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Reedição com críticas ao modelo do carnaval é aposta da São Clemente para mexer com o público

A São Clemente apresentou para o público no seu “Grito de Carnaval” o samba-enredo para o Carnaval 2019. O anúncio na voz de Leozinho Nunes foi feito na quadra da escola, na Cidade Nova, na noite de domingo. Por compromisso em São Paulo, Bruno Ribas não pode comparecer. A obra é uma reedição do samba de 1990, “E o samba sambou”, samba composto por Helinho 107, Mais Velho, Nino e Chocolate. A festa contou com a presença de segmentos da preta e amarela da Zona Sul e show de Arlindinho Cruz, com a participação dos passistas da escola. Em conversa com a reportagem do CARNAVALESCO, o presidente Renatinho afirmou que o momento do carnaval é bastante oportuno para a reedição.

“A São Clemente fez um grande carnaval em 1990. Um grande desfile. Nós iremos voltar a fazer enredos irreverentes e críticos. Como tudo está na mesma coisa vamos repetir e dará certo. Não sei se para os jurados haverá a obrigação de ser nota 10. Mas, os componentes estão mais que acostumados e ensaiados com a obra. Não tem como errar”, garantiu.

Outro ponto foi a respeito de reeditar outros sambas ou até mesmo encomendar como algumas escolas estão fazendo. Renatinho diz ser favorável a manutenção da ala de compositores. Mas está estudando a possibilidade de reedição para os próximos carnavais.

“Eu ainda sou retrô. Quero ala de compositores. Reeditar samba é algo que já tenho em mente trabalhar. Encomendar samba é algo que precisamos estudar ainda”, presidente renatinho.

Comissão de frente com tripé para cumprir ‘exigência’

O coreógrafo Júnior Scarpin, que estreará na comissão de frente da São Clemente, contou que está muito impressionado com a organização da escola.

“Tenho notado uma escola completamente organizada. Estou muito feliz realizado com o convite e de estar aqui. Muitas pessoas acham que vamos repetir tudo do carnaval passado. Eu visitei o carnaval da década de 90. Já vi todo o projeto do Carnaval 2019 e está completamente diferente do desfile de 1990”, explicou.

Perguntado sobre o uso de tripé na comissão de frente, Scarpin disse que por ter sido bailarino, prefere a comissão voltada para a dança, porém não pode abrir mão do uso de tripé. “Para o meu gosto, eu prefiro uma comissão dançada. Sem tripé, efeito e mágica. Contudo, o uso do tripé e efeitos na comissão de frente virou quase uma obrigação. Se não fizer, sabemos que já entramos sem alguns décimos. Vou trabalhar na São Clemente com 15 componentes e no máximo três suplentes”.

Bateria com andamento diferente do desfile de 1990

Mestre Caliquinho revelou que manterá a mesma quantidade de componentes de 2018. Serão 250 ritmistas e eles estão ensaiando desde maio. Segundo o diretor, em 1990, o andamento do samba girou entre 138 e 140 BPM (batidas por minuto), mas em 2019 o andamento será um pouco acima. “Na época, o BPM ficava entre 138 e 140. Jogamos um pouco mais pra frente pelo fato de abrirmos o desfile de segunda. Em 2019 iremos desfilar com 146 BPM. Ainda não vi o protótipo da fantasia, mas é importante ter uma roupa leve para facilitar o desempenho do ritmista”.

Responsável por desenvolver o projeto artístico da São Clemente, o carnavalesco Jorge Silveira citou que está completamente ambientado com o desfile que a escola apresentou em 1990 e disse ter outras referências.

“Eu já perdi as contas de quantas vezes eu assisti o desfile de 1990. Ele não é a única referência que eu tenho. Eu tenho pesquisado muito com os clementianos que viveram o carnaval de 90, para poder imprimir e trazer, principalmente, o sentimento daquele desfile para 2019. Nós vamos trazer a irreverência, a alegria, a identidade da São Clemente, que ficou muito forte nesse carnaval, vai estar impressa no carnaval de 2019. A gente vai ter, naturalmente, uma adaptação a 2019. Vamos falar de problemas que se mantiveram ao longo do tempo, e de algumas outras questões, que são da atualidade. Por exemplo, a maneira como o público se relaciona ou não se relaciona com o camarote, que é uma realidade nova, que não existia naquela época, e que hoje é uma coisa que incomoda muito o público. Vamos trazer isso para o desfile de uma maneira engraçada, bem humorada, divertida, de um jeito São Clemente de ser. O principal objetivo desse desfile é fazer a São Clemente voltar a se vestir de São Clemente. E ela fez isso historicamente, colocando o dedo na ferida. Eu não vou me furtar ao direito de fazer a mesma coisa”, explicou.

Casal aproveita samba definido para aprimorar mais rápido a dança

Novo par de mestre-sala e porta-bandeira da São Clemente, Fabrício e Giovanna, garante que a reedição do samba ajuda no desenvolvimento do trabalho.

“Eu estou amando essa coisa de reedição. Até porque é uma coisa que dá bastante tempo. O samba tem de entrar primeiro na nossa cabeça para a gente poder dar andamento do nosso trabalho, que só começa a andar de verdade quando o samba é escolhido. Já esse samba está escolhido praticamente desde quando eu entrei. É a primeira vez que isso acontece na minha vida, e para mim está sendo maravilhoso. Parece que é a minha cara e do Fabrício. É um samba melódico. Se encaixou muito bem na nossa dança. E vamos ter coreografia”, disse a porta-bandeira.

Giovanna contou que ouviu do carnavalesco Jorge Silveira detalhes sobre sua fantasia.

“Ele falou que é um figurino bem ousado. E eu confio no Jorge Silveira, que não é a primeira vez que ele faz vestido pra mim. Quando eu fui da Viradouro, quem riscou a minha fantasia foi ele. Já está acostumado comigo”.

O mestre-sala elogiou a chegada de Giovanna. “Ela já chegou com uma força muito grande. Se tivermos tempo, eu não tenho dúvida que será um dos melhores casais da Sapucaí. Eu estou muito feliz, principalmente com a categoria e a bagagem que ela está trazendo para escola. Isso vai ajudar muito a gente desenvolver um trabalho ainda melhor em 2019. O samba mexe muito com o componente da escola. Ele traz o resgate da alma clementiana, e a gente está apostando nisso”.

Por Eduardo Fonseca e Diogo Cesar Sampaio. Fotos: Allan Duffes

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