento que eu estou vivendo. É uma retomada do gosto do ofício de ser carnavalesco. Estou trabalhando pelo menos 15 horas por dia, me dedicando totalmente a Unidos da Tijuca, trabalhando dentro do barracão mesmo, não na minha sala, passeando pelo espaço, orientando, e o trabalho está saindo acima das minhas próprias expectativas”, relatou o artista em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO.

Alexandre Louzada assegurou ainda que a plástica que a Unidos da Tijuca apresentará na Avenida no ano que vem terá todas as características que lhe consagraram como um dos maiores artistas da folia carioca, como o gigantismo das alegrias e o requinte dos figurinos. Ele também ressaltou que o enredo apostará bastante no olhar lúdico e cultural para falar sobre uma Portugal poucas vezes retratada.

“Esse casamento só foi possível porque o presidente me deu a liberdade de fazer a Tijuca como Alexandre Louzada. Então, com toda certeza, algumas marcas da minha carreira como o gigantismo das esculturas, o bom acabamento e o requinte das fantasias, vão estar presentes no desfile do ano que vem. E quanto ao enredo, é uma reunião de histórias fantásticas. A ideia é que a Tijuca leve para Avenida, com esse clima de encantamento, a história de Portugal vista por uma outra ótica, sem estereótipos. É um enredo que tanto enaltece como faz autocrítica. Nossa proposta é fazer algo bastante lúdico, mas muito rico em conteúdo”, contou Louzada.

Marino cita força poética do samba

Para o diretor de carnaval Marquinho Marino, o samba escolhido era o que faltava nos preparativos para um grande desfile na Passarela do Samba. Ele destaca a força poética da canção.

“Vamos vir com um samba que tem muita poesia, e as pessoas não perceberam. Ele tem versos espetaculares, como no setor dos monstros, em que os navegadores quando iam colonizar as terras e tinham medo dos monstros que poderiam ver no caminho, mas na verdade os monstros eram eles. O samba fala isso de uma forma maravilhosa. As pessoas às vezes por amizade, ou até mesmo falta de conhecimento sobre o enredo e a história, fazem pré-julgamentos. Mas eu não tenho dúvidas que escolhemos o melhor e também não tenho dúvidas do projeto bem elaborado. Só precisávamos desse samba”, afirmou Marino.

“Só faltava o samba. O projeto está bem construído e elaborado. Eu estava nervoso, porque eu tinha consciência que precisávamos de um grande samba. Vamos vir em um dia pesado, onde nós devemos nos colocar como a grande escola que somos”, completou.

Agora, para Marino, a união dos tijucanos será fundamental. Feliz por estar na Tijuca, ele conta que um dos focos do seu trabalho é o trabalho coletivo e a união dos componentes. Apesar de prometer apenas muito trabalho, entrega, humildade e respeito, o diretor de carnaval ainda afirma que a escola de samba vai surpreender a todos.

“Tenho certeza que vamos fazer muitos bons ensaios e iremos preparar a escola. A cada semana iremos demonstrar a força da escola e do samba e, principalmente, da união. Quando se tem união entre os quesitos e componentes, tudo flui melhor. Estou muito feliz de estar aqui, pela forma que fui abraçado e a forma que o presidente trabalha junto comigo. Muita gente vai se surpreender. Tenho certeza que se a gente surpreender e fazer um bom carnaval, não só conquistaremos uma posição honrosa como vamos estar em uma prateleira bem alta. Jogo bom é jogo grande”, comentou.

Com o samba definido, os ensaios de quadra começam no dia 9 de novembro. Já o primeiro ensaio de rua deve ocorrer no início de dezembro. Neste período, os preparativos no barracão e o acerto de detalhes no estúdio vão seguir a todo vapor. O diretor de carnaval espera entre 3 mil e 3500 componentes na Marquês de Sapucaí, com cerca de 2400 somente em alas da comunidade.

A pouco menos de quatro meses para o início do Carnaval, Marino revelou que o trabalho de carpintaria das alegorias foi finalizado e todas elas estão com a ferragem montada. A expectativa é que ainda neste ano, mais da metade dos preparativos estejam avançados.

“Agora é decoração e estruturas de movimento. Dois carros já decorados, os dois abre-alas. Até dezembro, ele acredita que tenha 70% da escola pronta”.

Diretor de harmonia da Tijuca, Fernando Costa fala sobre o trabalho com o diretor de carnaval, Marquinho Marino, que chegou para o desfile de 2024. “Até o momento trabalhar com o Marino tem sido muito tranquilo. Cada um faz o seu mas a gente se ajuda muito também. Estávamos precisando muito de alguém lá no barracão dando essa atenção, já que eu só estava conseguindo chegar lá na parte da tarde. Mas posso dizer que estamos bem unidos e focando no melhor para a nossa escola”.

O diretor ainda falou o que é possível prometer ao componente tijucano. “Posso prometer para o tijucano que estamos fazendo um trabalho maravilhoso. Nosso barracão está mega agitado e adiantado, estamos muito empenhados em fazer um carnaval excelente. O tijucano pode esperar o melhor da sua escola”.

Ito Melodia: ‘É um momento especial’

Estreante na Azul e Amarela, o intérprete Ito Melodia lembrou do pai, o intérprete e compositor Aroldo Melodia, ao ser recebido pela comunidade tijucana. “Eu me lembro do meu pai, Aroldo Melodia, que foi quem me ensinou tudo. Não tem como chegar em uma escola de samba, ter essa recepção que eu tive, e não lembrar do meu pai. Muito obrigado Borel e Unidos da Tijuca. Farei de tudo para que eu possa compor este quadro de profissionais para que a Tijuca volte a ganhar títulos”.

Ito destaca a grandeza da Unidos da Tijuca e revela que chegou a consultar Wantuir, ex-intérprete da agremiação, antes de aceitar o convite para assumir o carro de som. Antes de chegar na escola do Borel, ele comandou o carro de som da União da Ilha do Governador por duas décadas.

“É um momento especial. A Tijuca é uma escola que conquistou sua tradição, é super equilibrada e consegue muitos recursos por conta da boa administração. Eu fiquei muito feliz pelo presidente Fernando Horta ter me dado essa oportunidade. Vim para ficar no lugar de um grande amigo e companheiro, que é o Wantuir – maravilhoso intérprete e que sou fã. Antes de aceitar o convite fui consultá-lo, recebi o aval e a informação que ele não estava mais na escola, e vim. Agora é pedir a Deus e aos Orixás que tudo dê certo para que a escola volte a brigar pelo título. O time se uniu”, afirmou.

Casagrande elogia parceria com Ito Melodia

Comandante da bateria “Pura Cadência”, mestre Casagrande analisou o rendimento de 2023 e falou do trabalho para 2024. “O desempenho da minha bateria em 2023 foi excelente. Foi muito bacana, gostei muito do que vi. Agora estamos trabalhando devagar para o próximo ano. Trabalhar com o Ito tem sido fenomenal, o cara é um monstro, no bom sentido é claro. Ele é um ser humano fora de série, casou com a gente e chegou muito bem chegado. Para o próximo ano não teremos elementos surpresas na bateria, mas posso prometer o mesmo andamento de sempre aos meus componentes”.

Casal ressalta troca boa nos ensaios

Nova dupla de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos da Tijuca para 2024, Matheus e Lucinha Nobre, falaram da preparação para o desfile do ano que vem.

“Nossos ensaios estão sendo bem intensos. A Lucinha desde o começo me disse que gostava muito de trabalhar, e eu por si só, também amo trabalhar, costumo falar que trabalho é o meu sobrenome. É uma parceria nova, a Lucinha traz muita coisa para mim, e tenho certeza que ainda tenho muito a aprender com ela. Estamos ensaindo tanto que logo menos ela vai enjoar da minha cara de tanto que nos vemos”, disse Matheus.

“Está sendo muito bacana essa troca com o Matheus. Estamos de coreógrafa nova e com um personal muito eficiente que está nos ajudando a preparar o físico para o carnaval. Nós estamos nos conhecendo agora, então estamos criando tudo juntos, mas confesso que nosso entrosamento está sendo bem melhor do que eu imaginei. Matheus é um cara tranquilo, estamos nos dando muito bem e eu não poderia estar mais feliz”, comentou a porta-bandeira.

O casal tijucano cita que a dança para 2024 será especial. “Nossa dança será tradicional, mas somos um casal alegre também, podem esperar porque vocês vão se surpreender ainda com o nosso bailado na Marquês de Sapucaí”, afirmou Matheus.

“Matheus traz juventude, alegria e uma energia muito grande para nossa dança. Eu particularmente gosto muito de dançar com mestre salas mais novos, pois juntamos a maturidade com a energia que precisamos ter para continuar e fazer um bom desfile”, garantiu a porta-bandeira.

Após resultado ótimo em 2023, coreógrafo segue animado

Após um carnaval premiado, o coreógrafo Sérgio Lobato, que comanda a comissão de frente tijucana, avaliou o resultado como maravilhoso. Com a audaciosa proposta de apagar as luzes da Marquês de Sapucaí, o segmento foi vencedor do prêmio Estrela do Carnaval no quesito Melhor Comissão de Frente. Para Lobato, a ideia deu certo.

“Foi um trabalho árduo que durou muitos meses. O resultado foi o que eu esperava, porque o carnaval é uma aposta e eu acreditei até o final. Graças a Deus o retorno do público e das notas foi maravilhoso e o uso da iluminação deu certo. Eu arrisquei e agora é aprimorar isso para que a gente possa trazer este grande espetáculo para o público”, comentou o coreógrafo.

Para 2024, Lobato promete ao torcedor uma apresentação que mantenha o nível de 2023.“O que eu posso garantir é que vamos fazer um grande espetáculo, além de tentar manter o nível lá em cima para trazer o melhor para a Tijuca ser campeã. Acredito que não pode faltar a garra e a vibração do componente da comissão de frente, além do trabalho corporal de dança e interpretação”.

Análise das apresentações na final

Parceria de Totonho: O samba assinado por Totonho, Marcelo Adnet, Fadico, Dudu, Gabriel Machado e Rodrigo Alves foi o primeiro a se apresentar na grande final da disputa promovida pela Unidos da Tijuca. A obra foi conduzida por um time estrelado de cantores liderados por Pitty de Menezes, voz oficial da Imperatriz Leopoldinense, que contou ainda com nomes como Igor Sorriso, da Mocidade Alegre e Igor Vianna, da Unidos de Bangu. Os intérpretes procuraram a todo momento levantar o público presente na quadra e conseguiram manter o samba com um bom rendimento ao longo dos 30 minutos, sem deixar ele arrastar, mesmo com uma pequena queda nas quatro últimas passadas. O refrão principal, com os versos “A emoção cruzou o mar/ Pro teu segredo revelar/ Enquanto bater um coração tijucano/ O amor renascerá/A emoção cruzou o mar/ Pro teu segredo revelar/Enquanto bater um coração lusitano/ O amor renascerá”, foi o grande destaque, sendo o trecho entoado com mais força. Além dele, o refrão do meio, “O sol do despertar brilhará sobre nós/ O povo a guerrear, forjara teus heróis/ Teu reino, enfim, soberano/ Ostenta o orgulho de ser soberano” também se sobressaiu ao ser uma das partes cantadas com mais afinco pelos torcedores, ao decorrer da performance da parceria. Aliás, a torcida foi uma atração à parte. Ornamentados com bandeiras e balões nas cores da agremiação, além de bastões de luzes coloridas, o grupo bastante numeroso mostrou toda sua força ao ocupar boa parte do chão da quadra e camarotes nos dois lados. Animados, eles pularam, dançaram, fizeram coreografias e mostraram estar com a letra da obra na ponta da língua ao levarem toda a primeira passada sozinhos no canto. O restante da quadra acabou sendo contagiada e acompanhou esses torcedores, especialmente no refrão principal. Vale mencionar que no decorrer da apresentação no palco, foi possível observar, além do público, membros de segmentos da escola, como diretores de harmonia, cantarolando o samba.

Parceria de Júlio Alves: A segunda obra a se apresentar na grande decisão tijucana foi a de autoria de Júlio Alves, Cláudio Russo, Jorge Arthur, Silas Augusto, Chico Alves e D’Sousa. O intérprete Tinga, voz oficial da Vila Isabel, foi o responsável por comandar o microfone principal da parceria e mais uma vez teve uma excelente performance, sendo peça crucial do ótimo rendimento do samba na quadra. O refrão principal, com os versos “Gira baiana perfumada de alecrim/ Que a Unidos da Tijuca defuma no benjoin/ Roda na gira a saia de linho rendado/ Que o fado vira samba, e o samba vira fado”, foi o ponto alto, sendo entoado com força por torcedores e parte do público. Além dele, o refrão do meio, “Põe no balaio um punhado de magia/ Das divindades que atingiam o lugar/ Põe no balaio e amassa com carinho/ Que do cacho eu faço vinho/ Para colheita festejar”, também fez sucesso e foi bastante cantado. Quanto à torcida, o grupo veio com bandeiras estilizadas do pavilhão da escola, estampas com o número da parceria, assim como balões nas cores da agremiação. Também houve a presença de mães de santo, benzendo e defumado. Em relação a performance dos torcedores, eles mostraram forte empolgação, cantando e pulando ao longo da apresentação, chegando a abrir um enorme bandeirão em cima de toda a galera em alguns momentos. Essa animação toda ajudou o samba a ter uma boa recepção do restante da quadra, sendo possível notar até mesmo representantes de segmentos, como diretores de harmonia e ritmistas, entoando com vontade a letra da obra.

Parceria de Eduardo Medrado: Encerrando as apresentações na final da amarelo-ouro e azul-pavão, a obra composta por Eduardo Medrado, Kleber Rodrigues, Adolpho Konder, Sandro Nery, André Braga e Luiz Pavarotti, com as participações especiais de André Diniz e Evandro Bocão, foi a terceira da noite. O intérprete Tem Tem Jr., voz oficial do Império Serrano e membro do carro de som tijucano, foi quem teve a responsabilidade de defender o samba na quadra e se saiu bem na missão, sabendo explorar o desenho melódico da composição sem que ela ficasse arrastada ou perdesse o fôlego no decorrer dos 30 minutos. O refrão principal, com os versos “Ó virgem santa, por favor/Mãe Fátima que vive lá no céu/Proteja com seu manto de amor/Meu povo tão humilde do Borel”, foi entoado com afinco por torcedores e boa parcela do público, sendo o trecho de maior destaque da obra. O refrão do meio, “Pra celebrar os Deuses, cultivar as flores/ Desse teu caminho/ E delirar em noite de luar/ Ao saborear bom vinho”, também chamou a atenção, principalmente, pelo interessante desenho melódico que se mostrou de fácil assimilação e canto. Falando da torcida, o grupo, um dos maiores da noite, veio com bandeiras nas cores da Unidos da Tijuca, além de bandeinhas personalizadas da parceria. Eles ocuparam o chão da quadra e camarotes nos dois lados. No meio da galera, houve a performance de uma mulher caracterizada de Nossa Senhora de Fátima e de um jovem casal de mestre-sala e porta-bandeira. Ao longo da apresentação, os torcedores mostraram animação, pulando e cantando especialmente nos refrões. Quanto ao restante da quadra, o samba teve recepção positiva, tendo representantes de segmentos, como ritmistas e diretores da galeria da velha guarda, entre as pessoas que cantarolaram a obra.

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