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‘Quando o Carnaval chegar: o que pensam os carnavalescos sobre o cenário de incertezas das escolas de samba na pandemia’

Milton Cunha: “Olá queridos leitores. Seguimos com as publicações do resultado da fascinante experiência de Iniciação Acadêmica que realizamos no Observatório do Carnaval, sob a liderança da Emerita Tania Clemente, pesquisadora do Museu Nacional. Doze alunos sambistas se inscreveram, das mais diversas origens: cantores, mestres de bateria, carnavalescos, todos desejosos de empreender pesquisa acadêmica sobre assuntos que lhes interessavam, mas ainda sem as diretrizes da teoria da pesquisa. Pois bem, seis conseguiram encerrar seus textos declaratórios das hipóteses e possibilidades que serão contempladas em futuros mergulhos, em cursos de graduação nas universidades. Todos os textos serão publicados nesta Declaração de Intenções: são textos em processo, pesquisa em construção. Mas que dá uma alegria danada a gente ler, porque é o início das investigações teóricas de um povo que tem muita prática e quer se aventurar por esta forma de documentação que é a Academia. O cânone está em festa. Viva o Episteme Ziriguidum e a força destes guerreiros pesquisadores que além do saber tem a disposição. Boa leitura!

OBSERVATÓRIO DE CARNAVAL – MUSEU NACIONAL/UFRJ
LABORATÓRIO DE ESTUDOS DO DISCURSO, IMAGEM E SOM
INICIAÇÃO CIENTÍFICA OBCAR
ARTISTA-PESQUISADOR: LUCAS LOPES
AUXILIADOR: PHELLIPE PATRIZI

1. Um olhar entre as brechas: a curiosidade de infância, o sonho na fase adulta. O carnaval como ambiente de possibilidades

Se eu tivesse de traçar um fio condutor pela minha trajetória de vida, arrisco-me a dizer que este seria o carnaval, pois desde tenra idade, me relaciono com o carnaval. Cresci entre as ruas, becos e vielas do bairro de Oswaldo Cruz, subúrbio carioca. Fazia meus próprios desfiles com meus brinquedos e livros, cantando os sambas e imaginando foliões em alas. Meu barracão era de baixo da minha cama. Foi com o meu pai que aprendi a ser um folião e no decorrer dos anos, percebi que eu também poderia ser um artista dessa folia. A cada carnaval que passava, sentia que o meu interesse pelos festejos só aumentavam, bem como o meu envolvimento com os processos criativos da festa.

Na minha adolescência, tive as minhas primeiras experiências nos barracões das escolas de samba que desfilavam na época na Estrada Intendente Magalhães e as da Avenida Marquês de Sapucaí. Eu saía da escola sozinho e me arriscava indo aos barracões para ver de perto todos os processos. Ficava encantado com tudo que eu olhava. Até que me aventurei em aprender a tocar chocalho no Grêmio Recreativo Escola de Samba (G.R.E.S.) União de Jacarepaguá, pois eu morava a poucos metros da quadra. Foram mais de 12 anos desfilando em diversas baterias. Fui diretor de chocalho da Tradição, Unidos de Lucas, Botafogo Samba Clube e da Unidos de Bangu. Mas nunca deixei o meu sonho de ser carnavalesco de lado. O ser ritmista me permitia ver de perto e presenciar um pouco a criação dos desfiles. Fui aderecista, figurinista e assistente do antigo carnavalesco da União de Jacarepaguá e foi nesta agremiação em que realizei meu sonho de ser carnavalesco e onde estou atualmente assinando o meu segundo ano como artista: Lucas Lopes. É assim que eu me apresento e me reconheço enquanto carnavalesco e estudante de Artes Visuais.

2. A pandemia e o carnaval carioca

Estamos vivenciando um momento atípico, uma pandemia. E por isso, a minha preocupação com o próximo carnaval foi aumentando com o passar do tempo, pois é da festa, por meio da minha profissão de carnavalesco, de onde tiro o meu sustento. Como amante da festa e do meu trabalho, essa situação me deixou a flor da pele. “Será que vou conseguir trabalhar?”, “Vou desenvolver meu enredo e meu carnaval?”, “Será que as dificuldades do grupo onde a escola que trabalho pertence vão se agravar?”, “Quando a vacina vai chegar?”, “Como será o próximo carnaval?”. Essas foram algumas das muitas perguntas que vieram a minha mente e penso que não fui o único profissional do carnaval a fazê-las. Tendo em vista essas preocupações que surgiram na cabeça dos carnavalescos, a proposta de pesquisá-las e estudá-las despontaram quando fui selecionado para participar do projeto de iniciação científica do Observatório de Carnaval (OBCAR) do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Tenho a intenção de mostrar que o carnaval está sendo afetado e como pensam os carnavalescos em meio aos agravamentos dos problemas como as preocupações diárias sobre o acontecimento do próximo desfile, independente do grupo e o lugar que esteja.

Não imaginava que o ano seria do jeito que está sendo. Fomos pegos pela pandemia e tudo começou a mudar. A covid-19 teve provavelmente origem na China. Sendo um vírus transmitido de maneira fácil entre as pessoas. Logo após se espalhou pelo restante do mundo com rapidez, causando mortes, sobrecarregando hospitais, fechando diversas instituições e causando prejuízos. No Brasil, os primeiros casos foram registrados em janeiro, sendo considerados sob controle. Até que em meados de março começaram a surgir casos espalhados pelo país e a situação começou a ficar descontrolada.

Carnaval do Rio de Janeiro é uma festa popular, de cunho histórico-social e cultural realizada durante o mês de fevereiro ou de março. A festa é considerada o maior carnaval do mundo pelo Livro dos Recordes. Trata-se de uma celebração mundialmente famosa, constituída por diferentes tipos de manifestações culturais, como desfiles de escola de samba, bailes de máscaras, festas móveis dos blocos de embalo seguidos por seus foliões fantasiados, e ainda bandas de rua e blocos de enredo (“escolas de samba” de pequeno porte). São seis dias de desfiles que acontecem geralmente no mês de fevereiro ou de março, divididos em cinco grupos, como diversas escolas de samba de todas as regiões da cidade e do estado do Rio de Janeiro. Ocorrendo em duas pistas diferentes, dois grupos na Marques de Sapucaí, no Sambódromo e outros três na Estrada Intendente Magalhães, conhecida popularmente como o “carnaval do povão”.

O calendário carnavalesco também está sendo afetada pelo coronavírus. Os desfiles das escolas de samba de 2021 chegaram a ser adiados para o mês de julho, com possibilidade de serem realizados nos dias 10 e 11, os do Grupo Especial, porém só acontecerá com a vacinação. Contudo, em Janeiro de 2021, o carnaval de 2021 foi cancelado pelo prefeito Eduardo Paes, em uma de suas redes sociais, por causa da pandemia. Logo após as ligas confirmaram o cancelamento, deixando os projetos para o ano de 2022.

2.1 A importância dos desfiles

Considerado como o maior espetáculo a céu aberto do planeta, as apresentações atraem turistas de diversos países para conhecerem uma das mais representativas manifestações culturais de nosso país. Os desfiles das escolas de samba, além de serem um dos maiores acontecimentos do carnaval, têm um papel fundamental na sociedade, em diversos sentidos; carregam uma bagagem cultural, social e histórica de grande importância para a identidade brasileira. No Rio de Janeiro, por exemplo, um dos principais pólos turísticos, a festa movimenta as ruas, avenidas e bailes da cidade e recebe milhares de visitantes interessados em curtir o carnaval e as diversas opções de lazer e entretenimento do verão carioca.

No setor turístico só no último carnaval, a ocupação nos hotéis da cidade chegou a quase 100%%, com mais de 2.1 milhões de turistas na cidade, segundo dados da Riotur. Diretamente, gera empregos em hotéis, restaurantes, transporte local, passeios e atrativos e indiretamente, como na indústria fornecedora de insumos, treinamento, imobiliário, hospitais, entretenimento e logística. O carnaval carioca gera empregos em muitas áreas e traz renda para muitas famílias, desde os trabalhadores das escolas até o camelô vendendo cerveja. São pessoas que já com o desemprego em alta, tem o carnaval como fonte de renda para conseguir pagar suas contas e viver. Durante o ano inteiro, milhares de pessoas de diferentes profissões, (ferreiros, costureiras, artistas plásticos, profissionais de limpeza, seguranças, carnavalescos e cantores, entre outras) trabalham nos barracões e quadras das escolas de samba. Esse importante setor movimenta muito dinheiro e gera milhares de empregos. Segundo dados da Riotur, o Carnaval passado impactou R$ 4 bilhões na economia do Rio de Janeiro, em 2020. Com não a realização da festa, o impacto econômico será grande para o município, já que o carnaval é uma das principais fontes de recursos da prefeitura carioca.

Em um artigo para o site CARNAVALESCO, Sérgio Almeida Firmino, que é assessor de Economia Criativa do Carnaval da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do RJ e do Instituto Cravo Albin, escreveu:

O Carnaval, como sempre, está aí para contribuir enormemente para o desenvolvimento econômico do Estado, indústrias, comércio em geral. Geradores de empregos diretos e indiretos apostam na retomada implacável do nosso Carnaval e no retorno significativo da economia fluminense. Caso haja condições sanitárias, o carnaval em julho de 2021 será um sucesso, após o trágico período marcado pela pandemia (FIRMINO, 2020).

Com o cancelamento do carnaval de 2021, Segundo dados obtidos pelo jornal Folha de São Paulo, o Brasil perdeu R$ 8,1 bilhões na movimentação de sua economia. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que 25 mil empregados temporários não foram criados no país.

A situação das escolas de samba, que integraram os mais variados grupos das divisões do carnaval carioca, vive em um momento delicado, sem respostas, as agremiações enfrentam grandes dificuldades que tem se agravado a cada dia. O carnaval deve ser entendido, portanto, como um elemento cultural para além de um dispositivo gerador de emprego e renda. Tudo o que está acontecendo só nos mostra o quanto devemos ser valorizados e reconhecidos por nossos trabalhos.

Em uma matéria do Fantástico, da rede Globo, um trabalhador da escola de samba Unidos do Viradouro relatou que ficou oito meses sem renda. Por isso, precisamos refletir sobre as possibilidades da realização da festa de uma forma segura para todos, mesmo que a vacina não chegue a tempo, em outros formatos, virtualmente ou em lives, para que o carnaval não passe despercebido, mostrando sua a importância para além de uma festa efêmera de cinco dias, reafirmando os desfiles de momo como uma manifestação na qual são mobilizados saberes, culturas e tradições. A prefeitura e o governo do Estado estão correndo atrás de formas para ajudar o carnaval e quem depende dele para sobreviver. O prefeito Eduardo Paes já informou que criará um auxílio para ajudar os profissionais que trabalham no carnaval, porém não deu muito informações.

O samba e o carnaval se revelam, dessa forma, como formas de resistência de um povo. Mantemos a esperança que o carnaval da forma tradicional, com os desfiles, as pistas lotadas, vai acontecer, em fevereiro de 2022. A pandemia terá o seu desfecho, assim como nos conta os carnavalescos da Unidos do Viradouro, Tarcisio Zanon e Marcus Ferreira, com o enredo para o próximo carnaval, Não há tristeza que possa suportar tanta alegria. A mensagem de esperança nos é ofertada com a possibilidade de comemorarmos com alegria a vitória contra esse vírus que tanto nos trouxe tristezas e perdas e os carnavalescos acreditam que faremos o maior carnaval de todos os tempos, repetindo o feito quando acabou a pandemia da Gripe Espanhola, em 1918.

3. Desfiles da Intendente Magalhães e suas dificuldades

Na Estrada Intendente Magalhães, via que liga os bairros de Madureira, Campos dos Afonsos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, se apresentam três grupos cuja organização fica a cargo da Liga Independente das Escolas de Samba do Brasil(LIESB):a Série Prata, antigo Grupo Especial, desfila na segunda-feira e na terça-feira de carnaval, a Série Bronze, antigo Grupo de Acesso, no domingo e o Grupo de Avaliação, no Sábado das Campeãs. Sendo a pista de desfile com o maior número de escolas desfilantes, a Estrada Intendente Magalhães é a que mais sofre com o descaso público. Sem grande aporte financeiro e possibilidades de patrocínios e sem terem seus desfiles televisionados pela TV aberta, as escolas passam dificuldades para desenvolver o carnaval.

Os barracões da maioria das escolas que desfilam na Intendente Magalhães galpões localizados próximo ao local de desfile, no bairro de Campinho. Em 2007, o espaço começou a ser usado por algumas delas e atualmente, já atende a maior parte das agremiações. Os carros e tripés ficam agrupados quase um em cima do outro, sem infraestrutura e condições de trabalho adequadas. Em agosto de 2019, um incêndio atingiu a localidade, mas felizmente somente lixo e algumas esculturas foram perdidas. Não deixou vítimas.

Nós carnavalescos das agremiações que desfilam na Estrada Intendente Magalhães sofremos para conseguir recursos pra por o desfile na pista, tirando da cabeça o que não pode tirar do bolso. Com a pandemia, fomos assoladas pelas incertezas e os medos, o que era difícil ficou ainda pior. Sem ter expectativas se teremos os desfiles e como será e quando. São muitos os riscos em expor a comunidade, os segmentos e os profissionais a aglomerações típicas dos desfiles. O que propiciaria o contágio ao covid-19, sem uma vacina.

Sou o carnavalesco da União de Jacarepaguá, o meu projeto para o próximo carnaval fora finalizado desde o mês de junho, desde a apresentação do tema, a sinopse do enredo e desenhos da parte plástica da agremiação. A produção das fantasias teve início na primeira quinzena de novembro, mas estou trabalhando sozinho para não por pessoas em risco de serem contaminadas pelo coronavírus.Com o enredo De Ventres Livres, Os sonhos por liberdade, pretendo levar para a Intendente alguns questionamentos sobre a Lei Visconde do Rio Branco, conhecida como Lei do Ventre Livre, que em 2021, completará 150 anos de sua promulgação. A escola desfilará na Série Prata da Intendente Magalhães sem uma data oficial. Seja em 2021 ou em 2022, a escola já está preparando para o próximo desfile, mesmo com todas as dificuldades.

4. Desfiles no Sambódromo e suas dificuldades

No Sambódromo, palco principal das apresentações, dois grupos passam pela Passarela do Samba: o Grupo Especial, organizada pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIESA), que desfila domingo e segunda-feira de carnaval e a Série A, organizada pela Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIERJ), na sexta-feira e no sábado, que antecedem o feriado de carnaval.

Ambas as ligas já tinham se movimento visando um possível desfile em julho de 2021, porém, com o cancelamento, tudo ficará pra 2022. O Grupo Especial e a Série Ouro já fizeram seus sorteios das ordens em que as escolas vão desfilar. A Série Ouro desfilaria nos dias 9 e 10 e o Especial, nos dias 11 e 12 de julho. Agora, tudo indica que essas ordens permanecerão para o próximo carnaval, no final de fevereiro de 2022.

4.1 Série Ouro

A Série Ouro, antiga Série A é o grupo do carnaval carioca composta por 15 escolas de samba que lutam com muita resistência para conseguir a sonhada vaga no Grupo Especial. Embora as agremiações desse Grupo desfilem no maior palco das escolas que compõem o principal grupo da divisão do carnaval, elas possuem também suas dificuldades. Dentre elas: a falta de um barracão fixo, condições mínimas de trabalho para os profissionais do carnaval para desenvolverem os preparativos para os desfiles, poucos recursos financeiros. Nós carnavalescos, somos os profissionais responsáveis pela parte artística dos desfiles, tentamos produzir um desfile o mais próximo possível daquilo do que foi planejado pelo projeto original criado para a escola e devido à escassez de verbas está luta é grande.

O carnavalesco João Vitor Araújo, em uma entrevista ao site Brasil, festas e folias revelou que no ano de 2018, quando trabalhava na Unidos de Padre Miguel, que chegou a usar tela de galinheiro para fazer o piso de uma alegoria, causando espanto entre os diretores da escola, mas como era uma necessidade, eles concordaram. A agremiação pensou em cancelar a alegoria, porém o profissional foi contra, já que o elemento cenográfico era essencial no enredo: O Eldorado Submerso – Delírio Tupi-Parintintin. Foram cortadas esculturas desse mesmo carro, por causa da falta de dinheiro. João comenta que a dificuldade é o combustível da criatividade e que a magia do carnaval ainda resista nesses pequenos detalhes.

Dessa forma, visando um panorama de como pensam os carnavalescos sobre o cenário de incerteza das escolas de samba na pandemia, selecionei um representante de cada um dos principais grupos para expressarem suas análises da conjuntura do momento em que estamos vivendo e como isso tem afetado os processos de criação. No entanto, devido a dificuldades de contato e de disponibilidade, me aterei, inicialmente, a entrevista ao carnavalesco Guilherme Estevão, da Série A, os demais busquei outras fontes de pesquisa como entrevistas realizadas com eles em outros meios de comunicação como forma de iniciar as minhas indagações e o caminho investigativo.

Em entrevista concedida a essa pesquisa de iniciação científica, o carnavalesco da escola de samba educativa Império da Tijuca, Guilherme Estevão, disse acreditar que os obstáculos são maiores para as agremiações da Série A. Para ele, com a pandemia, as possibilidades de obtenção de recursos financeiros ficaram limitadas, uma vez que para a retomada das atividades, através de ensaios e show, corre-se o risco de contaminação entre os funcionários com um possível retorno de trabalhos. Ele crê que seja necessária a implantação imediata de um protocolo de segurança pelas escolas para orientar o desenvolvimento das atividades de forma geral e a assistência financeira aos trabalhadores.

Do ponto de vista da confecção do projeto, a pandemia nos deu mais tempo e elaborar a ideia de desfile, no entanto sem perspectiva de formato de carnaval em 2021, o regulamento é uma barreira na criação. Acreditando que teria um carnaval com número reduzido de itens por questões de tempo e orçamento, que ele aconteça com segurança sanitária e reafirme a importância da cadeia produtiva, do caráter cultural e do papel simbólico de se fazer carnaval.

4.2 Grupo Especial da Avenida Marquês de Sapucaí

O Grupo Especial é o grupo da elite dos desfiles do carnaval carioca. Com 12 escolas de samba que lutam para ser a grande campeã do Carnaval. Exibindo materiais de boa qualidade em seus elementos visuais, como figurinos, adereços e decoração de alegorias, com chassis de carros alegóricos de maior estrutura, possuindo subsídios financeiros da iniciativa privada e ampla cobertura dos meios midiáticos. Durante os quatro últimos anos (no mandato do Prefeito Marcelo Crivella), veio perdendo apoio financeiro da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, por questões demagógicas e preconceituosas, causadas pela religião do prefeito, para o desenvolvimento e produção dos desfiles. Assim, os carnavalescos estão sendo obrigados a organizar e pensar em diversas soluções para não deixar a beleza de o espetáculo vindouro ser prejudicado.

No cenário pandêmico, os carnavalescos estão desenvolvendo o que pode, sem previsões concretas. A respeito de a festa ser em Julho, o carnavalesco da Mangueira e do Império Serrano, Leandro Vieira, disse em entrevista ao jornal O Globo:

A data ainda é incerta, porque depende da vacinação. Se vai ser no verão (de 2022) ou no inverno (de 2021) ninguém sabe. A certeza é de que vai ser um carnaval sem dinheiro (…). Será um carnaval de busca de materiais alternativos. As escolas que não tem patrono, como a Mangueira, estão sem dinheiro (VIERA, 2020).

Com a escola de Duque de Caxias, a Acadêmicos do Grande Rio, que terá o orixá Exu como enredo para o próximo carnaval, a situação se assemelha. A dupla de carnavalescos da agremiação, Leonardo Bora e Gabriel Haddad, em entrevista a revista Veja, comentaram sobre a decisão de anunciar o enredo sem ter certezas de quando será o desfile. Em destaque, as palavras proferidas por Bora:

Somos artistas e a cabeça não para. Manter o trabalho criativo foi um estímulo para nós, mas também para toda a comunidade que teve sua vida social interrompida. É preciso entender que uma escola de samba vai muito além do desfile, é sociabilidade pura (BORA, 2020).

Já o Gabriel Haddad, cita em uma reportagem para o Jornal O Globo, a preocupação com os materiais que são usados no carnaval que vem da China: “mesmo que os desfiles aconteçam no carnaval, terão de ser repensados em termos de materiais, já que boa parte é importada da China” (HADDAD, 2020). Já para Fábio Ricardo, estreante no cargo de carnavalesco da Mocidade Independente de Padre Miguel, contou ao site Carnavalesco em Junho, que o enredo praticamente estava pronto:

O meu processo criativo é bem específico. Normalmente me tranco na minha sala e começo a desenhar, projetar e pesquisar. A diferença é que tudo foi feito de casa agora, e recebi o meu projetista em casa em alguns momentos para fechássemos os detalhes de alegorias. Mas já tenho tudo desenhado. O desenvolvimento do enredo já está pronto (RICARDO,2020).

Ele cita também que na época dessa entrevista, ele já tinha se reunido com o diretor de carnaval, Marquinho Marino, para começar os planejamentos dos protótipos. Vejamos que as dificuldades em todos os grupos agravaram a situação das escolas de samba. Independente de grupos ou lugar aonde aconteça os desfiles. A situação de todos agravou-se por conta da pandemia que vivemos.

4. 3 As estratégias possíveis e o desenvolvimento dos enredos

Como o carnavalesco da Mangueira citou em uma entrevista citada acima, o uso de materiais alternativos é uma das possibilidades para driblar as dificuldades para o cortejo nos tempos de pandemia. A reciclagem das fantasias do carnaval passado e de materiais, também será uma das opções. Até o momento, as agremiações estão sem verbas previstas nos orçamentos da gestão pública, sem a possibilidade de captação de patrocínios privados e ainda existe uma possível falta de materiais que também preocupa os carnavalescos, já que a grande maioria dos produtos usados no carnaval vem da China, como um dos artistas da Grande Rio citou acima.

As escolas inovaram e se apresentaram em formato de live, para aproximar mesmo de longe, as agremiações com os seus componentes. Algumas escolas viram como uma oportunidade para escolher seu samba nesse formato, como a Unidos de Padre Miguel e a Império da Tijuca, mesmo com o carnaval sem datas na época. Outras escolas da Intendente Magalhães também fizeram a escolha do samba em formato de live, como a Botafogo Samba Clube. Além de muito samba, os telespectadores das podem fazer doações para ajudar pessoas que estão passando necessidades por conta da pandemia.

O grupo da elite do carnaval pretende fazer lives para as escolhas dos sambas das escolas. Com o nome “Carnaval que Transforma – Samba-Enredo”, o projeto foi aprovado pela Lei Aldir Blanc, que disponibilizará cerca de 120 mil para cada escola, segundo informações da Secretária Estadual de Cultura e Economia Criativa. Além de existir uma negociação entra a Liga e as escolas de samba, para a transmissão da fase final, possivelmente no mês de fevereiro, através do serviço de streaming da Globoplay. Caso feche acordo, cada escola receberá entre 30 a 50 mil reais, segundo informações em uma matéria no site Carnavalesco, porém nada foi confirmado ainda.

No final de outubro, com a média de contágio do coronavírus sinalizando uma queda considerável, a prefeitura deu o aval positivo para as escolas de samba retornar com os eventos em suas quadras de ensaios, seguindo os protocolos de segurança impostas pelos órgãos sanitários. Algumas escolas realizaram eventos como feijoadas, cortes e escolhas de samba com a presença de público, porém limitado.

Os barracões também tiveram autorização perante a prefeitura para a abertura. Aos poucos as escolas estão se movimentando com o andar do progresso de um carnaval em Julho de 2021. Os barracões são lugares fácies de organizar e começar a produção. No grupo especial, na cidade do samba, o espaço para a criação da festa é grande e tem como manter o distanciamento entre os profissionais e seguir as regras de prevenção ao contágio do vírus, como qualquer outra fábrica. Em outra entrevista, dada por Leandro Vieira, ao jornal Extra, ele defende essa volta aos trabalhos no barracão:

Agora, o trabalho no barracão será como em qualquer fábrica. Todas as fábricas do Brasil estão trabalhando. Todos os escritórios do Brasil estão trabalhando. Os barracões das escolas seguirão um protocolo rigoroso. O carnaval tem que estar pronto no início do mês de julho. Nós, trabalhadores do carnaval, festejamos a retomada da renda. Para que a comida volte à mesa de trabalhador do carnaval. Estamos falando de carpinteiros, ferreiros, costureiras, aderecistas, bordadeiras, pintores, que sequer foram contratados. Isso naturalmente causa a apreensão (VIEIRA, 2020).

As agremiações buscam equacionar o problema a realidade e tentam propor soluções para a festa. Estamos vivendo de maneira restrita por causa da pandemia que tanto afeta a todos. Percebemos que o carnaval está sendo prejudicado, junto com os seus profissionais.

5. Quadro de projeção das vacinas em território nacional

Os desfiles só ocorrerão quando a população estiver imunizada e a pandemia estiver acabada. Diversos laboratórios estão na última fase de teste com as suas vacinas. Em vários países, a vacinação já começou, como é o caso dos Estados Unidos, Rússia, Reino Unido e nos países vizinhos ao Brasil, como na Argentina e a Bolívia. Em todo o Mundo, mais de 150 milhão de pessoas foram vacinadas. Outros países pretendem começar a vacinar sua população ainda no primeiro semestre de 2021.

No Brasil, a vacinação começou em Janeiro, seguindo o plano de Imunização Nacional, a vacinação foi dividida em etapas, que ao longo dos meses vai avançando. Os primeiros vacinados estão sendo os profissionais da saúde e os idosos. Duas vacinas estão sendo aplicadas no país: uma delas foi criada pelo laboratório Chinês sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, a Coronavac, e a vacina fabricada no Instituto Serum, da Índia em que possuí uma parceria com a farmacêutica AstraZeneca e com a Universidade de Oxford. A vacinação no Brasil já começou, porém, a imunização da população está ocorrendo de forma lenta e comparando com outros países. Apenas 0.6% da população brasileira foi vacinadas até o momento, segundo dados do Ministério da Saúde.

6. O cancelamento do carnaval em 2021

Aconteceu. O carnaval foi cancelado em 2021 pelo prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes. Em uma série de publicações nas redes sociais, ele escreveu que seria impossível a realização da festa em julho, mesmo com a vacinação da população em curso. Notícia que deixou todos os amantes do carnaval tristes, porém foi uma medida necessária e coerente para o momento pelo qual estamos vivendo. Leandro Vieira concordou em suas redes sociais com o cancelamento, ao escrever que “A decisão é tão prudente quanto carregada de obviedade” e finalizou “que tenhamos saúde – e segurança – para fazer em 2022 o carnaval da nossa vida”.

Como dito anteriormente, o poder público esta mostrando vontade de ajudar os profissionais do carnaval, que são os mais atingidos pelo cancelamento. A equipe do site Carnavalize, lançou em homenagem e para dar voz aos profissionais , um manifesto intitulado como Vazio de Carnaval, que começou na quinta feira, dia 11/2 e foi até o dia 20, sábado, dia que ocorreria os desfiles das campeãs, nas redes sociais do grupo. Foi publicado um tributo por dia com fotos, vídeos e testemunhos de diversos profissional do carnaval:

Resolvemos propagar a voz e os rostos dos profissionais menos famosos, pois são eles os que mais estão sofrendo nesse período. São aderecistas, costureiras, escultoras, preparadora de casais… Além de um carnavalesco da Série A e um casal mirim. Pessoas de diferentes ramos, mas que se dedicam às artes do Carnaval (TINOCO, 2020).

A Acadêmicos do Grande Rio participou de uma edição especial do Carnaval Virtual (LIESV), na segunda-feira de carnaval, em um dos dias oficiais dos festejos que aconteceriam em fevereiro de 2021. Uma alternativa de se preservar a tradição dos desfiles de uma forma diferenciada e matar as saudades dos amantes da folia e torcedores da escola. Os carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora exibiram os desenhos utilizados do carnaval de 2020 para fazer ornamentar a apresentação. O encanto do público presente com os belos desenhos das fantasias e alegorias do carnaval passado, em homenagem ao Joãozinho da Gomeia, um dos mais conhecidos líderes do candomblé no Brasil, foi notado com as diversas reações e elogios postados pelo público na plataforma da LIESV.

Considerações finais

Em 2020 pude realizar o meu maior sonho desde tenra idade: o de ser carnavalesco de uma escola de samba, este desejo de exercer tal função me acompanhava desde pequeno. O carnaval aconteceu normalmente, sem grandes problemas, mas logo em seguida fomos surpreendidos o crescimento exponencial da pandemia. Um vírus iniciado do outro lado do mundo foi se espalhando e chegou até nós. Tudo acabou sendo afetado pelo coronavírus, e não seria diferente com o carnaval e seus profissionais. A festa de momo no ano de 2021 se viu ameaçada.

A maior festa do calendário carioca, de importância cultural e histórica, tem se destacado como uma fonte de geração de empregos e rendas, não somente a quem trabalha diretamente com as apresentações das escolas de samba, mas também para diversos setores da sociedade que tiram o seu sustento com a venda de materiais tais como plumas, paetês, tecidos, madeiras, ferros, isopores, tintas dentre outros. Há também grupos que faturam vendendo alimentos e bebidas nos entornos da quadras de ensaios das agremiações, nos ensaios de rua e nos ensaios técnicos na Sapucaí, os chamados vendedores ambulantes.

Estamos tendo que nos virar para não faltar nada em nossas mesas e pagar os nossos compromissos. Não só os profissionais estão passando dificuldades, mas as agremiações também, independentes de grupos ou locais de desfile, algumas viram os obstáculos aumentar. Quadras e barracões foram fechados e eventos cancelados para evitar aglomerações. Na Intendente Magalhães, as coisas que já eram difíceis, ficaram piores. Na Sapucaí, as escolas estão sem dinheiro para manter o quadro de funcionários e ficaram meses com suas sedes fechadas. Algumas dela fizeram lives para conseguir doações de alimentos e dinheiro para ajudar a quem precisa, mostrando uma linda rede de solidariedade entre as escolas e profissionais, e matando as saudades que os amantes do carnaval estavam sentindo. Algumas escolheram seus sambas nesse formato virtual, tomando todos os cuidados.

Com a definição das datas e as ordens dos desfiles do Grupo Especial e da Série Ouro. Muitas preocupações rondam a cabeça dos carnavalescos: porém, só teremos a confirmação das apresentações com a vacinação da população. Muitas dessas preocupações rondam a cabeça dos carnavalescos: será que teremos os desfiles? Quando de fato irão acontecer? Será que teremos tempo hábil de vacinar toda a população para a realização de um carnaval fora de época? Teremos materiais e verbas para isso? Alguns profissionais responsáveis pela criação do carnaval estão seguindo com os trabalhos aos poucos, como eu estou fazendo na União, com segurança, na espera por respostas.

Com o número reduzido de seis milhões doses aplicadas no país, a imunização tem acontecido em passos lentos, colocando em risco até o carnaval em fevereiro de 2022. Em meio a esse cenário de tantas incertezas, a esperança de dias melhores para a festa e para a saúde da população resiste a todas essas intempéries. Palavras de otimismo correram pelas bocas dos profissionais envolvidos nessa pesquisa, apesar de tantas incertezas. Seja em julho, seja em fevereiro de 2022, que possamos repetir o feito de 1919 e quem sabe realizar o maior carnaval de todos os tempos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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