Portela Esp02 003A Portela contou a história da luta negra no Brasil e derramou afeto revelando conquistas do povo negro brasileiro, sobretudo, de cada mulher negra desse país ao encontro de raízes do imaginário da mãe Luíza Mahim e de seu filho Luíz Gama. A fantasia dos ritmistas da Tabajara do Samba foi a representação da riqueza maior, a liberdade, através do ouro de Oxum. O figurino em tons de ouro e preto era adornado com espelhos, referência ao Abebé carregado pela entidade. Uma espécie de corda dourada em laço na parte de trás da cabeça dialoga com a obra Oxum, da artista Nádia Taquary, presente na exposição “Um Defeito de Cor”.

“A fantasia, ela está muito luxuosa. Eu acho até que, falando pelos outros ritmistas, correspondeu mais do que a expectativa que a gente esperava. Veio muito bonita, está muito luxuosa e eu tenho certeza do impacto dela. É uma fantasia leve, que não atrapalhou uma pequena coreografia na hora das boças. A gente espera que a gente consiga os 40 pontos, ajude a escola a voltar no sábado, de preferência como a Campeã, porque é isso que a gente está esperando aqui”, comentou Adriana da Silva de 43 anos.

Portela Esp02 006Cristiano Gonzalez de apenas 12 anos, desfilou pela segunda vez com a Tabajara do Samba e não conteve sua emoção ao compartilhar um pouco sobre esse momento para o site CARNAVALESCO: “É a minha segunda vez desfilando na bateria, no Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela e eu estou muito ansioso, só tenho 12 anos e, ao mesmo tempo, também estou muito feliz pela minha escola, eu quero trazer o título para minha escola, para gente continuar no Grupo Especial, ficar em primeiro lugar, porque até então nós temos 22 vezes, nossa estrela está lá no céu. Então, isso que eu tenho para falar, estou muito ansioso e esse ano dá Portela. A fantasia está muito bonita, não está tão quente, está leve, está muito confortável e eu só queria agradecer mesmo estamos representando Oxum, todo o ouro de Oxum.”

A vestimenta luxuosa da bateria foi inspirada em uma história onde Agontimé, buscando mais forças para o culto vodun, reconheceu em Kehinde o vodun de Dúrójaiyé. Ele presenteou Kehinde com uma estátua de Oxum em madeira, para que a deusa da fertilidade pudesse encontrar terrenos férteis. Mais tarde, Kehinde pensou em rifar o presente, pois muitas pessoas estavam interessadas nele. Porém, ao tentar entregá-lo, uma cobra apareceu, fazendo Kehinde arremessar a estátua para se proteger. Foi então que ela percebeu que dentro da estátua havia ouro, o que representava uma possibilidade de liberdade. A cobra foi interpretada como um sinal de Dan, abençoando a união de duas mulheres que praticavam o culto vodun e perpetuariam esse ritual ancestral.

“A fantasia veio muito leve e muito confortável, eu acho que a Portela encontrou a fantasia ideal para todos os ritimistas. A expectativa é que a Portela faça um grande carnaval e venha Campeã, eu já desfilo aqui há 6 anos, é muita emoção”, contou Leonardo de 38 anos.