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Rainha Evelyn Bastos comemora nota 40, ressalta frutos da Mangueira do Amanhã e dá recado sobre fantasia de Oxum

Por Diogo Sampaio

A rainha Evelyn Bastos, da Estação Primeira de Mangueira, fez sucesso em mais um ano no carnaval, com sua fantasia ousada e marcante de Oxum. Em conversa com o site CARNAVALESCO, comentou sobre a segunda vez em pouco tempo que trouxe uma fantasia ‘religiosa’ que foi bastante comentada por todos.

“É um presente. Sempre digo que é um presente da espiritualidade, da divindade, e ao mesmo tempo um pouco de coragem. Pois quando recebemos um figurino do carnavalesco, pelo menos na minha situação comigo na Mangueira, sempre fui feliz, e ele diz ‘e aí topa, o que você acha?’. Então sempre me oferecem algo muito louco, pois sabem que estou dentro da parada. Então, assim, em 2020, de Jesus, foi um desafio para mim, teve a situação que eu e o Leandro combinamos de não sambar, até porque é o maior ídolo religioso que temos no mundo, Jesus Cristo, e sabemos que é sempre delicado tocar na religião. Não falar de religião, é algo criado pelas pessoas, que é há de mais perigoso. A fé é maravilhosa, incrível, mas a religião ela prejudica um pouco o nosso entendimento enquanto grupo, pessoas e povo diversificado”.

Depois de relembrar 2020, quando já tinha uma fantasia muito falada, a rainha da bateria Surdo Um, explicou e deu um recado justamente para pessoas envolvidas com religião de matriz africana que na sua visão tem uma pensamento muito estrutural como outras religiões.

“Agora trazer Oxum, antes fiz ensaio técnico de Oyá Topé, também trazendo um orixá, então assim, topar representar lideranças religiosas, orixá, é muito difícil. Sabemos que vai existir uma intolerância das pessoas, e não foi diferente desta vez. Claro que Jesus Cristo foi mais pesado, veio uma questão crítica conservadora muito forte, mas já estava preparada para isso também. Desta vez, muitos irmãos do candomblé, de umbanda, preocupados com a forma de vestir, mas está apresentando uma Yabá com muito nu. Uma Yabar nua, e isso não deveria ser um problema principalmente para religiões de matrizes africanas. Porque esse pensamento, como eu disse, é um pensamento cristão conservador, muito europeu, branco, de que a nudez é ruim, proibida, negativa, que a nudez é um afronto. Na nossa religião matriz africana, não deveria ser um problema, mas ver que algumas pessoas, acabam sendo muito conservadora, trazendo pensamento cristão conservador, sem ao menos entender. Você vê o quanto é estrutural, mas para mim, tudo que gera debate, discussão, é maravilhoso, pois aprendemos gerando discussões. Sempre que eu puder vestir algo que possa gerar uma discussão, reflexão, pauta, para mim será um desfile perfeito”.

Em relação ao quinto lugar da Mangueira, Evelyn Bastos fez sua análise sobre o resultado, e comemorou a nota 40 da bateria mangueirense.

“Apuração quase matou a gente hoje. Quase morri três vezes (risos). Mas a gente vê que carnaval se ganha nota a nota, não tem jeito, tem a preferida, mais preferidas, mas carnaval ganha nota a nota. Tem quesitos que é a beleza, alegoria e adereço, fantasias, e tem quesito que é isolado, casal, comissão de frente, que é aquele trabalho programado. É muito diferente, então tudo vira, assim, sabemos que carnaval ganha aqui nota a nota, e não foi diferente. Vimos desfiles brilhantes, as favoritas em primeiro lugar, o que é nota a nota, decidiu tudo. Quesitos que viraram, que trouxeram escolas lá para baixo, lá para cima. Então queríamos ser campeões, Mangueira queria, fizemos desfile incrível, muito chão, escola de samba tradicional, é o que a gente ama, fazer sempre isso, manter tradições, tivemos interação incrível com o público e componentes. Isso foi positivo, pois jogava o nosso desfile lá no alto. Minha bateria veio bem redonda, conseguimos nossos 40 pontos”.

Valorizando a dupla Taranta Neto e Rodrigo Explosão, que comanda a bateria e surgiram do mesmo projeto que ela, a ‘Mangueira do Amanhã’, a rainha mostrou felicidade com o grande resultado da Surdo Um.

“Em 2016 tive a experiência de dividir momentos com o Rodrigo, explosão, e agora vem o Hudson, para mim é o verdadeiro sinal de que a raiz faz muita diferença, é primordial. De que a gente precisa realmente cuidar do futuro do samba. Tanto eu, quanto Rodrigo e Taranta, viemos da Mangueira do Amanhã, somos fruto de lá. Estar neste momento com eles, principalmente agora que eles têm os 40 pontos dele, é a glória, vimos que a escola de samba que valoriza suas raízes, tem garantido o sucesso, para mim é incrível ver eles brilhando, quando chegou no dia do desfile, antes de sair, falei ‘não tem como, é 40’, tudo muito limpo, escutando os instrumentos perfeitamente, impecáveis, sou fã. É maravilhoso quando você é fã de gente crescendo com você, especial de mais”.

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