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Safra de enredos do Grupo Especial apresenta temáticas ‘sonhadas’, políticas e uma reedição

Com a definição dos 14 enredos das agremiações do Grupo Especial para 2019 é possível determinar que a safra para o próximo desfile será bastante heterogênea. Enredos que eram aguardados por grandes torcidas, outros que seguirão a tendência de 2018 e seguirão abordando as críticas sociais políticas, as sempre presentes temáticas CEP e até uma reedição, o que não acontecia no Grupo Especial desde 2009, quando o Império Serrano reapresentou ‘A lendas das sereias e os mistérios do mar’, do carnaval de 1976. A reportagem do CARNAVALESCO apresenta um guia completo dos enredos escolhidos para o desfile do ano que vem.

BEIJA-FLOR: Última escola a definir seu tema para o desfile a campeã do carnaval atende um antigo anseio de seus torcedores. ‘Quem não viu vai ver… As fábulas do Beija-Flor’ pretende mostrar na avenida a gloriosa história dos 14 campeonatos e a trajetória de uma das mais importantes agremiações dos desfiles das escolas de samba, a própria Beija-Flor, que completa em dezembro 70 anos de existência.

“Acreditamos ser o momento de reviver grandes desfiles da nossa escola. Isso inclui aqueles que não se sagraram vencedores quando passaram pela Sapucaí. Não adianta copiar o que já foi feito. Nós vamos dar uma nova leitura estética a essas alegorias”, revela Cid Carvalho, carnavalesco e membro da comissão de carnaval.

PARAÍSO DO TUIUTI: Em time que está ganhando não se mexe. O Tuiuti seguiu essa velha máxima futebolística para definir seu enredo do ano que vem. Se em 2018 as pinceladas políticas catapultaram o desfile da azul e amarela ao quase campeonato, a estratégia para 2019 seguirá no mesmo tom. ‘O Salvador da Pátria’ pretende mostrar na Sapucaí a história de um bode que foi eleito para um cargo público no interior do Nordeste. Uma história que pretende tocar na ferida da crise política que afeta o Brasil.

“É a historia do bode que foi eleito vereador em Fortaleza. Essa história é famosa no Ceará. A população insatisfeita com os políticos da época elegeram o bode de estimação da cidade pra Câmara dos Vereadores. O bode era tão famoso que está empalhado no museu do Ceará. E o bode tem história sofrida, origem humilde. Veio da seca de 1915 com uma família de retirantes. Ficou popular porque conhecia as ruas da cidade. Era querido pela população. Tem a história de candidato perfeito de hoje em dia”, diz o diretor de carnaval Rodrigo Soares.

SALGUEIRO: A vermelha e branca da Tijuca vai finalmente atender ao sonho de todo salgueirense. ‘Xangô’ contará a história do orixá que rege os caminhos da Academia do Samba. Considerado um verdadeiro amuleto pelos torcedores e pela comunidade do Salgueiro.

“É uma imensa responsabilidade em minha carreira produzir o projeto deste enredo. Primeiro por ser Xangô, segundo por ser no Salgueiro. O nosso enredo vai louvar o orixá que rege os caminhos da escola, que é uma espécie de padrinho de cada salgueirense. Teremos a presença de Xangô em cada aspecto de nosso desfile em diversas situações”, explica o carnavalesco Alex de Souza.

PORTELA: Não são somente os salgueirenses que tiveram um antigo sonho atendido. A Portela também vai levar para a avenida um enredo que era o sonho de dez entre dez portelenses. ‘Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá’ vai abordar na avenida em 2019 a história e a relação de Clara Nunes com o bairro de Madureira, celeiro da maior vencedora do carnaval carioca.

“Todo ano os portelenses cobram isso da gente. ‘Quando que vai ser a vez da Clara, quando?’ Aí esse ano como tem a data redonda dos 95 anos de fundação da Portela, e nós já estávamos falando que iríamos fazer um enredo pra dentro da escola, contando algo da nossa história, ficou difícil não fazer. As pessoas estavam nos cobrando e perguntando diretamente o motivo de não ser a Clara esse ano, se havia algum impedimento familiar. Nós já tínhamos a intenção de fazer esta homenagem, sempre tivemos. E o movimento cresceu muito. Nós estávamos em conversa lá com o pessoal de Caetanópolis (cidade natal de Clara, em Minas Gerais), mas a coisa explodiu tanto internamente que resolvemos lançar o enredo”, afirma o presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães.

MANGUEIRA: A verde e rosa segue a tendência de enredos questionadores no estilo do carnavalesco Leandro Vieira. Depois de abordar a relação do povo com a religião e questionar os rumos do carnaval, a escola apresentará o enredo ‘História pra ninar gente grande’, que pretende trazer para a avenida personagens e passagens que a história oficial não contou.

“A ideia é questionar passagens históricas vivas no imaginário das pessoas e que, de alguma forma, nos demonstram enquanto país. Essas ideias de ‘descobrimento’, ‘independência’ e ‘abolição’ postas em cheque ou questionadas para possibilitar o entendimento do desprezo pela cultura nacional e as razões de uma sociedade pacífica ou, porque não, passiva”, afirma o carnavalesco Leandro Vieira.

MOCIDADE: Depois de dois enredos de abordagem internacional que fizeram enorme sucesso na avenida, a Mocidade olhará para si mesma e escolheu uma abordagem mais apropriada ao seu DNA de enredos. ‘Eu sou o Tempo. Tempo é Vida’ vai abordar a relação do homem com o tempo ao longo da história.

“Vamos mostrar a relação do homem com o tempo e como ele acaba escravizado por conta disso. Apresentaremos o tempo aplicado à produtividade humana, as tentativas do homem em controlar e armazenar o tempo através de bibliotecas e museus. Também abordaremos a busca do espaço e os benefícios da tecnologia, que otimizaram o tempo para as tarefas cotidianas. Mas, a mensagem final é que precisamos saber aproveitar melhor o nosso tempo para viver da melhor forma possível. Tempo é vida e os momentos que ficam na memória para sempre”, explica o carnavalesco Alexandre Louzada.

UNIDOS DA TIJUCA: Buscando melhorar as últimas colocações obtidas, a Tijuca optou por um enredo que foge às características recentes da agremiação, que mesclou homenagens com temáticas internacionais. ‘Cada macaco no seu galho. Ó, meu pai, me dê o pão que eu não morro de fome!’ será mais uma abordagem social na avenida em 2019.

“É uma temática totalmente voltada a uma discussão social. As pessoas irão se surpreender com a abordagem que a Tijuca escolheu para esse enredo, que é algo muito diferente do que a escola vem apresentando nos últimos carnavais”, promete Fran-Sérgio, integrante da comissão de carnaval tijucana.

IMPERATRIZ: Sob nova direção artística, a Imperatriz rompe com seu DNA de enredos recentes. ‘Me dá um dinheiro aí’ será desenvolvido pela dupla Kaká e Mário Monteiro e buscará um aspecto mais leve para contar a relação do homem com o dinheiro na história da humanidade.

“O enredo pretende mostrar desde o surgimento do dinheiro e como o homem se relaciona com ele, a ambição. O dinheiro transforma relações, e às vezes é mal utilizado, mal aplicado. Tem crítica, tem humor. Vamos trabalhar a parte cenográfica, que é o nosso know-how. O enredo é bastante autoral”, destaca Mário Monteiro, carnavalesco.

VILA ISABEL: ‘Em nome do Pai, do Filho e dos Santos, a Vila canta a Cidade de Pedro’. Depois de muitos anos a Vila volta a homenagear uma cidade brasileira em um desfile, através de uma abordagem religiosa. E a escolhida é um dos municípios mais queridos do estado do Rio de Janeiro. Petrópolis volta à Sapucaí desta vez vestindo azul e branco.

“Nosso enredo terá o que há de mais bonito na história de Petrópolis e todo o glamour do Império. Teremos uma relação com as origens de Vila Isabel, a vida da princesa, que viveu neste local planejado para servir de moradia ao Império. É um sonho de Dom Pedro, que é constituído pelo Imperador Pedro II e que também envolve São Pedro, padroeiro da cidade”, diz Edson Pereira, novo carnavalesco da Vila.

UNIÃO DA ILHA: Quem também busca novos caminhos temáticos na avenida em 2019 é a simpática União da Ilha. ‘A peleja poética entre Rachel e Alencar no avarandado do Céu’ traz para a avenida dois gigantes da nossa literatura: Rachel de Queiroz e José de Alencar.

“A União da Ilha do Governador partilha o desejo de levar para a avenida em 2019 uma proposta lúdica e prazerosa que aproxima cultura popular e educação. Bordaremos, com palavras, versos e memórias, a celebração do encontro entre dois expoentes da literatura brasileira no nosso enredo”, celebra o carnavalesco Severo Luzardo.

SÃO CLEMENTE: A escola da Zona Sul será responsável pelo retorno das reedições ao Grupo Especial, dez anos depois. E a escolha foi pelo enredo que deu à escola a melhor colocação de sua história com ‘E o samba sambou’, de 1990.

“Vamos flertar com o enredo de 1990, mas não será releitura literal. Iremos atualizar a temática. Houve um discurso profético e vamos reafirmá-lo adequando a 2019 com novas distorções. Não é só reeditar o samba. Foi um desfile bastante literal na ocasião. As formas foram construídas com muita inteligência, buscando o entendimento direto. Essa mesma clareza eu vou buscar como leitura e vou fazer piada e gozação”, explica o carnavalesco Jorge Silveira.

GRANDE RIO: Caberá à Grande Rio a apresentação do mais polêmico dos temas que passarão pela Sapucaí em 2019. ‘Quem nunca…? Que atire a primeira pedra’ vai criticar na avenida a hipocrisia daqueles que erram e apontam os defeitos dos outros. A escola não vai esquecer dos próprios erros e pretende relembrar a virada de mesa que manteve a escola no Grupo Especial em 2018.

“Nosso enredo vai falar sobre a educação com um viés crítico e bem-humorado. Vamos abordar maus hábitos de nosso povo de uma forma engraçada. Tem um momento que o enredo tem a educação formal, com ícones históricos do conhecimento. Encerramos com uma mensagem de paz. Para a Grande Rio, a educação é o único instrumento que pode trazer a paz”, destaca o diretor de carnaval da agremiação Thiago Monteiro.

IMPÉRIO SERRANO: Quem não sabe cantar o clássico ‘O que é, o que é?’ de Gonzaguinha? Pois o Império abdicou de realizar disputa de samba esse ano para levar para a avenida a canção da MPB.

“Para nós, do Império Serrano, a vida é nunca perder a alegria, é renovar a fé no mundo e nas pessoas. É viver, é cantar, cantar, cantar e nunca ter vergonha de ser feliz! Para nós a vida é bonita, é bonita e é bonita”, filosofa o carnavalesco Paulo Menezes, dono da ideia de não realizar disputa de samba no Império para 2019.

VIRADOURO: Com a volta de Paulo Barros para a escola a Viradouro traz ‘Viraviradouro’, enredo com assinatura e DNA do carnavalesco mais inquieto deste século.

“A Viradouro vai enfeitiçar você em 2019. Prepare-se, porque tudo pode acontecer diante dos seus olhos. Seres e poderes extraordinários, histórias incríveis que apaixonam a humanidade há séculos, vão emocionar a Sapucaí. E, para mostrar que o melhor encanto é aquele que pode transformar o mundo real, a poderosa Fênix, o pássaro mitológico, inspira todos a renovar as esperanças e recomeçar, ressurgindo das cinzas”, diz um comunicado da escola na época em que o enredo foi divulgado.

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