Em um ano que a cidade de São Paulo está completando 470 anos e o Parque do Ibirapuera, marco da cidade, festejando 70 anos, nada melhor do que uma escola ligada a enredos sobre São Paulo homenagear tudo isso. Com o enredo “Ibira 70”, a Rosas de Ouro celebra as sete décadas do parque. É um tema onde a diretoria, carnavalesco e comunidade estão felizes. Remete ao passado de glórias que a comunidade da Brasilândia sempre teve, especialmente na década de 90. Outro fato que soma com tudo isso é o amanhecer, como diz o samba-enredo. A ‘Roseira’ irá fechar a sexta-feira de carnaval e, sendo assim, combina com o parque, que se destaca pelo dia.

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Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Surgimento do tema

Rosas de Ouro e São Paulo estiveram sempre ligados nos enredos. O mais famoso é o “Non Ducor Duco, Qual é a minha cara?”. O tema deu à escola o maior samba de sua história, além de um grande presente ao carnaval paulistano. Devido a isso, a agremiação, que necessita buscar posições melhores, viu no parque Ibirapuera uma forma de resgatar essas memórias. É o que confirma o artista. “Esse enredo surgiu coincidindo com aquilo que a gente estava pensando. Depois do carnaval a gente sentiu a necessidade de falar de alguma coisa ligada a São Paulo, porque a Rosas de Ouro em vários momentos abordou São Paulo e sempre foi feliz em temas ligados à cidade. A gente já tinha uma ideia formada a respeito disso e esse enredo surgiu e achamos que seria bacana falar, porque ia de encontro com aquilo que a gente estava pensando”, contou.

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Explicação do enredo

Nada será lúdico ou algo do gênero. É um enredo histórico. Paulo diz que o desfile vai abranger a história inteira do ‘Ibira’, desde como começou a ser pensado até o momento atual. “A gente conta a história do Ibirapuera, desde quando ele começou a ser pensado quando ele começou a ser sonhado, até os dias de hoje. Então a gente vai mostrar todas as características desse parque que é muito peculiar, porque ele não é um parque só de natureza. É um lugar de cultura, um parque social, enfim. Posso dizer que é um parque completo, porque abrange tudo aquilo que as pessoas esperam de calmaria em uma cidade tão veloz quanto São Paulo. Na verdade, eu acho que o Ibirapuera é o coração e o pulmão da cidade, porque quando você entra ali, parece que não está em São Paulo. Ele te transmite paz, calma, mas ele também te transmite cultura. Te permite várias coisas. São Paulo é feita de tribos e esse parque acaba abrangendo tudo isso”, explanou.

Encantamento do artista

Segundo o carnavalesco, o que mais fascinou na concepção do tema, foi a questão de ter vários fatos dentro do local a se aproveitar. “Eu acho que a diversidade. Eu frequento Ibirapuera até como turista. Antes de morar em São Paulo, sempre que vinha, eu ia ao Ibirapuera muito também por causa do museu Afro Brasil, que é o meu museu preferido. Então em algum momento eu vou para esse museu, porque é o que eu mais gosto de todos que eu conheço. O parque já me cativava antes de eu morar aqui na cidade e eu acho que o grande barato é o desenvolvimento. É podermos mostrar para as pessoas que ele tem muito mais daquilo que às vezes elas esperam. Quando você ver a Rosas de Ouro na avenida, vai ter coisas que as pessoas não vão reconhecer, porque elas vão para o parque com um olhar e o parque tem outros olhares. Se você for pensando em saúde e lazer, tem coisas culturais dentro do parque que vão passar batido para você e não vai perceber. O local tem muito mais do que isso. Vai para várias vertentes. Eu acho que isso foi o que acabou me encantando na hora de desenvolver o enredo e de criar as fantasias da Rosas de Ouro”, explicou.

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Mudança de característica

A ‘Roseira’ teve como enredo desde a chegada do Paulo, duas ideias do artista. Em 2022, o enredo “Sanitatém”, que abordava a cura. No desfile passado, “Kindala”, um tema de resistência negra também foi de autoria de Menezes. Agora, em seu terceiro carnaval dentro da escola, o carnavalesco terá que realizar algo proposto pela agremiação, mas diz que está lidando tranquilamente com a situação. “Para mim é normal, porque eu sou meio que classificado como um artista barroco e, na realidade, o artista não é barroco e não é moderno. Ele é artista. Você tem que se adaptar à realidade que o enredo te propõe e a característica de cada escola que você está trabalhando. O artista tem que ser meio camaleônico. O importante é um enredo passar a mensagem dele, você não pode ficar preso. Então eu acho que a gente procura sempre fazer passar a mensagem do enredo da melhor maneira possível. É claro que a tua característica sempre vai estar presente, mas o artista é diverso. Não tem essa de ser uma coisa só. A gente consegue fazer várias coisas”, declarou.

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Parceria dentro do tema

Para 2024, a Rosas tem uma parceria para desenvolver o “Ibira 70”. Mas, segundo o artista, nada está influenciando em seu processo de criação. “Essa parceria nunca interferiu em nada na criação. Então o que foi criado, desenvolvido, pensado, foi aquilo que o Rosas de Ouro queria fazer. Zero interferência de parceria”, afirmou.

Liberdade para o artista

Paulo também se diz muito tranquilo na escola, pois tem a liberdade de realizar tudo o que queria. “Eu não posso reclamar, porque tudo que sempre quis fazer aqui no Rosas, a escola sempre me deixou fazer. A escola também nunca interferiu em nada na criação. Então eu não tenho essa preocupação e nem essa reclamação em relação à Rosas de Ouro. Eu sempre tive muita liberdade aqui dentro”, disse.

Trunfo da escola

Exaltando a escola, o artista fala que o trunfo do desfile é a própria Rosas. Dentro da pista, avaliou que a segunda alegoria pode impressionar o público. “Eu acho que o grande trunfo da Rosas de Ouro é a Rosas de Ouro. É um carnaval que eu acho que é bem diferenciado, porque a gente vai desfilar de manhã, então é um carnaval muito colorido e tem umas pegadas que eu acho que vai cativar as pessoas. Vai deixar as pessoas bastante interessadas e bastante felizes em ver o desfile, mas o ponto alto do desfile, eu acho que é a segunda alegoria, que vai interagir mais com o público e com todos que estão assistindo”, afirmou.

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Horário diferente – aprovado

A agremiação da Brasilândia irá fechar a sexta-feira de carnaval. Dentro disso, o carnavalesco contou que os carnavais pela manhã de sua autoria foram os mais legais. “Eu perdi a conta de quantas vezes eu fechei o desfile e encerrei de manhã. Eu acho que os meus desfiles mais bacanas foram ou no amanhecer ou na luz do dia. Eu acho que aqui não vai ser diferente. Vai ser um desfile muito legal, muito bacana e que as cores vão ajudar muito, só espero que o sol apareça no dia”, comentou.

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Conheça o desfile

“A gente abre mostrando o sonho ideal do parque até a construção da inauguração do parque. É a abertura da escola. Aí depois a gente mostra a ecologia, a fauna e a flora. Tudo que o parque tem nesse nesse aspecto. Depois a gente mostra o corpo, a mente, a saúde e o bem-estar. Toda essa parte envolvendo esse sentimento dentro da procura humana, a gente está mostrando nesse setor. Depois vamos mostrar tudo que é de cultura, arquitetura e arte. Logo após, a gente vai mostrar tudo aquilo que já aconteceu no parque, que já existiu e que está na memória e no coração do paulistano, mas que hoje não acontece mais. É a memória do paulistano em relação ao parque. A gente encerra comemorando os 70 anos do parque e mostrando que o Ibirapuera um dia já foi palco das escolas de samba também e que elas já desfilaram lá”, concluiu.

Ficha técnica
Quatro alegorias
Um tripé
2.000 componentes
Um elemento alegórico (comissão de frente)
Diretor de barracão – Alexandre Vicente
Diretor de ateliê – Marcão